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INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDAEscola Superior de Educação, Comunicação e DesportoRelatório de EstágioAnimação SocioculturalSANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA GUARDACENTRO DE DIA DA GUARDA GAREAna Rita Sequeira Mendes Pires MansoGuar<strong>da</strong>, Janeiro de 2013


Ficha técnicaEstagiário: Ana Rita Sequeira Mendes Pires MansoNúmero de aluno: 5007041Estabelecimento de Ensino: <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>Escola Superior de Educação, Comunicação e DesportoObtenção de licenciatura: Animação SocioculturalDocente orienta<strong>do</strong>r: Dr.ª Filipa TeixeiraInstituição: Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>Mora<strong>da</strong>: Rua Francisco <strong>do</strong>s Prazeres nº 7, 6300-690 Guar<strong>da</strong>Tutor de estágio: Dr.ª Aline Barreiro licencia<strong>da</strong> em Serviço SocialInício <strong>do</strong> estágio: 4 de Setembro de 2012Termo <strong>do</strong> estágio: 5 de Dezembro de 2012Duração: Três mesesI


AgradecimentosAo <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>, à Escola Superior de Educação,Comunicação e Desporto pela oportuni<strong>da</strong>de e pelo apoio durante o percurso académico;à minha Professora Dr.ª Filipa Teixeira pela sua dedicação, orientação e empenho naelaboração <strong>do</strong> meu relatório;Quero ressaltar o meu bem-haja à Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia na pessoa <strong>da</strong> Dr.ªAline Barreiro, minha orienta<strong>do</strong>ra na Instituição, pela sua disponibili<strong>da</strong>de, motivação,apoio e aju<strong>da</strong>. Assim como agradeço à D. Gina e aos utentes com quem tive o gosto detrabalhar.Especialmente, quero agradecer aos meus pais e ao meu namora<strong>do</strong>, que foramadmiráveis na aju<strong>da</strong>, na paciência, na compreensão, no interesse e no acompanhamentofaculta<strong>do</strong> durante e depois <strong>do</strong> meu perío<strong>do</strong> de estágio.Por último, mas não menos importante, o meu obriga<strong>do</strong> ao Iris, o meu gato, pelasua companhia e ternura durante a escrita <strong>do</strong> relatório.II


Glossário de siglasASC - Animação SocioculturalSCM – Santa Casa <strong>da</strong> MisericórdiaS. d. – Sem <strong>da</strong>taINE - <strong>Instituto</strong> Nacional de EstatísticaIII


3.6.1-Ativi<strong>da</strong>de desenvolvi<strong>da</strong>: __________________________________________ 493.7- Animação multimédia ____________________________________________ 533.7.1- Ativi<strong>da</strong>de desenvolvi<strong>da</strong> __________________________________________ 533.8- Animação e a expressão físico-motora_______________________________ 553.8.1- Ativi<strong>da</strong>de desenvolvi<strong>da</strong>: _________________________________________ 55Reflexão final ______________________________________________________ 57BibliografiaAnexos_______________________________________________________ 60V


Índice de figurasFigura nº1- O Distrito <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> .................................................................................... 3Figura nº2- Vista geral <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de .................................................................................... 4Figura nº3- A Sé <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> ............................................................................................ 5Figura nº4- A Igreja <strong>da</strong> Misericórdia no início <strong>do</strong> século xx .......................................... 5Figura nº5- O parque <strong>do</strong> polis <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> ........................................................................ 6Figura nº6- A população ................................................................................................. 7Figura nº7- Densi<strong>da</strong>de populacional 2009 ...................................................................... 8Figura nº8- Variação <strong>da</strong> população 2001-2009 ............................................................... 8Figura nº9- Índice de envelhecimento 2009 .................................................................... 9Figura nº10- Pirâmides etárias <strong>da</strong> população ................................................................ 10Figura nº11- Organograma <strong>da</strong> S.C.M............................................................................ 14Figura nº12- Cronograma <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong> estágio .............. 33Figura nº13- Exercício de aquecimento e concentração: zip,zap .................................. 39Figura nº14- Exercício de aquecimento e concentração: zip,zap .................................. 39Figura nº15- Ativi<strong>da</strong>de para o livro............................................................................... 42Figura nº16- Ativi<strong>da</strong>de para o livro............................................................................... 42Figura nº17- Ativi<strong>da</strong>de: “chegou o outono” .................................................................. 43Figura nº18- Ativi<strong>da</strong>des: “velas e enfeites de natal" ..................................................... 44Figura nº19- Ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s velas .................................................................................. 45Figura nº20- Ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s velas .................................................................................. 45Figura nº21- Árvore de natal ......................................................................................... 45Figura nº22- Ativi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> encontro intergeracional ..................................................... 47Figura nº23- Ativi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> encontro intergeracional ..................................................... 48Figura nº24- Ensaios <strong>do</strong> teatro ...................................................................................... 52Figura nº25- Ensaios <strong>do</strong> teatro ...................................................................................... 52Figura nº26- O magusto ................................................................................................ 54Figura nº27- O magusto ................................................................................................ 54Figura nº28- Os exercicios fisico-motores .................................................................... 56Figura nº29- Os exercicios fisico-motores .................................................................... 56VI


ResumoEste relatório pretende traduzir o estágio académico <strong>do</strong> final <strong>do</strong> curso <strong>da</strong> ASCrealiza<strong>do</strong> durante três meses, no centro de dia <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> gare <strong>da</strong> Santa Casa <strong>da</strong>Misericórdia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>.Importa referir que este estágio académico, enquanto primeiro contacto com omun<strong>do</strong> profissional, só por si, se traduziu numa demonstração inequívoca <strong>da</strong> enormeimportância <strong>da</strong> animação na quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e bem-estar <strong>da</strong>s pessoas.O presente relatório desenvolve-se em três grandes áreas: a primeira refere-se àcaracterização <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> e <strong>da</strong> Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia, a segun<strong>da</strong> ao enquadramentoteórico <strong>da</strong> ASC e ao papel <strong>do</strong> anima<strong>do</strong>r, a terceira ao desenvolvimento <strong>do</strong> estágio; àdescrição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s, aos objetivos de ca<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de e à avaliação<strong>do</strong>s utentes após ca<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de.Palavras: chave: quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, animação, envelhecimento ativo, desenvolvimentoe participação.VII


IntroduçãoO presente relatório de estágio surge no âmbito <strong>do</strong> curso de Animaçãosociocultural, <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> no senti<strong>do</strong> de promover a conclusão <strong>da</strong>licenciatura na área supracita<strong>da</strong>.Quan<strong>do</strong> optamos pela ASC temos consciência de que estamos a iniciar umcaminho que privilegiava o relacionamento intergeracional e que apostava no melhor<strong>da</strong>s Pessoas, no desenvolvimento <strong>do</strong> Ser e <strong>do</strong> Estar.De facto ao longo <strong>do</strong>s três anos de percurso académico crescemos eadquirimos ferramentas teóricas e teórico-práticas essenciais para a prática <strong>da</strong>ativi<strong>da</strong>de de Anima<strong>do</strong>ra Sociocultural.O estágio académico é uma etapa, onde estas competências aprendi<strong>da</strong>s sãocoloca<strong>da</strong>s em prática o que permite um primeiro contato em ambiente real detrabalho, com o grupo, com os funcionários e com a instituição.E, como primeira experiência, também serve de teste na adequação <strong>da</strong>sferramentas adquiri<strong>da</strong>s às ver<strong>da</strong>deiras necessi<strong>da</strong>des reais e à dinâmica <strong>da</strong>sinstituições.É por tu<strong>do</strong> isto que esta experiência foi também estimulante e enriquece<strong>do</strong>raem to<strong>da</strong>s as vertentes, atitudes e ativi<strong>da</strong>des. Mesmo nos momentos e situaçõesdifíceis o ânimo nunca esmoreceu, e fizemos <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des oportuni<strong>da</strong>des, eseguimos em frente.O presente relatório pretende expor to<strong>da</strong> a ativi<strong>da</strong>de desenvolvi<strong>da</strong> nainstituição escolhi<strong>da</strong> (Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia) mais propriamente no Centro dedia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> Gare.As ativi<strong>da</strong>des utiliza<strong>da</strong>s e desenvolvi<strong>da</strong>s foram essencialmente no âmbito <strong>da</strong>sexpressões: expressão plástica, expressão físico-motora, o teatro, a animaçãomultimédia, o encontro intergeracional e a expressão dramática.- 1 -


Para uma melhor aplicação <strong>da</strong>s expressões ten<strong>do</strong> em conta o grupo ameto<strong>do</strong>logia aplica<strong>da</strong> foi feito um estu<strong>do</strong>, pesquiza bibliográfica e algum trabalhode campo de forma a corresponder eficazmente, às necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> população emquestão.Como já foi referi<strong>do</strong> o relatório estrutura-se em três capítulos para umamelhor assimilação e organização <strong>do</strong> mesmo. No primeiro capítulo apresentamosum enquadramento histórico-geográfico <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>, assim como a evolução <strong>da</strong> suacultura e a apropriação territorial <strong>da</strong> mesma. É revela<strong>da</strong> a caracterizaçãodemográfica <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> e também uma caracterização histórica e atual <strong>da</strong>Instituição onde efetuei o Estágio Curricular.No segun<strong>do</strong> capítulo apresento o aparecimento <strong>da</strong> ASC, alguns conceitos, osâmbitos, o código deontológico, assim como o papel <strong>do</strong> anima<strong>do</strong>r e por fim a ASCpara i<strong>do</strong>sos pois foi com este grupo que trabalhei. Para tal, efetuei uma pesquisabibliográfica e procedi a uma revisão <strong>da</strong> literatura, no senti<strong>do</strong> de aprofun<strong>da</strong>rconhecimentos sobre a Animação Sociocultural.O terceiro capítulo engloba as ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong>s 3meses de Estágio no Centro de dia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> Gare. Neste menciono algumascaracterísticas <strong>do</strong> grupo, os objetivos, os recursos, assim como os progressosocorri<strong>do</strong>s e algumas dificul<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s. Finalizan<strong>do</strong> com uma reflexão criticaque têm por objetivo melhorar a quali<strong>da</strong>de profissional <strong>do</strong> nosso trabalho.- 2 -


CAPÍTULO I - CARACTERIZAÇÃO DO MEIO


Neste primeiro capítulo apresento um enquadramento histórico-geográfico <strong>da</strong>Guar<strong>da</strong>, assim como a evolução <strong>da</strong> sua cultura e a apropriação territorial <strong>da</strong> mesma. Érevela<strong>da</strong> a caracterização demográfica <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> e também uma caracterizaçãohistórica e atual <strong>da</strong> instituição onde efetuei o estágio curricular.1.1-Contextualização histórico-geográfica <strong>do</strong> Concelho e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>A Guar<strong>da</strong> é uma ci<strong>da</strong>de, ver figura nº 1 capital de um distrito com uma área de5518 km e 173 831 habitantes, distribuí<strong>do</strong>s por 14 concelhos. É sede de um concelhocom 52 km de área e mais de 42 541 habitantes distribuí<strong>do</strong>s pelas suas 55 freguesiasrurais e urbanas (INE).A ci<strong>da</strong>de, situa<strong>da</strong> a 1056 metros dealtitude, é a mais alta de Portugal, e uma<strong>da</strong>s mais altas <strong>da</strong> Europa.Com poucomais de 30 000 habitantes, concentra<strong>do</strong>snas suas três freguesias, Sé, S. Vicente eS. Miguel, é conheci<strong>da</strong> como a ci<strong>da</strong>de<strong>do</strong>s “Efes” (Fria, Feia, Farta, Falsa eForte), mas que nos últimos anos têmsi<strong>do</strong> substituí<strong>do</strong>s por outros maisagradáveis, como sejam: Fiel e Formosa.Figura nº 1- O Distrito <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>Fonte: http://www.google.pt/ 11 Fonte: http://www.google.pt consulta<strong>do</strong> em 05/09/20123


Figura nº 2 Vista geral <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>deFonte: (http://www.google.pt) 2É, também, sede de um bispa<strong>do</strong>, a diocese <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>, cujas fronteiras vão, ain<strong>da</strong>hoje, para além <strong>da</strong>s <strong>do</strong> distrito. Os habitantes <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> têm a designação deegitanienses porque antigamente a sede <strong>do</strong> bispa<strong>do</strong> estava situa<strong>da</strong> na Egitânia(atualmente I<strong>da</strong>nha – a-Velha) e quan<strong>do</strong> D. Sancho I criou a ci<strong>da</strong>de e o Papa transferiu asede episcopal para a Guar<strong>da</strong>, os seus bispos, e naturalmente to<strong>do</strong>s os seus habitantes,continuaram a usar o título de egitanienses.O seu nome, Guar<strong>da</strong>, terá ti<strong>do</strong> origem na razão <strong>da</strong> sua fun<strong>da</strong>ção e para a qualteria si<strong>do</strong> cria<strong>da</strong>: proteção, vigilância e guar<strong>da</strong>.Fun<strong>da</strong><strong>da</strong> ou repovoa<strong>da</strong>, não se sabe ao certo, foi D. Sancho I que lhe deu foral efez dela ci<strong>da</strong>de, uma <strong>da</strong>s primeiras em Portugal, em 27 de Novembro 1199, e que porisso é hoje a <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> feria<strong>do</strong> municipal. A construção <strong>da</strong> atual Sé <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> (houve três)remonta aos finais <strong>do</strong> século XIV, como resulta<strong>do</strong> observar figura nº 2 de umapromessa, não cumpri<strong>da</strong>, de D. Fernan<strong>do</strong>. Por esta razão foi já no reina<strong>do</strong> de D. João Ique as obras tiveram início. Os trabalhos foram-se arrastan<strong>do</strong> lentamente e só noreina<strong>do</strong> de D. João III teriam si<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong>s, já em pleno século XV. (figura nº 3).E foi precisamente pela demora na sua construção que nela encontramos váriosestilos artísticos, desde o gótico tardio ao manuelino (Da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em entrevista aoDr. Francisco Manso).2 Fonte: http://www.google.pt consulta<strong>do</strong> em 05/09/20124


Figura nº 3 A Sé <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>Fonte: (http://www.google.pt) 3Também interessante é a Igreja de S. Vicente, anteriormente uma modestacapela, e as antigas ruas <strong>da</strong> judiaria, no coração <strong>do</strong> Centro Histórico, onde ain<strong>da</strong> sesentem e vivem-se os ecos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.O pano de muralhas com as suas portas e a Torre <strong>do</strong>s Ferreiros, juntamente coma torre de menagem <strong>do</strong> castelo, que se encontram ain<strong>da</strong> razoavelmente conserva<strong>da</strong>s, sãoum retrato <strong>da</strong> sua antiga função de vigilância e proteção <strong>do</strong>s seus habitantes. O aumentopopulacional, e a consequente necessi<strong>da</strong>de de expansão para além <strong>da</strong>s muralhas,levaram a que seja já no seu exterior que se localizam alguns <strong>do</strong>s mais importantesedifícios <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de: o convento de S. Francisco, a Igreja <strong>da</strong> Misericórdia, como se podeobservar na figura n.º 4, o antigo Paço Episcopal e o Seminário <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> (Da<strong>do</strong>sobti<strong>do</strong>s em entrevista ao Dr. Francisco Manso).Figura nº 4 A Igreja <strong>da</strong> Misericórdia no início <strong>do</strong> século XXFonte: Coleção <strong>do</strong> Dr. Francisco Manso3 Fonte: http://www.google.pt consulta<strong>do</strong> em 05/09/20125


1.2 – A cultura e a sua apropriação territorial na ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>Segun<strong>do</strong> Jacinto Rui (2012) desde as déca<strong>da</strong>s de 1970 e 1980 que se foidesenvolven<strong>do</strong> na Europa uma nova sensibili<strong>da</strong>de em torno <strong>do</strong>s impactos económicos esociais <strong>da</strong>s artes e <strong>da</strong> cultura. Concluiu-se que os projetos artísticos e culturais sãocapazes de gerar benefícios económicos e sociais relevantes para os territórios e ascomuni<strong>da</strong>des locais. Esse reconhecimento foi feito pela UNESCO e Conselho <strong>da</strong>Europa o que fez com que novas agen<strong>da</strong>s políticas e programáticas em torno <strong>do</strong> papel<strong>da</strong> cultura se abrissem.Para o mesmo autor a retórica em torno <strong>do</strong> potencial <strong>da</strong> cultura comoinstrumento para a regeneração <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des têm legitima<strong>do</strong> o investimento público numconjunto diversifica<strong>do</strong> de equipamentos, projetos e eventos culturais, lúdicos eturísticos. Em Portugal esta tendência ocorreu na déca<strong>da</strong> de 1990, uma linha de políticaspara o desenvolvimento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des que consistiu na aposta <strong>da</strong>s autarquias emequipamentos e eventos culturais, na valorização <strong>do</strong> património histórico e monumental<strong>do</strong>s centros históricos, no apoio ao desenvolvimento de bairros culturais ou à criação de“clusters” de empresas criativas, os projetos de reconstrução de frentes ribeirinhas paraefeitos lúdicos, o marketing e publici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des como lugares criativos e decultura. No caso <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> foi a Sé, a Igreja de S. Vicente, a Misericórdia, a Praça-Velha, as calça<strong>da</strong>s <strong>da</strong> zona histórica, o Paço <strong>do</strong> Bíu e a Torre de Menagem comovalorização <strong>do</strong> património histórico, os projetos de reconstrução ribeirinha como oPólis, o centro de interpretação, o TMG, a <strong>Biblioteca</strong> Eduar<strong>do</strong> Lourenço e o Centro deEstu<strong>do</strong>s Ibéricos como equipamentos culturais, reconstrução de frentes ribeirinhas paraefeitos lúdicos (figura nº 5), o marketing e publici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des como lugarescriativos e de cultura.FIGURA Nº 5- O PARQUE DO POLIS DA GUARDA FONTE: PRÓPRIA6


1.3 – Caracterização demográfica <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>O Distrito <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> segun<strong>do</strong> a Comissão de Coordenação e DesenvolvimentoRegional <strong>do</strong> Centro tem uma população de cerca de 170 000 habitantes, sen<strong>do</strong>, por isso,um <strong>do</strong>s mais despovoa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> país, e, ao mesmo tempo, um <strong>do</strong>s que apresenta maisbaixa densi<strong>da</strong>de populacional (35 habitantes por Km). A população (fig. 6) encontra-sedispersa por pequenos núcleos e apenas as ci<strong>da</strong>des de Guar<strong>da</strong> e Seia têm mais de 5 000habitantes, o que corresponde a cerca de 20% <strong>da</strong> população total <strong>do</strong> distrito.Figura nº 6- A população <strong>do</strong> Distrito <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> em 2012Fonte: INE 4Segun<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> pela Comissão de Coordenação eDesenvolvimento Regional <strong>do</strong> Centro (fig. 7) os municípios fronteiriços são os queapresentam densi<strong>da</strong>des populacionais mais baixas mas mesmo os de Guar<strong>da</strong>, Seia eGouveia, que são os que têm valores mais eleva<strong>do</strong>s, estão abaixo <strong>da</strong> média <strong>da</strong> regiãocentro. 54 INE7


Figura nº 7- Densi<strong>da</strong>de populacional 2009 <strong>do</strong> Distrito <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>Fonte: INE 6No espaço de uma déca<strong>da</strong> (2000 -2010) perdeu uma parte significativa <strong>da</strong> suapopulação (o concelho de Almei<strong>da</strong> quase 20%), sen<strong>do</strong> a única exceção o concelho <strong>da</strong>Guar<strong>da</strong> que viu a sua população acresci<strong>da</strong> levemente, cerca de 1 %.Figura nº 8- Variação <strong>da</strong> população 2001-2009 no Distrito <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>Fonte: INE 76 INE7 INE8


De acor<strong>do</strong> com a mesma análise, “em termos de estrutura <strong>da</strong> população,verificamos que existem menos homens que mulheres (48% versus 52%,respetivamente), numa relação de masculini<strong>da</strong>de de 91 homens por ca<strong>da</strong> 100 mulheres.Os i<strong>do</strong>sos são mais <strong>do</strong> <strong>do</strong>bro <strong>do</strong>s jovens (25% tem mais de 65 ou mais anos, enquantoapenas 11% têm menos de 15 anos), o que se traduz num envelhecimento de 222 i<strong>do</strong>sospor ca<strong>da</strong> 100 jovens”. Mas, embora o envelhecimento <strong>da</strong> população seja grande em to<strong>do</strong>o país (sempre superior a 100) no distrito apresenta proporções de gravi<strong>da</strong>de. Mais,como não é uniforme, se o concelho <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> tem um envelhecimento de 147 i<strong>do</strong>sospor ca<strong>da</strong> 100 jovens já o concelho <strong>do</strong> Sabugal tem mais de 400 i<strong>do</strong>sos por ca<strong>da</strong> 100jovens.Figura nº 9- Índice de envelhecimento 2009 <strong>do</strong> Distrito <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>Fonte: INE 8A estrutura <strong>da</strong> pirâmide etária <strong>da</strong> população e a sua variação entre 1981 e 2009evidência bem esse processo de envelhecimento. A base <strong>da</strong> pirâmide diminuiprogressivamente e acentua<strong>da</strong>mente mostran<strong>do</strong> a diminuição eleva<strong>da</strong> <strong>da</strong> taxa denatali<strong>da</strong>de, ao contrário o topo <strong>da</strong> pirâmide alarga-se como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong>esperança média de vi<strong>da</strong> e diminuição <strong>da</strong> taxa de mortali<strong>da</strong>de.8 , 8 INE9


Figura nº 10- Pirâmides etárias <strong>da</strong> população <strong>do</strong> Distrito <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>Fonte: INE 9A Relação de Masculini<strong>da</strong>de, quociente entre os efetivos populacionais <strong>do</strong> sexomasculino e os <strong>do</strong> sexo feminino (habitualmente expresso por 100 mulheres), mostraque as mulheres têm um peso mais significativo que os homens.O Índice de Envelhecimento é a relação entre a população i<strong>do</strong>sa e a populaçãojovem, defini<strong>do</strong> habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 65 oumais anos e o número de pessoas com i<strong>da</strong>des compreendi<strong>da</strong>s entre os 0 e os 14 anosexpressa habitualmente por 100 pessoas <strong>do</strong>s 0 aos 14 anos. (DSDR/DPA 2010)1.4 – História <strong>da</strong> Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>Poucas instituições há no distrito, melhor dizen<strong>do</strong>, não há, que há tantos anos, deuma forma continua<strong>da</strong> e desinteressa<strong>da</strong>, preste auxílio a quem dele necessita, como aSanta Casa <strong>da</strong> Misericórdia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> (entrevista ao Dr. Francisco Manso).Não é conheci<strong>da</strong>, com exatidão, a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Santa casa <strong>da</strong>Misericórdia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>. O primeiro <strong>do</strong>cumento que lhe faz referência é já muito tardio.10


