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Náutica de Recreio em Portugal - Fórum Empresarial da Economia ...

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Capítulo 2 – A relação <strong>da</strong>s infra ‐estruturas <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>e o espaço urbano 412.1 - Enquadramento e conceitos estruturantes 412.2 ‐ Ocupação e mutações: i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s 452.3 ‐ Princípios orientadores <strong>da</strong>s estratégias sectoriais e territoriais 47Capítulo 3 – O factor humano no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> 513.1 - A formação dos Treinadores <strong>de</strong> Vela 543.2 - A Vela <strong>de</strong> Alta Competição 553.3 - Campos <strong>de</strong> Treino (Winter Training and Base Camps) 573.4 - Circuitos <strong>de</strong> Alta Competição Internacionais 573.5 - O R<strong>em</strong>o e a Canoag<strong>em</strong> 59Capítulo 4 – El<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> reflexão para um futuro quadroestratégico e <strong>de</strong> acção 614.1 - Visão 614.2 - Turismo Náutico e Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> 624.3 - Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> 634.4 - Objectivo <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Acção 644.5 - Mercado e Procura 654.6 - Financiamento 694.7 - Plano <strong>de</strong> Acção e respectivas medi<strong>da</strong>s 704.8 - Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a atribuir 96Referências Bibliográficas 99Anexos 1051 - T<strong>em</strong>as críticos para a sinergia Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> – reconversãoe qualificação urbana 1051.1 - Frentes <strong>de</strong> passeios longitudinais 1051.2 - Percursos transversais 1061.3 - Reconversão urbana 1081.4 - Equipamentos 1092 - Três realizações ex<strong>em</strong>plares na conjugação <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> com as funções urbanas <strong>em</strong> geral e com <strong>em</strong>preendimentosturísticos <strong>em</strong> particular 111


NOTA INTRODUTÓRIAReinventar o país para construir o futuroé, hoje, mais do que nunca, um imperativonacional.Contudo, um tal <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato só po<strong>de</strong>rá serconseguido se assentar numa visão renova<strong>da</strong>e ousa<strong>da</strong> que aposte na exploração sustentáveldos nossos recursos e <strong>da</strong>s nossas competências,presentes e futuras, que nos permitam<strong>de</strong>senvolver novos produtos e novos serviços,ca<strong>da</strong> vez mais diferenciados, <strong>em</strong> que a marca<strong>Portugal</strong> seja um factor <strong>de</strong> afirmação <strong>de</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico,possibilitando -nos, assim, competir <strong>de</strong> umaforma mais efectiva no mercado global.Como <strong>de</strong>monstrou o Professor Ernâni Lopes, «o Mar é não só a nossa maior reservaestratégica, mas também o nosso recurso menos explorado, com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>, a prazo, po<strong>de</strong>rtransformar <strong>Portugal</strong> num actor global <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> do Mar».Foi o reconhecimento do papel que o Mar po<strong>de</strong> ter no <strong>de</strong>senvolvimento sustentado<strong>da</strong> nossa economia que levou o Conselho <strong>de</strong> Administração <strong>da</strong> EPUL, <strong>em</strong>2010, a a<strong>de</strong>rir ao Fórum <strong>Empresarial</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> do Mar, constituído <strong>em</strong> boahora no âmbito <strong>da</strong> Associação Comercial <strong>de</strong> Lisboa, no seio do qual a <strong>em</strong>presa set<strong>em</strong> <strong>em</strong>penhado como parte do seu esforço <strong>em</strong> prol do Desenvolvimento Local,como lhe compete no quadro <strong>da</strong>s suas atribuições estatutárias.A importância do Mar, no conjunto <strong>de</strong> todos os seus recursos, é transversal ato<strong>da</strong> a economia e os seus efeitos são múltiplos e variados, não sendo, por isso,uma área restrita <strong>de</strong> actuação <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s económicas que com ele mais directamentese relacionam.É o caso <strong>da</strong> recuperação e <strong>da</strong> requalificação <strong>da</strong>s Zonas Ribeirinhas <strong>da</strong>s nossasci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e vilas e a sua utilização para novos usos e activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> se inclu<strong>em</strong> asmarinas e os portos <strong>de</strong> recreio, geradores <strong>de</strong> novos negócios susceptíveis não só <strong>de</strong>alargar o leque <strong>de</strong> oferta turística nacional, mas também <strong>de</strong> gerar novos postos <strong>de</strong>trabalho, promovendo as nossas exportações e atraindo o investimento estrangeiro,aspectos que serão críticos para a economia nacional nos anos vindouros, como o presentetrabalho b<strong>em</strong> realça, no quadro mais geral do Desenvolvimento do Território.Essa recuperação é indissociável <strong>da</strong> t<strong>em</strong>ática mais geral <strong>da</strong> Reabilitação Urbana,t<strong>em</strong>a que já hoje está no centro <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> EPUL, com uma importância queten<strong>de</strong>rá a acentuar ‐se no futuro e cujo significado para o tecido urbano <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>se vilas do nosso país é essencial. É, por isso, ajustado dizer ‐se que a requalificação<strong>da</strong>s Zonas Ribeirinhas e a Reabilitação Urbana são também elas formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoeconómico integrado na <strong>Economia</strong> do Mar.7


