Artigo 3 - Faculdade de Tecnologia - Unicamp
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMPFACULDADE DE TECNOLOGIA – FTPROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICATítulo do Projeto: Construção <strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> baixo custo para uso <strong>de</strong> robótica no aprendizado.Aluno: Renato Ferreira Soares (RA: 092846)Orientador: Prof. Dr. Marcos Augusto Francisco Borges (FT).ResumoProjetos anteriores do Laboratório <strong>de</strong> Informática, Aprendizagem e Gestão(LIAG)trabalharam com placas como aGoGo Boar<strong>de</strong> a Arduino. Esses trabalhoscompararam o uso<strong>de</strong>ssas placas em relação a outros conjuntos educativos para robótica, disponibilizados no mercado.Uma dificulda<strong>de</strong> observada com o uso <strong>de</strong> placas nos projetos anteriores foia necessida<strong>de</strong> dos alunostrabalharem com ferramentas e componentes eletro-eletrônicos para montar os dispositivos robóticos(como carros, braços mecânicos, etc.) e também para integrar esses dispositivos às placas. A gran<strong>de</strong>maioria dos alunos, nunca tinha tido nenhum contato com esse tipo <strong>de</strong> componente e tinha muitadificulda<strong>de</strong> em manipular ferramentas, como ferro <strong>de</strong> solda, por exemplo. Essa dificulda<strong>de</strong> acabavadiminuindo a motivação dos alunos.Este projeto <strong>de</strong> iniciação científica, busca construir plataformas <strong>de</strong> robótica funcionais, comdispositivos integrados às placas. Busca-se, com este projeto, avaliar se a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>plataformaspo<strong>de</strong> ser um primeiro passo para introduzir os alunos à robótica, minimizando a<strong>de</strong>smotivação, associada à manipulação inicial <strong>de</strong> ferramentas e componentes <strong>de</strong>sconhecidos. Umexemplo <strong>de</strong> plataforma seria um carro em miniatura com sensores, servos e motores, para oaprendizado em robótica,A hipótese é que, uma vez que os alunos usassem estas plataformas,perceberiam mais facilmente como estas placas realmente atuam, <strong>de</strong>spertando o interesse <strong>de</strong> alunostanto <strong>de</strong> ensino superior como <strong>de</strong> ensino médio para o aprendizado em robótica.Os resultados obtidos por este projeto sãoa construção <strong>de</strong> plataformas e a avaliação dasvantagens potenciais que o uso <strong>de</strong>las po<strong>de</strong> trazer para alunos.Na seção 1 faremos uma revisão <strong>de</strong>ste projeto. Na seção 2 será apresentada uma visão dateoria que o embasa. Na seção 3 são apresentas as pesquisas e dinâmicas conduzidas antes da criaçãodas plataformas. A seção 4 apresenta asplataformas criadas.Na seção 5serão apresentadas asdinâmicas realizadas com as plataformas criadas. Na seção 6serãomostradas as ativida<strong>de</strong>s futuras. Naseção 7serão discutidas informações sobre o bolsista e na seção 8 é apresentada a conclusão.1 Revisão inicial do projetoExistem grupos que trabalham com robótica na educação como forma <strong>de</strong> enriquecer o meio<strong>de</strong> aprendizado.Um exemplo importante é um grupo formado na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP)que trabalha com este tipo <strong>de</strong> projeto (SEER, 2008). Um dos projetos <strong>de</strong>sse grupo é levar robôsfeitos com sucata até escolas <strong>de</strong> ensino fundamental e médio. A utilização da robótica é vista comouma forma <strong>de</strong> trazer alunos <strong>de</strong> diversos níveis <strong>de</strong> ensino para o estudo em tecnologia, e também criarum ambiente on<strong>de</strong> seja mais fácil <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r. O grupo da USP indica que se po<strong>de</strong> utilizar a robóticapara auxiliar outras disciplinas, como geografia, matemática, física, etc. (Chella, 2002).Este projeto teve como objetivo construir plataformas <strong>de</strong> baixo custo que incentivem alunos<strong>de</strong> ensino médio e superior a se interessarem por robótica e pela ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>programas associada.Em trabalhos anteriores do LIAGforamavaliados o uso do framework aberto e <strong>de</strong> baixo custoGoGo Board(Nascimento & Borges, 2009) e da placa programável Arduino(Bortholotto &Borges,
2009)que também é aberta e com custo similar. Ao longo <strong>de</strong>sses trabalhos, percebeu-se gran<strong>de</strong>dificulda<strong>de</strong>, da maioria dos alunos, em manipular as soldas, componentes eletrônicos, etc. Esteprojeto buscou construir plataformas <strong>de</strong> mais alto nível, <strong>de</strong> forma a fazer com que os alunos, nãotrabalhem especificamente com as placas. Através das plataformas, os alunos irão interagir com arobótica, sem que tenham que trabalhar diretamente com componentes eletro-eletrônicos.Os resultados <strong>de</strong>ste projetoforam a criação <strong>de</strong> plataformas para testes <strong>de</strong>stas placas comoferramenta <strong>de</strong> apoio ao aprendizado e a avaliação das vantagens potenciais que o uso <strong>de</strong> robóticapo<strong>de</strong> trazer.Metas semestrais- As metas previstas para serem atingidas no primeiro semestre foram:a) Estudo <strong>de</strong> outras plataformas.b) Definição dos projetos <strong>de</strong> plataformas.c) Construção das plataformas.- As metas previstas para serem atingidas no segundo semestre foram:d) Definição da condução das dinâmicas;e) Condução das dinâmicas;f) Consolidação das sugestões <strong>de</strong> uso da plataforma.A seguir o cronograma após a conclusão do projeto. Em vermelho estão as metas realizadas no prazoinicialmente previsto. Em amarelo estão as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas em prazo diferente do previstono cronograma.Ativida<strong>de</strong>a2010 2011Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun JulX Xb X X X Xc X X X X X X Xd X X X X X Xe X X X X X Xf X XTabela 1 – Cronograma finalFoi necessário modificar o cronograma inicial, pois surgiu a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar ositens iniciais, juntos com dinâmicas realizadas na disciplina <strong>de</strong> Tópicos Avançados em Arquitetura<strong>de</strong> Computadores, lecionada no segundo semestre <strong>de</strong> 2010 pelo orientador <strong>de</strong>ste trabalho, que tevecomo tema principal robótica. Buscando explorar esta oportunida<strong>de</strong>, estas dinâmicas estudaramdificulda<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios enfrentados em ativida<strong>de</strong>s envolvendo robótica. Também foi necessárioatrasar as dinâmicas com as plataformas em alguns meses <strong>de</strong>vido à construção das plataformas tersido mais complexa do que o previsto.Durante o primeiro semestre, foram estudadas diversas plataformas. Este estudo foi realizadoem conjunto com o andamento da disciplina, o que ajudou a <strong>de</strong>finir algumas plataformas que foramconstruídas. Foram realizados testes com circuitos eletrônicos, que foram utilizados para controlarmotores e sensores. Estes circuitos eletrônicos foram criados e utilizados nas plataformas. Tambémfoi realizado um estudo a respeito da metodologia <strong>de</strong> ensino que embasa este projeto. Foii<strong>de</strong>ntificada uma parte do construtivismo,bastante alinhada aos objetivos do projeto, chamadaAprendizagem Baseada em Problemas (Problem Based Learning, PBL, ABP)(Santana, Forte, Souza,& Prado, 2008) e que será discutida em maior profundida<strong>de</strong> na próxima seção.
