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Marcio Rodrigo Penna Borges Nunes Cambraia.pdf - Universidade ...

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ConclusãoA crise diplomática deflagrada a partir de 2005 entre Argentina e Uruguai, doisvizinhos e parceiros sul-americanos, expôs os limites do processo de integração no ConeSul, a fragilidade do Mercosul e o distanciamento por parte do Brasil.A contenda sul-americana ilustrou como a Argentina buscou, por meio da incitaçãoaos bloqueios, forçar Montevidéu a rever sua decisão de construir as usinas de celulose.Procurou manter a bilateralidade em todo momento, aproveitando-se de sua superioridadefrente aos uruguaios. Ao mesmo tempo, buscou legitimar sua causa levando a desavença àCorte da Haia com argumentos de violação de regras ambientais. Em nenhum momento aArgentina deixou de projetar poder frente ao Uruguai, para impor sua superioridade no subsistemaregional de poder. O poder, per se, não é necessariamente a finalidade da políticaexterna de um Estado, mas, sim, meio para alcançar outros fins. Dessa feita, a políticainternacional, como toda política, consiste em uma luta pelo poder. Sejam quais forem osfins da política internacional, o poder constitui sempre o objetivo imediato(MORGENTHAU, 2003: 49).O governo argentino promoveu sua política de poder às custas de se indispor comum parceiro de bloco e com um vizinho com quem mantém convivência pacífica hádécadas. Apesar do contexto de integração no bojo do Mercosul, a atitude da Argentinarefletiu a constatação de Martin Wight (1985: 77) de que “No sistema de política do poder,considera-se que o principal dever de cada governo seja o de preservar os interesses dopovo que governa e representa face aos interesses rivais de outros povos”; e de que “(...)seus próprios interesses são sua principal preocupação. Um Ministro do Exterior éescolhido e pago para que cuide dos interesses do seu país, e não para que seja um delegadoda raça humana”. Os governantes do Estado argentino, como ao longo do artigo, adotaramatitude realista, impondo sua vontade frente a um vizinho mais fraco de modo a obterganhos e obstruir interesses desse outro Estado. Embora o processo de integração sulamericana,por meio de organismos como o Mercosul, seja um fato, “(...) o regionalismonão tem como escapar da dura realidade da viabilidade econômica e da lógica fria do podere do interesse.” (HURREL, 2009: 261).21

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