Muitos ter-se-ão perdi<strong>do</strong> durante a mu<strong>da</strong>nça de instalações, outros, destruí<strong>do</strong>s pelosfranceses e pelo desleixo <strong>do</strong>s homens. As primeiras instalações, e o respetivo hospital,seriam, muito provavelmente, entre as atuais ruas <strong>do</strong> General Póvoas, 31 de Janeiro e <strong>do</strong>Sol. Mais tarde, pela pobreza <strong>da</strong>s instalações e após a construção <strong>da</strong> igreja <strong>da</strong>Misericórdia, o hospital teria passa<strong>do</strong> para as instalações que lhe ficam contíguas e queain<strong>da</strong> hoje existem (entrevista ao Dr. Francisco Manso).A igreja <strong>da</strong> Misericórdia foi reconstruí<strong>da</strong> e amplia<strong>da</strong> no século XVIII, tornan<strong>do</strong>senum belo templo joanino. Os restantes edifícios que a rodeiam, e que incluem oantigo hospital, são filipinos.Nos finais <strong>do</strong> século XIX, as instalações de apoio estavam muito degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, oHospital era pequeno, estava pessimamente instala<strong>do</strong> e funcionava de uma forma quasemiserabilista. Em 1878 ain<strong>da</strong> foram construí<strong>da</strong>s novas enfermarias, utilizan<strong>do</strong> pedraproveniente <strong>da</strong> demolição <strong>do</strong> Forte <strong>do</strong> Marquês de Alorna, situa<strong>do</strong> nas proximi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>Guar<strong>da</strong>, mas a situação continuava tão degra<strong>da</strong>nte que até se criavam porcos por baixo<strong>da</strong> cozinha (entrevista ao Dr. Francisco Manso).Nestas circunstâncias eram muitas as vozes que levantavam a favor <strong>da</strong> criaçãode um novo hospital, mas que face aos eleva<strong>do</strong>s encargos financeiros iam emudecen<strong>do</strong>.Mas o Dr. Bernar<strong>do</strong> Xavier Freire, com o apoio <strong>do</strong> Dr. Joaquim José Gomes, na alturaprove<strong>do</strong>r, e <strong>do</strong> padre Dr. Francisco <strong>do</strong>s Prazeres e o envolvimento de to<strong>da</strong> a população<strong>da</strong> região conseguiram erguer um amplo e moderno hospital. Foi inaugura<strong>do</strong>solenemente pelo rei D. Carlos e pela rainha Dona Amélia, aquan<strong>do</strong> <strong>da</strong> visita <strong>da</strong> FamíliaReal à Guar<strong>da</strong> em 17 de Maio de 1907. Em 1922, queren<strong>do</strong> homenagear o seu grandebenfeitor, dinamiza<strong>do</strong>r e prove<strong>do</strong>r, foi-lhe atribuí<strong>do</strong> o nome <strong>do</strong> padre Dr. Francisco <strong>do</strong>sPrazeres.Foi sempre uma casa em evolução. Em 1926 foi <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> com equipamento deradiologia; nos anos trinta foi feita a transferência <strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de, que ain<strong>da</strong> funcionavanas antigas instalações, e a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s outras a albergue; em 1931, foi adquiri<strong>da</strong> umaambulância; em 1937 foram concluí<strong>da</strong>s as obras <strong>do</strong> “Banco”; nos anos cinquenta foiconstruí<strong>do</strong> um moderno bloco operatório; em Junho de 1973 teve início a construção <strong>do</strong>chama<strong>do</strong> Pavilhão Novo; em 1975, num outro enquadramento político e social, oHospital Dr. Francisco <strong>do</strong>s Prazeres foi integra<strong>do</strong> na rede de hospitais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, a11


quem passou a pertencer; em 1976, foi integra<strong>do</strong> com o Sanatório Sousa Martins, <strong>da</strong>íresultan<strong>do</strong> o Hospital Distrital <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>, hoje Hospital Sousa Martins. Posteriormenteas instalações <strong>do</strong> hospital foram devolvi<strong>da</strong>s à Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia e nelasfuncionam os serviços centrais, lar e hospital de cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s continua<strong>do</strong> (entrevista ao Dr.Francisco Manso).1.5- A Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia na atuali<strong>da</strong>deA Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> é uma associação de fiéis, constituí<strong>da</strong>na ordem jurídica canónica. Esta adquire personali<strong>da</strong>de jurídica civil e está reconheci<strong>da</strong>como instituição de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de social, mediante participação escrita <strong>da</strong> sua direçãocanónica, feita pelo ordinário Diocesano aos serviços competentes <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Osobjetivos são os seguintes no campo social a S.C.M. exercerá a sua ação através <strong>da</strong>prática <strong>da</strong>s catorze obras de Misericórdia, tanto espirituais como corporais, e no sectorreligioso, sob a invocação de Nossa Senhora <strong>da</strong> Misericórdia, que é a sua padroeira,manterá o culto divino nas suas igrejas e exercerá as ativi<strong>da</strong>des que constarem destecompromisso e as mais que vierem a ser considera<strong>da</strong>s convenientes.Segun<strong>do</strong> o artigo 3º-1 <strong>do</strong> respetivo compromisso a irman<strong>da</strong>de coopera comoutras enti<strong>da</strong>des públicas ou particulares que assim o desejem. Procura, também,estimular a colaboração e o entendimento entre as autori<strong>da</strong>des e a população local emtu<strong>do</strong> o que respeita à manutenção e ao desenvolvimento <strong>da</strong>s obras sociais existentes,designa<strong>da</strong>mente através de atuações de carácter dinamiza<strong>do</strong>r, cultural e recreativo.A instituição procura, ain<strong>da</strong>, manter e criar um conjunto de serviços ouequipamentos de utilização comum deforma a desenvolver ações sociais deresponsabili<strong>da</strong>de também comum.O âmbito <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de social <strong>da</strong> instituição, de acor<strong>do</strong> com o seu art.º 4, não seconfina apenas no campo <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> segurança social pois pode abranger, também,outros meios de fazer bem e, designa<strong>da</strong>mente, os sectores <strong>da</strong> saúde e <strong>da</strong> educação.12


Esta instituição tem como finali<strong>da</strong>de principal satisfazer as carências sociais epraticar atos de culto católico, de harmonia com o seu espírito tradicional,enforma<strong>do</strong> pelos princípios <strong>da</strong> <strong>do</strong>utrina moral cristã.A Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> é composta por catorze valências que seestruturam <strong>da</strong> seguinte maneira:2 Centros de dia;2 Lares de i<strong>do</strong>sos;1 Creche;1 Jardim-de-infância;1 Uni<strong>da</strong>de de cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s continua<strong>do</strong>s:Convalescença;Média Duração;Longa Duração;1 Conservatório de música;1 Farmácia;1 Casa mortuária;1 Igreja;1 Valência administrativa;1 Valência de apoio Lavan<strong>da</strong>ria;1 Valência de Formações Modulares.Quanto à estrutura organizacional a Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia é compostaadministrativamente pelos seguintes órgãos sociais: a Mesa Administrativa, a Mesa<strong>da</strong> Assembleia Geral e pelo Concelho Fiscal.A Instituição apresenta várias valências explicita<strong>do</strong> no organograma <strong>da</strong> fig. nº 11.13


Mesa administrativaSecretario GeralCoordena<strong>do</strong>ra GeralAdministraçãoCulto e ReligiãoSaudeI<strong>do</strong>sosLavan<strong>da</strong>riaEducaçãoJuventudeContabili<strong>da</strong>de;Tesouraria;SecretariaIgrejaFarmaciaLar na Guar<strong>da</strong>Conservatório deMusica São José DaGuar<strong>da</strong>CrecheMortuáriaUni<strong>da</strong>de Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>sContinua<strong>do</strong>sLar na VelaJarim de InfânciaCentro de Dia Guar<strong>da</strong>Centro ATLCentro de Dia Guar<strong>da</strong>GareFigura nº 11- Organograma <strong>da</strong> S.C.M.Fonte: A mesa administrativa <strong>da</strong> S.C.M.Em relação aos recursos Humanos <strong>da</strong> S.C.M. <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> são bastantesdiferencia<strong>do</strong>s. Este facto é devi<strong>do</strong> à diversi<strong>da</strong>de de serviços presta<strong>do</strong>s pela mesma.A S.C.M. <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> tem no total 182 funcionários, sen<strong>do</strong> que 30 são homens e 152mulheres, <strong>da</strong><strong>do</strong>s relativos a 3 de Outubro de 2012. A diversi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>resdepende <strong>da</strong> valência onde se encontram inseri<strong>do</strong>s.14


CAPÍTULO II- ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL


Neste segun<strong>do</strong> capítulo apresento o aparecimento <strong>da</strong> ASC, alguns conceitos, osâmbitos, o código deontológico, assim como o papel <strong>do</strong> anima<strong>do</strong>r e por fim a ASC parai<strong>do</strong>sos, pois foi com este grupo que desenvolvi o meu estágio. Para tal, efetuei umapesquisa bibliográfica e procedi a uma revisão <strong>da</strong> literatura, no senti<strong>do</strong> de aprofun<strong>da</strong>r osmeus conhecimentos sobre a Animação Sociocultura.2.1-O aparecimento <strong>da</strong> Animação SocioculturalForam vários os fatores que deram origem à necessi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> aparecimento <strong>da</strong>animação sociocultural:Começamos por relembrar a Revolução Industrial e to<strong>da</strong>s as transformações emu<strong>da</strong>nças no mun<strong>do</strong>. As pessoas saíram <strong>do</strong> campo para a ci<strong>da</strong>de para trabalharem nasfábricas, o que deu origem ao crescimento <strong>da</strong> população urbana e à desertificação rural,provocan<strong>do</strong> grandes alterações no sistema social e familiar.O pós 2ª Guerra Mundial que contribuiu para uma alavancagem económica nomun<strong>do</strong>, o que por sua vez, resultou em movimentos migratórios em massa <strong>da</strong>população. O aparecimento <strong>da</strong> ASC ocorreu na Revolução Francesa Maio/68 devi<strong>do</strong> àconjuntura atrás cita<strong>da</strong> e à necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> integração <strong>da</strong> população no teci<strong>do</strong> social, istoé, combater as assimetrias sociais e culturais e em finais <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de sessenta oaproveitamento <strong>do</strong> tempo lúdico.Segun<strong>do</strong> Lopes (2006: 1) os antecedentes Animação correspondem a to<strong>do</strong>s osprogramas direciona<strong>do</strong>s para e com a população, pertencen<strong>do</strong> ao cariz social, cultural eeducativa.Ten<strong>do</strong> em conta este entendimento, foram encontra<strong>da</strong>s as seguintes derivações:nos “inícios <strong>do</strong> século XX, de onde ressaltam ações e tendências, como as novascorrentes pe<strong>da</strong>gógicas, inspira<strong>da</strong>s em Decroly, que, na Bélgica, em 1907, fun<strong>da</strong>va, emBruxelas, a Escola para a Vi<strong>da</strong>, e Maria Montessori, em Itália, com o seu movimentoinova<strong>do</strong>r à volta de um novo modelo educativo para a infância, que influenciaram o17


mun<strong>do</strong> com a prática de novas formas de educar centra<strong>da</strong>s na relação <strong>da</strong> escola com acomuni<strong>da</strong>de.Em Portugal a Acão pe<strong>da</strong>gógica <strong>da</strong>s Escolas Móveis, mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de educativaitinerante que pelo méto<strong>do</strong> de João de Deus procedeu a uma ação alfabetiza<strong>do</strong>ra eminúmeras locali<strong>da</strong>des e cuja intervenção se ligava já a processos educativos nãoformais”.Na continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> primeira república portuguesa, as marcas <strong>da</strong> Animação nosâmbitos cultural, social e educativo, foram “através <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des livres euniversi<strong>da</strong>des populares que visavam promover, essencialmente, uma ação educativa,enquadra<strong>da</strong> por uma meto<strong>do</strong>logia com laivos de animação.Assim como a ação meritória <strong>do</strong> movimento associativo, as socie<strong>da</strong>des decultura e recreio, o cooperativismo, o sindicalismo, o catolicismo social e o laicismoeducativo” que tinham como objetivo a interação <strong>do</strong>s Homens no espaço social,cultural, educativo e político (Lopes, 2006).No Distrito e na ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>, nos finais <strong>do</strong> séc. XIX e princípios <strong>do</strong> séc.XX, foram várias as experiências que tiveram como base este méto<strong>do</strong>, embora, porrazões várias, sem grande sucesso.(Dinis,2003, 2009)2.2 -Significa<strong>do</strong> de Animar e os conceitos de Animação SocioculturalPara Choque (2009:3),” animação é sinónimo de vi<strong>da</strong>, de movimento, deativi<strong>da</strong>de. O ato de <strong>da</strong>r vi<strong>da</strong>, calor.”Segun<strong>do</strong> o Lança (2004) to<strong>do</strong>s os indivíduos precisam de usufruir de ativi<strong>da</strong>desdiverti<strong>da</strong>s e agradáveis com objetivo de descontrair física e psicologicamente pois esta éuma necessi<strong>da</strong>de fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong>s pessoas. Para o mesmo autor (2004: 15) “animarimplica, como o próprio senti<strong>do</strong> etimológico regista, uma ação dinâmica, exerci<strong>da</strong> deforma direta, que produz movimento, vi<strong>da</strong>, ativi<strong>da</strong>de, induzin<strong>do</strong> a propostas e sugestões18


que orientem, seduzam, solicitem, despertem e influenciem a imaginação, sem qualquercoercitivi<strong>da</strong>de.”Compreende-se a Animação Sociocultural como uma meto<strong>do</strong>logia que atua,primeiro, através <strong>da</strong> observação, <strong>da</strong> análise, <strong>da</strong> identificação de necessi<strong>da</strong>des e anseios,para, depois, identificar quais as melhores práticas prazerosas que possam aju<strong>da</strong>rcapacitar os indivíduos com ferramentas que ajudem no seu desenvolvimento ten<strong>do</strong>como finali<strong>da</strong>de a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s mesmos. Como podemos verificara definição de ASC não é universal, esta varia conforme os autores e a época, emborato<strong>da</strong>s elas tenham pontos em comum nomea<strong>da</strong>mente a ideia.O autor, Ander-egg (1999), refere que a animação é uma operação de carizsocial que estimula a vontade de participação e a imaginação <strong>do</strong>s indivíduos através demeto<strong>do</strong>logias com a finali<strong>da</strong>de de desenvolver a comunicação, a socialização e acriativi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s mesmos.Por sua vez Quintas e Castaño (1998: 34), entende a Animação como umsistema meto<strong>do</strong>lógico de ferramentas técnicas, que promovem a participação e oprotagonismo de grupos e sectores sociais para o desenvolvimento social e cultural <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong>de.Mas segun<strong>do</strong> a UNESCO “a Animação Sociocultural é um conjunto de práticassociais que têm como finali<strong>da</strong>de estimular a iniciativa, bem como a participação <strong>da</strong>scomuni<strong>da</strong>des no processo <strong>do</strong> seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>sociopolítica em que estão integra<strong>do</strong>s.” 10Por sua vez Trilla, define a Animação Sociocultural como a ação concretiza<strong>da</strong>num determina<strong>do</strong> território, ten<strong>do</strong> como meto<strong>do</strong>logia a participação ativa e cujafinali<strong>da</strong>de é promover o desenvolvimento sociocultural <strong>do</strong>s indivíduos, grupos ouinstituições de uma comuni<strong>da</strong>de.Mas é a Divisão de Formação Técnica (DFT) e Fun<strong>do</strong> de Apoio aos OrganismosJuvenis (FAOJ), que faz referência à importância <strong>da</strong> consciencialização como podemosobservar “A Animação Sociocultural é um processo que visa a consciencializaçãoparticipante e cria<strong>do</strong>ra <strong>da</strong>s populações.10 www.eb23-valenca.rcts.pt19


A sua meto<strong>do</strong>logia oportuna é constituí<strong>da</strong>, por um: Sistema de análisepersistente que visa a descoberta, a capacitação e o desenvolvimento <strong>da</strong>spotenciali<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s indivíduos/comuni<strong>da</strong>des no processo de resolução <strong>do</strong>s problemas<strong>do</strong>s mesmos estimulan<strong>do</strong> para estes serem agentes de mu<strong>da</strong>nça e não merosespecta<strong>do</strong>res passivos. (DFT/FAOJ, 1975:1)De acor<strong>do</strong> com Peres e Lopes (2008) a Animação Sociocultural é um méto<strong>do</strong>pe<strong>da</strong>gógico, que através de práticas sociais, <strong>do</strong> estímulo para a participação e <strong>da</strong> seleçãode espaços para a comunicação interpessoal e a promoção comunitária visam o objetivoúltimo de promover o desenvolvimento sociocultural <strong>da</strong>s pessoas. O valor <strong>da</strong> animaçãoe <strong>do</strong>s anima<strong>do</strong>res deve-se ao facto de existirem transformações sociais e culturais queexigem uma intervenção que melhore a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população. Através <strong>da</strong>observação/ação identifica as necessi<strong>da</strong>des e anseios e promove desenvolvimentocognitivo, social, físico e cultural de um determina<strong>do</strong> grupo ou comuni<strong>da</strong>de.Segun<strong>do</strong> Lopes (2006:05) “falar em âmbitos de Animação Socioculturalsignifica ter presente a perspetiva tridimensional respeitante às suas estratégias deintervenção:-dimensão etária: infantil, juvenil, adultos e terceira i<strong>da</strong>de;-espaço de intervenção: animação urbana, animação rural;-Plurali<strong>da</strong>des de âmbitos liga<strong>do</strong>s a sectores de áreas temáticas, como sejam: a educação,o teatro, os tempos livres, a saúde, o ambiente, o turismo, a comuni<strong>da</strong>de, o comércio, otrabalho”.2.3- O papel <strong>do</strong> Anima<strong>do</strong>r SocioculturalO Anima<strong>do</strong>r sociocultural é um media<strong>do</strong>r ao serviço <strong>da</strong> população poisdesenvolve o desejo e necessi<strong>da</strong>de de participação social através <strong>da</strong> invenção e <strong>do</strong>progresso de projetos e programas que fortificam e proporcionam apoio a indivíduos,grupos, instituições e comuni<strong>da</strong>des, no âmbito social, cultural e educativo.20


Segun<strong>do</strong> APDASC (2011; sp) “o anima<strong>do</strong>r sociocultural é aquele que, sen<strong>do</strong>detentor de uma formação adequa<strong>da</strong>, é capaz de interpretar e executar um plano deintervenção, numa comuni<strong>da</strong>de, instituição ou organismo, utilizan<strong>do</strong> práticas culturais,sociais, educativas, desportivas, recreativas e lúdicas”.Segun<strong>do</strong> Ander-Egg (1989) o anima<strong>do</strong>r tem o papel: de cooperar para odesenvolvimento e a realização de práticas de animação por parte <strong>do</strong>s utentes; animar,vitalizar e de proporcionar auxílio técnico em relação `as necessi<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s utentes edesenvolver capaci<strong>da</strong>des para que os mesmos possam ordenar e dirigir as suas própriasativi<strong>da</strong>des, assim como estimular as capaci<strong>da</strong>des próprias <strong>da</strong>s pessoas e grupos.O papel <strong>do</strong> anima<strong>do</strong>r sociocultural reside na habili<strong>da</strong>de em criar formas deanimação para que os atores sociais interajam de forma livre, participativa, espontânea,construtiva e corresponsável, executan<strong>do</strong> um papel mediático entre os atores ten<strong>do</strong> emconta os seus saberes, necessi<strong>da</strong>des e expectativas e o meio envolvente tais como osrecursos e as instituições. Rejeitan<strong>do</strong> formas de paternalismo, manipulação ouautoritarismo.Por sua vez Fonte (2008: 32) define o anima<strong>do</strong>r sociocultural como “aquele queorganiza, coordena e estimula os indivíduos a interagir; é aquele que organiza e difundeas ativi<strong>da</strong>des; cria vivências e proporciona a comunicação entre os indivíduos, de mo<strong>do</strong>a que sejam autónomos, para não dependerem de ninguém. Promove ações de caractersocial, cultural e educativo. É aquele que pensa, que elabora, organiza e que faz comque os outros participem no próprio desenvolvimento”.Consideramos que o papel <strong>do</strong> anima<strong>do</strong>r é o de gerir e promover processos departicipação, é ativo vai de encontro aos problemas para depois atuar com determina<strong>da</strong>meto<strong>do</strong>logia. Promove o desenvolvimento pessoal, coletivo e institucional. Têm umpapel de facilita<strong>do</strong>r/media<strong>do</strong>r no senti<strong>do</strong> de melhorar a comunicação social e promoveruma ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia ativa. Têm como propósito colmatar problemas sociais, económicos,culturais entre outros. Que só é possível através <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> ou diagnóstico <strong>da</strong>s diferentesreali<strong>da</strong>des para depois proceder à identificação de práticas que promovam odesenvolvimento local e a melhor quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.Segun<strong>do</strong> Jacob (2007:4). “As ativi<strong>da</strong>des que a animação pode desenvolver sãoigualmente quatro:21