O segundo semestre foi totalmente <strong>de</strong>dicado à construção das plataformas e dinâmicas com asmesmas. Foram construídas três novas plataformas: um carro seguidor <strong>de</strong> faixa, um carro coletor eum braço mecânico estes serão explicados nas próximas seções.2 Metodologia <strong>de</strong> EnsinoA metodologia que embasa o projeto é a Aprendizagem Baseada em Problemas (ProblemBased Learning, PBL) que é uma <strong>de</strong>rivação do construtivismo. É uma metodologia que inicialmentefoi utilizada em cursos <strong>de</strong> medicina no início da década <strong>de</strong> 1970 na <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Medicina daUniversida<strong>de</strong> McMaster, no Canadá (Rhem, 1998).Esta metodologia propõe que o responsável pela criação do aprendizado são os própriosalunos. Na PBL, o professor age como um facilitador e também selecionao problema aser resolvido.Este problema precisa proporcionar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipular diversos conceitos e trabalhardiretamente a motivação dos alunos.No PBL, o professor expõe o problema e o aluno torna-se responsável pelo seu próprioaprendizado, em um processo <strong>de</strong> aprendizado enquanto busca a solução do problema proposto. Oaluno <strong>de</strong>ve analisar as diversas vias <strong>de</strong> acesso até a solução. Os alunos são incitados a encontrarsoluções por si e responsáveis pelas fontes <strong>de</strong> informação para o seu aprendizado. Qualquer fontepo<strong>de</strong> ser utilizada. Nesta metodologia, o professor não precisa dominar o assunto, pois age apenascomo facilitador, criando questionamentos aos alunos, <strong>de</strong> uma forma on<strong>de</strong> eles mesmos criam o seuconhecimento. O processo gera um aprendizado tanto para o aluno como para o professor(Savery &Duffy, 1998).Para trabalhar com o PBL, em principio é necessário trabalhar com grupos <strong>de</strong> alunos. Umacaracterística do PBL é aperfeiçoar as habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalhar em grupo. Os alunos tambémprecisam possuir um conhecimento básico do assunto abordado(Savery & Duffy, 1998). Esseconhecimento po<strong>de</strong> ser adquirido da forma convencional <strong>de</strong> aprendizado, o instrucionismo. Oinstrucionismo é fundamentado na transmissão <strong>de</strong> conhecimento, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da forma que estatransmissão é realizada. O exemplo mais comum <strong>de</strong> instrucionismo é o professor transmitindooralmente e por intermédio <strong>de</strong> livros o conhecimento para o aluno. O PBL integra assim duasmetodologias <strong>de</strong> ensino, gerando uma ferramenta com forte potencial para o ensino eminformática(Santanchè & Teixeira, 1999).Um problema utilizado que po<strong>de</strong> ser proposto pelo PBL para informática é oroboco<strong>de</strong>(Roboco<strong>de</strong>, 2005). O roboco<strong>de</strong> é um software livre criado pela IBM, para ensinar aos seusfuncionários a linguagem <strong>de</strong> programação Java. No roboco<strong>de</strong> robôs lutam em um campo <strong>de</strong> batalha.É um problema interessante para ser utilizado pelo PBL, pois traz o aprendizado em Java <strong>de</strong> umaforma lúdica, a partir <strong>de</strong> um jogo <strong>de</strong> computador (O'Kelly & Gibson, 2006).3 Estudos <strong>de</strong> outras plataformas e Definição dos projetos <strong>de</strong> plataformasAs plataformas analisadas explorarammateriais <strong>de</strong> diversos tipos. Algumas das plataformasestudadas forammontadas com uma linha <strong>de</strong> brinquedos tecnológicos, chamado LegoMindstorms(LEGO, 1998). Esta <strong>de</strong>cisão foi tomada <strong>de</strong>vido à facilida<strong>de</strong> que se tem para montarplataformas utilizando esta linha. É uma forma <strong>de</strong> se ver o potencial <strong>de</strong> aprendizado e motivação,que<strong>de</strong>terminada plataforma possui, para <strong>de</strong>pois ser montada uma segunda versão usando sucata.Para iniciar o estudo foram criadas no laboratório, pelo bolsista, três plataformas utilizandoLego Mindstorms, e mais uma utilizando outros tipos <strong>de</strong> materiais, com o objetivo <strong>de</strong> testar ofuncionamento e observar seu potencial,quanto ao nível <strong>de</strong> aprendizado que elas po<strong>de</strong>riam prover aosalunos. Além das plataformas criadas no laboratório, foram <strong>de</strong>senvolvidas plataformas no <strong>de</strong>correrda disciplina <strong>de</strong> robótica, anteriormente discutida. Durante a disciplina, foram propostos três <strong>de</strong>safiospara os alunos.
Durante o estudos <strong>de</strong> plataformas foram montadas plataformas pelo bolsista, e outras porgrupos <strong>de</strong> alunos nas dinâmicas realizadas durante a disciplina. O Estudo realizado em plataformascriadas pelo bolsista será apresentado na subseção 3.1. Na subseção 3.2 será apresentado o estudorealizado durante a disciplina. A subseção 3.3 conclui a disciplina.3.1 Estudos <strong>de</strong> plataformas no Laboratório criadas pelo bolsistaForam criadas três plataformas pelo bolsista no LIAG. Das três, duas foram carros coletores euma foi um braço mecânico. A idéia <strong>de</strong> carros coletores surgiu porque em pesquisas anteriores doLIAGforam construídas plataformas similares. Mas não era o foco dos projetos anteriorestrabalharem diretamente com a plataforma, o que acabou gerando plataformas pouco robustas.Definimos carro coletor como um carro com uma garra, rampa, pá ou qualquer outro tipo <strong>de</strong>ferramenta que possa capturar algum tipo <strong>de</strong> objeto. A possibilida<strong>de</strong> para apren<strong>de</strong>r com a construçãoe o uso <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> plataforma égran<strong>de</strong>. Como exemplo,um programa para procurar um objeto, ouandar com o carro capturando objetos em um <strong>de</strong>terminado local, fazendo que ele otimize oscaminhos buscando um menor tempo. A construção <strong>de</strong>ssas plataformas também foi acompanhadapor um bolsista Pic-JR.Como ele era<strong>de</strong> ensino médio e não tinhanenhuma experiência comprogramação, foi uma forma <strong>de</strong> avaliar a a<strong>de</strong>quabilida<strong>de</strong> das plataformas para jovens <strong>de</strong>ste nível <strong>de</strong>formação.O primeiro carro coletor montado (Figura 1) era relativamente gran<strong>de</strong> e possuía uma garrapara coletar os objetos encontrados.Devido ao seu tamanho,possuía algumas limitações em sualocomoção e acabou sendo pouco robusto: qualquer choque contra qualquer objeto <strong>de</strong>struía aplataforma. A garra também não funcionava a<strong>de</strong>quadamente, pois quando tentava pegar um objeto,acabava se <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>ndo do chassi do carro. Apesar dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>feitos, este carro <strong>de</strong>monstroupotencial para o auxilio no aprendizado, pois o próprio Pic-Jr conseguiu construir conhecimento como pouco tempo em que programou essa plataforma. Também po<strong>de</strong> ser percebido um aumento namotivaçãodo Pic-Jr,com a condução do <strong>de</strong>safio.Figura 1: Primeiro Carro Coletor Criado Figura 2: Segundo Carro ColetorA partir da percepção que esta plataforma nos trouxe, foi criada outra plataforma similar(Figura 2), porém com a tentativa <strong>de</strong> corrigir os erros da anterior. Construiu-se um carro coletor maisrobusto, que não <strong>de</strong>smontava quando batia em um <strong>de</strong>terminado obstáculo. A garra do novo carrotambém ficou melhor e mais segura, sem problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>r do chassi do carro.Todo programacriado para o primeiro carro coletor foi testado no segundo e possuiu um <strong>de</strong>sempenho maior, emrelação a sua locomoção e tempo <strong>de</strong> resposta dos sensores. Por seu tamanho sermais reduzido,<strong>de</strong>senvolver uma forma eficaz <strong>de</strong> locomoção foi mais simples.A outra plataforma <strong>de</strong>senvolvida no laboratório foi um braço mecânico, porém ele não foiconcluído <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> peças do kit Lego existente no laboratório.Foi criado, então, um braçomecânico utilizando outros materiais. Embora ele não tenha sido baseado em sucata, escopo <strong>de</strong>steprojeto, ele foi criado para avaliar o potencial <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> plataforma, para uma futura construção.