NOTA INTRODUTÓRIAO futuro <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>dos portugueses <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>da</strong> forma comoformos capazes <strong>de</strong> tirar partido dos nossosrecursos, quer humanos, quer naturais.O Mar e a Facha<strong>da</strong> Atlântica, b<strong>em</strong> comoa nossa localização geográfica privilegia<strong>da</strong> nomapa do Oceano Atlântico, como a Históriase encarrega repeti<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar,são, inquestionavelmente, <strong>da</strong>s nossas maioresriquezas, porventura as maiores que t<strong>em</strong>os ànossa disposição.Cabe -nos, assim, canalizar esforços orientadospara promover, dinamizar e <strong>de</strong>senvolveras activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s económicas liga<strong>da</strong>s ao Mar, paraque este vector do nosso <strong>de</strong>senvolvimento possa acrescentar ca<strong>da</strong> vez mais valorà nossa economia, contribuindo, assim, para aju<strong>da</strong>r a retirar o nosso país <strong>da</strong> crise<strong>em</strong> que se encontra mergulhado e assegurar a <strong>Portugal</strong> um futuro mais próspero<strong>de</strong> uma forma sustenta<strong>da</strong>.As possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> do Mar nos oferece sãomúltiplas e varia<strong>da</strong>s. A indústria <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, a título <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plo e conformeacontece <strong>de</strong> há muito noutros países <strong>da</strong> Europa e do Mundo, como tenho podido constatarno <strong>de</strong>curso <strong>da</strong>s múltiplas viagens que tenho realizado ao longo dos últimos 30 anos,t<strong>em</strong> um importante contributo a <strong>da</strong>r ao crescimento económico dos países costeiros.E no sector <strong>da</strong> indústria <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> é inquestionável que o nossopaís t<strong>em</strong> um indiscutível potencial por explorar. Cabe -nos fazer cumprir esse potencialpara assegurar a <strong>Portugal</strong> um crescimento económico sustentado e duradouro.Apraz -me, por isso, registar o esforço <strong>de</strong>senvolvido pelo Grupo <strong>de</strong> Trabalho doFórum Permanente para os Assuntos do Mar, que realizou o excelente trabalho <strong>de</strong>que se dá conta neste livro, o qual congregou <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>sinteressa<strong>da</strong> pessoasliga<strong>da</strong>s a universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>em</strong>presas e associações do sector, cujo trabalho esperopossa trazer frutos ao país, não obstante os t<strong>em</strong>pos difíceis que viv<strong>em</strong>os ou principalmentepor isso mesmo.Para assegurarmos esse futuro t<strong>em</strong>os que começar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já!Tony CastroCEO Tony Castro Design9


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oÉ neste quadro que a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, sector <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> que a nível mundialconheceu um crescimento estimado <strong>de</strong> 7% ao ano durante o período <strong>de</strong> expansãoeconómica <strong>de</strong> 2000 a 2007 (<strong>de</strong> acordo com <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> instâncias internacionais dosector), se apresenta como uma <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>em</strong> que <strong>Portugal</strong> apresenta importantesvantagens competitivas, mercê <strong>da</strong> sua extensa costa, <strong>da</strong> posição geográfica<strong>de</strong> charneira entre o Atlântico Norte e o Atlântico Sul, <strong>de</strong> ligação entre o Norte<strong>da</strong> Europa e o Mediterrâneo, entre a Facha<strong>da</strong> Atlântica e o Continente Americano,realçando ‐se o papel estratégico que po<strong>de</strong> ter no quadro <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento económico, mais produtivo e competitivo do país.