Degravação na íntegra das falas da Audiência Pública em Marabá

Degravação na íntegra das falas da Audiência Pública em Marabá Degravação na íntegra das falas da Audiência Pública em Marabá

12.07.2015 Views

Reunião do Conselho Curador da EBC – Marabá – 14.09.2012importância desse veículo no meio da população, sobretudo, a populaçãomais pobre.Quer dizer, como contribuir para que avançasse. Se a gente fala dademocratização da comunicação, do avanço da comunicação pública, mascomo, também, contribuir com as rádios comunitárias, que têm umacesso grande, de certa forma, embora que seja a extensão muitopequena, junto às populações, sobretudo, mais pobres.Então, é isso. Obrigado, viu?SRA. PRESIDENTE ANA FLECK: Gente, eu queria fazer menção àpresença, entre nós, da Sra. Vanusa Barbosa. É Vanusa, não é? SecretáriaMunicipal de Turismo, muito obrigada. E da Sra. Ercília, secretáriaMunicipal de Comunicação Social. Ah, já foi, tá? De qualquer maneira,muito obrigada pela presença.SRA. BETH BEGONHA: Bom, eu agradeço a fala, a participação doprofessor Airton dos Reis Pereira e gostaria de chamar o professorFernando Michelotti, para ocupar a tribuna. O senhor tem cinco minutos.SR. FERNANDO MICHELOTTI: Então, bom dia a todos e a todas.Então, em primeiro lugar, eu queria parabenizar mesmo a iniciativa dessaaudiência. Eu acho que é um espaço importante, já foi dito por vários aí, eme apresentar. Então, eu sou o Fernando, eu sou professor daUniversidade Federal do Pará, aqui, do Campus de Marabá, e, atualmente,eu sou o vice-coordenador do Campus.Está se falando muito nessa audiência de Amazônia, mas eu queriaapontar uma ideia que é assim: a Amazônia, na verdade, não é umaAmazônia, não é? Elas são várias Amazônias. É uma, região vasta, comuma diversidade de situações e especificidades, particularidades muitomarcantes.Então, de fato, a gente, aqui, a região sul e sudeste do Pará, agente tem questões, vamos dizer, gerais da Amazônia, mas tem, também,particularidades muito próprias, não é? E se tivesse uma que eu acho quecaracterizaria muito bem essa região sul e sudeste do Pará é a ideia doconflito. É uma região que se a gente for pegar desde a Guerrilha doAraguaia, todo o processo de ocupação da região e a continuidade dasdisputas por terra, por recursos naturais, a gente vai ver que é umaregião que está pautada, cotidianamente, pelo conflito. E a comunicaçãonão foge disso, não é?Então, eu queria reforçar esse debate sobre a comunicação pública,porque, de fato, aqui, não é uma região só apropriada por grandeslatifundiários, por grandes empresas de mineração, por grandes projetosde infraestrutura, hidrelétricas, estradas e tal que acabam negando oacesso à terra e recursos naturais, à renda de grande parte da população.Mas também é uma região predominada por um domínio da comunicaçãoSA/ehc 12

Reunião do Conselho Curador da EBC – Marabá – 14.09.2012que reforça essa perspectiva de desenvolvimento posta e reforça o modelode exclusão, ao qual grande parte da população está submetida, não é?Então, nessa perspectiva, eu acho fundamental entrar nesse debateda democratização da comunicação, da construção de uma comunicaçãopública que, de fato, dê força para os sujeitos que não estão no projetohegemônico de desenvolvimento daqui, que lutam por terra, que lutampor recursos naturais para ter, também, espaço de luta e de voz, de fazerouvir pela sociedade.Nós, da Universidade Federal do Pará, aqui, trabalhamos, também,nessa perspectiva. Como é que a gente pode aí, como foi dito, a missãoda empresa, criar uma consciência crítica, formar cidadãos críticos queconheçam os seus direitos, que se organizem, que lutem, quequestionem, que construam, de fato, uma sociedade mais sustentável,aqui, que não seja a campeã em índice de desmatamento, de violência, detrabalho escravo, de assassinato do campo. Então, eu acho que a gentetem uma visão compartilhada sobre isso.Só, infelizmente, a Ana, que veio, aqui, querendo ver floresta,talvez, se você quisesse ver carvoeira, cratera de mineração, grandesobras de barramento de rios, seria mais fácil. Floresta, o pobre doMelquíades vai ter que penar para te mostrar alguma, aqui, nessa região.SRA. PRESIDENTE ANA FLECK: Não, foi só... Foi só uma coisa degaúcha.SR. FERNANDO MICHELOTTI:considerando.Está legal. Mas, assim,SRA. PRESIDENTE ANA FLECK: Foi uma licença poética só,Fernando, desculpa.SR. FERNANDO MICHELOTTI: Eu acho importante fazer essepequeno contexto para ajudar, também, a dar materialidade à ideia daAmazônia que a gente está vivendo, aqui. E aí, nesse contexto, então, euqueria pautar três questões que eu acho importantes para o debate.Uma delas, de fato, todo esse esforço da Rádio Nacional daAmazônia de atingir a população, mas, por outro lado, numa regiãoparticular da Amazônia como a nossa, que está passando por um processode urbanização, cidades crescentes, mas não só as cidades, como Marabá,Parauapebas e tal, que vão crescendo, Conceição do Araguaia, mas opróprio campo vem passando por um processo de ampliação. Essa lutapela terra, com todo sofrimento que ela gerou, ela gerou, também, aconquista de mais de 500 projetos de assentamento na região, que, namaioria, se organizam por agrovilas, que são nucleações, não é?Então, todo esse espaço está sendo cada vez mais dominado porRádio FM. A gente estava discutindo, ontem, na reunião preparatória, e oBráulio nos provou que a Rádio Nacional pega, aqui, em Marabá, ligou oSA/ehc 13