Dentro <strong>da</strong>s quais destacamos duas as ativi<strong>da</strong>des Lúdicas (a animação pordivertimento, lazer, desporto e convívio) e ativi<strong>da</strong>des sociais (promover aparticipação <strong>da</strong>s pessoas nos movimentos cívicos, sociais, políticos e económicos).”Segun<strong>do</strong> o mesmo autor um <strong>do</strong>s elementos, mais puro e lúdico <strong>da</strong> animação éo jogo, pois ao contrário <strong>do</strong> que se pensa o jogo, seja para adultos ou para i<strong>do</strong>sos é<strong>da</strong>s maneiras mais eficazes de se transmitir uma ideia. Isto é a necessi<strong>da</strong>de de jogar ebrincar não pertence exclusivamente às crianças, pois este desejo segue-nos durante avi<strong>da</strong>, o papel exigi<strong>do</strong> pela socie<strong>da</strong>de nem sempre nos incentiva e até nos desmotivapara a sua prática.2.3.1- Código Deontológico <strong>do</strong> Anima<strong>do</strong>rSegun<strong>do</strong> Carlos Alexandre Costa na APDASC o Código Deontológico <strong>do</strong>anima<strong>do</strong>r sociocultural in As fronteiras <strong>da</strong> animação sociocultural os princípios básicossão:1-“Confiança na pessoa - O anima<strong>do</strong>r sociocultural tem confiança na pessoa,acreditan<strong>do</strong> que qualquer indivíduo pode ser o protagonista no seu próprio processo dedesenvolvimento e no <strong>do</strong> grupo. Esta confiança na pessoa parte <strong>do</strong> princípio de queto<strong>do</strong>s são capazes de <strong>da</strong>r contributos relevantes para o grupo. Este princípio contribuipara que seja forma<strong>do</strong> um auto conceito positivo, favorecen<strong>do</strong> o própriodesenvolvimento <strong>da</strong> pessoa.A Animação Sociocultural parte <strong>da</strong> base de que to<strong>do</strong>s podem iniciar umprocesso de mu<strong>da</strong>nça que os torne conscientes <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de em que vivem e <strong>do</strong> futuroque querem para si. O anima<strong>do</strong>r sociocultural, ao promover e mobilizar recursoshumanos mediante um processo participativo, estimula as potenciali<strong>da</strong>des implícitas nosindivíduos, permitin<strong>do</strong> descobrir os grupos e comuni<strong>da</strong>des, ou seja, aflorar e fazerrenascer as possibili<strong>da</strong>des que ca<strong>da</strong> pessoa tem em esta<strong>do</strong> potencial.22


2- Confiança no grupo - O anima<strong>do</strong>r sociocultural tem confiança no grupo,acreditan<strong>do</strong> na riqueza <strong>do</strong> grupo, na relação <strong>do</strong> diálogo que enriquece e potencia apessoa. É no grupo que os indivíduos são estimula<strong>do</strong>s a participar nas toma<strong>da</strong>s dedecisões <strong>do</strong> próprio grupo. O traço que melhor caracteriza a Animação Sociocultural é aparticipação na toma<strong>da</strong> de decisões, precedi<strong>da</strong> <strong>da</strong> informação e criação de grupos deopinião.A Animação Sociocultural, ao promover e mobilizar recursos humanos medianteprocessos participativos, canaliza as potenciali<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s indivíduos para grupos ecomuni<strong>da</strong>des.3- Confiança na ação social e políticaA Animação Sociocultural está presente em associações de to<strong>do</strong> o tipo, nas quaisos ci<strong>da</strong>dãos podem encontrar-se para realizar iniciativas, defender os seus direitos,expressar as suas opiniões e confrontar ideias. Estas associações atuam como forçasconfigura<strong>do</strong>ras e dinamiza<strong>do</strong>ras <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social, partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> pressuposto de que nenhumapessoa pode alcançar a plenitude humana enquanto não seja capaz de trabalhar natransformação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de em que vive.Assim, e ten<strong>do</strong> em conta os princípios menciona<strong>do</strong>s, a Animação Socioculturalintegra três processos conjuntos:4 -Desenvolvimento: Uma vez que pretende criar os meios e as condiçõesnecessárias para que qualquer pessoa ou grupo social possa resolver os seus problemas.Provoca a busca e interrogação constantes, bem como a toma<strong>da</strong> de consciência <strong>da</strong> suaprópria situação.Relacionamento <strong>do</strong> ser humano consegue mesmo, com as obras e seus cria<strong>do</strong>res: AAnimação Sociocultural visa dinamizar o ser humano por meio <strong>do</strong> diálogo.5 -Criativi<strong>da</strong>de: A Animação Sociocultural pretende fomentar a criativi<strong>da</strong>de e odesenvolvimento de iniciativas, tanto individuais como coletivas.23


Os princípios menciona<strong>do</strong>s, confiança na pessoa, no grupo e na ação social epolítica, são eixos essenciais em torno <strong>do</strong>s quais se move a Animação Sociocultural. Apessoa e a sua capaci<strong>da</strong>de de iniciativa constituem o motor fun<strong>da</strong>mental que contribuipara o enriquecimento <strong>do</strong>s diferentes grupos sociais. O protagonismo que a socie<strong>da</strong>decivil vai adquirin<strong>do</strong> é propício a novas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de mu<strong>da</strong>nça e transformação.A Animação Sociocultural é o conjunto de práticas desenvolvi<strong>da</strong>s a partir <strong>do</strong>conhecimento de uma determina<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, que visa estimular os indivíduos, para asua participação com vista a tornarem-se agentes <strong>do</strong> seu próprio processo dedesenvolvimento e <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des em que se inserem. A Animação Sociocultural éum instrumento decisivo para um desenvolvimento multidisciplinar integra<strong>do</strong> <strong>do</strong>sindivíduos e <strong>do</strong>s grupos.”2.4- Animação de I<strong>do</strong>sosSegun<strong>do</strong> Jacob (2007) a característica principal <strong>da</strong> animação de i<strong>do</strong>sos,fun<strong>da</strong>menta-se na melhoria <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des físicas, psicológicas e afetivas <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sospromoven<strong>do</strong> assim uma melhor quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. A animação com o recurso aestratégias visa estimular o i<strong>do</strong>so para uma vi<strong>da</strong> ativa e construtiva, desenvolver efacilitar a comunicação, fortalecer o carácter e a autonomia através <strong>da</strong> promoção naparticipação <strong>do</strong> meio envolvente.Consoante Pérez (2009: 333) a animação sociocultural têm uma outraabor<strong>da</strong>gem em relação ao i<strong>do</strong>so pois vê-o como um i<strong>do</strong>so-agente e não um i<strong>do</strong>sopacientee assim a sua meto<strong>do</strong>logia têm um “enfoque ativo e participativo deintervenção com os i<strong>do</strong>sos, opcional ao enfoque passivo sanitário-assistencial.”De acor<strong>do</strong> com Choque, cita<strong>do</strong> por Revue Soins (1990: 31), refere que a“animação entre pessoas i<strong>do</strong>sas pode definir-se como to<strong>da</strong> a ação que oferece aosi<strong>do</strong>sos as condições materiais e relacionais necessárias e favoráveis para que se possamquestionar sobre a pertinência <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>.”24


Ain<strong>da</strong> para Choque, (1997: 12) “a animação em Gerontologia passa pelo auxílioem to<strong>da</strong>s as áreas durante a vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so. Pretende interagir com to<strong>da</strong>s as pessoas quetêm um contacto direto ou responsabili<strong>da</strong>des com os i<strong>do</strong>sos e o próprio, no senti<strong>do</strong> demelhorar a sua quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, assim como a organização de festas e ativi<strong>da</strong>des”.Segun<strong>do</strong> Jacob (2007: 31). “O processo de envelhecimento está dividi<strong>do</strong> em trêscomponentes: Envelhecimento Biológico; envelhecimento Social; EnvelhecimentoPsicológico. Este processo faz com que as capaci<strong>da</strong>des de a<strong>da</strong>ptação <strong>do</strong> ser humano vãodiminuin<strong>do</strong>. A redução <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de, ou mesmo inativi<strong>da</strong>de, tem como consequências adiminuição <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de concentração, coordenação e reação, auto desvalorização,diminuição <strong>da</strong> autoestima, apatia, desmotivação, solidão e isolamento. Oenvelhecimento é um processo universal, inerente a to<strong>do</strong>s os seres vivos, e que tem oseu início a partir <strong>do</strong> momento em que se dá o nascimento”.Segun<strong>do</strong> o mesmo autor Jacob, (2007: 6) “uma boa animação deve: promover ainovação e novas descobertas; valorizar a formação ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>; proporcionar umavi<strong>da</strong> mais harmoniosa, atrativa e dinâmica com a participação <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so; rentabilizar osserviços e recursos comunitários para melhorar a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so; valorizaras capaci<strong>da</strong>des, competências, saberes e cultura <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so.”Ain<strong>da</strong> para Jacob, (2007) “a motivação é a energia que estimula as pessoas adesenvolverem-se, a agirem, a dedicarem-se com satisfação e vontade. Esta varia depessoa para pessoa e <strong>da</strong> forma como são influencia<strong>da</strong>s e motiva<strong>da</strong>s. To<strong>do</strong>s os indivíduostêm motivação dependen<strong>do</strong> de quais os objetivos que querem atingir. É fun<strong>da</strong>mentalestimular múltiplas vezes para que este continue motiva<strong>do</strong>, nunca se deve desvalorizarou julgar negativamente um comportamento que a pessoa não esta a conseguirmodificar sen<strong>do</strong> que o maior prazer é conseguir obter aquilo que se predispôs para elepróprio”.2.5- Envelhecimento AtivoSegun<strong>do</strong> Ribeiro e Paúl um envelhecimento “bem-sucedi<strong>do</strong>”, “satisfatório ouativo” não depende exclusivamente de fatores como a sorte ou o património genético.Depende de ca<strong>da</strong> um de nós, <strong>da</strong>s ações e responsabili<strong>da</strong>des individuais.25


Porém o Envelhecimento ativo introduzi<strong>do</strong> pela Organização Mundial de SaúdeWHO, (2002), define-o “como o processo pela qual se otimizam as oportuni<strong>da</strong>desde bem-estar físico, social e mental durante to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> com o objetivo de aumentar aesperança de vi<strong>da</strong> saudável, a produtivi<strong>da</strong>de e a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> na velhice.” Estadefinição vem <strong>da</strong> sequência <strong>do</strong> envelhecimento saudável aconselha<strong>do</strong> até então mas queagora pretende ser mais amplo, estenden<strong>do</strong>-se para além <strong>da</strong> saúde, a aspetossocioeconómicos, psicológicos e ambientais num modelo multidimensional que explicaos resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> envelhecimentoSegun<strong>do</strong> Jacob (2007) o conceito de envelhecimento ativo pretendeconsciencializar os indivíduos ou grupos <strong>da</strong>s suas capaci<strong>da</strong>des para promoverem amelhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as áreas envolven<strong>do</strong> os i<strong>do</strong>sos em to<strong>do</strong>s osassuntos refentes à vi<strong>da</strong>.O envelhecimento ativo tem como objetivo principal melhorar a expectativa deUma vi<strong>da</strong> saudável e de quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. Segun<strong>do</strong> Donald (1997) cita<strong>do</strong> por Jacob(2007: 20) existem cinco categorias gerais, que podem aju<strong>da</strong>r os i<strong>do</strong>sos e osprofissionais a atingirem este objetivo: “A primeira categoria é a <strong>do</strong> bem-estar físico,cujos elementos são: a comodi<strong>da</strong>de em termos, materiais, saúde, higiene e segurança.As relações interpessoais são a segun<strong>da</strong> categoria, que inclui as relações comFamiliares, amigos e participação na comuni<strong>da</strong>de. A terceira categoria tem a ver com o desenvolvimento pessoal, que representaas oportuni<strong>da</strong>des de desenvolvimento intelectual, autoexpressão e empowerment. Asativi<strong>da</strong>des recreativas compõem a quarta categoria que se subdivide em três partes:socialização, entretenimento passivo e ativo. A última categoria é as ativi<strong>da</strong>desespirituais e transcendentais, que envolvem a ativi<strong>da</strong>de simbólica, religiosa e oautoconhecimento”.Mas segun<strong>do</strong> a União Europeia (2012) “A noção de envelhecimento ativo refereseà possibili<strong>da</strong>de de envelhecer com saúde e autonomia, continuan<strong>do</strong> a participarplenamente na socie<strong>da</strong>de enquanto ci<strong>da</strong>dão ativo. Independentemente <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de, to<strong>do</strong>spodem continuar a desempenhar um papel na socie<strong>da</strong>de e a usufruir de uma boa26


quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. O desafio consiste em aproveitar <strong>da</strong> melhor forma o enormepotencial que ca<strong>da</strong> um conserva até ao fim <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>”. 1111 Consulta<strong>do</strong> a 15/Ago./2012) em http://europa.eu/ey2012/ey27


CAPÍTULO III- ESTÁGIO


O presente capítulo engloba as ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong>s 3 mesesde Estágio no Centro de dia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> Gare, neste menciono os objetivos os recursosassim como os progressos ocorri<strong>do</strong>s e algumas dificul<strong>da</strong>des.Tentei e, penso que consegui, por em prática to<strong>do</strong>s os conhecimentos teóricopráticosadquiri<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s três anos <strong>do</strong> curso. É claro que tentei sempre adequálosao grupo em questão, através de uma maior compreensão <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, identifican<strong>do</strong>melhor os problemas e as soluções.Ao estar em contacto com as diferentes reali<strong>da</strong>des ganhei experiência e vivênciaque me permitiram desenvolver uma consciência critica e a capaci<strong>da</strong>de de melhorcompreender a reali<strong>da</strong>de e interferir sobre ela. O estágio aju<strong>do</strong>u-me também a escolherquais as áreas de atuação que eu prefiro mediante as possibili<strong>da</strong>des existentes.3.1- O local de estágioDenominação social: Centro de Dia <strong>da</strong> Misericórdia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> GareDescrição <strong>do</strong> Centro de Dia <strong>da</strong> Misericórdia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> Gare- O centro de dia é umaresposta social que consiste na prestação de um conjunto de serviços que contribuempara a manutenção <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos no seu meio sociofamiliar.Tipo de serviço: centro de dia – Fornecimento <strong>da</strong> alimentação e promoção <strong>do</strong> bem-estarLocalização: Largo <strong>do</strong> padre Isidro 6300-Guar<strong>da</strong>-gare (dentro <strong>do</strong> recinto <strong>da</strong> Igreja)Recursos humanosO centro de dia dispõe de duas trabalha<strong>do</strong>ras de serviços gerais, uma a tempointeiro e outra a tempo parcial.Descrição <strong>do</strong> espaçoOs Utentes <strong>do</strong> Centro de Dia dispõem de ótimas instalações físicas. Para além <strong>da</strong>uma cozinha que serve agora apenas para a distribuição <strong>do</strong> almoço e a confeção <strong>do</strong>slanches, ain<strong>da</strong> dispõem de um refeitório areja<strong>do</strong> e com muita luz natural, duas casas de28


anho impecavelmente cui<strong>da</strong><strong>da</strong>s, uma dispensa e um hall de entra<strong>da</strong>. Mas a área nobre éconstituí<strong>da</strong> por uma sala de convívio onde se realizam to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong>des e os utentesusufruem <strong>do</strong> seu tempo livre. Esta sala está apetrecha<strong>da</strong> com to<strong>do</strong>s os meios de confortodesde sofás, cadeiras, duas mesas re<strong>do</strong>n<strong>da</strong>s com aquecimento, não esquecen<strong>do</strong> tambémos meios de entretenimento como a televisão, alguns jornais e revistas e jogos de cartas.3.2. Caracterização <strong>do</strong> grupoOs utentes que usufruem <strong>do</strong> centro de dia neste momento são vinte e três, sen<strong>do</strong>que dezassete não dependem <strong>da</strong> família, sete são dependentes <strong>da</strong> família e três sãodependentes profun<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s utentes a <strong>do</strong>ença de Alzheimer, outro a <strong>do</strong>ença deParkinson e outra senhora enfrenta alguns problemas cognitivos, esquece-se <strong>da</strong>s coisascom muita facili<strong>da</strong>de, até <strong>da</strong>s coisas mais básicas <strong>do</strong> dia-a-dia. To<strong>do</strong>s têm família, mas amaioria vive só. As i<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s utentes variam entre os 60 e os 88 anos, <strong>do</strong>s quais 9 sãohomens e 14 são mulheres e to<strong>do</strong>s vivem na Guar<strong>da</strong>. De forma a li<strong>da</strong>r melhor com estaspatologias, corresponder às carências que iam surgin<strong>do</strong> e adequar as ativi<strong>da</strong>des a estesutentes, tive a necessi<strong>da</strong>de de fazer uma pesquisa.A <strong>do</strong>ença de Alzheimer é uma “<strong>do</strong>ença <strong>do</strong> cérebro (morte <strong>da</strong>s células cerebrais econsequente atrofia <strong>do</strong> cérebro), progressiva, irreversível e com causas e tratamentoain<strong>da</strong> desconheci<strong>do</strong>s. Começa por atingir a memória e, progressivamente, as outrasfunções mentais, acaban<strong>do</strong> por determinar a completa ausência de autonomia <strong>do</strong>s<strong>do</strong>entes”. 12A <strong>do</strong>ença de Parkinson é o “termo médico para designar uma <strong>do</strong>ença crónicalentamente progressiva que afeta a porção <strong>do</strong> cérebro que coman<strong>da</strong> os movimentosvoluntários. Esta <strong>do</strong>ença é também conheci<strong>da</strong> por “paralisia agitante” e não altera asfacul<strong>da</strong>des mentais <strong>do</strong> <strong>do</strong>ente” 1312 www.minsaude.pt consulta<strong>do</strong> em 10/ 10/201213 http://www.<strong>do</strong>encasincapacitantes.host22.com consulta<strong>do</strong> em 10/ 10/201229


3.3.- Objetivos <strong>do</strong> estágioPara a realização de um trabalho eficiente numa primeira fase tentei conhecer asdinâmicas <strong>do</strong> Centro de Dia, assim como os nomes <strong>do</strong>s utentes e pouco a pouco fui-meapresentan<strong>do</strong>. Entretanto fui planifican<strong>do</strong> as ativi<strong>da</strong>des ten<strong>do</strong> em conta os objetivospretendi<strong>do</strong>s. Isto é numa primeira fase, para além de me <strong>da</strong>r a conhecer, defini comopriori<strong>da</strong>de conhecer as suas fragili<strong>da</strong>des, os temperamentos, os seus gostos e as suashistórias. É fun<strong>da</strong>mental não desvalorizar este trabalho, porque só depois de osconhecermos e cativarmos, é que podemos e conseguimos, atuar com mais segurança econfiança.Objetivos gerais•Desenvolver e aplicar os conhecimentos teórico-práticos aprendi<strong>do</strong>s nos três anosescolares segun<strong>do</strong> o diagnóstico efetua<strong>do</strong>;•Promover uma melhor quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, através de ativi<strong>da</strong>des lúdicas, que estimulemas capaci<strong>da</strong>des cognitivas, sensoriais, afetivas e físicas;•Incentivar e facilitar as reações interpessoais;Objetivos específicos•Criar condições onde possam surgir a participação, a criativi<strong>da</strong>de, a expressão e oconsentimento.•Fomentar o espírito de equipa, a boa vontade, a autoconfiança e a autoestima;•Promover o ânimo para que se esforcem e sejam promotores de um envelhecimentosaudável;•Realizar ativi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> interesse <strong>da</strong> população, promoven<strong>do</strong> a interação entre osutentes;•Valorizar os seus valores e conhecimentos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.30


3.2- As ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>sNo primeiro dia de estágio sentei-me a conversar com os utentes, observei asdinâmicas existentes, conheci o espaço e, ofereci a minha aju<strong>da</strong> no que fosse preciso,sempre com o objetivo de me integrar o melhor possível. No dia a seguir realizei algunsexercícios de expressão dramática, com o intuito de os conhecer melhor e de meapresentar. Pretendia interagir com eles através de ativi<strong>da</strong>des lúdicas, dinâmicas, que osfizessem rir, soltarem-se um pouco e movimentarem-se.Após esta primeira fase consegui fazer um pequeno diagnóstico <strong>da</strong> população,pois identifiquei algumas fragili<strong>da</strong>des, alguns problemas, gostos e anseios, o que mepermitiu planificar melhor as ativi<strong>da</strong>des posteriores, de forma a ajudá-los a atingir osobjetivos e a ultrapassar as dificul<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s. Após este primeiro diagnósticodesenvolvi ativi<strong>da</strong>des de expressão plástica e propus a confeção de um livro de acor<strong>do</strong>com os seus gostos, hábitos e necessi<strong>da</strong>des, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> liber<strong>da</strong>de aos utentes de fazerem oque quisessem, através <strong>da</strong> manipulação de vários materiais. Pretendia estimular as suascapaci<strong>da</strong>des criativas, os seus desejos, promover o trabalho em equipa, a participação, oentusiasmo e melhorar a autoconfiança.No Dia Internacional <strong>do</strong> I<strong>do</strong>so, promovi um encontro intergeracional. Elaboreiuma coreografia simples que foi trabalha<strong>da</strong> com os utentes e que foi <strong>da</strong>nça<strong>da</strong> numencontro com crianças, o que resultou num momento de convívio e de divertimento.Fiz também alguns trabalhos manuais, para a decoração <strong>do</strong> espaço de convíviocom produtos naturais <strong>do</strong> outono. Tinha como objetivo tornar o ambiente maisagradável e diferente, e melhorar o esta<strong>do</strong> de espirito <strong>da</strong>s pessoas frequenta<strong>do</strong>ras <strong>do</strong>centro.O dia de São Martinho consistiu na projeção de um vídeo alusivo ao sãoMartinho onde relembrava a len<strong>da</strong> <strong>do</strong> mesmo, assim como várias tradições que serealizam nesse dia. Proporcionou-se um convívio entre gerações, rodea<strong>do</strong>s de momentosde música e festa. Após a to<strong>da</strong> a troca de saberes fizemos um magusto.31


Fizemos uma pequena peça de teatro, ten<strong>do</strong> em conta as suas experiências,necessi<strong>da</strong>des e aspirações, promoven<strong>do</strong> assim a interação, a participação, a realizaçãopessoal, a responsabili<strong>da</strong>de, a criativi<strong>da</strong>de e a expressão <strong>da</strong>s suas ideias, durante to<strong>do</strong> oprocesso.No final realizámos <strong>do</strong>is trabalhos manuais referentes ao Natal que consistiu namanipulação, na <strong>do</strong>bragem, no corte, na colagem, no cozer e no pintar de várias texturase matérias como se pode observar na figura nº12 o cronograma <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des.32