É, to<strong>da</strong>via, necessário, que este processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>seja articulado com outras activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s liga<strong>da</strong>s ao mar, nomea<strong>da</strong>mente quandoe on<strong>de</strong> elas existam, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> Plataformas Portuárias e <strong>em</strong> especial com a estratégianacional para a Gestão Integra<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Zonas Costeiras (ENGIZC), numaperspectiva <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, nas suas vertentes económica, sociale ambiental.O facto <strong>de</strong> o mar ser um el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> ligação com os Países Africanos <strong>de</strong> LínguaOficial Portuguesa (PALOP), pela circunstância histórico ‐geográfica <strong>de</strong> todosestes países ser<strong>em</strong> nações costeiras, mormente Angola e Brasil, que no AtlânticoSul serão, no horizonte previsível, os países do mundo com maior crescimento económico,s<strong>em</strong> olvi<strong>da</strong>r o seu clima t<strong>em</strong>perado, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s suas infra -estruturase o seu passado histórico ligado ao Mar.Contudo, a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a vela <strong>de</strong> cruzeiro à <strong>de</strong> competição, passandopela canoag<strong>em</strong>, kitesurf, ou r<strong>em</strong>o, é, ain<strong>da</strong> hoje, paradoxalmente, uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong>económica com carácter praticamente residual, tendo, por isso, um significativopotencial <strong>de</strong> crescimento, ao contrário do que acontece na esmagadora maioriados países europeus, on<strong>de</strong> este mercado já atingiu a maturi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Ao fazer a apologia do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, opresente estudo não preten<strong>de</strong> promover o ócio <strong>de</strong> uns quantos, mas, ao invés, preten<strong>de</strong>fazer <strong>de</strong>sta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> económica relevante, com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>para alavancar o <strong>de</strong>senvolvimento local e regional, o <strong>de</strong>senvolvimento do territórionacional e a <strong>Economia</strong> do Mar, contribuindo para o surgimento <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico sustentável para o país.Isto porque as infra -estruturas <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, sejam elas Estações Náuticas,Marinas e/ou Portos <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> – ou mesmo simples rampas –, são instrumentoscom capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para promover a Regeneração <strong>da</strong>s Frentes Ribeirinhas ecom elas a Requalificação Urbana e Ambiental, t<strong>em</strong>as <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> actuali<strong>da</strong><strong>de</strong> nonosso país, contribuindo para o <strong>de</strong>senvolvimento do território, tanto a nível localcomo regional.Neste particular refira ‐se a experiência recente do Porto <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>de</strong> Oeiras,cuja construção pela respectiva autarquia contribuiu <strong>de</strong>cisivamente para a criação<strong>de</strong> um pólo que atrai anualmente cerca <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> pessoas, para além <strong>de</strong> tercontribuído para a requalificação <strong>de</strong> uma ampla zona ribeirinha <strong>de</strong>ste concelho,anteriormente <strong>de</strong>squalifica<strong>da</strong>. Outros ex<strong>em</strong>plos po<strong>de</strong>riam ser citados, como sejam14


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lVilamoura, Portimão ou Lagos, na região do Algarve, e, como ocorrerá num futuropróximo <strong>em</strong> Pedrouços (Lisboa), que irá acolher a Volvo Ocean Race <strong>em</strong> 2012.A Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> é também relevante para o fomento do <strong>em</strong>prego. Estima‐‐se que, nas economias mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s (com forte capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial nestesector e com uma componente <strong>de</strong> turismo náutico relevante) sejam gerados oitopostos <strong>de</strong> trabalho por ca<strong>da</strong> posto <strong>de</strong> amarração, directa e indirectamente. É tambémrelevante para o surgimento <strong>de</strong> novos negócios, caso <strong>da</strong> invernag<strong>em</strong>, aspectosque são actualmente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a economia portuguesa.Contribui, ain<strong>da</strong>, <strong>de</strong>cisivamente, para a diversificação <strong>da</strong> oferta turística nacional,muito centra<strong>da</strong> no «sol e praia», para a diminuição <strong>da</strong> sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ofertaturística (uma vez que atrai visitantes <strong>de</strong> uma forma continua<strong>da</strong> ao longo do ano),assim como para o fomento <strong>da</strong>s exportações nacionais, aspecto que é crítico parao processo <strong>em</strong> curso <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> economia portuguesa.Para além disso, as infra ‐estruturas <strong>de</strong> apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> têm capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>para atrair o investimento estrangeiro, aspecto <strong>de</strong> vital importância para aeconomia nacional, uma vez que se crê que nos próximos anos o país não irá gerarexce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z para promover o investimento, ao mesmo t<strong>em</strong>po que po<strong>de</strong>ser parte <strong>da</strong> resposta para apoiar a reconversão dos estaleiros <strong>de</strong> menor dimensão,mormente os estaleiros tradicionais, através <strong>da</strong> criação/fomento <strong>da</strong> fileira <strong>da</strong> reparação/construção<strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio.A própria circunstância <strong>de</strong> importantes construtores navais <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong>recreio europeus po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> vir a sentir dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> escoamento <strong>da</strong> sua produçãono período pós -crise, mercê não só <strong>da</strong>s políticas <strong>de</strong> restrição <strong>de</strong> novos espaços <strong>de</strong>amarração clan<strong>de</strong>stinos <strong>em</strong> países do norte e centro <strong>da</strong> Europa, mas também pelofacto <strong>de</strong> nestes países a expansão <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> novos espaços <strong>de</strong> amarração estarca<strong>da</strong> vez mais condiciona<strong>da</strong>, po<strong>de</strong>rá induzir situações <strong>em</strong> que alguns <strong>de</strong>stes construtores,directa ou indirectamente, possam sentir -se impelidos a entrar no negóciodo financiamento/construção/gestão <strong>de</strong> novas marinas no espaço <strong>da</strong> UniãoEuropeia (UE) para garantir o escoamento <strong>da</strong>s suas produções, situação que <strong>de</strong>verámerecer a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> atenção dos responsáveis nacionais pelas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s quenos po<strong>de</strong>m abrir.Por outro lado, através <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> eventos náuticos <strong>de</strong> classe mundial queatra<strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s multidões, (como ain<strong>da</strong> recent<strong>em</strong>ente se verificou <strong>em</strong> Cascais coma America’s Cup World Series, que terá sido segui<strong>da</strong> por mais <strong>de</strong> 120 milhões <strong>de</strong> pessoas<strong>em</strong> todo o mundo), e como irá certamente verificar-se <strong>em</strong> 2012 com a realização<strong>da</strong> Volvo Ocean Race e <strong>da</strong> Regata Tall Ships Race, <strong>em</strong> Lisboa.Com efeito, a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> t<strong>em</strong> vindo a contribuir para a afirmação <strong>de</strong> umanova imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> no Mundo (à s<strong>em</strong>elhança do que no passado aconteceucom a Fórmula 1), aju<strong>da</strong>ndo a criar uma imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> mercado diferencia<strong>da</strong>, reforçandoo goodwill <strong>da</strong> marca «Ma<strong>de</strong> In <strong>Portugal</strong>», com evi<strong>de</strong>nte benefício para as exportaçõesportuguesas e para o reforço <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> economia portuguesanos mercados internacionais.15


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oFigura 2 - America’s Cup World Series – Cascais, Agosto <strong>de</strong> 2011 – competição segui<strong>da</strong> pormais <strong>de</strong> 120 milhões <strong>de</strong> espectadores.Tal aspecto é certamente intangível, e por isso não quantificável, <strong>em</strong>bora <strong>de</strong>suma importância no mundo globalizado.A aposta no patrocínio <strong>de</strong>stes eventos não <strong>de</strong>ve, contudo, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser s<strong>em</strong>preanalisa<strong>da</strong> numa relação custo/benefício, <strong>de</strong>vendo ser medido o seu impacto económicoe as mais -valias que a organização <strong>de</strong>stes eventos <strong>de</strong>ixa ao sector <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Em suma, o fomento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> no nosso país correspon<strong>de</strong> a umanecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> economia nacional e do fomento <strong>da</strong> <strong>Economia</strong>do Mar, nossa principal reserva estratégica, permitindo ‐lhe <strong>em</strong>parceirar comoutros países que faz<strong>em</strong> <strong>de</strong>sta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> um dos pilares do seu <strong>de</strong>senvolvimentoeconómico, como sejam o caso <strong>da</strong> França, Reino Unido, Itália, ou mesmo <strong>da</strong> NovaZelândia, s<strong>em</strong> esquecer o ex<strong>em</strong>plo <strong>da</strong> Croácia, que centrou muita <strong>da</strong> sua recuperaçãoeconómica do pós -guerra no fomento <strong>da</strong> indústria <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Não po<strong>de</strong>mos, contudo, per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista os estrangulamentos a que o sector estásujeito, não só burocrático -administrativos como legislativos, que urge resolver paraque o sector se expan<strong>da</strong> e consoli<strong>de</strong>, permitindo a afirmação do potencial que encerrapara o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> economia nacional.Com efeito, e até há pouco t<strong>em</strong>po, o sector do Mar era tutelado por seis Ministérios,cinco Secretarias <strong>de</strong> Estado e trinta e duas Direcções-Gerais ou equipara<strong>da</strong>s.A própria legislação <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> aguar<strong>da</strong> promulgação há cerca<strong>de</strong> cinco anos. A isto acresce a quase inexistência <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos estatísticos fiáveisque permitam caracterizar <strong>de</strong> uma forma rigorosa o sector. Tal é manifestamente<strong>de</strong>sincentivador do fomento <strong>de</strong>sta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> económica, <strong>em</strong>bora o trabalho noâmbito do Simplex Mar e a dinâmica por ele introduzi<strong>da</strong> abram boas perspectivas<strong>em</strong> relação a esta matéria.Mas se analisarmos o rácio <strong>em</strong>barcação <strong>de</strong> recreio/habitante <strong>em</strong> alguns países,rapi<strong>da</strong>mente nos aperceb<strong>em</strong>os que o potencial <strong>de</strong> crescimento do sector <strong>em</strong> Por-16


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a ltugal é <strong>de</strong>veras significativo: na Nova Zelândia, um país com uma população inferiorà <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>, mas que nos últimos 20 anos <strong>de</strong>senvolveu uma indústria <strong>de</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> que é uma referência mundial, o rácio é <strong>de</strong> 1 <strong>em</strong>barcação por 3habitantes, na Noruega essa relação é <strong>de</strong> 1/7, nos EUA é <strong>de</strong> 1/16, na Holan<strong>da</strong> <strong>de</strong>1/36, <strong>em</strong> Espanha estima -se que essa relação seja <strong>de</strong> 1/80, enquanto <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>esse rácio será <strong>de</strong> 1/130.Figura 3 - Porto <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>de</strong> Oeiras, factor <strong>de</strong> requalificação <strong>da</strong> zona costeira.Ou seja, o sector <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> é quase incipiente, não obstante a extensão <strong>da</strong>nossa costa e a nossa posição geográfica, pelo que o potencial <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> é significativo. Porém, tal <strong>de</strong>verá ser integrado nosprincípios orientadores <strong>da</strong> ENGIZC.17


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oConcluindo, com este trabalho espera -se contribuir para o <strong>de</strong>bate sereno e profundo<strong>de</strong>ste conjunto <strong>de</strong> matérias, s<strong>em</strong> tabus n<strong>em</strong> preconceitos, mas, acima <strong>de</strong> tudo,para que este possa ser um convite à acção, especialmente importante neste período<strong>de</strong> crise económica e financeira, como forma <strong>de</strong> fomento <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> económicano quadro <strong>da</strong> velha asserção <strong>de</strong> que «as gran<strong>de</strong>s oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s estão on<strong>de</strong> estãoos gran<strong>de</strong>s probl<strong>em</strong>as», o que terá, forçosamente, <strong>de</strong> passar pelo aprofun<strong>da</strong>mento<strong>de</strong> uma «Cultura do Mar», assente numa formação <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a criar massa críticae o reforço <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural liga<strong>da</strong> ao mar, com especial incidência nos maisjovens, que permita a reapropriação do mar pelas populações, e <strong>em</strong> que a cooperaçãoentre o sector público e privado será um factor crítico <strong>de</strong> sucesso.18


Sumário ExecutivoNeste documento aberto começará por encontrar um breve retrato do sector<strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, o seu enquadramento estratégico e a formacomo se po<strong>de</strong> articular com várias indústrias, nomea<strong>da</strong>mente com os estaleiros e aindústria naval <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio. Na parte inicial do documento, encontrarátambém uma análise SWOT do sector (pontos fortes, pontos fracos, <strong>de</strong>safios,oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ameaças, riscos e constrangimentos), <strong>de</strong>monstrando claramenteque a indústria <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> se encontra subaproveita<strong>da</strong>, <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Na segun<strong>da</strong> parte <strong>de</strong>ste documento é realça<strong>da</strong> a interligação <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>com as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> cria<strong>da</strong>s infra ‐estruturas flexíveisque assegur<strong>em</strong> uma vivência e efectiva utilização por parte <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, estimulandoum vasto conjunto <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, como o passeio, a corri<strong>da</strong>, oskate, a patinag<strong>em</strong>, ou a bicicleta, criando postos <strong>de</strong> trabalho e requalificando zonas<strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s.A importância <strong>da</strong> formação para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> náuticaapresenta -se explicita<strong>da</strong> na terceira parte <strong>de</strong>ste documento.Este trabalho termina com um capítulo on<strong>de</strong> é incluído um plano <strong>de</strong> acção comex<strong>em</strong>plos concretos que nos foram sugeridos e que visa aproveitar o máximo valoreconómico <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, enquanto activi<strong>da</strong><strong>de</strong> potenciadora <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosustentável para a economia nacional, não esquecendo o contexto <strong>de</strong> crisefinanceira actual. As medi<strong>da</strong>s visam aumentar a procura pela Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong><strong>Portugal</strong>, por todos os ci<strong>da</strong>dãos e <strong>em</strong> particular pelos ci<strong>da</strong>dãos do norte <strong>da</strong> Europaque, neste momento, têm a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> financeira para fazer entrar divisas no país,tentando criar um círculo virtuoso <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.De uma forma geral, a procura pela Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> po<strong>de</strong> ser dividi<strong>da</strong> <strong>em</strong> trêsgran<strong>de</strong>s grupos: 1) Nautas que procuram lazer, 2) Nautas que procuram soluçõescompetitivas <strong>de</strong> invernag<strong>em</strong> <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações e 3) Nautas que procuram condições<strong>de</strong> prática profissional <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos ligados à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Consequent<strong>em</strong>ente, o plano <strong>de</strong> acção apresentado visa tomar medi<strong>da</strong>s que vãoao encontro <strong>de</strong>stes três gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> nautas, tais como:• Melhorar a segurança e conforto <strong>de</strong> navegação e amarração;• Criar interacção entre os pontos <strong>de</strong> amarração;• Tornar fácil a entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> água;• Aumentar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços prestados;• Melhorar a manutenção e reparação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações;• Estabelecer parcerias internacionais;• Maximizar o legado histórico;• Atrair <strong>em</strong>barcações para invernag<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>;• Maximizar o potencial <strong>da</strong>s infra -estruturas náuticas integra<strong>da</strong>s na economia<strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s;19


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o• Melhorar a interacção entre autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s marítimas e nautas;• Tornar competitiva a estadia <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>;• Tornar acessível, ao ci<strong>da</strong>dão comum, a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Dinamizar eventos relevantes;• Acolher equipas internacionais;• Promover a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Proporcionar experiências únicas <strong>de</strong> entretenimento e lazer aos nautas;• Dinamizar a produção industrial <strong>de</strong> produtos e serviços <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Desenvolver «Clusters»;• Criar referências (role mo<strong>de</strong>ls portugueses) <strong>da</strong> náutica;• Colocar <strong>Portugal</strong> como centro <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> excelência <strong>da</strong> Europa;• Governance, simplificação e redução <strong>da</strong> burocracia;• Monitorização permanente do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong><strong>Portugal</strong>.A gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s apresenta<strong>da</strong>s não implica um investimento significativo,mas sim uma perspectiva e organização integra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>,<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Sendo este um documento aberto, visa propor medi<strong>da</strong>s concretas e aplicáveisna reali<strong>da</strong><strong>de</strong> actual e iniciar um processo <strong>de</strong> acção que preten<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, num contexto <strong>de</strong> receptivi<strong>da</strong><strong>de</strong> a