Este braço mecânico (Figura 3) utiliza como controlador lógico a placa chamadaArduino(Cuartielles, 2005), e os materiaisusados para sua construção foram: ma<strong>de</strong>ira do tipo“compensado aeronáutico”, servos, rolimãs e eixos <strong>de</strong> bicicletas. Esta plataforma se constitui <strong>de</strong>umbraço mecânico com uma garra para pegar objetos (com peso não muito elevado), e uma esteiraconectada na estrutura do braço. A idéia foi basicamente simular uma pequena célula <strong>de</strong> uma linha<strong>de</strong> produção, com a intenção <strong>de</strong> criar algo que seja próximo à realida<strong>de</strong>.3.2 Estudos <strong>de</strong> plataformas durante a disciplinaFigura 3: Braço MecânicoA disciplina <strong>de</strong> Tópicos Avançados em Arquitetura <strong>de</strong> Computadores foi baseada nametodologia <strong>de</strong> ensino PBL. O professor da disciplina <strong>de</strong>finiu três <strong>de</strong>safios e criou três grupos <strong>de</strong>alunos. O primeiro <strong>de</strong>safio realizado resultou na criação <strong>de</strong> três plataformas utilizando a plataformaLegoMindstorms. O segundo <strong>de</strong>safio resultou na criação <strong>de</strong> outras três plataformas, porém utilizandosucata. O último <strong>de</strong>safio resultou em mais três plataformas, também utilizando sucata. A importância<strong>de</strong>stes <strong>de</strong>safios foi validar a idéia inicial do projeto, <strong>de</strong> que a criação <strong>de</strong> uma plataforma <strong>de</strong> robóticabaseada em componentes eletrônicos básicos, em um primeiro momento po<strong>de</strong> vir a ser<strong>de</strong>sestimulante para o aprendiz, mas que após uma introdução à robótica mais simples (na disciplinausando Lego), os alunos se motivam a <strong>de</strong>senvolver maiores <strong>de</strong>safios. O bolsista durante a disciplinaauxiliou os alunos em partes técnicas e também atuou como observador e facilitador, auxiliando oprofessor nos questionamentos criados aos alunos e <strong>de</strong>safios propostos. Questionamentos fazemparte da metodologia PBL para tentar conduzir os alunos para a solução correta, porém semapresentar-lhes diretamente a resposta. Cada um dos <strong>de</strong>safios é apresentado em maiores <strong>de</strong>talhes nassubseções que se seguem.3.2.1 Desafio umDurante o primeiro <strong>de</strong>safio, foi propostoaos grupos que criassem uma batalha semelhante aosoftware roboco<strong>de</strong> (Roboco<strong>de</strong>, 2005). Cada grupo teria que <strong>de</strong>senvolver um carro que conseguisse semovimentar para qualquer direção, mantendo-se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong>terminado por uma faixapreta no chão. Quando <strong>de</strong>tectasse algum outro robô em sua frente,o carro <strong>de</strong>veria acen<strong>de</strong>r umLED,simulando um tiro disparado no oponente.Para <strong>de</strong>terminar a vitoria <strong>de</strong> um robô alguns eventos foram selecionados. Cada evento possuiuuma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong> pontos. Ao final da batalha seriam somados todos os pontos, a partirda quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vezes que cada evento aconteceu. O robô que fizesse mais pontos seria o vencedorda batalha. A tabela 2 <strong>de</strong>monstra a pontuação respectiva <strong>de</strong> cada evento.EventoPontosTiro disparado <strong>de</strong>tectando robô 3Tiro disparado sem <strong>de</strong>tectar robô -1Robô saiu da área <strong>de</strong>terminada pela faixa preta -1Tabela 2 – Tabela <strong>de</strong> pontuação
Foram disputadas três batalhas, com uma semana entre uma batalha e outra, para que osgrupos pu<strong>de</strong>ssem aperfeiçoar os robôs. O time que conseguisse mais pontosna soma das batalhasganharia a disputa.Um problema que foi imposto aos grupos <strong>de</strong> alunos é que o controlador lógico programável(CLP) possui apenas três saídas,asquais, no caso <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>safio, precisariam estar ligadas adoismotores e a um LED. Com isto,os carros <strong>de</strong>veriam andar para todos os lados com apenas doismotores. Deste primeiro <strong>de</strong>safio surgiram robôs funcionais e com formas bem diversas.O primeiro foi um robô com uma forma não convencional (Figura 4a), com o controle <strong>de</strong>direção na frente e um motor atrás, similar a uma moto.Como o grupo <strong>de</strong>ste robô investiu muitotempo na construção da parte mecânica, a lógica utilizada na programação erapouco estruturada,gerando um conjunto não competitivo.O segundo foi um robô (Figura 4b) mais parecido com um carro, com dois motores traseiros euma roda <strong>de</strong> apoio,que girava para todos os lados na parte da frente. Esta roda <strong>de</strong> apoio ofereceudificulda<strong>de</strong>s, porque ela não conseguia realmente girar <strong>de</strong> forma livre. Este problema acaboudificultando a locomoção da plataforma.Este grupo também investiu a maior parte do tempo com amecânica, que ficou relativamente mais funcional que a do primeiro robô. Como foco na partemecânica, o resultado também não foi competitivo, porque o software não funcionava <strong>de</strong> formaa<strong>de</strong>quada.O terceiro foi o menor robô (figura 4c) criado, o que facilitou na sua locomoção. Era parecidocom o segundo, porém a roda frontal foi inspirada em um livro explicativo da Lego, o que <strong>de</strong>ixou alocomoção do carro funcional, pois a roda girava para qualquer posição. Isto po<strong>de</strong> indicaranecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um maior apoio para iniciantes na área <strong>de</strong> robótica gerar plataformas funcionais. Odiferencial <strong>de</strong>ste grupo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo do <strong>de</strong>safio,foi manter um integrante focado na programaçãodo robô. O grupo investiu muito mais tempo que os outros dois na construção <strong>de</strong> uma lógica quefosse mais a<strong>de</strong>quada. Com isto, esse foi o grupo vencedor, com uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pontosrelativamente maior que a dos outros grupos.Figura 4:a:Primeiro Robô do <strong>de</strong>safio um; b: Segundo Robô do <strong>de</strong>safio um;c: Terceiro Robô do <strong>de</strong>safio um3.2.2 Desafio doisa b cO segundo <strong>de</strong>safio foi divido em três, sendo um para cada grupo.Para o primeiro grupo foi pedido que fizesse um carro para substituir a parte mecânica <strong>de</strong> umprojeto chamado “mundo do robô” (Bortholotto & Borges, 2009). Este projeto é constituído <strong>de</strong> umjogo, formado por um robô virtual em um micro-mundo quadriculado. O robô anda somente entre aslinhas <strong>de</strong>ste mundo, sendo que possui algumas linhas que são “pare<strong>de</strong>s”, ou seja, o robô não po<strong>de</strong>atravessá-las. A idéia principal é programar este robô dando as direções que ele <strong>de</strong>ve virar e andaraté um <strong>de</strong>terminado objeto e pegá-lo.O projeto baseado neste “mundodo robô” era um carro quesimula o robô, até ele pegar o objeto no jogo, andando exatamente por todas as linhas. O<strong>de</strong>senvolvedor <strong>de</strong>ste projeto já havia concluído a comunicação do software do jogo com um carro,
porém a parte mecânica <strong>de</strong>ste carro ficou pouco a<strong>de</strong>quada para andar exatamente pelas linhas doquadriculado.O <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>ste grupo era melhorar este carro.Para o segundo grupo foi <strong>de</strong>signado o projeto “jogo da fábrica” (Bortholotto & Borges,2009).Este também é um jogo, que simula uma linha <strong>de</strong> produção e po<strong>de</strong> ser jogado comaté com oitojogadores.Cada jogador controla uma máquina <strong>de</strong>sta linha <strong>de</strong> produção. Cada um controla aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças que são produzidas e transportadas para a próxima máquina. A idéia principal<strong>de</strong>ste jogo é a<strong>de</strong>quar os parâmetros <strong>de</strong> produção, otimizando a linha. O projeto anterior já haviacriado uma máquina <strong>de</strong>sta fábrica e sua comunicação com o jogo. O <strong>de</strong>safio do grupo era criar outramáquina e realizar sua comunicação, para que as duas células funcionassem simultaneamente.Para o terceiro grupo o <strong>de</strong>safio foi a criação <strong>de</strong> um carro coletor <strong>de</strong> bolas <strong>de</strong> papel,utilizandosucata.O grupo po<strong>de</strong>ria utilizar qualquer método para capturá-las, criando um software simples,porém que capturasse o máximo <strong>de</strong> bolas <strong>de</strong> papel em uma sala.O primeiro grupo teve um <strong>de</strong>sempenho satisfatório na construção da plataforma. Isto po<strong>de</strong> ser<strong>de</strong>vido ao fato que já existia um esquemático,pois já havia um carro pronto com esta função. O queeles tiveram que fazer foimelhorar o projeto existente, mas com um adicional que não foiconcluídoque era criar uma comunicação a mais, que faria o controle dos sensores no carro. Acomunicação controlaria o carro sobre uma faixa. A parte