Dias Segun<strong>da</strong> Terça QuartaQuinta Sexta Dias Segun<strong>da</strong> Terça Quarta Quinta Sexta4 a 7Set 10 a 14emb 17 a 21ro24 a 28Dias1 a 5O8 a 12utu 15 a 19br22 a 26oSegun<strong>da</strong> Terça QuartaQuintaSextaNovembroDezembro5 a 912 a 1619 a 2326 a 30Dias Segun<strong>da</strong> Terça Quarta3 a 529 a 2Feria<strong>do</strong>Ensaios para o EncontroMagusto e o São MartinhoApresentação,conhecimento geralExpressão DramáticaExpressão PlásticaExpressão Físico-motoraTeatroFigura nº12- cronograma <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong> estágio;Fonte: própria33


3.3- A Animação e a Expressão DramáticaSegun<strong>do</strong> Guerra (2007: 2) “Expressão” tem a sua origem no verbo latinoexprimere que quer dizer, entre outras coisas, fazer sair, revelar-se, manifestar-seexteriorizan<strong>do</strong>-se. 14A linguagem dramática promove a expressão interior de ca<strong>da</strong> um de nós de umaforma entendível pelos outros. O drama refere-se a to<strong>da</strong> a ação imaginária queexercemos. Assim, ain<strong>da</strong> segun<strong>do</strong> o mesmo autor a “Expressão Dramática leva-nos,pois, à manifestação/exteriorização <strong>do</strong> que temos no nosso interior, através <strong>da</strong>linguagem dramática (linguagem <strong>da</strong> ação fictícia), que dá forma e comunicação àexpressão”.Segun<strong>do</strong> Meneses (2008) a expressão dramática é um procedimento que atravésde ativi<strong>da</strong>des lúdicas estimula a aprendizagem a nível geral (cognitiva, afetiva,sensorial, motora e estética) para desenvolver as capaci<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s indivíduos. Pretendeabor<strong>da</strong>r to<strong>da</strong>s áreas <strong>do</strong> desenvolvimento humano e devi<strong>do</strong> à sua varie<strong>da</strong>de meto<strong>do</strong>lógicapodem ser orienta<strong>da</strong>s segun<strong>do</strong> as i<strong>da</strong>des, os recursos e os objetivos, pois através deméto<strong>do</strong>s experimentativos explora e desenvolve competências, para que os indivíduosse tornem sujeitos ativos e promotores <strong>do</strong> seu próprio desenvolvimento 15O fator prioritário <strong>da</strong> expressão dramática é desenvolver as competênciaspsicossomáticas, a personali<strong>da</strong>de e a interação social <strong>do</strong>s indivíduos ou grupos. Paraisso trabalha-se a participação, a imaginação, a criativi<strong>da</strong>de, a confiança, a entreaju<strong>da</strong>, acriação e o respeito mutuo; valoriza-se mais o processo e não há a necessi<strong>da</strong>de de umproduto final.Barret (1995) menciona que através <strong>da</strong> dramatização na animação socioculturalidentificamos o jogo como uma ferramenta ao serviço <strong>da</strong> animação pois este promove aexploração e a ativação <strong>da</strong> mente e <strong>do</strong> corpo, proporciona momentos de liber<strong>da</strong>de, de14 http://www.educacaoartistica.gov.pt consulta<strong>do</strong> em 10/10/201215 (http://www.criamar.pt).consulta<strong>do</strong> em 23/10/201234


descontração, estimula o imaginário, a simulação e a criativi<strong>da</strong>de, pois utiliza os <strong>do</strong>ishemisférios cerebrais na sua totali<strong>da</strong>de. Segun<strong>do</strong> a autora “o pensamento abstrato nãodeve ser separa<strong>do</strong> <strong>do</strong> ritmo biológico, uma vez que os sistemas sensoriais e motoresfazem parte ao mesmo tempo <strong>do</strong> cérebro e <strong>do</strong> corpo e que a sua interação éindispensável à gestão cognitiva. Ou seja, a não passivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> corpo favorece odesbloqueamento de mecanismos mentais que promovem o desbloqueamentointelectual” (Barret, 1995:14)O jogo devi<strong>do</strong> à sua característica principal que é o facto de ser imaginário masao mesmo tempo real, promove a interação social assim como a aprendizagem e odesenvolvimento físico, cognitivo e emocional. Segun<strong>do</strong> Winicott (1971) jogar é umato inato. Implica para o individuo um crescimento ao nível <strong>da</strong> experiencia cultural ecompõe o seu fun<strong>da</strong>mento.O jogo é portanto um utensilio importante para o desenvolvimento humano avários níveis tanto corporal, como intelectual e social. É necessário esforço, empenho ededicação mas este tem de ser feito de livre e boa de vontade pois só assim se consegueatingir o desenvolvimento pretendi<strong>do</strong>.Segun<strong>do</strong> Cabral, Cabral (2006:14) “A originali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia peladramatização parte efetivamente <strong>da</strong> reabilitação <strong>do</strong> jogo e <strong>do</strong> corpo no ato de aprender,preven<strong>do</strong>-se que contribui para a redução <strong>do</strong> mal-entendi<strong>do</strong> <strong>do</strong> sujeito com o seu corpo(muito implementa<strong>do</strong> por uma educação retrógra<strong>da</strong> e fascizante), acompanha<strong>da</strong> pelaimplementação de prática física e relaxativa que constitui uma boa preparação <strong>do</strong>exercício comunicativo propriamente dito” 16Para Beauchamps (2007) o jogo dramático favorece uma integração estimulativa<strong>da</strong>s aprendizagens e saberes, assim como a possibili<strong>da</strong>de de exteriorizar competências,características e de mu<strong>da</strong>r o esta<strong>do</strong> de espirito.16 http://www.iefp.pt.consulta<strong>do</strong> em 5/10/201235


De um mo<strong>do</strong> geral a expressão dramática propõem-se sobretu<strong>do</strong> a aju<strong>da</strong>r apessoa a:-desenvolver a sua personali<strong>da</strong>de; -autoeducar-se; -satisfazer algumas <strong>da</strong>s suasnecessi<strong>da</strong>des presentes mais fun<strong>da</strong>mentais, nomea<strong>da</strong>mente necessi<strong>da</strong>des de: expressão<strong>do</strong>s sentimentos; criativi<strong>da</strong>de ludismo; desempenho de papéis; evasão pela ficção;Catarse, ab-reação, compensação, sublimação.3.3.1-Ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>sSegue-se a descrição de alguns exercícios simples e de conhecimento que foramcoloca<strong>do</strong>s em prática numa fase inicial no âmbito <strong>da</strong> expressão dramática.Exercício de conhecimento: Quem sou- Colocámo-nos em círculo, primeiro euapresentei-me (Eu sou a Rita) e fiz um gesto relaciona<strong>do</strong> com algo que gostava. O grupodepois tem que imitar o gesto que eu fiz. A pessoa que está ao meu la<strong>do</strong> executa omesmo processo e assim sucessivamente. Objetivos:Contribuir para a identificação deca<strong>da</strong> um; facilitar a descontração e o divertimento; quebrar o gelo e a inibição.Exercício de conhecimento: Quem és tu?- Num círculo grande, ca<strong>da</strong> um vaitentar imitar uma outra pessoa <strong>do</strong> grupo e os outros têm que tentar adivinhar quem é.Assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s terem si<strong>do</strong> imita<strong>do</strong>s. Objetivos: Aumentar oconhecimento <strong>do</strong>s membros <strong>do</strong> grupo, estimular a criativi<strong>da</strong>de, desinibir, promover ainteração, a atenção e o divertimento.De segui<strong>da</strong> apresento alguns exercícios cognitivos, sensoriais e motores com objetivosdireciona<strong>do</strong>s para as suas necessi<strong>da</strong>des, fragili<strong>da</strong>des e dificul<strong>da</strong>des,Exercício de descontração: As cores-To<strong>do</strong>s em círculo escolhíamos uma cor queestivesse na sala, à medi<strong>da</strong> que ca<strong>da</strong> um dizia uma cor os outros tinham que tocar nessa36


cor. Objetivos: Trabalhar a atenção, a mobili<strong>da</strong>de, o divertimento, o contacto com osmateriais e a interação.Exercício cognitivo: Pratos preferi<strong>do</strong>s- Durante alguns minutos foi pedi<strong>do</strong> aosutentes que se lembrassem <strong>do</strong>s seus pratos preferi<strong>do</strong>s. De como é que se fazem e quaisos seus ingredientes. O grupo senta-se em círculo ao primeiro voluntário dá-se aalmofa<strong>da</strong>, ele primeiro diz o seu nome e depois dá a almofa<strong>da</strong> a quem quiser, após to<strong>do</strong>sterem dito trocámos o nome pelos pratos preferi<strong>do</strong>s depois pelos ingredientes, e por fimquan<strong>do</strong> é que comiam esses pratos. Terminávamos sempre com uma salva de palmas.Objetivos: ativar a mente e o corpo, trabalhar a memória de uma maneira positiva;preservar a identi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s utentes e promover o diálogo e a troca de costumes;promover a interação grupal e proporcionar um momento de divertimento e departicipação.Exercício cognitivo: Marmela<strong>da</strong>- Em círculo começan<strong>do</strong> numa ponta, ca<strong>da</strong> umfaz uma pergunta ao primeiro voluntário e este tem que responder sempre marmela<strong>da</strong>,após este responder a to<strong>do</strong> o círculo passa a vez ao segun<strong>do</strong> voluntário. O exercíciotermina após to<strong>do</strong>s terem respondi<strong>do</strong>. Objetivos: desenvolver a capaci<strong>da</strong>de deconcentração e de atenção; possibilitar a interação entre os utentes de uma formadiverti<strong>da</strong>.Exercício sensorial: Tocar na pessoa de vermelho - No círculo observamos ascores com que estamos vesti<strong>do</strong>s. Um voluntário diz vermelho e to<strong>do</strong>s temos que tocarna pessoa que tem vermelho. Assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s terem participa<strong>do</strong>.Objetivos: aumentar o contacto físico e a união <strong>do</strong> grupo, estimular a visão e a atenção,desenvolvimento <strong>do</strong> espírito de equipa, desinibição <strong>do</strong> grupo e exercitar os membrosinferiores e superiores.Exercício de concentração: Musicoterapia- após o aquecimento colocamos umamúsica calma mas o movimento que se faz é precisamente o contrário como seestivéssemos a correr. De segui<strong>da</strong> coloca-se uma música rápi<strong>da</strong> que tem que seracompanha<strong>da</strong> com movimentos calmos como se estivéssemos a voar; Objetivos: ativar37


os membros superiores, desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de concentração com o recurso àaudição e coordenação físico-motora.Exercício de ativação: Nós e a almofa<strong>da</strong> - Num círculo o voluntário que segurana almofa<strong>da</strong> diz o seu nome, de segui<strong>da</strong> olha para uma <strong>da</strong>s pessoas e atira a almofa<strong>da</strong>,quem recebe a almofa<strong>da</strong> faz a mesma coisa. Após to<strong>do</strong>s terem feito, trocámos os nomespor frutas, depois por vegetais e por fim as flores. Objetivos- Ativar a mente e o corpo,trabalhar a memória, interação grupal e divertimento.Exercício de cooperação: Quero que venha para ao pé de mim!- Senta<strong>do</strong>s numcírculo fica um lugar vazio, quem esta à direita desse lugar diz quero que venha para aopé de mim um senhor. O senhor convi<strong>da</strong><strong>do</strong> diz porquê? O que convi<strong>do</strong>u faz um elogio.Os <strong>do</strong>is vão ter um com o outro, dão um abraço e o que foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> senta-se nacadeira vazia. E assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s <strong>da</strong>rem um abraço. Objetivos: aumentara autoestima, desenvolver a união grupal, o contacto físico, o espírito de equipa,promover o conforto e o carinho.Exercício de aquecimento e concentração: Zip/Zap -Em círculo um voluntáriocomeça por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por um gesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito, osoutros fazem o mesmo movimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario. Estemu<strong>da</strong> a palavra para “zap” e a direção para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com uma pausapara o café e para subir e descer no eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> círculo e por gestos. Objetivos:promover a coordenação físico-motora e a desinibição. Estimular a atenção, o contactovisual, o trabalho de grupo.Avaliação: Como se pode ver nas figuras nº 13 e nº 14, estas ativi<strong>da</strong>des aju<strong>da</strong>ram adesinibir, a aumentar a confiança e o conhecimento entre os utentes e a minha pessoa.As transformações maiores foram ao nível cognitivo, relativamente à atenção e àmemória. Mas também houve melhorias no aspeto emocional os utentes respeitavam-semais e eram mais simpáticos. A partir de determina<strong>da</strong> altura eram eles que queriam <strong>da</strong>ros abraços e, já aju<strong>da</strong>vam ou explicavam como é que se fazia o exercício. Para além <strong>do</strong>exercício <strong>do</strong> dia, pediam para fazermos outros, sugeriam quais e explicavam o porquê.38


Figura nº 13 Exercício de aquecimento e concentração: zip,zapFonte: própriaFigura nº 14- Exercício de aquecimento e concentração: zip,zapFonte: própria3.4- A animação e a expressão plásticaSegun<strong>do</strong> Cosme, Damião (2013) A expressão plástica, enquanto técnica de animação,permite a exteriorização <strong>do</strong> individuo, através <strong>da</strong> manipulação de várias texturas ematérias, desenvolve a criativi<strong>da</strong>de, proporcionan<strong>do</strong> experiencias como o corte, amistura de cores, a colagem, entre outros elementos, em vários tipos de materiais.39


Esta exploração, manipulação, experimentação e transformação constituemelementos fun<strong>da</strong>mentais de aprendizagem e de desenvolvimento <strong>da</strong> pessoa, <strong>do</strong> seucaracter, <strong>da</strong> sua personali<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> interação grupal. Enquanto técnica permite a criaçãomaterial <strong>da</strong>s ideias imagina<strong>da</strong>s, contribui para o desenvolvimento <strong>da</strong> motrici<strong>da</strong>de fina,que por sua vez, está interliga<strong>da</strong> com a expressão motora <strong>do</strong> individuo. Para isso éfun<strong>da</strong>mental a estimulação construtiva para atingir os objetivos e a melhoria <strong>do</strong> trabalhode acor<strong>do</strong> com as capaci<strong>da</strong>des e a evolução consegui<strong>da</strong>. 17Segun<strong>do</strong> Rei (2008) as artes plásticas num processo contínuo promovem odesenvolvimento estético-visual <strong>do</strong>s indivíduos, previnem novas formas de iliteracia edifundem um nível cultural mais elabora<strong>do</strong>. A aprendizagem <strong>da</strong> arte permite aoindividuo expressar-se culturalmente pois promove um melhor entendimento <strong>do</strong>scódigos visuais e <strong>do</strong> património artístico e cultural cujos explicam os valores culturais<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, desta forma consideramos a vi<strong>da</strong> comunitária como parte integrante <strong>da</strong>arte. Além de um maior entendimento <strong>do</strong>s valores culturais e <strong>da</strong> forma como foramexpressa<strong>do</strong>s a arte permite novas formas de pensar, de trabalhar e de agir essenciais àsmu<strong>da</strong>nças que ocorrem pois implicam processos cooperativos.Segun<strong>do</strong> a mesma autora Rei (2008) a expressão plástica promove odesenvolvimento e a exploração <strong>da</strong> criativi<strong>da</strong>de, satisfaz as nossas capaci<strong>da</strong>des inatas deexplorar, de querer conhecer e por fim descobrir a emoção estética. O importante <strong>da</strong>expressão plástica não é o produto final <strong>do</strong> trabalho mas sim o efeito que esteproporciona na autoestima e na confiança <strong>da</strong>s pessoas.Segun<strong>do</strong> Jacob (2007) a animação através <strong>da</strong> expressão plástica promove aoi<strong>do</strong>so trabalhar a sua característica artística, através <strong>do</strong> manuseamento de váriosmateriais (barro, plasticina, pasta de papel ou outro material), bor<strong>da</strong><strong>do</strong>s, pintura,desenho, colagem, etc., o que permite exprimir emoções. As ativi<strong>da</strong>des de expressãoplástica desenvolvem a criativi<strong>da</strong>de, a imaginação, ativam e aumentam a motrici<strong>da</strong>defina e a coordenação psicomotora <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so.17 www.cosme<strong>da</strong>miao.pt consulta<strong>do</strong> em 10/11/201240


3.4.1- Ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>sAtivi<strong>da</strong>de: “O livro <strong>do</strong>s utentes <strong>do</strong> centro de dia”Após a observação <strong>da</strong>s práticas <strong>do</strong>s utentes verifiquei que, alguns gostam defazer ren<strong>da</strong> outros malha e outros jogar às cartas. Então no senti<strong>do</strong> de promover ascapaci<strong>da</strong>des e as suas aspirações, de unir o grupo com o sentimento de estarem to<strong>do</strong>sjuntos com o mesmo propósito pensei numa ativi<strong>da</strong>de que desenvolvesse o espírito deentreaju<strong>da</strong>, fortalecesse a motrici<strong>da</strong>de fina; aumentasse a autoestima, a autoconfiança eprincipalmente valorizasse as suas aptidões e os seus conhecimentos. Propus então aelaboração de um livro onde constassem as habili<strong>da</strong>des, os gostos e os desejos de ca<strong>da</strong>um. Primeiro foi inicia<strong>do</strong> um diálogo com os utentes, para estabelecermos o que é queca<strong>da</strong> um queria fazer e como, depois fomentei o quanto importante era, aju<strong>da</strong>rmo-nosuns aos outros. (fig. nº 15 e nº 16). A ativi<strong>da</strong>de consistia na manipulação de váriosmateriais, na escolha <strong>da</strong>s cores, <strong>da</strong>s formas e <strong>do</strong>s tamanhos.Os utentes desenvolveram um conjunto de tarefas: uns fizeram ren<strong>da</strong>, outrosdesenharam, uns fizeram malha, outros escreveram, uns aju<strong>da</strong>ram, outros fizeram acapa, colaram e cortaram materiais e outros transmitiram o seu conhecimento de formaoral. Após ca<strong>da</strong> trabalho o autor assinava para depois poder mostrar à família e aosamigos as suas habili<strong>da</strong>des.Material- Cartolina, cola, teci<strong>do</strong>, lãs varia<strong>da</strong>s, agulhas, <strong>do</strong>ssier, canetas de feltro e linhasde crochê.Avaliação: Esta ativi<strong>da</strong>de resultou muito bem, pois a participação foi quase total, amotivação e a vontade também. Inicialmente houve competição mas após algumaconversa a capaci<strong>da</strong>de de entreaju<strong>da</strong> venceu e, a mu<strong>da</strong>nça no centro foi enorme poisca<strong>da</strong> um fazia o que queria e conseguia. O orgulho e a satisfação observa<strong>da</strong> pelotrabalho realiza<strong>do</strong> na cara <strong>do</strong>s utentes foram notáveis.41


Figura nº 16- Ativi<strong>da</strong>de para o livroFigura nº 15- Ativi<strong>da</strong>de para o livroFonte própriaFonte própriaAtivi<strong>da</strong>de: “Chegou o outono”Elaboração de pequenos trabalhos manuais, com produtos <strong>do</strong> outono para adecoração <strong>do</strong> espaço de convívio (fig. nº 17). Alguns utentes decoraram cestas comouriços e castanhas, outros desenharam a boca e os olhos, assim como o cabelo postiçopara depois colarem numa abobora e, outros fizeram arranjos naturais. Objetivos-Promover o gosto pelo outono; ativar a memória; relembrar as coisas boas <strong>do</strong> outonopara assim tornar as pessoas mais positivas; estimular a criativi<strong>da</strong>de; promover otrabalho em equipa e tornar o ambiente mais agradável e harmonioso.Material- Cestas de verga, aboboras, ouriços, castanhas, papel autocolante, marmelos elã.Avaliação: Conseguiu-se tornar o ambiente mais positivo, a participação foi quase total,a memória foi trabalha<strong>da</strong>, ten<strong>do</strong> em conta que depois, suscitaram várias conversas sobreos produtos e os trabalhos no outono, acaban<strong>do</strong> por haver trocas de ideias para fazer adecoração.42


Figura nº 17- Ativi<strong>da</strong>de: “Chegou o Outono”Ativi<strong>da</strong>des: “Velas e Enfeites de natal”Este exercício consistiu na manipulação e na <strong>do</strong>bragem de várias revistas comtrês passos específicos. Depois iniciou-se o trabalho de pintura e após o tempo desecagem prosseguiu-se para o corte <strong>da</strong>s cor<strong>da</strong>s, queimaram-se as pontas e só depois éque se colaram as cor<strong>da</strong>s às revistas.Elaboração de utensílios decorativos para a árvore de natal; primeiro com aaju<strong>da</strong> <strong>do</strong>s moldes cortaram-se os teci<strong>do</strong>s duplamente com os vários formatos,começaram a coser –se os teci<strong>do</strong>s, mas não completamente, pois tinham-se de enchercom espuma. Após este processo, terminaram-se de coser e colocou-se um fio em ca<strong>da</strong>um deles. Só depois é que se procedeu à colocação <strong>do</strong>s utensílios na árvore.Objetivos: Trabalhar a motrici<strong>da</strong>de fina; estimular a criativi<strong>da</strong>de e a participação;promover um momento de convívio, de troca de ideias e de bem-estar; ativar a memórianatalícia e em família; promover o espirito de entreaju<strong>da</strong> e de equipa, e contribuir para aboa disposição, desenvolver o senti<strong>do</strong> de estética; consciencializar para a importância<strong>do</strong> aproveitamento <strong>do</strong>s produtos existentes.43


Material: Revistas, cor<strong>da</strong>s, sprays, cola e isqueiro, teci<strong>do</strong>s de feltro, linhas, agulhas,espuma, moldes e tesouras.Avaliação: No princípio a resposta <strong>do</strong>s utentes foi de curiosi<strong>da</strong>de, alguns quiseram logoexperimentar, outros achavam, que não conseguiam. Mas no final to<strong>do</strong>s fizeram algumacoisa, e sentiam-se mais confiantes e contentes com o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho feito.Chegaram mesmo a pedir para fazer mais e mostravam uns aos outros o que tinhamfeito, para além de posteriormente ensinarem aos outros como se faziam as velas e osrestantes enfeites. Ou seja a resposta <strong>da</strong>s pessoas foi excelente no senti<strong>do</strong> de to<strong>da</strong>squererem participar, sugerirem ideias diferentes e varia<strong>da</strong>s. O espírito de entre aju<strong>da</strong> foiconstante e a motivação também, pois à medi<strong>da</strong> que iam chegan<strong>do</strong> ao Centro de Dia aprimeira coisa que faziam era irem-me perguntar o que é que podiam fazer (fig. nº 18).Figura nº 18- Ativi<strong>da</strong>des: “velas e enfeites de natal; fonte própria44


