Degravação na íntegra das falas da Audiência Pública em Marabá

Degravação na íntegra das falas da Audiência Pública em Marabá Degravação na íntegra das falas da Audiência Pública em Marabá

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Reunião do Conselho Curador da EBC – Marabá – 14.09.2012SR. EVANDRO MEDEIROS: Então, só para dizer que eu souprofessor universitário, eu não conhecia o Guilherme, nem a EBCprofundamente. E sou realizador cultural, também.Nos últimos anos, desde 2004, nós produzimos nessa região 12documentários. Alguns com qualidade Full HD, inclusive resgatando asimagens do ‘Dezinho’, produzindo novos documentários, a partir dasimagens dele. Inclusive, veiculando esses documentários em processos demobilização social, para sensibilizar a sociedade no julgamento depistoleiros, fazendeiros, responsáveis pelo assassinato de camponeses,numa parceria com o Movimento dos Sem-Terra, Comissão Pastoral daTerra, a Fetagri. Levando esse material a assentamentos, fazendo sessõesde cinema em assentamentos, inclusive, veiculando, nessas sessões,produções que estão e passam na própria TV Brasil, com animações, comoutros filmes documentários, com outras produções nacionais.Conseguimos uma articulação com a programadora Brasil, para acessar osfilmes produzidos nacionalmente. E em sessões em escolas públicas,acampamentos de reforma agrária, e sempre com grande público.Isso para dizer que há uma mobilização. Há uma discussão sendofeita em relação à comunicação e às alternativas de comunicação e aspossibilidades de fazer comunicação crítica em uma outra perspectiva nãoalienante. E há produções sendo materializadas, de qualidade. Além disso,há a iniciativa do próprio movimento com organização de rádiocomunitária.Ocorre que, assim como a rádio do movimento foi fechada pelaPolícia Federal, teve seus equipamentos apreendidos, lacrados, aquilo quea gente faz, a gente faz com muito esforço e recurso próprio. Alguns dosequipamentos que a gente usa na produção foram comprados com osnossos próprios recursos financeiros. Então, há uma mobilização, há umainiciativa de produção e para o nosso... Para a nossa alegria, as pessoasque assistem aos filmes, as pessoas que escutam a rádio têmreceptividade. Não é real que o povo não gosta da programação da TVBrasil, da TV Cultura ou desse tipo de programas que são veiculadosnessas TVs ou rádio. O povo não tem acesso. A TV Brasil chegou a umpadrão de TV que é muito superior, não só porque os programas sãocríticos, mas a estética, a poética, a linguagem da TV é muito superior aosoutros programas de TV a cabo.Então, isso é atrativo, isso é interessante. As pessoas não têmacesso. Porque se elas não achassem interessante e atrativo, nossassessões de cinema seriam esvaziadas. E elas são sempre lotadas.Fazer TV é caro, fazer rádio é caro, por isso que a TV liberal usavaos equipamentos da Funtelpa, mas... Ainda bem que, como falou aAdelaide, as coisas estão mudando.E disso tudo, Nelson, a grande questão que eu acho que é a nossaprincipal reivindicação, aqui, é se perguntar em que a EBC atuará paraSA/ehc 34

Reunião do Conselho Curador da EBC – Marabá – 14.09.2012poder colaborar com essa mobilização. Porque fazer mobilização necessitauma logística, necessita recursos, instrumentos. Quer dizer, a EBCassumirá a defesa da democratização dos meios de comunicação? A EBCinstitucionalizará como... Na sua grade, um movimento através deprogramas, de propaganda, no rádio, na TV, dizendo: “É precisodemocratizar?”. Ela será um instrumento dessa disputa pelademocratização das telecomunicações?Beleza, alguma coisa já foram ditas, não é? E se elas sematerializarem, perfeito. Vem ao encontro daquilo que a gente estápropondo. Mas a mobilização feita pelos movimentos, ela carece deinstrumentos que deem maior alcance. E aí, eu acho, penso, que a EBC éum instrumento importante nisso, desde que seja da política da empresao compromisso com isso e a colaboração, inclusive, para criar essasestratégias de comunicação pública no país. Eu te diria que elas existem.Elas não, ainda, foram consolidadas, sistematizadas e ganharam espaço,para se apresentarem à sociedade como um todo.Mas o debate sobre a democratização e a instituição de uma rede decomunicação pública, ele está percorrendo vários espaços, inclusive, aqui,entre a gente. Por isso, a gente fez questão de estar aqui, nãomassivamente, mas com as principais lideranças dos movimentos e dauniversidade, que estão nesse debate. Obrigado.SRA. PRESIDENTE ANA FLECK: Eu passo a coordenação para aBeth Begonha, de novo. Só para a gente organizar um pouco o nossotrabalho, agora, serão mais cinco intervenções, não é isso, Beth? Tá.‘Pipoca’ vai se reinscrever. Eu peço que você faça com a Mariana. Eeu vou fazer um limite. Vamos definir o seguinte: a partir da segunda fala,a gente encerra as inscrições, se não isso vai se estender muito. Pode serassim? Todos concordam? Então, está bom. Beth, por favor.SRA. BETH BEGONHA: Olha, eu queria pedir licença paraagradecer aos ouvintes que vieram aqui, aos que estão nosacompanhando pela internet, acompanhando toda a audiência. Umagradecimento especial à Débora Cabral, que era nossa ouvinte constante,lá em Altamira, no Pará, e fazia a rádio lá. E rádio é uma coisa que agente aprende a fazer, também, ouvindo, não é? Então, essa expansão dosinal para toda a Amazônia é muito importante, porque as pessoas, defato, gostam do trabalho da rádio.O nosso próximo convidado a ocupar, aqui, a tribuna, é o AntônioMarcos Martins Almeida, que também é nosso ouvinte, e que viajou pormais de 20 horas para estar, aqui, conosco.Você vai participar, Antonio? Fico muito feliz, porque ele cruzou essePará só para poder nos dar a alegria da sua presença, ele que conhecebem a Rádio Nacional. Seja bem-vindo. Cinco minutos, Antônio.[palmas]SA/ehc 35