mecânica do carro (figura 5a)ficou melhor,o que facilitou sua locomoção sobre as faixas, <strong>de</strong>ixando próximo <strong>de</strong> andar perfeitamente sobre elas.O segundo grupo era também baseado em um robô previamente construído em outro projeto.A diferença é que eles tinham que expandir.A parte da comunicação do robô com o software ficoucompleta e funcional. Eles não conseguiram terminar a parte mecânica, por não terem feito os testesnecessários para o funcionamento do esquemático que haviam criado.Quando criaram o que haviamprojetado, perceberam que não funcionou da maneira que era esperado. Assim, o grupo precisoucriar outra proposta <strong>de</strong> hardwarerapidamente, mas, <strong>de</strong>vido ao pouco tempo, não obteve o resultadoesperado: as peças ficaram fora <strong>de</strong> tamanho e também pouco robustas.O terceiro grupo teve como <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>senvolver um carro coletor (figura 5b). O grupo geroudiversas idéiasinteressantes. Criaramum esquemático e também <strong>de</strong>cidiram quais peças utilizar.Aidéia do esquema mecânico ficou a<strong>de</strong>quada.Mas haviafalhas em diversos aspectos, tais como osmotores utilizados: eles não testaram os motores anteriormente e o motor previamente selecionadonão tinha força suficiente para o peso do carro, tendo sido substituído por outro. Osoftware criado foiextremamente simples, pois utilizaram tempo <strong>de</strong>mais na criação da plataforma. Os problemas que ogrupo encontrou durante a criação da plataformaacabaram resultando em um robô que não funcionouconforme o esperado.abFigura 5: a: Primeiro Robô <strong>de</strong>safio dois;b: Terceiro Robô do Desafio dois.A criação das plataformas durante a disciplina foi uma excelente experiência, porque ilustrouas dificulda<strong>de</strong>s em manipulação <strong>de</strong> componentes eletrônicos. Também <strong>de</strong>monstrou o quanto osalunos se sentiram motivados na criação <strong>de</strong> programas para estas plataformas. Esses resultadosapóiam a tese inicial do projeto <strong>de</strong> que o uso <strong>de</strong> robótica po<strong>de</strong> ser motivador, mas po<strong>de</strong> ser muitocomplexo para quem está começando na área trabalhar diretamente com componentes eletrônicos.Os resultados também mostraram que uma abordagem que inicie o contato com uma plataforma mais
simples, como o LegoMindstorms, é uma estratégia importante, antes <strong>de</strong> se apresentar umaplataforma, on<strong>de</strong> os alunos precisem manipular mais diretamente a eletrônica. Como o Lego é umaferramenta cara, as plataformas que criadas por este projeto, po<strong>de</strong>m passar a ser usadas em umprimeiro contato <strong>de</strong> alunos com robótica.A <strong>de</strong>cisão da maioria dos grupos <strong>de</strong> começar pela parte mecânica foi pelo motivo <strong>de</strong>possuírem uma maior dificulda<strong>de</strong>, o que acabou <strong>de</strong>ixando a parte <strong>de</strong> software com uma atençãomenor do que <strong>de</strong>veria ter tido. É um resultado interessante <strong>de</strong>ste trabalho <strong>de</strong> observação, i<strong>de</strong>ntificarque o uso da robótica foi importante para os alunos apren<strong>de</strong>rem, <strong>de</strong> forma construtivista, que integrarplataformas diferentes (neste caso, software e hardware) exige uma estratégia diferente, que nãopo<strong>de</strong> se limitar ao “dividir e conquistar” típico do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> softwareclássico.3.2.3 Desafio trêsO terceiro <strong>de</strong>safio resultou em três projetos que foram criados pelos alunos ao longo dadisciplina. Dois projetos tiveram como foco <strong>de</strong>senvolver uma garra mecânica. O terceiro construiuuma plataforma <strong>de</strong> simulação <strong>de</strong> semáforo <strong>de</strong> trânsito.O primeiro grupo criou um mecanismo hidráulico funcional, baseado em sucata(Figura 6a). Aidéia <strong>de</strong>ste mecanismo é simples, basicamente são duas seringas presas pelas pontas (on<strong>de</strong> ficariamas agulhas) por uma mangueira flexível. Foi utilizada uma mangueira hospitalar para cateter najunção. A mangueira e uma das seringas foram cheias com água,enquanto a outra seringa ficouvaziae com o êmbolo pressionado.Quando o êmbolo da seringa com água era pressionado, o êmbolo daseringa vazia irá subir com a pressão que a água fará, criando a movimentação na garra. A garracriada possui diversos problemas na mecânica e na proporcionalida<strong>de</strong> dos objetos utilizados.Foramutilizados objetos como canos e pedaços <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira gran<strong>de</strong>s, amarradoscom fios, algo que po<strong>de</strong> serpouco robusto. Mas a forma com que foi utilizado o motor para empurrar o êmbolo <strong>de</strong> umaseringafoi criativa e eficaz, po<strong>de</strong>ndo ser usada para facilitar a criação <strong>de</strong> outras plataformas baseadasem hidráulica.O segundo grupo criou um mecanismo pneumático para garra, também baseado em sucata(Figura 6b). O mecanismo utilizado também é simples, basicamente possui duas partes da garra, cadauma presa em uma das pontas <strong>de</strong> uma seringa. Na ponta, on<strong>de</strong> se pren<strong>de</strong>ria uma agulha, a garraficará fixa, e no êmbolo ficará móvel. A ponta da seringa on<strong>de</strong> ficaria a agulha será tampada com oêmbolo pressionado sem nenhum ar no interior da seringa.Desta forma, quando o êmbolo forpuxado,geraráuma pressão no interior da seringa, e o êmbolo ten<strong>de</strong>rá a voltar para a posiçãooriginal.Baseando-se neste princípio, quando puxado o êmbolo, a garra abre. Este movimento érealizado por um fio <strong>de</strong> aço fixado no eixo <strong>de</strong> um motor. Quando o motor gira para um lado este fioenrola no eixo puxando assim o êmbolo, quando gira para o outro, libera o fio, fazendo com que oêmbolo volte a sua posição inicial; A proporção usada na parte mecânica da garra foi a<strong>de</strong>quada, etambém uma idéia <strong>de</strong> mecânica funcional.Um problema é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um fio <strong>de</strong> aço para puxaro êmbolo, pois po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o mecanismo como um todo <strong>de</strong>sproporcional. Outro problema é que omotor po<strong>de</strong> não possuir força suficiente para enrolar este fio, caso este mecanismo for expandidopara um braço mecânico.Noterceiro grupo, seu <strong>de</strong>safio era criar um semáforo. A meta era fazer com que, se algum“carro” passasse por quando o sinal vermelho estiver aceso, acen<strong>de</strong>ria uma luz, simulando umafiscalização por foto. A maior preocupação foi a parte da criação do software,o que foi concluídasatisfatoriamente. Aparte mecânica era bastante simples e funcional (Figura6c). O material utilizadofoi <strong>de</strong> baixo custo.A base <strong>de</strong>sta plataforma foi uma placa <strong>de</strong> isopor com um furo no centro. No furofoi inserido um sensor <strong>de</strong> toque, para que, quando algo passasse por cima <strong>de</strong>le, acionasse um sinalpara o CLP. A velocida<strong>de</strong> em que os LED’sutilizados no semáforo se acen<strong>de</strong>m foi <strong>de</strong>terminada naprogramação do CLP.Todo o sinal e o radar foram feitos em dobraduras <strong>de</strong> papel.Quando o semáforo
está aceso o vermelho e o sensor <strong>de</strong> toque é acionado, o “equipamento <strong>de</strong> fiscalização”acen<strong>de</strong> umaluz.abcFigura 6: a: Projeto 1; b: Projeto 2; c: Projeto 3Ao longo <strong>de</strong> toda a disciplina, obolsista apoiou os grupos envolvidos na construção dasplataformas.O bolsista também avaliou as plataformas construídas, que trouxeram novas idéias <strong>de</strong>plataformas, baseadas no uso <strong>de</strong> sucata com dispositivos pneumáticos e hidráulicos.3.3 Conclusão da DisciplinaA disciplina ilustrou o fato <strong>de</strong> que um conceito que a robótica trabalha bastante é que não sepo<strong>de</strong>m trabalhar o hardware e o softwareseparadamente. Ao não analisar hardware esoftwaresimultaneamente, muitos erros que apareceram somente em fases mais avançados dosprojetos dos alunos, po<strong>de</strong>riam ser resolvidos logo no inicio. Na informática, isto também po<strong>de</strong> seaplicar, pois projetos <strong>de</strong>senvolvidos através <strong>de</strong> diversos módulos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, quando sãointegrados, não necessariamente irão funcionar como se esperava.Com esta disciplina foi possível observar possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> plataformas a serem montadas,tais como um braço mecânico. Também foram <strong>de</strong>monstradas formas <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> plataformas,utilizando sucata em mecanismos pneumáticos e hidráulicos.Percebeu-se, também, que algumas boasidéiasnão foram usadas <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> motivação dos alunos, pelo gran<strong>de</strong> emprego <strong>de</strong> tempo etrabalho que estas plataformas geram quando são montadas, fortalecendo a idéia que