Figura nº 19- Ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s velas ; fonte própriaFigura nº 20- Ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s velas ; fonte própriaFigura nº 21- árvore de natal; fonte própria45


3.5- Encontros IntergeracionaisSegun<strong>do</strong> Giddens, (1999: 106) "Ser velho «dura» mais tempo <strong>do</strong> queantigamente" ten<strong>do</strong> em conta esta evolução demográfica é necessário criar formas quefacilitem a comunicação, a integração social para um melhor entendimento socialfavorecen<strong>do</strong> elos de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de alternativos às práticas comuns de convivênciageracional e, uma outra postura relacional, construí<strong>da</strong> em fun<strong>da</strong>mentos e organizaçõesestáveis que sustentem não apenas a convivência entre gerações, mas que "fazem erefazem os contornos <strong>da</strong> ligação geracional".Mendes (2005) reconhece que é necessário uma mu<strong>da</strong>nça de pensamento eatitudes em relação aos i<strong>do</strong>sos pois eles através <strong>do</strong> diálogo transmitem ideias, opiniões,práticas e atitudes que resultaram com eles ou que ain<strong>da</strong> resultam. Um <strong>do</strong>s objetivosdestes encontros é possibilitar para um pensamento positivo em relação à velhice. Paraisso, Fox e Giles (1993) consideram que não interessa tanto a promoção de encontrosentre gerações, importante é sim a essência desses contactos e, mais ain<strong>da</strong> o tipo departicipação e a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> intervenção e a comunicação estabeleci<strong>da</strong>.Segun<strong>do</strong> Zeldin, Larson, Camino e O'Connor (2005), O contacto intergeracionalé uma estratégia eficaz para a promoção ver<strong>da</strong>deira de interaju<strong>da</strong> e de proximi<strong>da</strong>de entregerações o que resulta num veículo de socialização que promove relações positivasentre gerações. Pois conforme Kirchner, O'Donoghue, & McLaughlin, (2002); Scales,(2003) é através <strong>da</strong> partilha de projetos e de saberes que se vai reforçan<strong>do</strong> também asoli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e a cooperação, princípios necessários para constituir uma socie<strong>da</strong>de maisjusta.O desenvolvimento <strong>do</strong> indíviduo implica uma educação ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> maspara isso tem que existir uma perceção social de saberes e valores pertinentes paraatingir um novo conhecimento. O facto de vermos os outros a participar somosinfluencia<strong>do</strong>s para participar também, neste senti<strong>do</strong> promove-se a interação geracional.46


3.5.1- Ativi<strong>da</strong>de desenvolvi<strong>da</strong>:Dia internacional <strong>do</strong> i<strong>do</strong>soContactei com a Escola Preparatória <strong>da</strong> Estação, com o objetivo de convi<strong>da</strong>r osalunos e os professores, para irem ao Centro de dia participar na ativi<strong>da</strong>de que osutentes tinham prepara<strong>do</strong> para eles, assim como um lanche em conjunto. Após aresposta positiva, organizámos e ensaiámos a ativi<strong>da</strong>de elabora<strong>da</strong> para esse dia. Estaativi<strong>da</strong>de consistia num conjunto de passos com uma determina<strong>da</strong> sequência e ao ritmo<strong>da</strong> música escolhi<strong>da</strong> pelos utentes. A ativi<strong>da</strong>de é feita maioritariamente com os braços,embora as pernas também trabalhem. Objetivos- Promover a interação entre duasgerações, proporcionar um momento de divertimento, de convívio, estimular acoordenação físico-motora, aju<strong>da</strong>r a desinibir, ativar a mente e o corpo.Material- Leitor de cds e vários tipos de música.Os dezanove alunos <strong>da</strong> Escola que foram ao centro pertenciam ao terceiro ano, tinhamnove anos e prepararam uma canção e uma história para os utentes.Avaliação: Esta ativi<strong>da</strong>de resultou num momento de convívio e de interação de váriasgerações. As pessoas desinibiram-se, divertiram-se, trocaram saberes e esforçaram-se, oque contribui para melhorar a autoconfiança <strong>do</strong>s utentes. Houve espirito de equipa e deapoio (fig. nº 22 e nº 23).Figura nº 22- ativi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> encontro Intergeracional; fonte própria47


Figura nº 23- Ativi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> encontro Intergeracional; fonte própria3.6- O teatro como meio <strong>da</strong> animação socioculturalO termo teatro deriva <strong>do</strong> grego theatrón, que significa “lugar para contemplar”.O teatro é um <strong>do</strong>s ramos <strong>da</strong> arte cénica (ou performativa), compreende umaatuação/interpretação, de um tema cujo objetivo é a exibição a um público. Esta arteconsiste na combinação <strong>do</strong>s gestos, <strong>da</strong> música, <strong>do</strong>s sons, <strong>do</strong> discurso e <strong>da</strong> cenografia.“Por outro la<strong>do</strong>, as origens históricas <strong>do</strong> teatro surgem com a evolução <strong>do</strong>s rituaisrelaciona<strong>do</strong>s com a caça e com a colheita (agricultura), que desembocaram emcerimónias dramáticas através <strong>da</strong>s quais se prestava culto aos deuses e se manifestavamos princípios espirituais <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de” 18Ventosa (1993) Considera o teatro como uma forma de desenvolvimentocomunitário pois promove a comunicação, a interação, a expressivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> corpo, tornaas pessoas mais livres e comunicativas, proporciona a valorização <strong>do</strong> processo emdetrimento <strong>do</strong> produto, motiva dinâmicas de participação, de criativi<strong>da</strong>de, de educação ede integração social.18 http://conceito.de/teatro consulta<strong>do</strong> em 30/10/201248


Segun<strong>do</strong> o mesmo autor os objetivos <strong>do</strong> teatro são os seguintes: participação,relação, criativi<strong>da</strong>de, expressivi<strong>da</strong>de, desenvolvimento social e pessoal, fomentar acapaci<strong>da</strong>de expressiva, reforçar a componente comunicativa, participar diretamente nafesta, reforçar a coesão grupal e potenciar a criativi<strong>da</strong>de e confiança.Lopes (2008:11) considera o teatro como ferramenta <strong>da</strong> animação que imerge <strong>da</strong>necessi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> homem se tornar mais humano pois desenvolve a criativi<strong>da</strong>de,expressivi<strong>da</strong>de, a espontanei<strong>da</strong>de, a confiança e a intercomunicação. O teatro é umanecessi<strong>da</strong>de básica humana pois colmata problemas de ”falta de comunicação,intolerância, tensão, violência, ansie<strong>da</strong>de, depressão, <strong>da</strong>s angústias, , <strong>da</strong> mecanização <strong>da</strong>vi<strong>da</strong>, <strong>da</strong> perca <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>da</strong> ausência de afetos, em suma <strong>da</strong> falta dehumanismo presente na vi<strong>da</strong> de hoje”. A importância <strong>do</strong> teatro na animação consiste navalorização <strong>do</strong> processo em vez <strong>do</strong> espetáculo em si. Ten<strong>do</strong> em conta que é durante oprocesso que se partilham ideias, sentimentos, gostos, “opções estéticas associa<strong>da</strong>s areferências para teatrais comunitárias e a formas de compreensão de textos a partir decontextos e pretextos onde se relevam a história, os feitos, os acontecimentos e a formasde leituras plurais que manifestem visões plurais em relação ao mun<strong>do</strong> de hoje”.Segun<strong>do</strong> o mesmo autor, to<strong>da</strong> a gente pode participar ou contribuir para a sua execução.3.6.1-Ativi<strong>da</strong>de desenvolvi<strong>da</strong>:Ativi<strong>da</strong>de teatral “A feira de outono”A “Feira de Outono” foi um pequeno exercício teatral elabora<strong>do</strong> para o lar <strong>da</strong>Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> que, retrata a vi<strong>da</strong> numa feira, realçan<strong>do</strong> a suaimportância para as relações humanas, pois são pontos de convívio e de encontro, ondepromovem a troca de saberes, proporcionam momentos de união de pessoas e defamílias e facultam novos conhecimentos. Durante o exercício houve troca de elogios,de abraços, houve <strong>da</strong>nças em conjunto e poemas.49


Com esta dramatização pretendia relembrar memórias, ten<strong>do</strong> em conta asexperiências, as necessi<strong>da</strong>des e as aspirações <strong>do</strong>s utentes; desenvolver a criativi<strong>da</strong>de;estimular a participação e promover o divertimento e a responsabili<strong>da</strong>de. Melhorar aautoestima, a autoconfiança e promover o conforto, a união e o carinho entre os utentes.Procurei motivar, entusiasmar, evidenciar as virtudes e os gostos de ca<strong>da</strong> um, propiciarum momento de realização pessoal, de interaju<strong>da</strong>, de trabalho de equipa e aju<strong>da</strong>r adesenvolver o sentimento de pertença ao grupo e à vi<strong>da</strong>. Ativar a mente e o corpo,desinibir para tornar as pessoas mais livres e exercitar a memória.GUIÃOÉ importante referir que este guião surgiu de um trabalho conjunto de muitareflexão e troca de ideias com os utentes. A descrição que se segue <strong>da</strong> dramatização foielabora<strong>da</strong> com base nas improvisações e, momentos de espontanei<strong>da</strong>de que iamsurgin<strong>do</strong> <strong>da</strong>s representações <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos.Este exercício teve início com a leitura de um poema alusivo à feira por umautente (ver anexo 3). Entretanto as senhoras que desempenharam o papel de feirantescomeçaram apregoar ao mesmo tempo e, após <strong>do</strong>is ou três minutos paravam, ecomeçava só a primeira feirante a pregoar. Cantava uma música “bate, bate padeirinha”de forma a chamar mais clientes.Chega a primeira cliente que tenta regatear, primeiro a feirante não cede, masentretanto, após algum diálogo as duas cedem e fazem negócio. Como ficam contentes,no fim dão um abraço. Começa a música e a <strong>da</strong>nça na feira entre as vende<strong>do</strong>ras e oscompra<strong>do</strong>res que são sete.Após alguns minutos a música pára e começa a segun<strong>da</strong> vende<strong>do</strong>ra a pregoar,agora a fruta. Chega a segun<strong>da</strong> compra<strong>do</strong>ra e ambas tentam chegar a um consenso sobreo valor <strong>da</strong> compra (tal como na cena anterior). Após a música e a <strong>da</strong>nça, começa aterceira vende<strong>do</strong>ra a pregoar castanhas. Entretanto o terceiro compra<strong>do</strong>r pára navende<strong>do</strong>ra e fazem negocio mas antes <strong>do</strong> abraço o compra<strong>do</strong>r diz a frase seguinte” é50


uma pra cá, duas para lá <strong>da</strong>qui a pouco já não há, é aproveitar enquanto há!” Depois é oabraço, a música e a <strong>da</strong>nça.Após a música terminar, começam duas <strong>da</strong>s vende<strong>do</strong>ras a discutir, porque umadiz que a outra fica com os clientes to<strong>do</strong>s a outra diz que tem que alimentar a família etentam-se agredir mutuamente com os lenços. Mas vêm a segun<strong>da</strong> compra<strong>do</strong>ra que tentaapaziguar os ânimos dizen<strong>do</strong>-lhes: antigamente eram tão boas amigas e que não vale apena estarem a chatearem-se, tenham calma e façam as pazes. Depois dão um abraço ecomeça a música e a <strong>da</strong>nça.Após este acontecimento <strong>do</strong>is ladrões metem conversa com a feirante <strong>do</strong> pão eroubam a mesma. Aperceben<strong>do</strong>-se disso as feirantes unem-se e começam a chamar pelapolícia. Entretanto os <strong>do</strong>is policias que an<strong>da</strong>vam pela feira vesti<strong>do</strong>s à paisana, ouvem opedi<strong>do</strong> de socorro, e agem corren<strong>do</strong> atrás <strong>do</strong>s ladrões e assobian<strong>do</strong> para estes pararem, eassim aconteceu. Só que os <strong>do</strong>is polícias vêm uma tasca com jeropiga e querem provar,mas antes dizem para os ladrões: “esperarem aí que já vão para o xadrez!”Os ladrões viram os polícias distraí<strong>do</strong>s e fugiram, dizen<strong>do</strong> antes: “as policiasRita e Gina, foram ao garrafão e apanharam uma bebedeira!” Os ladrões não estan<strong>do</strong>satisfeitos com o acontecimento voltam a roubar e são apanha<strong>do</strong>s mais uma vez, mas aboa vontade e a boa disposição de to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s na feira per<strong>do</strong>a os ladrões.Começam to<strong>do</strong>s a <strong>da</strong>nçar, os feirantes deixam as bancas, os compra<strong>do</strong>res largamas compras e as carteiras, os polícias deixam de beber e os ladrões param de roubar parato<strong>do</strong>s juntos se divertirem e aproveitarem o momento de alegria e convívio!Adereços: pão, fruta <strong>da</strong> época varia<strong>da</strong>, castanhas, abóboras, jeropiga, <strong>do</strong>is copos, umbastão, leitor de cds e apitos.Cenário: três mesas e cortinas;Figurinos: Coletes, aventais e lenços.Avaliação: Com esta ativi<strong>da</strong>de consegui melhorar a autoestima <strong>do</strong>s utentes, o senti<strong>do</strong> deresponsabili<strong>da</strong>de, a autoconfiança, a vontade de se arranjarem esteticamente. Foi51


incrível o empenho, a dedicação e o esforço <strong>do</strong>s utentes perante esta ativi<strong>da</strong>de, desdechegarem a ir proposita<strong>da</strong>mente ao cabeleireiro, e treinarem em casa o que tínhamosfeito, para depois mostrarem o que tinham melhora<strong>do</strong>. Ao nível <strong>da</strong> memória houvemelhorias e a vontade de partilhar carinho entre to<strong>do</strong>s também. Os i<strong>do</strong>sos tornaram-semais ativos, mais diverti<strong>do</strong>s e principalmente mais felizes ( fig. 24 e nº 25).Figura nº 24- ensaios <strong>do</strong> teatro; fonte própriaFigura nº 25- ensaios <strong>do</strong> teatro; fonte própria52


3.7- Animação multimédiaO autor Ribeiro (2007: 3) designa multimédia como “a combinação, controla<strong>da</strong>por computa<strong>do</strong>r, de texto, gráficos, imagens, vídeo, áudio, animação e qualquer outromeio pelo qual a informação possa ser representa<strong>da</strong>, armazena<strong>da</strong>, transmiti<strong>da</strong> eprocessa<strong>da</strong> sob a forma digital”Segun<strong>do</strong> Chaves (1991) através <strong>do</strong>s computa<strong>do</strong>res exibem-se e recuperam-seconhecimentos, hábitos e informações de mo<strong>do</strong> multissensorial isto é com auxílio <strong>do</strong>som (voz humana, música, efeitos especiais), <strong>da</strong> fotografia (imagem estática), <strong>do</strong> vídeo(imagens em pleno movimento), <strong>da</strong> animação (desenho anima<strong>do</strong>), de gráficos e detextos (incluin<strong>do</strong> números, tabelas, etc.) De mo<strong>do</strong> integra<strong>do</strong> pois este funciona como umto<strong>do</strong> organiza<strong>do</strong> pelo computa<strong>do</strong>r, a multimédia é intuitiva pois utilizam-se os meios decomunicação mais adequa<strong>do</strong>s aos conteú<strong>do</strong>s. E é interativa pois permite interagir comas informações através <strong>da</strong> investigação, <strong>da</strong> recuperação e <strong>da</strong> interligação para depois seproduzirem novas ideias. 193.7.1- Ativi<strong>da</strong>de desenvolvi<strong>da</strong>Ativi<strong>da</strong>de: São martinho e o magustoNesta ativi<strong>da</strong>de projetei um filme alusivo ao São Martinho composto por trêspartes: A primeira parte foi a projeção <strong>da</strong> len<strong>da</strong> de São Martinho, com músicainstrumental, e inspira<strong>do</strong>ra, e imagens históricas para posteriormente os utentescomentarem e contarem o que é que tinham observa<strong>do</strong>. Na segun<strong>da</strong> parte o filmeretratou várias tradições onde se <strong>da</strong>va enfase à interação entre várias gerações e aos seushábitos e costumes. Finalmente, na terceira parte, mostrou-se uma feira onde se podiaver os produtos principais dessa ocasião. No filme em geral pode-se observar o convívioe o trabalho entre gerações.19 http://edutec.net Consulta<strong>do</strong> em 05/11/201253


Fizemos também um lanche de São Martinho com direito a castanhas, a bolo e àtão célebre jeropiga. Reflexão sobre as tradições e os hábitos de ca<strong>da</strong> um no SãoMartinho (fig. nº 26 e nº 27).Objetivos- Proporcionar um momento de troca de saberes, de interação, de convívio,motivar para a participação, ativar a memória e promover o divertimento, a satisfação, aunião grupal e propiciar um momento agradável e diferente.Material- Projetor e computa<strong>do</strong>r.Avaliação: Durante esta ativi<strong>da</strong>de houve interação entre to<strong>do</strong>s e reavivaram-sememórias.Partilharam-se experiências, houve troca de opiniões, os utentes brincaram e aomesmo tempo foram pacientes uns com os outros. Num gesto simples mas de grandesignifica<strong>do</strong>, até descascavam e ofereciam castanhas unas aos outros. Ou seja,desenvolveu-se o espírito de equipa e de entreaju<strong>da</strong>.Figura nº 26- o magusto; fonte própriaFigura nº 27- -o magusto; fonte própria54


3.8- Animação e a expressão físico-motoraEsta expressão procura desenvolver as competências físico-motoras <strong>do</strong>sindivíduos através de ativi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> foro físico que desenvolvem as capaci<strong>da</strong>des físicas<strong>do</strong>s indivíduos essenciais para executar ações motoras. A execução habitual deativi<strong>da</strong>des físicas oferece melhorias ao nível utilitário <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos, no âmbito <strong>do</strong>desenvolvimento cognitivo e <strong>do</strong> processamento <strong>do</strong> conhecimento. 20As capaci<strong>da</strong>des físicas possibilitam a prática de ações motoras desde as maissimples às mais difíceis como an<strong>da</strong>r, correr, na<strong>da</strong>r, saltar entre outras (fig. nº 28 e nº29).A ativi<strong>da</strong>de física é defini<strong>da</strong> por Caspersen et. al. (1985:37) como “qualquermovimento corporal, produzi<strong>do</strong> pela musculatura esquelética (voluntária) que resultaem gasto energético acima <strong>do</strong>s níveis de repouso”. .Através <strong>da</strong> elaboração de vários exercícios ajusta<strong>do</strong>s às capaci<strong>da</strong>des enecessi<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos a animação física motora pretende melhorar o potencial motor,fortalecer a agili<strong>da</strong>de física e motora, a coordenação de movimentos no senti<strong>do</strong> deaju<strong>da</strong>r o i<strong>do</strong>so a combater a invalidez, dependência e a per<strong>da</strong> de autocontrolo. A fim demelhorar a sua quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, através de uma maior interação grupal e <strong>da</strong>estimulação <strong>do</strong> convívio e <strong>da</strong> boa-disposição.As ativi<strong>da</strong>des físicas inspiram os i<strong>do</strong>sos a autodescobrirem-se, a atualizarem assuas capaci<strong>da</strong>des perante as infinitas possibili<strong>da</strong>des.3.8.1- Ativi<strong>da</strong>de desenvolvi<strong>da</strong>:Exercícios físico-motoresEsta ativi<strong>da</strong>de primeiro consistia em exercícios de aquecimento, como porexemplo apanhar a fruta <strong>da</strong>s árvores, subir uma montanha, remar, na<strong>da</strong>r, subir por umacor<strong>da</strong>. Depois fazíamos movimentos de descontração como sacudir os braços etrabalhávamos a respiração. Após estes movimentos fazíamos os anteriores <strong>da</strong> mesma20 http://www.scielo. Consulta<strong>do</strong> em 07/10/201255


maneira mas com mais energia e durante mais tempo. No final o exercício dedescontração e relaxamento para voltarmos à rotina habitual. Objetivos: Melhorar aautonomia, a capaci<strong>da</strong>de física, promover a boa disposição, capacitar os utentes dedestreza física e psicológica e melhorar a autoestima e a autoconfiança.Avaliação: Como era uma ativi<strong>da</strong>de habitual o incentivo geralmente não tinha que sertanto, mas algumas vezes tive que relembrar a importância <strong>do</strong> exercício físico para osseres humanos, especialmente para os utentes. Houve participação e passa<strong>do</strong> algumtempo os utentes sentiam-se mais fortes, capazes e ativos.Figura nº 28- os exercícios físico-motores; fonte própriaFigura nº 29-- os exercícios físico-motores; fonte própria56


Reflexão finalO estágio foi um excelente contributo para a realização <strong>da</strong>s minhas expectativasprofissionais cria<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong> curso de ASC. Foi um privilégio poder partilhar,transmitir, e acima de tu<strong>do</strong> receber experiências, expectativas, apoios, meto<strong>do</strong>logias eestratégias num ambiente tão rico e único como o <strong>da</strong> SCM <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>.Quero <strong>da</strong>r especial relevo às PESSOAS com quem aprendi, trabalhei, cresci,evolui e vivi pois to<strong>da</strong>s elas foram extraordinárias para mim desde as funcionárias àadministração e aos utentes.O estágio foi desde o início um processo ativo, em crescimento, tanto ao nívelemocional, como cognitivo. Naturalmente no princípio não tinha confiança e tinhame<strong>do</strong> de não conseguir cumprir e atingir os objetivos. Mas essa primeira impressão logodesapareceu nas primeiras semanas. Rapi<strong>da</strong>mente comecei a interagir com as pessoas, aplanificar e a desenvolver as ativi<strong>da</strong>des.Claro que houve obstáculos a vencer, até porque os utentes estavam habitua<strong>do</strong>s arealizarem apenas duas sessões semanais de ginástica e mais na<strong>da</strong>. Esta situaçãoobrigou-me a um maior esforço ao nível <strong>da</strong> motivação. Mas foi gratificante observar eacompanhar os resulta<strong>do</strong>s e a evolução notória e benéfica que, no dia-a-dia se foiatingin<strong>do</strong>.As planificações semanais nem sempre foram cumpri<strong>da</strong>s nos dias que tinha determina<strong>do</strong>devi<strong>do</strong>, por vezes, ao esta<strong>do</strong> emocional <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos, a fatores externos, a necessi<strong>da</strong>desmomentâneas e também devi<strong>do</strong> a pedi<strong>do</strong>s especiais <strong>do</strong>s utentes, apelan<strong>do</strong> assim aodesenvolvimento <strong>da</strong> minha capaci<strong>da</strong>de de improvisação.Mesmo assim, consegui realizar to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong>des planea<strong>da</strong>s, embora algumastenham si<strong>do</strong> ajusta<strong>da</strong>s ou mesmo modifica<strong>da</strong>s de acor<strong>do</strong> com as necessi<strong>da</strong>desencontra<strong>da</strong>s.57