Reunião do Conselho Curador <strong>da</strong> EBC – Marabá – 14.09.2012poder colaborar com essa mobilização. Porque fazer mobilização necessitauma logística, necessita recursos, instrumentos. Quer dizer, a EBCassumirá a defesa <strong>da</strong> d<strong>em</strong>ocratização dos meios de comunicação? A EBCinstitucio<strong>na</strong>lizará como... Na sua grade, um movimento através deprogramas, de propagan<strong>da</strong>, no rádio, <strong>na</strong> TV, dizendo: “É precisod<strong>em</strong>ocratizar?”. Ela será um instrumento dessa disputa pelad<strong>em</strong>ocratização <strong><strong>da</strong>s</strong> telecomunicações?Beleza, alguma coisa já foram ditas, não é? E se elas s<strong>em</strong>aterializar<strong>em</strong>, perfeito. V<strong>em</strong> ao encontro <strong>da</strong>quilo que a gente estápropondo. Mas a mobilização feita pelos movimentos, ela carece deinstrumentos que de<strong>em</strong> maior alcance. E aí, eu acho, penso, que a EBC éum instrumento importante nisso, desde que seja <strong>da</strong> política <strong>da</strong> <strong>em</strong>presao compromisso com isso e a colaboração, inclusive, para criar essasestratégias de comunicação pública no país. Eu te diria que elas exist<strong>em</strong>.Elas não, ain<strong>da</strong>, foram consoli<strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong>, sist<strong>em</strong>atiza<strong><strong>da</strong>s</strong> e ganharam espaço,para se apresentar<strong>em</strong> à socie<strong>da</strong>de como um todo.Mas o debate sobre a d<strong>em</strong>ocratização e a instituição de uma rede decomunicação pública, ele está percorrendo vários espaços, inclusive, aqui,entre a gente. Por isso, a gente fez questão de estar aqui, nãomassivamente, mas com as principais lideranças dos movimentos e <strong>da</strong>universi<strong>da</strong>de, que estão nesse debate. Obrigado.SRA. PRESIDENTE ANA FLECK: Eu passo a coorde<strong>na</strong>ção para aBeth Begonha, de novo. Só para a gente organizar um pouco o nossotrabalho, agora, serão mais cinco intervenções, não é isso, Beth? Tá.‘Pipoca’ vai se reinscrever. Eu peço que você faça com a Maria<strong>na</strong>. Eeu vou fazer um limite. Vamos definir o seguinte: a partir <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> fala,a gente encerra as inscrições, se não isso vai se estender muito. Pode serassim? Todos concor<strong>da</strong>m? Então, está bom. Beth, por favor.SRA. BETH BEGONHA: Olha, eu queria pedir licença paraagradecer aos ouvintes que vieram aqui, aos que estão nosacompanhando pela internet, acompanhando to<strong>da</strong> a audiência. Umagradecimento especial à Débora Cabral, que era nossa ouvinte constante,lá <strong>em</strong> Altamira, no Pará, e fazia a rádio lá. E rádio é uma coisa que agente aprende a fazer, também, ouvindo, não é? Então, essa expansão dosi<strong>na</strong>l para to<strong>da</strong> a Amazônia é muito importante, porque as pessoas, defato, gostam do trabalho <strong>da</strong> rádio.O nosso próximo convi<strong>da</strong>do a ocupar, aqui, a tribu<strong>na</strong>, é o AntônioMarcos Martins Almei<strong>da</strong>, que também é nosso ouvinte, e que viajou pormais de 20 horas para estar, aqui, conosco.Você vai participar, Antonio? Fico muito feliz, porque ele cruzou essePará só para poder nos <strong>da</strong>r a alegria <strong>da</strong> sua presença, ele que conheceb<strong>em</strong> a Rádio Nacio<strong>na</strong>l. Seja b<strong>em</strong>-vindo. Cinco minutos, Antônio.[palmas]SA/ehc 35

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