plataformaspré-montadas são importantes em um primeiro contato para o aprendizado em robótica.4 Construção das plataformasUtilizando-se do auxilio da disciplina evárias discussões a respeito <strong>de</strong> quais plataformaspo<strong>de</strong>riam ser criadas,foi <strong>de</strong>finido qual <strong>de</strong>las o bolsista criaria, <strong>de</strong> forma mais robusta efuncional.Foram i<strong>de</strong>ntificadas algumascom possível maior potencial para se <strong>de</strong>senvolver diversostipos <strong>de</strong> programas e que também <strong>de</strong>spertariam o interesse <strong>de</strong> um público <strong>de</strong> várias ida<strong>de</strong>s. Comoprevisto no projeto, todas as plataformas foram criadas com baixo custo <strong>de</strong> construção. A matériaprima utilizada foi, primordialmente, sucata. Para serem replicadas e usadas no futuro, asplataformas possuem esquemáticos <strong>de</strong>talhando como foram montadas e tudo que foi utilizado paracriar.Para se começar a construir estas plataformas, uma parte importante realizada durante oprimeiro semestre do projeto foia reunião <strong>de</strong> material <strong>de</strong> sucata para a confecção. Foi necessárioprocurar pessoas que pu<strong>de</strong>ssem doar sucata eletrônica. Uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> materialfoi recebida e armazenada no LIAG.Esta sucata foi utilizada na construção <strong>de</strong> todas as plataformas eo restante está disponível para ser utilizado em projetos futuros. Todas as plataformas criadas foramtestadas utilizando como controlador lógico a placa programável Arduino.Estas plataformas serãoexplicas nos tópicos a seguir.4.1 MódulosPara construir as plataformas, primeiro precisa-se possuir total domínio dos motores esensores, que são a parte principal <strong>de</strong> uma plataforma. Para que as saídas e entradas das placas
controladoras funcionem corretamente, elas precisam <strong>de</strong> módulos utilizados para controlar osmotores e alguns tipos <strong>de</strong> sensores.Nos projetos anteriores do LIAG, várias placas acabaram ficando inutilizadas. Durante oprojeto foram realizados diversos estudos buscando i<strong>de</strong>ntificar a fonte <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> problema.Foipercebido que o motivo principal das placas ficarem inutilizadas eraporque elaseram ligadasdiretamente aos motores.Foi i<strong>de</strong>ntificada, então, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar-se <strong>de</strong> módulos para a conexão entre as placase os motores. Estesmódulos são utilizados para proteger a placa controladora, que é extremamentefrágil. A corrente elétrica que a placa po<strong>de</strong> fornecer é extremamente baixa. Os módulos oferecemproteção, caso haja alguma sobrecarga <strong>de</strong> corrente, fazendo com que se queime somente o módulo enão à placa controladora.Foram testados alguns esquemáticos<strong>de</strong>stes módulos para <strong>de</strong>cidir quaismelhor se adaptam à placa e são mais simples <strong>de</strong> se reproduzir.Os testes <strong>de</strong>stes módulos foram um <strong>de</strong>safio, pois são circuitos eletrônicos básicos, sendonecessário manipular componentes bastante frágeis. Também ocorreu uma pesquisa para encontrarum circuito(SolarRobotics, 2010) que funcione perfeitamente e que possa ser utilizado com a placacontroladora. Circuitos eletrônicos são extremamente difíceis <strong>de</strong> criar integralmente: houve umamistura <strong>de</strong> projetos já prontos para criar estes módulos. Foram encontrados diversos esquemáticosOpen-Hardware para serem utilizados durante a criação <strong>de</strong>stes módulos. Só foi possível realizar acriação <strong>de</strong>stes módulos com a utilização <strong>de</strong>stes circuitos e conhecimentos prévios do bolsista.Alguns <strong>de</strong>stes módulos para a manipulação <strong>de</strong> motores (figura 7) foram construídos ao longo<strong>de</strong>ste projeto e estão funcionando perfeitamente. Estes módulos funcionais foram utilizados nasplataformas criadas e o restante foi disponibilizado para o LIAG para serem utilizados em projetosfuturos.Figura 7: Módulos para controle <strong>de</strong> motores4.2 ElevadorFoi construída uma plataforma simulando um elevador entre três andares.Foramutilizadossensores para <strong>de</strong>terminar a posição do elevador. Ele po<strong>de</strong> sercontrolado por botõesou computador (se a placa controladora estiver conectada ao computador). Seu potencial paraaprendizagem <strong>de</strong>ve-se a sua ligação com uma ativida<strong>de</strong> do dia-a-dia e também por ter o potencial <strong>de</strong>ser programado <strong>de</strong> diversas formas, criando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> programas simples até programas complexos. Estaidéia surgiu durante conversas realizadas durante a disciplina.Para criação do elevador foram utilizados teclados, engrenagens velhas, ma<strong>de</strong>ira, cantoneiras<strong>de</strong> alumínio, fios esensores magnéticos (Reed Switch).O fosso do elevador (figura 8a) foi feito com suas laterais <strong>de</strong> chapas <strong>de</strong> acrílico retiradas dosteclados, presas utilizando cantoneiras e parafusos. Em um dos lados das chapas foram abertos trêsburacos em forma <strong>de</strong> retângulo,simulando os andares e viabilizando a observação do elevador subir e<strong>de</strong>scer. O corpo do elevador foi feito também <strong>de</strong> chapas dos teclados, porém serradas, presas com as
cantoneiras. Foi utilizada uma polia que ficou presa na parte superior do fosso. Para prendê-la, foramutilizados cantoneiras amassadas e um cano <strong>de</strong> alumínio. Foi preso um fio no elevador, quepassapela polia e chega a uma engrenagem conectada a um motor. Quando o motor gira para umlado, enrola o fio nesta engrenagem (figura 8b), fazendo com que o elevador suba; quando gira parao outro lado, <strong>de</strong>senrola, fazendo com que o elevador <strong>de</strong>sça. Para se <strong>de</strong>tectar em que andar o elevadorestá, foi colocado um sensor magnético na parte <strong>de</strong> cima <strong>de</strong> cada porta.O sensor é acionado quandopróximo <strong>de</strong> um imã, imã que foi colocado na parte <strong>de</strong> cima do elevador.abFigura 8: a: Fosso do elevador;b: Sistema <strong>de</strong> engrenagem para movimentar o elevador4.3 Carro ColetorEste tipo <strong>de</strong> plataforma é simples e foramcriadas várias vezes no LIAG. Po<strong>de</strong> ser maisexplorada, acrescentando mais funcionalida<strong>de</strong>s, tais como <strong>de</strong>tectar os objetos a serem coletados,sensores para não haver colisões, etc.Na criação do carro coletor foi utilizado carros <strong>de</strong> brinquedo velhos, chassi <strong>de</strong> carrosminiaturas utilizado em automo<strong>de</strong>lismo (sucata que po<strong>de</strong> ser encontrada em lojas que trabalham comeste tipo <strong>de</strong> material), módulo para motor similar ao apresentado na seção 2.2.1, ma<strong>de</strong>ira, canudos <strong>de</strong>refrigerante, chapas <strong>de</strong> acrílico (encontrado em impressoras quebradas), parafuso, porca, servomotor,motores (encontrados em impressoras quebradas), rolimãs e sensor digital infravermelho.O chassi do carro em miniatura foi baseado em uma chapa <strong>de</strong> ferro. Na chapa foram fixadosos controles para a locomoção. Na parte frontal existe umaestrutura (figura 9a)que permite que ocarro se locomova para esquerda e para direita, controlado por um servo-motor. As outras partes<strong>de</strong>ste chassi não foram possíveis <strong>de</strong> ser reaproveitadas, então foi necessário construir uma novaforma <strong>de</strong> locomoção. Utilizando-se <strong>de</strong> rolimãs embutidas em um pedaço <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (figura 9b), foipossível transpassar um eixo <strong>de</strong> ferro que ficaria preso em duas rodas (retiradas <strong>de</strong> carros <strong>de</strong>brinquedo). No eixo foi presa uma engrenagem, na qual foi conectado um motor. Assim, este motormovimentara o carro e o servo-motor garante a direção em que ele será conduzido.Para capturar os objetos foi criada uma “escova varredora”. Para a confecção <strong>de</strong>sta escova,foi utilizado um parafuso <strong>de</strong> rosca sem fim, canudos <strong>de</strong> refrigerantes e porcas para pren<strong>de</strong>r estescanudos. Com os canudos, construiu-se uma “escova”. Este parafuso foi fixado no eixo <strong>de</strong> um motor,para a escova girar. Sempre que passar sobre um objeto (leves e pequenos), a escova irá puxá-lo parauma rampa, que foi criada com uma chapa <strong>de</strong> acrílico (retirada <strong>de</strong> uma impressora quebrada). Estaescova e a rampa foram fixadas na frente do carro (figura 9c).Os motores da escova e traseiro para locomoção são acionados pelo módulo construído paracontrolar motores. O servo-motor po<strong>de</strong> ser conectado diretamente a placa.Na parte frontal do carro também foi fixado um sensor digital infravermelho (figura 9c), paraque possa se indicar se a direção em que o carro esta andando possui algum obstáculo que ele nãoconsiga ultrapassar.