De facto, para se ser um bom anima<strong>do</strong>r mais <strong>do</strong> que saber é preciso saber-fazer.Isto é, não basta saber to<strong>da</strong> a teoria é preciso saber aplica-la na prática, de acor<strong>do</strong> com areali<strong>da</strong>de e o público-alvo.Importa referir que antes de qualquer ativi<strong>da</strong>de, fiz questão de transmitir a to<strong>do</strong>sos utentes qual a importância <strong>da</strong> mesma, quais os objetivos e a sua finali<strong>da</strong>de e semprede forma clara e concisa. Mesmo assim, tive sempre o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> e a preocupação de estaratenta e questionar to<strong>da</strong>s as pessoas, individualmente se tinham percebi<strong>do</strong> einterioriza<strong>do</strong> a ativi<strong>da</strong>de.Não foi numa nem em duas, mas sim em várias situações que as minhasespectativas foram amplamente ultrapassa<strong>da</strong>s. Procurei e consegui colmatar algumasinseguranças, anseios e dificul<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s utentes. Para isso promovi várias ativi<strong>da</strong>despara a melhoria <strong>da</strong> sua autoestima, confiança, <strong>do</strong> respeito mútuo, de cooperação e departicipação durante as ativi<strong>da</strong>des realiza<strong>da</strong>s. É importante que o i<strong>do</strong>so não permaneçasenta<strong>do</strong> numa cadeira o dia inteiro, e isso depende <strong>da</strong> nossa capaci<strong>da</strong>de para os motivar,mesmo que às vezes digam que não querem, temos de os saber levantar e mantê-losativos, no ver<strong>da</strong>deiro senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> palavra.Termino então o meu estágio com um balanço positivo pois ultrapassei to<strong>da</strong>s asminhas espectativas e melhorei a minha opinião sobre a importância sublime <strong>da</strong>Animação na Terceira i<strong>da</strong>de.Quero ain<strong>da</strong> realçar que o estágio foi uma experiência muito enriquece<strong>do</strong>ra e,ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> o meu primeiro contacto com o mun<strong>do</strong> profissional, não quero deixar dereferir que ele permitiu a aplicação e o desenvolvimento <strong>do</strong>sconhecimentos/instrumentos adquiri<strong>do</strong>s durante o percurso académico. Constituiutambém um espaço de excelência para o relacionamento institucional e geracional naSCM <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>.Este meu primeiro contacto com o merca<strong>do</strong> de trabalho reforçou não só a minhapredisposição como também o meu compromisso e a minha vontade em investir nestaárea, que muito estimula e dignifica o profissional de ASC.58


Desde o início que o estágio, com a sua dinâmica me permitiu alargar horizontese aprofun<strong>da</strong>r conhecimentos, numa abor<strong>da</strong>gem multidisciplinar movi<strong>da</strong> pela vontade epelo gosto de fazer mais e melhor pelas pessoas.A forma como lidei com esta reali<strong>da</strong>de durante o estágio aumentou a minhaconfiança e melhorou a minha autoestima ao ponto de acreditar que fiz uma boaescolha, que estou no caminho certo e que posso contribuir para a quali<strong>da</strong>de e o bemestar<strong>da</strong>s pessoas.59


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Anexos


Listagem de anexosAnexo 1-Planifiçaçoes semanaisAnexo 2-Relatórios semanaisAnexo 3-Imagens <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>desAnexo 4-Poema <strong>do</strong> teatro


Anexo 1- Planificações Semanais


Dias Activi<strong>da</strong>des Descriçao Objectivossetembro4567Neste primeiro dia procurei conhecer os utentes , as trabalha<strong>do</strong>ras e o espaço ,assim como integrar-me com eles aperceber-me <strong>do</strong>s seus habitos e costumes .Dialogo com os utentes observaçao <strong>do</strong>s seus habitos , <strong>do</strong>s gestos e reacçoesExercicio de conhecimento : Nome e gestoExercicio de conhecimento :Á minha esquer<strong>da</strong>Exercicio de conhecimento:Mu<strong>da</strong>nça de egoExercicio de descontraçao : Tocar numa coisaazulGinásticaO grupo colocou-se em circulo, primeiro eu apresento-me (digo eu sou a Rita ) e faço um gesto Contribuir para a identificação de ca<strong>da</strong> um;,que eu goste por exemplo <strong>do</strong>u um abraço a mim própria .O grupo depois tem que imitar o gesto facilitar a descontraçao e o divertimento ;que eu fiz, a pessoa que esta ao meu la<strong>do</strong> faz o mesmo que eu e assim sucessivamente quebrar o gelo e a inibiçao.Em circulo deixan<strong>do</strong> uma cadeira vazia quem estava á direita dessa dizia quero que se sente áminha esquer<strong>da</strong> a pessoa tal e es ta perguntava e porque? E entao a pessoa que tinha convi<strong>da</strong><strong>do</strong>dizia um aspecto positivo<strong>da</strong> pessoa convi<strong>da</strong><strong>da</strong>.Num circulo ca<strong>da</strong> um tenta imitar uma outra pessoa <strong>do</strong> grupo e os outros tem que tentar adivinharquem é .E assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s terem si<strong>do</strong> imita<strong>do</strong>s.To<strong>do</strong>s em circulo escolhiamos uma cor que estivesse na sala ,á medi<strong>da</strong> que ca<strong>da</strong> um dizia umacor os outros tinham que tocar nessa cor.Activi<strong>da</strong>de já desenvovi<strong>da</strong> no centro.Promover o conhecimento, a confiança , atroca de elogios , a uniao, a satisfaçao e algumconforto.Aumentar o conhecimento <strong>do</strong>s membros <strong>do</strong>grupo, estimular a criativi<strong>da</strong>de, desinibir,promover a interacção, a atenção e odivertimento.Trabalhar a atenção , a mobili<strong>da</strong>de ,odivertimento, o contacto com os materiais e ainteracção.Observar quais os exercicios feitos e aparticipaçao e análise <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des deca<strong>da</strong> um.


setembroDias Activi<strong>da</strong>des Descriçao ObjectivosDurante alguns minutos foi pedi<strong>do</strong> aos utentes que se lembrassem <strong>do</strong>s seus Trabalhar a memoria de uma maneirapratos preferi<strong>do</strong>s .De como é que se fazem e quais os seus ingredientes . positiva, preservar a identi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>sExercicio cognitivo: As receitas culinariasutentes e promover o dialogo e troca decostumes.10111214Exercicio cognitivo: Marmela<strong>da</strong>Reflexao com o grupoExercicio de descontraçao :Tocar na pessoa de vermelhoExercicio de concentraçao : MusicoterapiaExercicio de conhecimento :Nome e gestoGinásticaExercicio de aquecimento.Em circulo começan<strong>do</strong> numa ponta ca<strong>da</strong> um faz uma pergunta ao primeirovoluntario e este tem que responder sempre marmela<strong>da</strong> apos esteresponder a to<strong>do</strong> o circulo passa a vez ao sengun<strong>do</strong> voluntario .O exerciciotermina após to<strong>do</strong>s terem respondi<strong>do</strong>.No circulo observamos as cores com que estamos vesti<strong>do</strong>s. Um voluntariodiz vermelho e to<strong>do</strong>s temos que tocar na pessoa que tem vermelho.E assimsucessivamente até to<strong>do</strong>s terem participa<strong>do</strong>.Primeiro batiamos palmas tres vezes depois esticávamos os braços.Após o aquecimento colocamos uma musica calma mas o movimento que sefaz é precisamente o contrario como se estivessemos a correr .De segui<strong>da</strong>coloca-se uma musica rapi<strong>da</strong> que tem que ser acompanha<strong>da</strong> commovimetos calmos como se estivessemos a voar.Os participantes colocam-se em circulo e ca<strong>da</strong> um diz o seu nome desegui<strong>da</strong> e faz um gesto que o caracterize ou que goste por exemp.bater aspalmas tres vezes, os restantes imitam .Até chegar a vez de to<strong>do</strong>s .Exercicio de ginastica com a responsavel <strong>do</strong> centro e com os utentes.Proposta <strong>da</strong> acivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> livro em teci<strong>do</strong> :Sugestoes ,troca de ideias ,envolvimento de to<strong>do</strong> o grupo para a activi<strong>da</strong>de ,diálogo e interacçao grupal.Ginástica com a participaçao <strong>da</strong> maioria <strong>do</strong> grupo.Desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de concentraçaoe de atenção. Interacção entre os utentesde uma forma diverti<strong>da</strong>Aumentar o contacto fisico e a uniao <strong>do</strong>grupo, estimular a visao e a atenção,desenvolvimento <strong>do</strong> espirito de equipa,desinibiçao <strong>do</strong> grupo e exercitar osmembros inferiores e superiores.Activar os membros superiores,desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de concentraçãocom o recurso á audiçao e coordenaçaofisico-motora.Aumentar a atenção, desenvolver acriativi<strong>da</strong>de, facilitar a concentraçao e odivertimento. Promover conhecimento13 Reflexao e diálogo acerca <strong>do</strong>s gostos de ca<strong>da</strong> um. Identificar e descobrir as aspiraçoes de


setembroDias1718192021Activi<strong>da</strong>de Descriçao ObjectivosNum circulo o voluntário que segura na almofa<strong>da</strong> diz o seu nome ,de Activar a mente e o corpo ,trabalhar aExercicio de activaçao :Nós e a almofa<strong>da</strong>segui<strong>da</strong> olha para uma <strong>da</strong>s pessoas e atira a almofa<strong>da</strong> essa pessoa faz a memória, interacço grupal e divertimento.mesma coisa .Após to<strong>do</strong>s terem feito ,trocámos os nomes por frutas,depois por vegetais e por fim as flores.Organizaçao e distribuiçao <strong>da</strong>s tarefas e <strong>do</strong> material para a construçao <strong>do</strong> livro em pano.Exercicio de cooperaçao :Quero que venha para ao pé de mim!Inicio <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong>des para a construçao <strong>do</strong> livro.Exercicio de activaçao :Os pratos de culináriaGinásticaExercicio de concentraçao :O poder <strong>da</strong> musica.Reflexao em grupo sobre o trabalho <strong>do</strong> livro.Exercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapGinástica com e para os utentes.Senta<strong>do</strong>s num circulo fica um lugar vazio ,quem esta á direita desselugar diz quero que venha para ao pé de mim um senhor .O senhorconvi<strong>da</strong><strong>do</strong> diz porqu~e?O que convi<strong>do</strong>u diz um elogiu.Os <strong>do</strong>is vão terum com o outro ,dão um abraço e o que foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> senta-se nacadeira vazia .E assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s <strong>da</strong>rem um abraço.Uns fazem ren<strong>da</strong> outros desenham ,outros malha e outros escrevem.O grupo senta-se em circulo ao primeiro voluntario dá-se a almofa<strong>da</strong>,ele primeiro diz o seu nome e depois dá a almofa<strong>da</strong> a quem quizer,após to<strong>do</strong>s terem dito trocámos o nome pelos pratos preferi<strong>do</strong>s e porfim pelos animais <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.Terminan<strong>do</strong> sempre com uma salva depalmas.Colocar uma musica ,ouvir com atençao para identificar se é mexi<strong>da</strong> oucalma .Se for calma fazemos movimentos muito rapi<strong>do</strong>s mas se formuito ritma<strong>da</strong> fazemos movimentos calmos.Em circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por umgesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmomovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> apalavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umapausa para o café e para subir e descerno eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> circulo epor gestos.Aumentar a auto-estima ,desenvolver a uniãogrupal, o contacto fisico e o espirito de equipae promover o conforto e o carinho.Unir o grupo com o sentimento de estaremto<strong>do</strong>s juntos com o mesmo propósito,desenvolver o espirito de entre-aju<strong>da</strong> epromover a auto -confiãnça.Activar a mente e o corpo, trabalhar amemória, a interacção grupal e proporcionarum momento de divertimento. Participar.Aumentar a capaci<strong>da</strong>de de concentração,estimular a audiçao, activar a mente e o corpoe exercitar os membros inferiores esuperiores.Promover a coordenaçao fisico-motora e adesinibiçao. Estimular a atenção, o contactovisual, o trabalho de grupo .


Dias Activi<strong>da</strong>de DescriçaoColocar uma musica ,ouvir com atençao para identificar se é mexi<strong>da</strong> ouExercicio de concentraçao :Musicoterapia.calma .Se for calma fazemos movimentos muito rapi<strong>do</strong>s mas se for24muito ritma<strong>da</strong> fazemos movimentos calmos.Organizaçao e preparaçao <strong>da</strong>s tarefas para o dia <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so.ObjectivosEstimular a concentraçao e a audiçao; activar amente e o corpo e exercitaçao <strong>do</strong>s menbrosinferiores e superiores.setembro25262728Exercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapPreparaçao e ensaio <strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>nçoterapia.Exercicio de cooperaçao :O abraçoGinástica e ensaio para a <strong>da</strong>nçoterapia.Exercicio de descontraçao : Tocar numa coisa azulPreparaçao e ensaio <strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>nçoterapia.Exercicio de aquecimento: A almofa<strong>da</strong> falante.Ginástica com e para os utentes.Terminar os ensaios para a <strong>da</strong>nçoterapia.Em circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por umgesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmomovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> apalavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umapausa para o café e para subir e descerno eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> circulo epor gestos.Consiste num conjunto de passos com uma determina<strong>da</strong> ordem. Aactivi<strong>da</strong>de é feita maioritarimente com os braços embora as pernastambem trabalhem.Senta<strong>do</strong>s num circulo fica um lugar vazio ,quem esta á direita desselugar diz quero que venha para ao pé de mim um senhor .O senhorconvi<strong>da</strong><strong>do</strong> diz porqu~e?O que convi<strong>do</strong>u diz um elogiu.Os <strong>do</strong>is vão terum com o outro ,dão um abraço e o que foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> senta-se nacadeira vazia .E assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s <strong>da</strong>rem um abraço.To<strong>do</strong>s em circulo escolhiamos uma cor que estivesse na sala ,á medi<strong>da</strong>que ca<strong>da</strong> um dizia uma cor os outros tinham que tocar nessa cor.Vários passos de <strong>da</strong>nça com uma ordem.Num circulo o voluntário que segura na almofa<strong>da</strong> diz o seu nome ,desegui<strong>da</strong> olha para uma <strong>da</strong>s pessoas e atira a almofa<strong>da</strong> essa pessoa faz amesma coisa .Após to<strong>do</strong>s terem feito ,trocámos os nomes por animais,depois por árvores e por fim as flores.Promover a coordenaçao fisico-motora, adesinibiçao,estimular a atençao ,o contactovisual ,o trabalho de grupo .Promover a interacçao entre os utentes, aatençao e participaçao e o convivio.Aumentar a auto-estima ,desenvolver a uniãogrupal ,contacto fisico ,o espirito de equipa epromover o comforto e o carinho.Trabalhar a atençao , a mobili<strong>da</strong>de ,odivertimento ,o contacto com os materiais,ainteracçao.Promover a interacçao entre os utentes, aatençao e participaçao e o convivio.Activar mente e o corpo ,trabalhar a memória,interacçao grupal e divertimento.


OutubroDias12345Activi<strong>da</strong>de Descriçao ObjectivosConsiste na troca de elogios entre os utentes ,mas que ninguem sabe Aumentar a auto-estima ,desenvolver a uniãoExercicio de cooperaçao :A caixa mágicaquem é que disse .Terminan<strong>do</strong> com um abraço.grupal ,contacto fisico ,o espirito de equipa epromover o comforto e o carinho.Encontro intergeracionalExercicio de aquecimento: A almofa<strong>da</strong> falante.Activi<strong>da</strong>des para a elaboraçao <strong>do</strong> livro.Exercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapGinástica com e para os utentes.Activi<strong>da</strong>des para a elaboraçao <strong>do</strong> livro.Exercicio de conhecimento :Á minha esquer<strong>da</strong>Continuaçao <strong>da</strong>s activa<strong>da</strong>des para a elboraçao <strong>do</strong> livro.Feria<strong>do</strong>Colocar uma musica onde os utentes fazem os passos de <strong>da</strong>nça que Promover a paticipaçao, aju<strong>da</strong>r a desinibirensaiaram na semana anterior .As crianças vão tentan<strong>do</strong> acompanhar os ,proporcionar um momento de divertimentoutentes.,de lazer ,de boa disposição e interacção.Num circulo o voluntário que segura na almofa<strong>da</strong> diz o seu nome ,desegui<strong>da</strong> olha para uma <strong>da</strong>s pessoas e atira a almofa<strong>da</strong> essa pessoa faz amesma coisa .Após to<strong>do</strong>s terem feito ,trocámos os nomes por animais,depois por árvores e por fim as flores.Em circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por umgesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmomovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> apalavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umapausa para o café e para subir e descerno eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> circulo epor gestos.Em circulo deixan<strong>do</strong> uma cadeira vazia quem estava á direita dessa diziaquero que se sente á minha esquer<strong>da</strong> a pessoa tal e es ta perguntava eporque? E entao a pessoa que tinha convi<strong>da</strong><strong>do</strong> dizia um aspectopositivo<strong>da</strong> pessoa convi<strong>da</strong><strong>da</strong>.Activaçao <strong>da</strong> mente e <strong>do</strong> corpo ,trabalhar amemória ,interacçao grupal e divertimento.Coordenaçao fisico-motoradesinibiçao,estimular a atençao ,o contactovisual ,o trabalho de grupo .Promover o conhecimento , a confiança , atroca de elogios , a uniao ,a satisfaçao e algumconforto.


OutubroDias89101112Activi<strong>da</strong>de Descriçao ObjectivosEm circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por um Aumentar a auto-estima ,desenvolver a uniãoExercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapgesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmo grupal ,contacto fisico ,o espirito de equipa emovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> a promover o comforto e o carinho.palavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umaContinuaçao <strong>da</strong>s activa<strong>da</strong>des para a elboraçao <strong>do</strong> livro.Exercicio de concentraçao :Musicoterapia.Activi<strong>da</strong>des para a elaboraçao <strong>do</strong> livro.Exercicio de descontraçao : Tocar numa coisa azulGinástica com e para os utentes.Activi<strong>da</strong>des para a elaboraçao <strong>do</strong> livro.Exercicio de conhecimento :Á minha esquer<strong>da</strong>Continuaçao <strong>da</strong>s activa<strong>da</strong>des para a elboraçao <strong>do</strong> livro.Exercicio cognitivo: Marmela<strong>da</strong>Colocar uma musica ,ouvir com atençao para identificar se é mexi<strong>da</strong> oucalma .Se for calma fazemos movimentos muito rapi<strong>do</strong>s mas se formuito ritma<strong>da</strong> fazemos movimentos calmos.To<strong>do</strong>s em circulo escolhiamos uma cor que estivesse na sala ,á medi<strong>da</strong>que ca<strong>da</strong> um dizia uma cor os outros tinham que tocar nessa cor.Em circulo deixan<strong>do</strong> uma cadeira vazia quem estava á direita dessa diziaquero que se sente á minha esquer<strong>da</strong> a pessoa tal e es ta perguntava eporque? E entao a pessoa que tinha convi<strong>da</strong><strong>do</strong> dizia um aspectopositivo<strong>da</strong> pessoa convi<strong>da</strong><strong>da</strong>.Em circulo começan<strong>do</strong> numa ponta ca<strong>da</strong> um faz uma pergunta aoprimeiro voluntario e este tem que responder sempre marmela<strong>da</strong> aposeste responder a to<strong>do</strong> o circulo passa a vez ao sengun<strong>do</strong> voluntario .Oexercicio termina após to<strong>do</strong>s terem respondi<strong>do</strong>.Estimular a concentraçao e a audiçao; <strong>da</strong> mente e<strong>do</strong> corpo e exercitaçao <strong>do</strong>s menbros inferiores esuperiores.Trabalhar a atençao , a mobili<strong>da</strong>de ,o divertimento,o contacto com os materiais,a interacçao.Promover o conhecimento , a confiança , a troca deelogios , a uniao ,a satisfaçao e algum conforto.Desenvolvimento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de concentraçao ede atençao .Interacçao entre os utentes de umaforma diverti<strong>da</strong>Continuaçao <strong>da</strong>s activa<strong>da</strong>des para a elboraçao <strong>do</strong> livro.


