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Marcio Rodrigo Penna Borges Nunes Cambraia.pdf - Universidade ...

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Protocolo de Olivos, para fazer frente aos bloqueios argentinos. A decisão de se ampararem regime sul-americano corresponde a estratégia de auto-defesa do Uruguai. Dado o seureduzido poder frente aos argentinos, percebeu-se que seria mais vantajoso levar ocontencioso para o campo multilateral do que mantê-lo na âmbito bilateral.Nesse momento, os uruguaios reforçaram o discurso pró-Mercosul, como forma deangariar apoio dos países do bloco. O subsecretário de meio ambiente do Uruguai, JaimeIgorra, declarou que a intenção de levar o caso ao Mercosul era reflexo do compromisso deseu país com a região e com o organismo regional. 14 Indiretamente, constituía apelo aoBrasil para que, na condição de potência regional , encontrasse uma solução para a tensãoentre os dois vizinhos.Montevidéu buscou amparo em regime internacional regional em função de seumenor poder em relação à Argentina. Estados com menos poder tendem a recorrer aregimes multilaterais para fortalecer sua posição no sistema internacional.Trata-se deatitude de auto-ajuda (self-help): para a corrente realista de relações internacionais, a autoajudaé elemento endêmico à estrutura anárquica do sistema de Estados. 15 Dado que osEstados são independentes e não há governo mundial, devem se defender e, para isso,recorrem à auto-defesa, a mecanismos de segurança coletiva e/ou a regimes multilaterais(regionais ou internacionais). A história diplomática brasileira confirma essa constatação.Tradicionalmente, o Brasil deu ênfase ao pacifismo e ao multilateralismo em sua políticaexterna como forma de compensar sua deficiência em termos de poder frente aos demaisEstados no sistema internacional. A presença em órgãos multilaterais, por exemplo, denotanão somente a importância atribuída à negociação multilateral, mas também “a necessidadede reforçar o minguado poder de que desfruta o país no cenário internacional” (CERVO,2008: p 114).Diplomacia, instâncias multilaterais e mesmo regimes internacionais são, em muitoscasos, ineficientes para resolver crises entre dois Estados. Os Estados criam regimes,vinculam-se a eles juridicamente (abrindo mão, por meio de tratados e acordos, de parcelasde soberania), mas, na prática, com freqüência ignoram as regras às quais eles mesmosaderiram em favor do interesse nacional ou do prestígio internacional. Na visão de14 La Nación. Tabaré busca una solución regional.15 Dictionary of International Relations. Penguin. p. 499. Tradução livre.11

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