a b cFigura 9: a: Esquema frontal do carro;b: Esquema traseiro do carro;c: Escova giratória frontal e sensorinfravermelhoNão foi possível criar sensores para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> objetos a serem capturados, pois não foipossível i<strong>de</strong>ntificar um sensor para <strong>de</strong>tectar um <strong>de</strong>terminado objeto. Um sensor interessante para estautilização seria o <strong>de</strong> ultra-som, porém existe pouca disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> venda, o custo é alto e écomplexo <strong>de</strong> ser reproduzido, tornando assim inviável a sua utilização ao longo <strong>de</strong>ste projeto.4.4 Carros pequenos e seguidores <strong>de</strong> faixaCarros seguidores <strong>de</strong> faixa são plataformas simples, porém com um gran<strong>de</strong> potencial parapessoas que estão apren<strong>de</strong>ndo as noções básicas <strong>de</strong> programação. Foi criadoum carro com duas rodasligadas a motores e uma roda <strong>de</strong> apoio. O carro resultante é muito robusto,conseguindoresistir adiversos tipos <strong>de</strong> colisões. Estaidéia surgiu <strong>de</strong> um robô criado pela K-Team(K-Team MobileRobotics, 2002), que <strong>de</strong>senvolve robôs móveis. É como um carro, porém muito pequeno chamado <strong>de</strong>khepera. O que torna esta plataforma diferente do carro coletor é o seu tamanho e uma maiorsimplicida<strong>de</strong>, quea torna mais fácil <strong>de</strong>manipular.Nesta plataforma foi utilizada sucata <strong>de</strong> chuveiro, base <strong>de</strong> monitor, parafusos, motores,sensores <strong>de</strong> luz (LDR), LED,módulo para motor similar ao apresentado na seção 2.2.1, carro <strong>de</strong>brinquedo velho, esfera <strong>de</strong> mouse (retirada <strong>de</strong> um mouse quebrado), soquete <strong>de</strong> lâmpada, rodinha <strong>de</strong>fogão e chapas <strong>de</strong> alumínio.Na base do monitor foram fixados, em lado opostos, dois motores, com rodas embutidas emseu eixo. Como apoio, na parte frontal, foi utilizado um soquete <strong>de</strong> lâmpada com uma esfera <strong>de</strong>mouse <strong>de</strong>ntro. Este soquete foi fixado na parte frontal <strong>de</strong> uma forma que a esfera possa <strong>de</strong>slizar,porém não movimentar em seu interior. Na parte traseira foi colocada a rodinha <strong>de</strong> fogão, para servir<strong>de</strong> apoio (figura 10). Os motores são acionados a partir do módulo para motor conectado a placa.Figura 10: Base do monitor, soquete <strong>de</strong> lâmpada com esfera <strong>de</strong> mouse em seu interior, rodinha <strong>de</strong> fogão, emotores para locomoção com rodas embutidas.O sensor utilizado para seguir uma faixa neste carro é a união entre o sensor <strong>de</strong> luz (LDR) eum LED (figura11a). O LED emite luz para baixo e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz que é refletida<strong>de</strong> volta para o LDR po<strong>de</strong>-se supor qual a cor em que luz está atingindo (figura11b). A cor pretareflete menos luz, e a branca mais. Normalmente, as linhas utilizadas para o carro seguir sãoformadas por linhas pretas em uma superfície branca. Foram fixados dois sensores na posiçãofrontal, junto ao soquete <strong>de</strong> luz e mais dois sensores em posições laterais, junto às rodas. Para
pren<strong>de</strong>r os sensores junto às rodas foi necessário criar um suporte, sobre a roda, que ficou preso juntoà base <strong>de</strong> monitor (figura12a). Este suporte foi feito com chapas <strong>de</strong> alumínio.abFigura 11: a: LED e LDR juntos; b: Comportamento do sensorUma das maiores preocupações ao longo da construção <strong>de</strong>ste carro foi a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eleser robusto. Para <strong>de</strong>ixá-lo mais robusto, foi necessário proteger a placa controladora. Para proteger aplaca controladora, foi usada uma carcaça <strong>de</strong> um chuveiro antigo. Foram retiradas todas as partes <strong>de</strong><strong>de</strong>ntro do chuveiro. Este chuveiro foi fixado sobre a base <strong>de</strong> monitor, <strong>de</strong> uma forma em que pu<strong>de</strong>sseabri-lo e pu<strong>de</strong>ssem ser colocados todos os componentes necessários para o controle do carro(figura12b).abFigura 12: a: Chuveiro sobre a base do monitor; b: Base do monitor comsuporte para sensoresEste carro ficou robusto e rápido, sendo que sua velocida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser controlada via software.4.5 Braço mecânicoFoi construído um braço mecânico robusto,usando hidráulica ebaseado em sucata. O objetivoera fazer com que o braço tenha força e uma gran<strong>de</strong> resistência a impactos. Além disso, serviria parailustrar conceitos <strong>de</strong> hidráulica.Esta plataforma não foi concluída <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> material e ferramentas. Toda a partemecânica do braço foi criada, porém a sua automatização não foi concluída.Na parte mecânica do braço foi utilizada cantoneira <strong>de</strong> alumínio em formato L, rebites,pegador <strong>de</strong> macarrão, canos <strong>de</strong> alumínio e ma<strong>de</strong>ira.Todas as partes do braço mecânico foram criadas utilizando cantoneira <strong>de</strong> alumínio e rebite.As cantoneiras foram utilizadas <strong>de</strong> duas formas: cortadas em pedaços pequenos e amassadas para queformassem uma chapa <strong>de</strong> alumínio e em pedaços em formato L maiores, do tamanho <strong>de</strong> cadamembro do braço. Para cada membro foi utilizado quatro pedaços em formato L. Estes pedaçosforam interconectados com as chapas <strong>de</strong> alumínio, presas utilizando rebites para que ficassem fixos(figura13).
Figura 13: Membros do braço utilizando cantoneiras e rebites.A espessura <strong>de</strong> um membro é <strong>de</strong>terminada pelo tamanho em que as chapas <strong>de</strong> alumínio sãocortadas. Os membros têm que possuir espessuras diferentes. Uma parte <strong>de</strong> um membro é colocadano interior da outra para que tenha movimentação. Esta parte é presa utilizando um cano <strong>de</strong> alumíniopassando pelos dois membros(figura 14). No total são três membros.Na ponta do ultimo membro éfixado o pegador <strong>de</strong> macarrão. É fixado <strong>de</strong> uma forma em que mantenha um lado fixo e o outromóvel. O lado móvel ira movimenta-se em direção ao fixo prensando o objeto entre os dois,formando assim a garra (figura 14).Figura 14: Esquemático do braço mecânicoO primeiro membro é presoem um pedaço <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que esta travada no eixo <strong>de</strong> um motor.Para que este eixo suporte o peso <strong>de</strong> todo o braço, neste pedaço <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira foi colocado rodaspequenas para servirem <strong>de</strong> apoio. Assim o braço po<strong>de</strong> girar, aumentando o seu campo para pegarobjetos (figura15).Figura 15: Base giratóriaO plano inicial para a automatização <strong>de</strong>ste braço era utilizar-se <strong>de</strong> hidráulica, baseando-se emseringas <strong>de</strong>scartáveis, similarmente ao feito pelos alunos nos <strong>de</strong>safios anteriormente <strong>de</strong>scritos. Duas
seringas seriam presas pelas pontas (on<strong>de</strong> ficariam as agulhas) por uma mangueira <strong>de</strong> aerografia. Amangueira e uma das seringas seriam preenchidas com água, enquanto a outra seringa ficou vazia ecom o êmbolo pressionado.Quando o êmbolo da seringa com água fossepressionado, o êmbolo daseringa vazia iriasubir com a pressão que a água fará. A forma (figura16) criada para empurrar oêmbolo automaticamente falhou, pois os motores não tinham força suficiente para empurrar todos osêmbolos, <strong>de</strong>vida a falta <strong>de</strong> precisão. Sem as ferramentas e materiais necessários, não foi possíveladquirir a precisão necessária para empurrar os êmbolos com o auxilio <strong>de</strong> motores. Manualmente,esta plataforma funcionou, porém este não era o escopo, e sim era automatizar estes movimentos.Figura 16: Forma criada para empurrar o êmbolo.O motor ficaria conectado na engrenagem.Uma possível abordagem para se automatizar o braço mecânico é baseada em parafusos <strong>de</strong>rosca sem fim, porcas e motores. A idéia central é que o parafuso seja preso em um motor. A porcaestaria rosqueada no parafuso e presa no membro que ira se movimentar. Desta forma quando oparafuso gira para um lado isto ira movimentar a porca para cima, levando junto o membro do braço,quando gira para o outro, abaixa a porca <strong>de</strong>scendo o membro. A porca precisaria estar presa nomembro <strong>de</strong> uma forma mais flexível para po<strong>de</strong>r se movimentar, pois quando o membro muda <strong>de</strong>posição a porca não po<strong>de</strong> alterar sua inclinação, por estar presa em um parafuso (figura17). Todos osmovimentos <strong>de</strong> membros seriam realizados <strong>de</strong>sta forma.Figura 17: Esquema para automatização do braço mecânicoEsta abordagem não foi testada durante este ano <strong>de</strong> pesquisas, po<strong>de</strong>ndo ser futuramenteanalisada, para testar sua eficácia.4.6 Dificulda<strong>de</strong>s encontradasDurante a construção das plataformas muitas dificulda<strong>de</strong>s foram encontradas. Todas asdificulda<strong>de</strong>s estão relacionadas ao material <strong>de</strong> baixo custo e sucata. É um material <strong>de</strong> difícilutilização, que po<strong>de</strong> ser utilizado para plataformas mais robustas ou quando se possui as ferramentasnecessárias para moldá-las na utilização necessária. O braço mecânico hidráulico não po<strong>de</strong> serconcluído <strong>de</strong>vido à imprecisão que qualquer sucata possui. Para concluí-lo com a abordageminicial,seriam necessárias ferramentas para moldar a sucata com maior precisão.