OutubroDias15161718Activi<strong>da</strong>de Descriçao ObjectivosSenta<strong>do</strong>s num circulo fica um lugar vazio ,quem esta á direita desse Aumentar a auto-estima ,desenvolver a uniãolugar diz quero que venha para ao pé de mim um senhor .O senhor grupal ,contacto fisico ,o espirito de equipa eExercicio de cooperaçao :O abraçoconvi<strong>da</strong><strong>do</strong> diz porque?O que convi<strong>do</strong>u diz um elogiu.Os <strong>do</strong>is vão ter um promover o comforto e o carinho.com o outro ,dão um abraço e o que foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> senta-se na cadeiravazia .E assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s <strong>da</strong>rem um abraço.Continuaçao <strong>da</strong>s activa<strong>da</strong>des para a elboraçao <strong>do</strong> livro.Exercicio de aquecimento: A almofa<strong>da</strong> falante.Activi<strong>da</strong>des para a elaboraçao <strong>do</strong> livro.Exercicio de concentraçao :Musicoterapia.Ginástica com e para os utentes.Activi<strong>da</strong>des para a elaboraçao <strong>do</strong> livro.Exercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapNum circulo o voluntário que segura na almofa<strong>da</strong> diz o seu nome ,desegui<strong>da</strong> olha para uma <strong>da</strong>s pessoas e atira a almofa<strong>da</strong> essa pessoa faz amesma coisa .Após to<strong>do</strong>s terem feito ,trocámos os nomes por animais,depois por árvores e por fim as flores.Colocar uma musica ,ouvir com atençao para identificar se é mexi<strong>da</strong> oucalma .Se for calma fazemos movimentos muito rapi<strong>do</strong>s mas se formuito ritma<strong>da</strong> fazemos movimentos calmos.Em circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por umgesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmomovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> apalavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umapausa para o café e para subir e descerno eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> circulo epor gestos.Activar mente e o corpo ,trabalhar a memória,interacçao grupal e divertimento.Estimular a concentraçao e a audiçao; activar amente e o corpo e exercitaçao <strong>do</strong>s menbrosinferiores e superiores.Promover a coordenaçao fisico-motora, adesinibiçao,estimular a atençao ,o contacto visual,o trabalho de grupo .Continuaçao <strong>da</strong>s activa<strong>da</strong>des para a elboraçao <strong>do</strong> livro.Exercicio de descontraçao : Tocar numa coisa azulTo<strong>do</strong>s em circulo escolhiamos uma cor que estivesse na sala ,á medi<strong>da</strong>que ca<strong>da</strong> um dizia uma cor os outros tinham que tocar nessa cor.Trabalhar a atençao , a mobili<strong>da</strong>de ,o divertimento,o contacto com os materiais,a interacçao.19Terminar a activi<strong>da</strong>de para a elaboraçao <strong>do</strong> livro .


OutubroDias2223242526Activi<strong>da</strong>de Descriçao ObjectivosExercicio de concentraçao :Musicoterapia.Proposta <strong>da</strong> acivi<strong>da</strong>de de teatro :Sugestoes ,troca de ideias ,envolvimento de to<strong>do</strong> o grupo para a activi<strong>da</strong>de ,diálogo e interacçao grupal.Exercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapEm circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por um Promover a coordenaçao fisico-motora, agesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmo desinibiçao,estimular a atençao ,o contactomovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> a visual ,o trabalho de grupo .palavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umapausa para o café e para subir e descerno eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> circulo epor gestos.Atribuiçao de tarefas relativas ao teatro.Em circulo trocar ideias sobre o que é que os utentes gostariam de fazer Motivar, entusiasmar e promover asno teatro.necessi<strong>da</strong>des e aspiraçoes de ca<strong>da</strong> um.Exercicio de descontraçao : Tocar numa coisa azulGinástica com e para os utentes. Desenvolver os papeis e fomentar a criativi<strong>da</strong>de em relaçao ao teatro.Exercicio de aquecimento: A almofa<strong>da</strong> falante.Colocar uma musica ,ouvir com atençao para identificar se é mexi<strong>da</strong> oucalma .Se for calma fazemos movimentos muito rapi<strong>do</strong>s mas se formuito ritma<strong>da</strong> fazemos movimentos calmos.To<strong>do</strong>s em circulo escolhiamos uma cor que estivesse na sala ,á medi<strong>da</strong>que ca<strong>da</strong> um dizia uma cor os outros tinham que tocar nessa cor.Num circulo o voluntário que segura na almofa<strong>da</strong> diz o seu nome ,desegui<strong>da</strong> olha para uma <strong>da</strong>s pessoas e atira a almofa<strong>da</strong> essa pessoa faz amesma coisa .Após to<strong>do</strong>s terem feito ,trocámos os nomes por animais,depois por árvores e por fim as flores.Pequeno ensaio e preparaçao para o teatro. Elaboraçao <strong>do</strong>s papeis de ca<strong>da</strong> um ten<strong>do</strong> em conta os seus gostos, necessi<strong>da</strong>des, possibili<strong>da</strong>des e aspirações.Exercicio de cooperaçao :O abraçoSenta<strong>do</strong>s num circulo fica um lugar vazio ,quem esta á direita desselugar diz quero que venha para ao pé de mim um senhor .O senhorconvi<strong>da</strong><strong>do</strong> diz porqu~e?O que convi<strong>do</strong>u diz um elogiu.Os <strong>do</strong>is vão terum com o outro ,dão um abraço e o que foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> senta-se nacadeira vazia .E assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s <strong>da</strong>rem um abraço.Ginástica com e para os utentes. Desenvolver os papeis e fomentar o divertimento, a responsabili<strong>da</strong>de, a interacção grupal no contexto <strong>do</strong> teatro.Estimular a concentraçao e a audiçao; activar amente e o corpo e exercitaçao <strong>do</strong>s menbrosinferiores e superiores.Trabalhar a atençao , a mobili<strong>da</strong>de ,odivertimento ,o contacto com os materiais,ainteracçao.Activar mente e o corpo ,trabalhar a memória,interacçao grupal e divertimento.Aumentar a auto-estima ,desenvolver a uniãogrupal ,contacto fisico ,o espirito de equipa epromover o comforto e o carinho.


OutubrNovembroDias Activi<strong>da</strong>de Descriçao Objectivos29Exercicio de aquecimento: A almofa<strong>da</strong> falante.Num circulo o voluntário que segura na almofa<strong>da</strong> diz o seu nome ,desegui<strong>da</strong> olha para uma <strong>da</strong>s pessoas e atira a almofa<strong>da</strong> essa pessoa faz amesma coisa .Após to<strong>do</strong>s terem feito ,trocámos os nomes por animais,depois por árvores e por fim as flores.303112Pequeno ensaio e preparaçao para o teatro.Exercicio de concentraçao :Musicoterapia.Pequeno ensaio e preparaçao para o teatro.Experimentaçao <strong>do</strong> que é que ca<strong>da</strong> um quer fazer e como.Em circulo ca<strong>da</strong> um vai fazen<strong>do</strong> o seu papel. No final de ca<strong>da</strong>apresentaçao trocam-se ideias.Senta<strong>do</strong>s num circulo fica um lugar vazio ,quem esta á direita desselugar diz quero que venha para ao pé de mim um senhor .O senhorExercicio de cooperaçao :O abraçoconvi<strong>da</strong><strong>do</strong> diz porqu~e?O que convi<strong>do</strong>u diz um elogiu.Os <strong>do</strong>is vão terum com o outro ,dão um abraço e o que foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> senta-se nacadeira vazia .E assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s <strong>da</strong>rem um abraço.Ginástica com e para os utentes. Desenvolver os papeis e fomentar a criativi<strong>da</strong>de em relaçao ao teatro.Feria<strong>do</strong>Exercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapGinástica com e para os utentes.Colocar uma musica ,ouvir com atençao para identificar se é mexi<strong>da</strong> oucalma .Se for calma fazemos movimentos muito rapi<strong>do</strong>s mas se formuito ritma<strong>da</strong> fazemos movimentos calmos.Em circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por umgesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmomovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> apalavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umapausa para o café e para subir e descerno eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> circulo epor gestos.Activar mente e o corpo ,trabalhar a memória,interacçao grupal e divertimento.Desenvolver a criativi<strong>da</strong>de, estimular aparticipaçao e promover o divertimento.Estimular a concentraçao e a audiçao; activara mente e o corpo e exercitaçao <strong>do</strong>s menbrosinferiores e superiores.Desenvolver a criativi<strong>da</strong>de, estimular aparticipaçao e promover o divertimento.Aumentar a auto-estima ,desenvolver aunião grupal ,contacto fisico ,o espirito deequipa e promover o comforto e o carinho.Promover a coordenaçao fisico-motora, adesinibiçao,estimular a atençao ,o contactovisual ,o trabalho de grupo .


NovembroDias Activi<strong>da</strong>de Descriçao ObjectivosEm torno de uma mesa uns escolhem os ouriços, outros os marmelos eos outros desenham a boca o nariz e os olhos para colocar na abóbora.56789Decoração <strong>do</strong> centro de dia com produtos <strong>do</strong> outono.Pequeno ensaio e preparaçao para o teatro.Continuação <strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de para a decoraçao <strong>do</strong> centro de dia.Pequeno ensaio e preparaçao para o teatro.Exercicio de descontraçao : Tocar numa coisa azulGinástica com e para os utentes. Desenvolver os papeis e fomentar a criativi<strong>da</strong>de em relaçao ao teatro.Exercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapEnsaio <strong>do</strong> exercicio teatral.Exercicio de aquecimento: A almofa<strong>da</strong> falante.Ginástica com e para os utentes.Experimentaçao <strong>do</strong> que é que ca<strong>da</strong> um quer fazer e como.Em circulo ca<strong>da</strong> um vai fazen<strong>do</strong> o seu papel. No final de ca<strong>da</strong>apresentaçao trocam-se ideias.To<strong>do</strong>s em circulo escolhiamos uma cor que estivesse na sala ,á medi<strong>da</strong>que ca<strong>da</strong> um dizia uma cor os outros tinham que tocar nessa cor.Em circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por umgesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmomovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> apalavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umapausa para o café e para subir e descerno eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> circulo epor gestos.Num circulo o voluntário que segura na almofa<strong>da</strong> diz o seu nome ,desegui<strong>da</strong> olha para uma <strong>da</strong>s pessoas e atira a almofa<strong>da</strong> essa pessoa faz amesma coisa .Após to<strong>do</strong>s terem feito ,trocámos os nomes por animais,depois por árvores e por fim as flores.Tornar o ambiente mais agradável ediferente, activar a memória, promover ainteracção grupal e relembrar as coisaspositivas <strong>do</strong> outono.Desenvolver a criativi<strong>da</strong>de, estimular aparticipaçao e promover o divertimento.Desenvolver a criativi<strong>da</strong>de, estimular aparticipaçao e promover o divertimento.Trabalhar a atençao , a mobili<strong>da</strong>de ,odivertimento ,o contacto com os materiais,ainteracçao.Promover a coordenaçao fisico-motora, adesinibiçao,estimular a atençao ,o contactovisual ,o trabalho de grupo .Activar mente e o corpo ,trabalhar a memória,interacçao grupal e divertimento.


NovembroDias1213141516Activi<strong>da</strong>de Descriçao ObjectivosEm circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por um Promover a coordenaçao fisico-motora, agesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmo desinibiçao,estimular a atençao ,o contacto visualExercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapmovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> a ,o trabalho de grupo .palavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umapausa para o café e para subir e descerno eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> circulo epor gestos.Projecção <strong>do</strong> filme <strong>do</strong> São Martinho. Lanche e Magusto.Exercicio de cooperaçao :O abraçoPequeno ensaio e preparaçao para o teatro.Exercicio de descontraçao : Tocar numa coisa azulEnsaio <strong>do</strong> exercicio teatral.Observação de um pequeno filme alusivo ao são Martinho, revelação <strong>da</strong>len<strong>da</strong> e de algumas tradições <strong>do</strong> mesmo.Magusto com castanhasgeropiga bolo e musica.Em circulo ca<strong>da</strong> um vai fazen<strong>do</strong> o seu papel. No final de ca<strong>da</strong>apresentaçao trocam-se ideias.Ginástica com e para os utentes. Desenvolver os papeis e fomentar a criativi<strong>da</strong>de em relaçao ao teatro.Exercicio de concentraçao :Musicoterapia.Exercicio cognitivo: Marmela<strong>da</strong>Ginástica com e para os utentes.Activar a memória, promover o divertimento, olazer e a partilha de tradições.Interacção grupal,convivio entre os utentes, proporcionar ummomento de alegria e diferente.Senta<strong>do</strong>s num circulo fica um lugar vazio ,quem esta á direita desse Aumentar a auto-estima ,desenvolver a uniãolugar diz quero que venha para ao pé de mim um senhor .O senhor grupal ,contacto fisico ,o espirito de equipa econvi<strong>da</strong><strong>do</strong> diz porquÊ ?O que convi<strong>do</strong>u diz um elogiu.Os <strong>do</strong>is vão ter um promover o comforto e o carinho.com o outro ,dão um abraço e o que foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> senta-se na cadeiravazia .E assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s <strong>da</strong>rem um abraço.To<strong>do</strong>s em circulo escolhiamos uma cor que estivesse na sala ,á medi<strong>da</strong>que ca<strong>da</strong> um dizia uma cor os outros tinham que tocar nessa cor.Colocar uma musica ,ouvir com atençao para identificar se é mexi<strong>da</strong> oucalma .Se for calma fazemos movimentos muito rapi<strong>do</strong>s mas se formuito ritma<strong>da</strong> fazemos movimentos calmos.Em circulo começan<strong>do</strong> numa ponta ca<strong>da</strong> um faz uma pergunta aoprimeiro voluntario e este tem que responder sempre marmela<strong>da</strong> aposeste responder a to<strong>do</strong> o circulo passa a vez ao sengun<strong>do</strong> voluntario .Oexercicio termina após to<strong>do</strong>s terem respondi<strong>do</strong>.Desenvolver a criativi<strong>da</strong>de, estimular aparticipaçao e promover o divertimento.Trabalhar a atençao , a mobili<strong>da</strong>de ,o divertimento,o contacto com os materiais,a interacçao.Estimular a concentraçao e a audiçao; activar amente e o corpo e exercitaçao <strong>do</strong>s menbrosinferiores e superiores.Desenvolvimento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de concentraçao ede atençao .Interacçao entre os utentes de umaforma diverti<strong>da</strong>


NovembroDias1920212223Activi<strong>da</strong>de Descriçao ObjectivosColocar uma musica ,ouvir com atençao para identificar se é mexi<strong>da</strong> ou Estimular a concentraçao e a audiçao; activar acalma .Se for calma fazemos movimentos muito rapi<strong>do</strong>s mas se for mente e o corpo e exercitaçao <strong>do</strong>s menbrosExercicio de concentraçao :Musicoterapia.muito ritma<strong>da</strong> fazemos movimentos calmos.inferiores e superiores.Ensaio <strong>do</strong> exercicio teatral.Exercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapEnsaio final <strong>do</strong> exercicio teatral.Exercicio de cooperaçao :O abraçoEnsaio <strong>do</strong> exercicio teatral, ginástica com e para os utentes.Exercicio de descontraçao : Tocar numa coisa azulEnsaio <strong>do</strong> exercicio teatral.Exercicio de aquecimento: A almofa<strong>da</strong> falante.Em circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por umgesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmomovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> apalavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umapausa para o café e para subir e descerno eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> circulo epor gestos.Num circulo o voluntário que segura na almofa<strong>da</strong> diz o seu nome ,desegui<strong>da</strong> olha para uma <strong>da</strong>s pessoas e atira a almofa<strong>da</strong> essa pessoa faz amesma coisa .Após to<strong>do</strong>s terem feito ,trocámos os nomes porsituaçoes, sentimentos e habitos alusivos ao teatro e ao convivio.Promover a coordenaçao fisico-motora, adesinibiçao,estimular a atençao ,o contacto visual,o trabalho de grupo .Senta<strong>do</strong>s num circulo fica um lugar vazio ,quem esta á direita desse Aumentar a auto-estima ,desenvolver a uniãolugar diz quero que venha para ao pé de mim um senhor .O senhor grupal ,contacto fisico ,o espirito de equipa econvi<strong>da</strong><strong>do</strong> diz porquÊ ?O que convi<strong>do</strong>u diz um elogiu.Os <strong>do</strong>is vão ter um promover o comforto e o carinho.com o outro ,dão um abraço e o que foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> senta-se na cadeiravazia .E assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s <strong>da</strong>rem um abraço.To<strong>do</strong>s em circulo escolhiamos uma cor que estivesse na sala ,á medi<strong>da</strong>que ca<strong>da</strong> um dizia uma cor os outros tinham que tocar nessa cor.Trabalhar a atençao , a mobili<strong>da</strong>de ,o divertimento,o contacto com os materiais,a interacçao.Activar mente e o corpo ,trabalhar a memória,interacçao grupal e divertimento.Representaçao <strong>do</strong> exercicio teatral no lar <strong>da</strong> Santa Casa <strong>da</strong> Misericordia <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>


DezembrDias345Activi<strong>da</strong>de Descriçao ObjectivosColocar uma musica ,ouvir com atençao para identificar se é mexi<strong>da</strong> ou Estimular a concentraçao e a audiçao; activarcalma .Se for calma fazemos movimentos muito rapi<strong>do</strong>s mas se for a mente e o corpo e exercitaçao <strong>do</strong>s menbrosExercicio de concentraçao :Musicoterapia.muito ritma<strong>da</strong> fazemos movimentos calmos.inferiores e superiores.Continuaçao <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong>des recreativas alusivas ao natal.Exercicio de aquecimento: A almofa<strong>da</strong> falante.Activi<strong>da</strong>des recreativas alusivas ao natal.Exercicio de aquecimento e concentraçao :Zip/zapExercicio de cooperaçao :O abraçoActivi<strong>da</strong>des recreativas alusivas ao natal.Num circulo o voluntário que segura na almofa<strong>da</strong> diz o seu nome ,desegui<strong>da</strong> olha para uma <strong>da</strong>s pessoas e atira a almofa<strong>da</strong> essa pessoa faz amesma coisa .Após to<strong>do</strong>s terem feito ,trocámos os nomes porsituaçoes, sentimentos e habitos alusivos ao natal.Em circulo oum voluntário começa por dizer zip acompanha<strong>do</strong> por umgesto com as mãos para o la<strong>do</strong> direito,os outros fazem o mesmomovimento quan<strong>do</strong> chega a vez <strong>do</strong> primeiro voluntario este mu<strong>da</strong> apalavra para zap e a direçao para a esquer<strong>da</strong>. Intercalamos com umapausa para o café e para subir e descerno eleva<strong>do</strong>r sem sair <strong>do</strong> circulo epor gestos.Activar mente e o corpo ,trabalhar a memória,interacçao grupal e divertimento.Promover a coordenaçao fisico-motora, adesinibiçao,estimular a atençao ,o contactovisual ,o trabalho de grupo .Senta<strong>do</strong>s num circulo fica um lugar vazio ,quem esta á direita desse Aumentar a auto-estima ,desenvolver a uniãolugar diz quero que venha para ao pé de mim um senhor .O senhor grupal ,contacto fisico ,o espirito de equipa econvi<strong>da</strong><strong>do</strong> diz porquÊ ?O que convi<strong>do</strong>u diz um elogiu.Os <strong>do</strong>is vão ter um promover o comforto e o carinho.com o outro ,dão um abraço e o que foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> senta-se na cadeiravazia .E assim sucessivamente até to<strong>do</strong>s <strong>da</strong>rem um abraço.


Anexo 2 – Reflexões Semanais


REFLEXÃO DA PRIMEIRA SEMANAA primeira semana consistiu numa fase para quebrar o gelo, para apresentações assimcomo trocar impressões uns com os outros.No início <strong>da</strong> semana a minha interação foi quase exclusivamente ao nível individualpois quis ter um contacto mais pessoal para assim conhecer e me <strong>da</strong>r a conhecer. Naquarta-feira é que introduzi na interação exercícios o que conclui que a participação foiaumentan<strong>do</strong> progressivamente durante a semana.Pouco a pouco os utentes foram-se soltan<strong>do</strong> e ultrapassan<strong>do</strong> alguns bloqueios porpequeninos que fossem.Os aspetos menos positivos foram o facto de os utentes terem pouca autoconfiança oque se reflete na expressão verbal pois dizem que não são capazes de fazer o exercício.Assim como a pouca força de vontade e isto penso que se deve ao facto de estaremacomo<strong>da</strong><strong>do</strong>s às suas rotinas.REFLEXÃO DA SEGUNDA SEMANANesta semana dei mais enfase às dinâmicas de grupo. Primeiro fiz exercícios deativação com o objetivo de os utentes se desinibirem um pouco, é claro que este erasempre acompanha<strong>do</strong> por diálogo.Inicialmente as pessoas estavam estáticas, sérias com o avançar <strong>do</strong> exercício iam-sesoltan<strong>do</strong>, interagin<strong>do</strong> através <strong>do</strong> diálogo e até mesmo soltan<strong>do</strong> algumas gargalha<strong>da</strong>s.Procurei mostrar-lhes que a vi<strong>da</strong> pode ser melhor e que eles ain<strong>da</strong> são capazes de fazermuitas coisas.


O ambiente <strong>do</strong> grupo foi-se tornan<strong>do</strong> mais leve com o decorrer <strong>da</strong> semana através <strong>da</strong>participação nos exercícios. Os exercícios cognitivos foram onde me apercebi que osutentes tinham mais dificul<strong>da</strong>de.A participação tal como na semana passa<strong>da</strong> foi aumentan<strong>do</strong>, reparei que já começam aestar mais à vontade comigo e que no final <strong>da</strong> semana já esperavam pela sua vez parafalar e até se aju<strong>da</strong>vam mutuamente, ou seja houve uma maior união <strong>do</strong> grupoprovavelmente por causa <strong>do</strong>s exercícios que envolviam sentimentos e contacto físico.REFLEXÃO DA TERCEIRA SEMANANesta semana pretendi ir ao encontro <strong>do</strong>s gostos e <strong>da</strong>s aspirações <strong>do</strong>s utentes, mas ten<strong>do</strong>em atenção as suas limitações e necessi<strong>da</strong>des. Conclui que elaboran<strong>do</strong> um livropodíamos por em prática o que os utentes gostam de fazer, sen<strong>do</strong> também reconheci<strong>do</strong>spelos seus familiares e outros, com o propósito de to<strong>do</strong>s trabalharem para a mesmafinali<strong>da</strong>de e de ser um trabalho de entreaju<strong>da</strong>.Inicialmente a maioria <strong>do</strong>s utentes gostou e sugeriram várias ideias para a sua confeção,assim como se voluntariaram para trazer algum material que tivesse em casa. Mas estaativi<strong>da</strong>de ia sen<strong>do</strong> intercala<strong>da</strong> com outras de expressão dramática com o objetivo dequebrar o gelo, de ativar a mente e o corpo, de capacitar os utentes com algumaconfiança, amor-próprio e força de vontade.Tu<strong>do</strong> correu bem até quarta-feira à tarde pois houve uma discussão entre elespois um fazia o trabalho <strong>do</strong> outro e o outro não queria. Ora para colmatar essa discussãopropus que quem aju<strong>da</strong>sse o outro a fazer a tarefa pusesse o nome por baixo comoaju<strong>da</strong>nte. Pois quem aju<strong>da</strong> merece ser reconheci<strong>do</strong>.To<strong>do</strong>s os utentes concor<strong>da</strong>ram e ca<strong>da</strong> um á sua maneira vai fazen<strong>do</strong> as suas tarefasDurante a semanas foram feitas ativi<strong>da</strong>des de expressão dramática nas quais a maioriaparticipou uns com mais e outros com menos vontade de qualquer maneira identifiqueium esforço geral. Continuaram a fazer o livro com empenho, dedicação, motivação esem discussões negativas.


