Degravação na íntegra das falas da Audiência Pública em Marabá

Reunião do Conselho Curador da EBC – Marabá – 14.09.2012Eu estava tomando banho, tomando banho, tentando ouvir, assim,rapidinho, então eu achei que era uma espécie assim de um Congresso,de um simpósio, sabe? Aí, eu falei: “Eu vou lá nesse negócio”. E aí, eu vimpara cá, cheguei aqui, vi o que negócio tomou outro rumo, é umaaudiência pública. Será que vão mandar me prender eu? E agora, como éque vai ser?Então, gente, eu queria perguntar para vocês o seguinte: seexiste... Se não existe, eu queria deixar como sugestão, porque das falasque foram feitas, aqui, parece que só a moça que me antecedeu que sepreocupou com o que eu vou dizer agora. Se existe uma forma de chamaro comunicador à sua responsabilidade. Porque, assim, como eu falei paravocês, eu fiz todo esse trajeto para chegar aqui, no que eu vou dizer,porque, como eu disse, eu paguei para fazer rádio. Então, alguém foi lá ereconheceu: “Pô, esse cara faz um negócio diferente, vamos botar essecara, aqui, de volta na rádio”. Me reconheceram, colocaram carteiraassinada, eu recebo por isso, apesar de ter uma vida independente dorádio, eu tenho outra vida, eu sou vendedor, representante e tal.Mas, assim, de que forma que a organização, a EBC, estápreocupada em chamar o comunicador de rádio para que ele venha atomar ciência da sua responsabilidade? Se existem projetos assim, decongressos, de encontros, de simpósios, para que o comunicador de rádiosinta o peso da sua responsabilidade e saber o que ele vai fazer na rádio,para não ficar como o nosso amigo lá, de Uruará, disse assim: “A rádio setornou um negócio comercial, e a gente precisa ser mais cultural, precisaser mais informativo”.Eu fiquei... Eu fiquei, assim, pensativo sobre o que os universitários,os professores, aqui, falaram, o pessoal da faculdade, muito interessante.É uma proposta muito legal. Mas vale lembrar o que o moço lá, eu nãoestou vendo a placa, aqui, agora, o Nelson, ponderou, porque, realmente,ninguém liga o rádio para ouvir a cultura. O pessoal quer ouvir ‘Eu querotchu, eu quero o tchá’, o parapapá e a cerveja está gelada. Infelizmente,gente. Infelizmente.Ninguém liga o rádio na Rádio Cultura, na TV Cultura... No tempoque eu morei em Brasília, eu gostava muito de ouvir a Nova Brasil FM,uma música totalmente diferenciada. Apesar de que o meu horário éexclusivamente sertanejo e toca moda raiz, caipira, viu, amigo de Uruará?‘Nós fala’ muito sertanejo lá, viu? Então, é muita moda raiz, muita músicaque fala do boiadeiro, do sentimento do sertanejo, do apaixonado, queaquele grande amor que ele sentia foi embora e tal, aquela dor decotovelo mesmo. É como diz aí, é a dor do chifre, mais ou menos assim.Então, assim, que proposta que a EBC tem para trazer ocomunicador a conhecer a sua responsabilidade, ele estar atrás domicrofone, de fazer um negócio legal, uma informação, por mais que sejacultural, como eu faço. Mas, assim, eu fico perdido no meio do negócio.SA/ehc 42