A parte eletrônica das plataformas também gerou gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s, pois é bastantecomplexa em plataformas mais elaboradas. Foi necessário utilizar um sensor ultra-sônico no carrocoletor, por exemplo, porém é um sensor <strong>de</strong> difícil confecção. Sensor ultra-sônico também é difícil<strong>de</strong> ser encontrado no mercado, o que acabou inviabilizando sua utilização.5 DinâmicasForam realizadas dinâmicas com um grupo <strong>de</strong> seis pessoas. Todos os participantes eramalunos do curso superior em tecnologia e análise e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas da <strong>Unicamp</strong>, docampus <strong>de</strong> Limeira.As pessoas foram separadas em três grupos na qual manipularam plataformas diferentes.Cada plataforma tinha um <strong>de</strong>safio pré-<strong>de</strong>finido.Foi passado para cada grupo instruções dofuncionamento das placas e comandos básicos <strong>de</strong> programação. Foram entregues também papel pararascunhos e caneta.Ao término da dinâmica foi passado para os alunos um questionário (Anexo 1) na qual<strong>de</strong>veriam respon<strong>de</strong>r.5.1 Grupo com o ElevadorO objetivo principal <strong>de</strong>ste grupo era criar um programa na qual, quando se apertava qualquerbotão em qualquer andar o elevador iria para o andar on<strong>de</strong> este botão esta localizado. Eles po<strong>de</strong>riamchegar ao objetivo com qualquer algoritmo possível.Este grupo conseguiu atingir o seu objetivo e <strong>de</strong>monstrou muito entusiasmo ao resolver o seuproblema. Demorou em torno <strong>de</strong> uma hora para resolução <strong>de</strong>ste problema. Utilizando-se <strong>de</strong>comandos simples <strong>de</strong> programação o aluno po<strong>de</strong> solucionar este <strong>de</strong>safio.5.2 Grupo com o Carro ColetorO objetivo <strong>de</strong>ste grupo(figura18)era criar um programa na qual fazia o carro coletor andarcapturando objetivos formando um oito no chão, e quando colocado qualquer obstáculo na frente docarro, ele parasse sem colidir. Po<strong>de</strong>riam utilizar qualquer algoritmo possível para resolução <strong>de</strong>steproblema.O grupo atingiu o objetivo. O tempo para conclusão do objetivo foi <strong>de</strong> uma hora e trintaminutos. Os alunos <strong>de</strong>monstraram bastante motivação ao enfrentar as dificulda<strong>de</strong>s que encontraram.Figura 18: Grupo trabalhando no carro coletor5.3 Grupo com o Carro seguidor <strong>de</strong> faixaO objetivo com esta plataforma era criar um programa na qual fizesse o carro seguir umatrilha preta no chão(figura19). Foram dois grupos que realizaram esta dinâmica. Uma restrição eraque teriam que variar a velocida<strong>de</strong> do carro via código conforme <strong>de</strong>sejado.
Figura19: Grupo testando carro seguidor <strong>de</strong> faixa, O carro esta sem a parte superior.Um dos gruposconcluiu a dinâmica com aproximadamente trinta minutos e o outro com umahora <strong>de</strong> duração. Os dois grupos se mantiveram motivados na criação do código. Um dos grupospossuiu uma maior dificulda<strong>de</strong> para resolução do problema, mas conseguiu solucionarsatisfatoriamente. Para resolução utilizaram estruturas <strong>de</strong> controle, funções e objetos.5.4 Conclusão das dinâmicasOs alunos que freqüentaram as dinâmicas mostraram que estas plataformas po<strong>de</strong>m possuir umalto <strong>de</strong>sempenho como ferramenta para o auxílio no ensino <strong>de</strong> programação. Po<strong>de</strong>m ser, assim, maisuma ferramenta para auxiliar o professor a transmitir o conhecimento <strong>de</strong> programação.Os alunos necessitaram <strong>de</strong> uma introdução aos conceitos <strong>de</strong> robótica e programação paraconclusão dos <strong>de</strong>safios.Uma observação realizada por um aluno <strong>de</strong>monstra que talvez o ambiente <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento ainda esteja muito complexo para ser utilizado com pessoas sem experiência comoutras linguagens. Esta dificulda<strong>de</strong> é <strong>de</strong>vida a Arduino ser integralmente programada com alinguagem <strong>de</strong> programação C e C++, o que po<strong>de</strong> dificultar o aprendizado para pessoas que estãoiniciando o aprendizado <strong>de</strong> programação. Esta plataforma po<strong>de</strong>rá ser útil somente para alunos <strong>de</strong>graduação, pois exige conhecimentos em programação. Um possível projeto para o futuroseria acriação <strong>de</strong> um ambiente alternativo, mais simples, viabilizando a expansão da utilização <strong>de</strong>ste projetopara alunos <strong>de</strong> ensino médio.6 Ativida<strong>de</strong>s FuturasEm uma continuação <strong>de</strong>ste projeto po<strong>de</strong> ser criado o processo <strong>de</strong> automatização do braçomecânico <strong>de</strong>scrito na seção 4.5.O ambiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da placa controladora Arduino ainda é muito complexo paraalunos que não possuem conhecimento em programação. Em uma extensão <strong>de</strong>ste trabalho po<strong>de</strong>-se<strong>de</strong>senvolver outro ambiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento visual e em blocos, utilizando algo similar ao usadoem Lego(Cuartielles, 2005) ou Scratch(Scratch, 2011).7 Outras InformaçõesEste projeto apoiouo bolsista a manipular áreas que antes não havia manipulado, mantendo-oassim sempre motivado, principalmente pelas discussões que surgiram durante esteano <strong>de</strong> pesquisa,que inclusive po<strong>de</strong>riam levar a outros projetos interessantes.7.1 Desempenhos Acadêmicos do bolsistaO aluno teve um <strong>de</strong>sempenho acadêmico satisfatório, não tendo nenhuma reprovação, emantendo seu coeficiente <strong>de</strong> rendimento acima da média da sua turma. Também manteve o primeirolugar <strong>de</strong> uma turma <strong>de</strong> quarenta e sete alunos.