REFLEXÃO DA QUARTA SEMANAEsta semana consistiu na preparação para o dia internacional <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so, que é na próximasemana dia um de Outubro. Através <strong>do</strong> diálogo e de algumas ativi<strong>da</strong>des de expressãodramática procurei saber os seus gostos e desejos para um dia de festa. Conclui que amaioria acha que um dia de festa deve ter gente, musica e <strong>da</strong>nça. E então pensei numencontro intergeracional entre os utentes e a escola primária <strong>da</strong> Estação onde a ativi<strong>da</strong>deprincipal é a <strong>da</strong>nça. Depois de pensar o que era preciso fazer, fui então falar com aescola e o convite foi aceite. Os Professores já tinham pensa<strong>do</strong> numa ativi<strong>da</strong>de emboraain<strong>da</strong> não tivessem dito na<strong>da</strong>, rapi<strong>da</strong>mente chegámos a um consenso. De segui<strong>da</strong>comecei os ensaios com os utentes e com as trabalha<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> centro para vermos o quehaveríamos de fazer e como é que o queríamos fazer. Optámos por movimentar mais osbraços <strong>do</strong> que as pernas devi<strong>do</strong> às dificul<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s utentes.Observei esforço e empenho <strong>da</strong> maioria, mas também algum receito e falta de confiançade alguns. Á medi<strong>da</strong> que se foram fazen<strong>do</strong> os ensaios os utentes foram perden<strong>do</strong> ome<strong>do</strong>, ganhan<strong>do</strong> confiança reparei que estavam mais positivos e ativos. Ao longo destasemana fui sempre fazen<strong>do</strong> ativi<strong>da</strong>des de expressão dramática e reparei que os utentesca<strong>da</strong> vez vinham mais ce<strong>do</strong>.O nível de participação, a ativi<strong>da</strong>de e predisposição aumentou consideravelmenteprincipalmente com os exercícios de ativação, de quebrar o gelo e de memória. Concluoque uns utentes precisam de mais tempo que os outros mas que pouco a pouco, compaciência, carinho e com uma atitude positiva vão-se interessan<strong>do</strong> e até participam.REFLEXÃO DA QUINTA SEMANAA ativi<strong>da</strong>de para o dia internacional <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so resultou na perfeição. Tanto os utentescomo os alunos <strong>da</strong> escola estiveram motiva<strong>do</strong>s e envolvi<strong>do</strong>s nas ativi<strong>da</strong>des, tanto quepediram para esta ser repeti<strong>da</strong>.


Houve interação nos grupos, por parte <strong>do</strong>s utentes a autoestima e a confiança melhorou,reparei inclusive que ficaram mais ativos, com mais força e determinação. O facto dehaver poucos recursos humanos resultou em trabalho acresci<strong>do</strong> pois tivemos quearranjar espaço para quase cinquenta pessoas assim como fizemos o lanche para asmesmas.O que valeu a pena pois o resulta<strong>do</strong> foi melhor <strong>do</strong> que eu esperava, houve troca deane<strong>do</strong>tas, adivinhas e canções. Durante a semana fizemos as ativi<strong>da</strong>des de expressãodramática nas quais reparei que de uma maneira geral havia mais participação e maispredisposição por parte <strong>do</strong>s utentes. Á tarde continuámos com as ativi<strong>da</strong>des para aelaboração <strong>do</strong> livro. Na qual uns mais depressa, outros com mais aju<strong>da</strong> mas o certo éque to<strong>do</strong>s foram fazen<strong>do</strong>.Mas também houve alguns utentes que me surpreenderam positivamente pelo seuesforço, dedicação e empenho.REFLEXÃO DA SEXTA SEMANANesta semana continuei a fazer ativi<strong>da</strong>des de expressão dramática porque reparei quecom estas ativi<strong>da</strong>des os utentes estão mais motiva<strong>do</strong>s, interessa<strong>do</strong>s, participativos e sedesinibem mais, embora na segun<strong>da</strong>-feira senti, que tinha que dizer muitos maismotivos para eles quererem fazer as ativi<strong>da</strong>des, não sei a razão mas a ver<strong>da</strong>de é que nassegun<strong>da</strong>s-feiras isso acontece.Ao longo <strong>da</strong> semana a mu<strong>da</strong>nça é imensa algumas vezes até vieram a ter comigo parafazermos uma ativi<strong>da</strong>de o que é excelente pois demonstra que eles estão a gostar e quequerem participar Nesta semana encontrei algumas dificul<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s utentes ao fazeremas ativi<strong>da</strong>des afetivas mas foram ultrapassa<strong>da</strong>s o que me leva a pensar que temos quecontinuar a investir nas mesmas.


Na elaboração <strong>do</strong> livro vejo os utentes muito motiva<strong>do</strong>s, criativos, participativos, aentreaju<strong>da</strong>rem-se, com espirito de equipa, orgulhosos ou seja os objetivos <strong>do</strong> livro está aser atingi<strong>do</strong> e alguns ultrapassa<strong>do</strong>s.Reparei que as funcionárias tentaram reproduzir algumas práticas que eu tenho com osutentes o que fiquei contente, pois elas que já tinham as suas práticas a<strong>do</strong>taram algumasminhas isto foi um elogio.O centro de dia usufrui de pouco espaço, e houve algumas discussões e então para issonão acontecer pedi para realizar as ativi<strong>da</strong>des no hall de entra<strong>da</strong> o que foi excelente poisacaba por haver mais participação, desinibição, curiosi<strong>da</strong>de e até mais vontade departicipar nas ativi<strong>da</strong>des.REFLEXÃO DA SÉTIMA SEMANADurante esta semana pretendi terminar o livro, o que acabou por acontecer. Constateique os acabamentos foram o que custou mais a fazer pois os utentes já queriam ter tu<strong>do</strong>feito e eu tive que os motivar no senti<strong>do</strong> de dizer que já estava quase pronto. Depoiscorreu tu<strong>do</strong> bem houve participação, alegria, entusiasmo, orgulho e satisfação pelotrabalho realiza<strong>do</strong>. No final o grupo juntou-se para tirar-mos uma fotografia na qualto<strong>da</strong> a gente quis participar.Nas ativi<strong>da</strong>des de expressão dramática desenvolvi<strong>da</strong>s ao longo <strong>da</strong> semana verifiqueialguma dificul<strong>da</strong>de de concentração, de atenção, assim como pouca força de vontadepenso que seja devi<strong>do</strong>’ à mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong> tempo pois não houve nenhum outroacontecimento de maior relevância. Mas não desisti continuei a propor exercícios e adizer qual a sua importância para os seres humanos, e a maioria participava apesar de noinício quase que era por favor, mas no final já estavam mais ativos, atentos,participativos e autoconfiantes.Confrontei-me com a falta de recursos materiais pois como só existe uma sala deconvívio e sen<strong>do</strong> o espaço mais quente, os utentes não querem sair de lá. Mas os utentesque não querem participar nas ativi<strong>da</strong>des, também não querem ouvir barulho e então


pedi para se ligarem os aquece<strong>do</strong>res no refeitório para assim podermos fazer as nossasativi<strong>da</strong>des.Concluo que onde os utentes tiveram mais dificul<strong>da</strong>des esta semana foi nos exercícioscognitivos e afetivos, logo é onde eu tenho que investir mais.REFLEXÃO DA OITAVA SEMANANesta semana pretendi <strong>da</strong>r início às ativi<strong>da</strong>des para a realização <strong>do</strong> exercício teatral.Primeiro sugeri, pedi opiniões, trocaram-se ideias, expliquei em que é consistia e qual asua importância.Em segui<strong>da</strong> tentei motiva-los, entusiasma-los e apoia-los fosse qual fosse a sua escolha.A primeira resposta <strong>do</strong>s utentes foi que não queriam fazer o exercício teatral mas àmedi<strong>da</strong> que eu fui explican<strong>do</strong> a ativi<strong>da</strong>de, a maioria começou a mu<strong>da</strong>r de opinião,chegan<strong>do</strong> mesmo a apresentar ideias, sugestões, mostraram inclusive entusiasmo,motivação, vontade de participar e até alguma euforia.Na terça-feira realizámos o nosso primeiro ensaio fiquei maravilha<strong>da</strong> com a capaci<strong>da</strong>dede improvisação, de ação, <strong>do</strong> entusiasmo e <strong>da</strong> predisposição <strong>do</strong>s utentes no exercícioteatral.Continuámos a realizar ativi<strong>da</strong>des de expressão dramática mas reparei que o facto de otempo estar chuvoso e mais frio, influenciava muito os utentes. Isto é não tinhamvontade, nem motivação, estavam mais tristes e desanima<strong>do</strong>s. Foi necessário motiva-lose entusiasma-los com mais determinação e vi<strong>da</strong>, mas resultou pois no final de ca<strong>da</strong>ativi<strong>da</strong>de os utentes já nem pareciam os mesmos.Pois já eram eles que pediam para continuarmos a fazer a activi<strong>da</strong>de, já se riam,conversavam e sugeriam até para fazermos outras activi<strong>da</strong>des. Concluo então que nestesdias é necessário mais empenho, e que to<strong>do</strong>s os dias começamos <strong>do</strong> zero mas o esta<strong>do</strong>de espirito <strong>do</strong>s utentes vai-se alteran<strong>do</strong> e vou conseguin<strong>do</strong> atingir os objetivos.


REFLEXÃO DA NONA SEMANANesta semana o esta<strong>do</strong> de espirito, a vontade e a predisposição <strong>do</strong>s utentes não foi muitopositiva, devi<strong>do</strong> ao facto de nesta semana se comemorar o dia de to<strong>do</strong>s os santos. O queresultou num esforço maior tanto <strong>da</strong> minha parte como <strong>da</strong> parte <strong>da</strong> funcionária nosenti<strong>do</strong> de motivar, entusiasmar e apoiar os utentes.Nas ativi<strong>da</strong>des de expressão dramática principalmente no zip/zap é que registei maiorevolução tanto no nível afetivo, como no cognitivo, sensorial e motor, os utentesdesinibiram-se, divertiram-se, riram e até cantaram.Com exercício teatral os utentes revelaram motivação, entusiasmo e força de vontadepara os ensaios. Alguns <strong>do</strong>s utentes já trouxeram alguns objetos para teatro, isto é unsquerem muito fazer o teatro, outros nem por isso mas o facto é que uns influenciam osoutros para a sua realização.Após os ensaios a dinâmica <strong>do</strong> centro mu<strong>da</strong> completamente para melhor.REFLEXÃO DA DÉCIMA SEMANANo início <strong>da</strong> semana reparei que os utentes estavam muito inconstantes pois numasalturas <strong>do</strong> dia queriam muito fazer a dramatização, passa<strong>do</strong>s dez minutos alguns já nãoqueriam mas não diziam nenhuma razão em particular, era porque “há não sei se estouaqui no centro “.Mas depois de alguma conversa e de tentar transmitir calma, força, entusiasmo,esperança e responsabili<strong>da</strong>de as atitudes <strong>do</strong>s utentes foram-se modifican<strong>do</strong>.


Durante os ensaios o ambiente foi muito bom no senti<strong>do</strong> que houve participação,dedicação e empenho em fazer os papéis traziam alguns objetos para a elaboração, <strong>da</strong>personagem, <strong>da</strong>vam ideias eram criativos, houve interação e esforço por parte <strong>do</strong>sutentes.Os aspetos menos positivos são que to<strong>do</strong>s queriam falar ao mesmo tempo, e não serespeitavam no senti<strong>do</strong> de que quan<strong>do</strong> um representava os outros deviam estar atentospara que também quan<strong>do</strong> fosse a vez deles os outros estivessem atentos. Só que isso nãoacontecia, tinha que an<strong>da</strong>r a dizer um a um para ouvirem o que estava a representar.Pouco a pouco lá fui conseguin<strong>do</strong>.Mu<strong>da</strong>r atitudes, hábitos, comportamentos e mentali<strong>da</strong>des é <strong>da</strong>s coisas mais difíceis, masapercebi-me que com esforço, dedicação e empenho isso é possível. As mu<strong>da</strong>nçasidentifica<strong>da</strong>s foram alguns <strong>do</strong>s utentes que só vinham a almoçar, passaram a vir à tardepara fazerem os ensaios e até lancharem com os outros utentes, outra mu<strong>da</strong>nça foi aalegria, a interação, a força de vontade e dinâmica que após os ensaios existia no centro.DÉCIMA PRIMEIRA SEMANAEsta semana incidiu-se sobre o exercício teatral durante o qual constatei o grandeesforço, dedicação e empenho <strong>do</strong>s utentes na realização <strong>do</strong> exercício.O exercício só teve um momento menos bom na terça-feira pois eu de manhã nãoconsegui ir ao centro, tive de ir ao lar a tratar <strong>do</strong>s recursos necessários ao teatro. À tardeos utentes estavam desmotiva<strong>do</strong>s, com falta de confiança e tristes. Mas após algumdiálogo e com o inicio <strong>do</strong> exercício a predisposição deles mu<strong>do</strong>u completamente assimcomo nos dias seguintes.Apesar <strong>da</strong> falta de espaço, de tempo e de recursos temos consegui<strong>do</strong> ensaiar. Com oteatro tenho verifica<strong>do</strong> mais mu<strong>da</strong>nças nos utentes que participam, pois estão sempre a<strong>da</strong>r ideias, trazem objetos para inserirmos no teatro, <strong>da</strong>nçam, cantam isto é expressamselivremente mas no entanto estão atentos a tu<strong>do</strong> o que é para fazer.Inclusive tentam vir mais ce<strong>do</strong> para o centro de dia, e mesmo querem marcar encontrospara os ensaios.


DÉCIMA SEGUNDA SEMANANesta semana aproximava-se a estreia <strong>do</strong> exercício teatral constatei que os utentesan<strong>da</strong>vam nervosos, mas quan<strong>do</strong> faziam os ensaios ficavam logo mais positivos econfiantes embora to<strong>do</strong>s os dias tivessem que ser motiva<strong>do</strong>s, apesar de os quereremcontinuar com o exercício.Durante estes dias só <strong>do</strong>is ou três é que faziam birras, arranjavam intrigas uns com osoutros e inclusive tentavam fazer chantagem. Isto tu<strong>do</strong> penso que era porque queriamatenção re<strong>do</strong>bra<strong>da</strong> mas tu<strong>do</strong> foi resolvi<strong>do</strong> através <strong>do</strong> diálogo. O facto de a estreia tersi<strong>do</strong> adia<strong>da</strong> não foi bom pois estivemos a preparar tu<strong>do</strong> para esse dia mas os utentesentenderam.Ten<strong>do</strong> em conta os acontecimentos é necessário manter o esforço, a determinação econtinuar a motivar para a participação. O que ca<strong>da</strong> vez é mais difícil ten<strong>do</strong> em contaque já não há factos novos por isso temos que melhorar o que existe.O estímulo para os utentes se arranjarem, trabalharem a sua imagem e cui<strong>da</strong>rem <strong>da</strong> suahigiene foi consegui<strong>do</strong>. A responsabili<strong>da</strong>de em relação às tarefas de ca<strong>da</strong> um e aohorário estabeleci<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s foi cumpri<strong>do</strong>.Mas acima de tu<strong>do</strong> constatei empenho, dedicação e esforço por parte <strong>do</strong>s utentes para arealização <strong>do</strong> teatro. O teatro correu uma maravilha, conseguimos a interação <strong>do</strong>público, ninguém se enganou, emocionaram-se e no final estavam orgulhosos delespróprios e autoconfiantes.DÉCIMA TERCEIRA SEMANAEsta semana foi dedica<strong>da</strong> ao Natal. Foram elabora<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de expressão plásticapoden<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os utentes participarem de uma maneira ou de outra.A motivação ao início não era muita mas á medi<strong>da</strong> que fomos falan<strong>do</strong> esta aumentou,partilhavam ideias, gostos hábitos, recor<strong>da</strong>ções e vontades. A maioria participou comvontade, esforço e dedicação. Alguns até estavam sempre a querer fazer mais isto é


estavam entusiasma<strong>do</strong>s e com vontade portanto parece-me que o teatro mu<strong>do</strong>u algumasrotinas, melhorou a autoestima, a autoconfiança e uniu o grupo.Reparei que o Natal tem um simbolismo especial para a maioria <strong>do</strong>s utentes, logo apredisposição e a vontade é grande só temos que nos organizar para fazermos um bomtrabalho para vivermos num ambiente de festa, pois afinal é quase Natal.DÉCIMA QUARTA SEMANAEsta semana foi mais pequena tive só três dias para trabalhar, no entanto estou muitosatisfeita. Os trabalhos manuais <strong>do</strong> Natal estão a evoluir, isto porque os utentes estãomotiva<strong>do</strong>s, confiantes, e com autoestima.Acrescentan<strong>do</strong> a isto os utentes gostam <strong>do</strong>s trabalhos por si só e acho que tambémgostaram de mim e como sabem que vou embora não me querem desapontar. Gostei deobservar o empenho e o esforço para a realização <strong>do</strong>s mesmos já nem pareciam asmesmas pessoas com que iniciei o trabalho, houve espirito de equipa, trocaram ideiasmas sem confrontos, nem insultos e mais <strong>do</strong> que isso consegui promover a interaju<strong>da</strong>.Identifiquei algum orgulho no trabalho realiza<strong>do</strong> e a vontade de aju<strong>da</strong>r e de ser criativo.Nas ativi<strong>da</strong>des de expressão dramática o esforço, o empenho e a dedicação foi grande,as pessoas desinibiram-se, riam, <strong>da</strong>nçavam, cantavam e até brincavam com elaspróprias o que é muito difícil acontecer em pessoas na terceira i<strong>da</strong>de pois elas são muitosérias e criticas.Após as ativi<strong>da</strong>des to<strong>do</strong>s os utentes partilhavam conselhos comigo, e eu com eles,algumas pia<strong>da</strong>s e trocas de elogios.


Anexo 3- Imagens <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des


Figura nº 30- Exercícios de expressão dramáticaFonte: PrópriaFigura nº 31-- Exercícios de expressão dramáticaFonte: Própria


Figura 32--- Exercícios de expressão dramáticaFonte: PrópriaFigura 33--- Exercícios de expressão dramáticaFonte: Própria


Figura Nº 34- Exercícios de expressão dramáticaFonte: PrópriaFigura nº 35- encontro intergeracionalFonte: própria


Figura nº 36- encontro intergeracionalFonte: própriaFigura nº 37-encontro intergeracionalFonte: própria


Figura 38- encontro intergeracionalFonte: própriaFigura nº 39- encontro intergeracionalFonte: própria


Figura nº 40- o magustoFonte: própriaFigura nº41- Ativi<strong>da</strong>de de expressão plástica “o livro <strong>do</strong> centro de dia”Fonte: Própria


Figura nº 42- ensaios para o tetroFonte: própriaFigura nº 43- ensaios para o tetroFonte: própria


Figura nº 44- ensaios para o tetroFonte: própriaFigura nº 45- ensaios para o tetroFonte: própria


Figura nº 46-ensaios para o tetroFonte: própriaFigura nº 47- ensaios para o tetroFonte: própria


Figura nº48-- ensaios para o tetroFonte: própriaFigura nº49- Apresentação teatralFonte: própria


Figura 50- Apresentação teatralFonte: própriaFigura nº 51- ativi<strong>da</strong>de de expressão plástica “velas <strong>do</strong> natal”Fonte: própria


Figura nº 52- ativi<strong>da</strong>de de expressão plástica “velas <strong>do</strong> natal”Fonte: própriaFigura nº 53- ativi<strong>da</strong>de de expressão plástica “velas <strong>do</strong> natal”Fonte: própria


Figura nº 54- ativi<strong>da</strong>de de expressão plástica “velas <strong>do</strong> natal”Fonte: própriaFigura nº 55- ativi<strong>da</strong>de de expressão plástica “Os enfeites <strong>do</strong> natal”Fonte: própria


Figura nº 56- momento de descontraçãoFonte: própriaFigura nº 57- ativi<strong>da</strong>de de expressão plástica “velas <strong>do</strong> natal”Fonte: própria


Figura nº58- Ativi<strong>da</strong>des de expressão físico-motoraFonte: própriaFigura nº 59- “velas <strong>do</strong> natal” fonte: própria


Figura nº 60- “enfeites <strong>do</strong> natal”Fonte: própria


Anexo 4- Poema <strong>do</strong> teatro


Feira livre: recanto de poesiaOlha o troco, olha a troca!Dou-lhe duas, <strong>do</strong>u-lhe três!Amen<strong>do</strong>im de paçoca,uva de vinha e de vez!Milho que dá pipoca,remédio de gravidez,anzol, caniço e minhoca,casal de burro pedrês,sanfona que quase toca,jogo de <strong>da</strong>ma e xadrez,to<strong>da</strong> e qualquer engenhoca,que agra<strong>da</strong>r ao freguês.Bom dia <strong>do</strong>na maria!Olha a alfaceolha o almeirão.Vamos lá seu João!!Maça graú<strong>da</strong>pera <strong>do</strong>cinha.Leva fruta, leva fruta<strong>do</strong>na Carmina.Ah ah ah que sau<strong>da</strong>de,<strong>da</strong> <strong>do</strong>na pie<strong>da</strong>dela vem ela,la vem ela,to<strong>da</strong> lin<strong>da</strong>to<strong>da</strong> bela!Olha ai, olha aimelancia e caqui.Que beleza,que belezabem <strong>do</strong>cinha a framboesamais um pouco e acabaa manga e a jaboticabaolha o tomate!Olha o abacate!Que incrível é a feiraque celeiro de poesiaque encontro de alegria.iPosta<strong>do</strong> por Maria Eugênia Nunesii http://photonewsgs.blogspot.pt/2011/06/feira-livre-recanto-de-poesia_06.html


Anexo 5- O vídeo <strong>do</strong> teatro

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