Reunião do Conselho Curador <strong>da</strong> EBC – Marabá – 14.09.2012importância desse veículo no meio <strong>da</strong> população, sobretudo, a populaçãomais pobre.Quer dizer, como contribuir para que avançasse. Se a gente fala <strong>da</strong>d<strong>em</strong>ocratização <strong>da</strong> comunicação, do avanço <strong>da</strong> comunicação pública, mascomo, também, contribuir com as rádios comunitárias, que têm umacesso grande, de certa forma, <strong>em</strong>bora que seja a extensão muitopeque<strong>na</strong>, junto às populações, sobretudo, mais pobres.Então, é isso. Obrigado, viu?SRA. PRESIDENTE ANA FLECK: Gente, eu queria fazer menção àpresença, entre nós, <strong>da</strong> Sra. Vanusa Barbosa. É Vanusa, não é? SecretáriaMunicipal de Turismo, muito obriga<strong>da</strong>. E <strong>da</strong> Sra. Ercília, secretáriaMunicipal de Comunicação Social. Ah, já foi, tá? De qualquer maneira,muito obriga<strong>da</strong> pela presença.SRA. BETH BEGONHA: Bom, eu agradeço a fala, a participação doprofessor Airton dos Reis Pereira e gostaria de chamar o professorFer<strong>na</strong>ndo Michelotti, para ocupar a tribu<strong>na</strong>. O senhor t<strong>em</strong> cinco minutos.SR. FERNANDO MICHELOTTI: Então, bom dia a todos e a to<strong><strong>da</strong>s</strong>.Então, <strong>em</strong> primeiro lugar, eu queria parabenizar mesmo a iniciativa dessaaudiência. Eu acho que é um espaço importante, já foi dito por vários aí, <strong>em</strong>e apresentar. Então, eu sou o Fer<strong>na</strong>ndo, eu sou professor <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong>de Federal do Pará, aqui, do Campus de Marabá, e, atualmente,eu sou o vice-coorde<strong>na</strong>dor do Campus.Está se falando muito nessa audiência de Amazônia, mas eu queriaapontar uma ideia que é assim: a Amazônia, <strong>na</strong> ver<strong>da</strong>de, não é umaAmazônia, não é? Elas são várias Amazônias. É uma, região vasta, comuma diversi<strong>da</strong>de de situações e especifici<strong>da</strong>des, particulari<strong>da</strong>des muitomarcantes.Então, de fato, a gente, aqui, a região sul e sudeste do Pará, agente t<strong>em</strong> questões, vamos dizer, gerais <strong>da</strong> Amazônia, mas t<strong>em</strong>, também,particulari<strong>da</strong>des muito próprias, não é? E se tivesse uma que eu acho quecaracterizaria muito b<strong>em</strong> essa região sul e sudeste do Pará é a ideia doconflito. É uma região que se a gente for pegar desde a Guerrilha doAraguaia, todo o processo de ocupação <strong>da</strong> região e a continui<strong>da</strong>de <strong><strong>da</strong>s</strong>disputas por terra, por recursos <strong>na</strong>turais, a gente vai ver que é umaregião que está pauta<strong>da</strong>, cotidia<strong>na</strong>mente, pelo conflito. E a comunicaçãonão foge disso, não é?Então, eu queria reforçar esse debate sobre a comunicação pública,porque, de fato, aqui, não é uma região só apropria<strong>da</strong> por grandeslatifundiários, por grandes <strong>em</strong>presas de mineração, por grandes projetosde infraestrutura, hidrelétricas, estra<strong><strong>da</strong>s</strong> e tal que acabam negando oacesso à terra e recursos <strong>na</strong>turais, à ren<strong>da</strong> de grande parte <strong>da</strong> população.Mas também é uma região predomi<strong>na</strong><strong>da</strong> por um domínio <strong>da</strong> comunicaçãoSA/ehc 12

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