7.2 Ativida<strong>de</strong>s Extras do BolsistaNeste ano o bolsista participou <strong>de</strong>cinco eventoson<strong>de</strong> conseguiu <strong>de</strong>monstrar um pouco <strong>de</strong> seutrabalho e interagir com possíveis usuários dos resultados do seu projeto e teve um resumo <strong>de</strong> artigoaceito para um congresso.O primeiro evento foi uma escola <strong>de</strong> Amparo-SP que foi convidada para conhecer a<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Tecnologia</strong> da <strong>Unicamp</strong>, em Limeira-SP. Foi possível mostrar um pouco o trabalho quejá havia sido realizado, e também conversar com os alunos a respeito do que seria <strong>de</strong>senvolvido.O segundo evento foi o “<strong>Unicamp</strong> Portas Abertas” (UPA), on<strong>de</strong> foi falado a respeito do curso<strong>de</strong> <strong>Tecnologia</strong> em Análise e Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistemas, e também dos projetos que estásendo<strong>de</strong>senvolvido.O terceiro foi o “<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Tecnologia</strong> Porta Abertas” (FT-PA), on<strong>de</strong> tambémforammostrados os projetos e criadas algumas discussões com diversas pessoas tanto a respeito <strong>de</strong>steprojeto <strong>de</strong> IC, quanto do curso <strong>Tecnologia</strong> em Análise e Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistemas.O quarto foi a preparação e condução <strong>de</strong> uma oficina em um evento chamado “CampusParty”(Campus Party 2011, 2011)que ocorreu em São Paulo – SP,em janeiro <strong>de</strong> 2011. Neste evento,houve conversas com diversos professores e alunos <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todo o Brasil. Estas discussõesforam relevantes ao projeto e também para o conhecimento do bolsista.O quinto foi a preparação e apresentação <strong>de</strong> seu trabalho <strong>de</strong> robótica na Semana <strong>de</strong><strong>Tecnologia</strong> em Foco realizado na <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Tecnologia</strong> – FT da <strong>Unicamp</strong>. Foi possívelapresentar para alunos ingressantes o projeto que estava sendo concluído.Um resumo foi aceito para o Workshop <strong>de</strong> Ensino em Informática (WEI) do Congresso daSocieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Computação (CSBC). O resumo <strong>de</strong> artigo escrito <strong>de</strong>screvia como a robóticapo<strong>de</strong> auxiliar no ensino em informática.8 ConclusãoPelas dinâmicas po<strong>de</strong>-se notar que o uso <strong>de</strong> uma plataforma mais simples em um primeiromomento (como foi o Lego Mindstormsna disciplina), conjugada com uma dinâmica quepotencialize a motivação dos alunos, po<strong>de</strong> ser importante para o sucesso da aplicação <strong>de</strong> robótica noensino. Também foi observado que os alunos têm maior dificulda<strong>de</strong> em lidar com a construção <strong>de</strong>plataformas robóticas baseada em sucata. Isto é um indicador que a estratégia <strong>de</strong> possuir plataformaspré-construídas, como as propostas neste projeto po<strong>de</strong>m vir a ser positiva, em especial em ambienteson<strong>de</strong> o custo <strong>de</strong> uma plataforma como o Lego seja inviável. A hipótese do projeto, <strong>de</strong> que entregandouma plataforma pronta, o aprendiz se sentiria mais motivado para manipulá-la, adquirindoconhecimento com ela, teve uma maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>ira com o que foi observado.Após esse primeiro passo com uma plataforma pré-construída, os aprendizes têm mais conhecimentopara um <strong>de</strong>safio maior, maior autoconfiança e estão mais motivados.Dinâmicas realizadas com as plataformas também mostraram que estas plataformas po<strong>de</strong>mtrazer um alto nível <strong>de</strong> motivação para alunos. Alunos motivados aumentam a absorção <strong>de</strong>conhecimento e também a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> adquiri-lo. As plataformas pré-montadas po<strong>de</strong>m serviáveis aoauxilio no aprendizado, tornando-se uma ferramenta <strong>de</strong> auxílio a professores a ensinarem diversosconceitos, não somente robótica ou programação.Tudo que foi proposto foi concluído. Houve algumas alterações no cronograma <strong>de</strong>vido adificulda<strong>de</strong>s encontradas no processo <strong>de</strong> construção das plataformas. Houve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>realizar dinâmicas no inicio do projeto, o que também a<strong>de</strong>quou um pouco o cronograma para melhora se adaptar a estas oportunida<strong>de</strong>s.
Durante este ano <strong>de</strong> pesquisa o bolsista, apren<strong>de</strong>u como a pesquisa cientifica po<strong>de</strong> sermotivadora, optando por entrar no mestrado ao término <strong>de</strong> sua graduação. Também po<strong>de</strong> melhorarsua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar em grupo, <strong>de</strong>vido aos eventos em que participou e auxiliou a organizar.Adquiriu mais experiência em escritas <strong>de</strong> relatórios e artigos, o que po<strong>de</strong> ser relevante para suacarreira acadêmica.9 BibliografiaBortholotto, J. C., & Borges, M. A. (2009). Integração <strong>de</strong> dispositivos robóticos a sistemas <strong>de</strong> apoioao aprendizado utilizando a plataforma Arduino. Relatório final <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> iniciação científica(PIBIC): FT - Universida<strong>de</strong> Estatual <strong>de</strong> Campinas.Campus Party 2011. (Janeiro <strong>de</strong> 2011). Acesso em 04 <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> 2011, disponível emhttp://www.campus-party.com.br/2011/in<strong>de</strong>x.htmlChella, M. T. (2002). Ambiente <strong>de</strong> Robótica Educacional com Logo. XXII Congresso da Socieda<strong>de</strong>Brasileira <strong>de</strong> Computação SBC2002. Florianópolis - SC.Cuartielles, D. (21 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2005). Arduino. Acesso em 01 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2011, disponível emArduino: http://arduino.cc/en/K-Team Mobile Robotics. (2002). Acesso em 26 <strong>de</strong> 01 <strong>de</strong> 2011, disponível em K-Team Corporation| Mobile Robotics: http://www.k-team.com/LEGO. (1998). Lego Mindstorms. Acesso em 20 <strong>de</strong> 03 <strong>de</strong> 2011, disponível em LEGO:http://mindstorms.lego.com/en-us/Default.aspxNascimento, R. A., & Borges, M. A. (2009). Estudo comparativo <strong>de</strong> conjuntos para aprendizado <strong>de</strong>robótica no uso para o processo <strong>de</strong> aprendizagem colaborativa e construtivista. Relatório final <strong>de</strong>projeto <strong>de</strong> iniciação científica (PIBIC): <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Tecnologia</strong> - FT.O'Kelly, J., & Gibson, J. P. (2006). RoboCo<strong>de</strong> & problem-based learning: a non-prescriptiveapproach to teaching programming. Proceedings of the 11th annual SIGCSE conference onInnovation and technology in computer science education (pp. 217-221). Italy: ACM.Rhem, J. (1998). Problem-Based Learning An Introduction. The National Teaching & LearningForum , pp. 1-4.Roboco<strong>de</strong>. (2005). Acesso em 25 <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> 2010, disponível em http://roboco<strong>de</strong>.sourceforge.net/Santana, L. H., Forte, M., Souza, W. L., & Prado, A. F. (2008). Ambiente <strong>de</strong> Computação Ubíquapara medicina baseado em PBL. WIM - Workshop <strong>de</strong> Informática Médica. Belém do Pará, PA:Anais do XXVIII Congresso da SBC.Santanchè, A., & Teixeira, C. A. (1999). Integrando Instrucionismo e Construcionismo emAplicações Educacionais através do Casa Mágica. Anais do XIX Congresso Nacional da Socieda<strong>de</strong>Brasileira <strong>de</strong> Computação, (pp. 805-817). Rio <strong>de</strong> Janeiro.Savery, J. R., & Duffy, T. M. (1998). Problem Based Learning: An Instructional Mo<strong>de</strong>l and ItsConstructivist Framework. In: B. G. Wilson, Constructivist learning environments: case studies ininstructional <strong>de</strong>sign (pp. 135-148). Englewood Cliffs, N.J : Educational Technology Publications.Scratch. (2011). Acesso em 22 <strong>de</strong> 07 <strong>de</strong> 2011, disponível em http://scratch.mit.edu/SEER. (2008). Acesso em 02 <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> 2011, disponível emhttp://www.icmc.usp.br/~seerweb/?conteudo=projetos.phpSolarRobotics. (2010). Acesso em 30 <strong>de</strong> 01 <strong>de</strong> 2011, disponível emhttp://mbed.org/forum/helloworld/topic/1294/
ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO DO PARTICIPANTENome:_________________________________________________________________Ida<strong>de</strong>: __anosSexo: ____E-mail: ________________________________________________As informações para a realização dos testes estavam disponíveis <strong>de</strong> maneira acessível?( )Sim ( )Não ( )Não sei respon<strong>de</strong>r.As plataformas lhe <strong>de</strong>ixaram curioso para saber o que elas faziam?( )Sim ( )Não ( )Não sei respon<strong>de</strong>r.Você ficou motivado a manipular as plataformas?( )Sim ( )Não ( )Não sei respon<strong>de</strong>r.Você teve alguma dificulda<strong>de</strong> com ambiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do software das plataformas?( )Sim ( )Não ( )Não sei respon<strong>de</strong>r.Se sim qual (is)?______________________________________________________________________Você conseguiu concluir o seu objetivo?( )Sim ( )Não ( )Não sei respon<strong>de</strong>r.Você conseguiu apren<strong>de</strong>r algo com a dinâmica, mesmo se não concluiu seu objetivo?( )Sim ( )Não ( )Não sei respon<strong>de</strong>r.Se sim o que?_____________________________________________________________________Já trabalhou com robótica ou eletrônica antes?( )Sim ( )Não ( )Não sei respon<strong>de</strong>r.Já manipulou alguma linguagem <strong>de</strong> programação antes?( )Sim ( )Não ( )Não sei respon<strong>de</strong>r.Gostaria <strong>de</strong> trabalhar com este tipo <strong>de</strong> plataforma, como forma <strong>de</strong> auxiliar no seuaprendizado?( )Sim ( )Não ( )Não sei respon<strong>de</strong>r.Gostaria <strong>de</strong> trabalhar com <strong>de</strong>senvolvendo plataformas robóticas?( )Sim ( )Não ( )Não sei respon<strong>de</strong>r.Deixei aqui sugestões <strong>de</strong> melhoria e/ouobservações:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________