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Marcio Rodrigo Penna Borges Nunes Cambraia.pdf - Universidade ...

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e continuará sendo, o sócio estratégico mais importante na América do Sul, com quem arelação deve ser preservada. Ademais, ainda existe, na percepção argentina, certo temorcom relação à hegemonia brasileira na região. A entrada do Brasil no grupo de sóciosestratégicos da União Européia causou especial apreensão no país vizinho de que adiplomacia brasileira passe a tratar assuntos com outros blocos de forma bi-lateral, semimplicar os demais sócios do Mercosul. O Brasil quer limitar ou pelo menos evitar quecresçam essas percepções, ao não se imiscuir em assuntos que envolvam interessesnacionais argentinos (caso das usinas de celulose) e ao reiterar, no discurso, a importânciaatribuída ao Mercosul e, em particular, à parceria estratégica com a Argentina.Outra parte da explicação para o distanciamento do Brasil no caso das papeleraspode ser buscada na tradição pacifista e de não-intervenção do país. O governo brasileiroadota o paradigma da “cordialidade oficial”, tradicional substrato da diplomacia do paíspara a região sul-americana (CERVO, 2008: 202). A não-intervenção reflete também oreceio da diplomacia brasileira de que, dado seu maior peso em relação aos vizinhos, suasações possam ser interpretadas como ingerência ou mesmo imperialismo (sobretudo naótica de vizinhos menores como Uruguai e Paraguai). No caso das usinas de celulose,entretanto, não se trataria de ingerência em assuntos internos, e sim da tentativa de um líderregional de solucionar um problema regional.O Brasil é potência regional na América do Sul. Liderança regional implica nãosomente maior poder bruto, mas também poder brando, ou soft power: a capacidade demoldar as preferências dos demais, de atrair e seduzir os outros para a sua esfera deinfluência sem a necessidade de usar a coerção ou mesmo oferecer compensaçãoeconômica (NYE, 2004:5-6) Isso requer, em alguns casos, tomar para si a responsabilidadede buscar a solução de conflitos em sua área de influência, convencendo os atoresenvolvidos a agirem na direção que você deseja. O governo brasileiro preferiu omitir-se autilizar seu poder brando no caso das papeleras.O Brasil não tem apresentado projetos de interesse para seus vizinhos, ou seja, nãoestá utilizando de forma eficaz o seu poder brando para liderar o processo de integraçãoregional. Amado Cervo (2008, p.217) cita vários exemplos que ilustram o distanciamentoda liderança brasileira na América do Sul:(...) Hugo Chávez, fazendo valer os recursos do petróleo, toma a dianteira, napercepção de outros governos. Evo Morales nacionaliza o setor de16

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