ulteriorescontributos e sugestões.Em conclusão, preten<strong>de</strong> -se impl<strong>em</strong>entar um plano <strong>de</strong> acção que vá <strong>de</strong> encontroaos seguintes objectivos estratégicos:• Qualificar a oferta <strong>de</strong> infra -estruturas <strong>de</strong> apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>:melhorar a segurança e conforto <strong>da</strong> navegação e amarração, melhorar a navegabili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong>s águas interiores, melhorar a balizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> percursos; criarinteracção entre os pontos <strong>de</strong> amarração; tornar fácil a entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> <strong>de</strong>água; aumentar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços prestados; tornar acessível, ao ci<strong>da</strong>dãocomum, a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Promover e consoli<strong>da</strong>r a imag<strong>em</strong> internacional <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> como<strong>de</strong>stino náutico, permitindo aumentar a procura: estabelecer parceriasinternacionais; atrair <strong>em</strong>barcações para invernag<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>; tornarcompetitiva a estadia <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>; acolhimento <strong>de</strong> equipas internacionais;proporcionar experiências únicas <strong>de</strong> entretenimento e lazer aos nautas; criarreferências – role mo<strong>de</strong>ls portugueses – <strong>da</strong> náutica; <strong>Portugal</strong> como centro <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> excelências <strong>da</strong> Europa;• Potenciar a dinamização <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s conexas e compl<strong>em</strong>entaresà Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>: criar <strong>de</strong>stinos turísticos para fomento <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> charter, melhorar a manutenção e reparação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações; maximizaro legado histórico; maximizar o potencial <strong>da</strong>s infra -estruturas náuticas20


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lintegra<strong>da</strong>s na economia <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s; dinamizar eventos relevantes; dinamizara produção industrial <strong>de</strong> produtos e serviços <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;<strong>de</strong>senvolver clusters;• Garantir a impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> um quadro legal e <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>Governance a<strong>de</strong>quados ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>:melhorar a interacção entre autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s marítimas e nautas: governance,simplificação e redução <strong>da</strong> burocracia; monitorização permanente do <strong>de</strong>senvolvimento<strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, na sua globali<strong>da</strong><strong>de</strong>,incluindo Continente e Regiões Autónomas dos Açores e <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira.• Salvaguar<strong>da</strong>r a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e paisagística, usando para o efeitoas melhores práticas <strong>de</strong> gestão ambiental, numa perspectiva integra<strong>da</strong>do uso dos planos <strong>de</strong> água e zonas adjacentes, <strong>em</strong> articulação com os respectivosplanos, estratégias e programas que inci<strong>de</strong>m nas zonas costeiras eáguas adjacentes.Figura 4 - Marina <strong>de</strong> Lagos, um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> integração no território.21


Capítulo 1Panorama do sector <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>A Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> é o segmento <strong>de</strong> uso do mar e respectivos planos <strong>de</strong> água,que promove várias valências com mais -valias para outras activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ancorar as <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio numa política geral comuma base cultural alarga<strong>da</strong>, beneficiando <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> incentivos, encontra‐‐se consubstancia<strong>da</strong> no Relatório <strong>da</strong> Comissão Estratégica dos Oceanos (2004),on<strong>de</strong> se salientam as potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento «do turismo, <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s marítimo ‐turísticas», o que irá reflectir ‐se na EstratégiaNacional para o Mar no vector: «<strong>da</strong>r resposta à procura interna, actual e potencial(…) <strong>de</strong>senvolvendo a indústria <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>».Aponta -se, segui<strong>da</strong>mente, um conjunto <strong>de</strong> factores, alguns <strong>de</strong>les com raízesancestrais, que têm dificultado o <strong>de</strong>senvolvimento e plena exploração <strong>da</strong>s potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>snacionais nesta activi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por um lado, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s no enquadramentolegal -administrativo existente e carência <strong>de</strong> infra -estruturas nas suas diferentestipologias. Por outro, necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong>r priori<strong>da</strong><strong>de</strong> a incentivos nas bases <strong>de</strong>educação <strong>da</strong> nossa população, nomea<strong>da</strong>mente dos mais jovens. De notar que nãohá, normalmente, nenhuma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> sobre esta activi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>em</strong> qualquer nívelescolar nacional.Importa ultrapassar gradualmente o estigma que recai sobre a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>,entendi<strong>da</strong> corrent<strong>em</strong>ente como activi<strong>da</strong><strong>de</strong> elitista ou <strong>de</strong> mera competição.É <strong>de</strong> registar que hoje exist<strong>em</strong> cerca <strong>de</strong> 10.000 postos <strong>de</strong> acostag<strong>em</strong> noContinente e Ilhas e seriam necessários, a médio prazo, 25.000 flutuantes e outros25.000 <strong>em</strong> terra, num total <strong>de</strong> 50.000.Esta oferta <strong>de</strong>verá ser ajusta<strong>da</strong> às tipologias <strong>de</strong> utilização e aos custos <strong>de</strong>exploração, tendo <strong>em</strong> conta os impactos sociais e ambientais – fomentandoactivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s compl<strong>em</strong>entares, como os apoios <strong>de</strong> terra às múltiplas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>smarítimo‐turísticas, e a prestação <strong>de</strong> serviços especializados.De registar que, a haver uma duplicação do número <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio,(<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 77.500 que exist<strong>em</strong> actualmente para 140.000) a <strong>de</strong>z anos, ficar ‐se ‐ia,mesmo assim, na cau<strong>da</strong> <strong>da</strong> UE a 15, no que respeita ao rácio <strong>em</strong>barcação <strong>de</strong> recreiopor habitante, (1/70, quando a média Europeia é bastante inferior). Há ain<strong>da</strong>a consi<strong>de</strong>rar que na frota <strong>da</strong> marinha <strong>de</strong> recreio estão incluí<strong>da</strong>s muitas <strong>em</strong>barcações(eventualmente mais <strong>de</strong> 20%) que, no rigor, são utiliza<strong>da</strong>s por praticantes <strong>de</strong> uma23


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oactivi<strong>da</strong><strong>de</strong> que seria melhor i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> como <strong>de</strong> «pesca não profissional ou social»<strong>em</strong> vez <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong>sportiva <strong>de</strong> mar ao abrigo <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.As diversas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s que tutelam e dirig<strong>em</strong> o sector <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, além<strong>de</strong> ser<strong>em</strong> impotentes para resolver o probl<strong>em</strong>a cultural, criam também, por vezes,um conjunto <strong>de</strong> limitações e condicionalismos que pouco o favorec<strong>em</strong>, sendo o maisrelevante o facto <strong>de</strong> ninguém tutelar o fomento e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste sector.São inquestionáveis as mais -valias associa<strong>da</strong>s à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e às activi<strong>da</strong><strong>de</strong>smarítimo -turísticas. Falta no entanto um efectivo envolvimento institucional integradoque potencie as valências existentes. Neste domínio é evi<strong>de</strong>nte que há ain<strong>da</strong>um défice <strong>de</strong> infra ‐estruturas <strong>de</strong> apoio na orla costeira que sirvam os objectivos <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> associa<strong>da</strong> ou não às activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s marítimo -turísticas e a outrasactivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> recreio marítimo, ou ain<strong>da</strong> <strong>em</strong> articulação com a pesca profissional,passando pela pesca -turística, on<strong>de</strong> as estruturas portuárias afectas ao sector <strong>da</strong>spescas, por vezes subaproveita<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>veriam também merecer uma análise situacionale uma eventual reconversão dos postos <strong>de</strong> acostag<strong>em</strong> <strong>de</strong> alguns portos <strong>de</strong> pesca.Há, portanto, necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conjugar intervenções entre diversas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s,numa perspectiva <strong>de</strong> interesse colectivo, simplificando a burocracia e melhorandoa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do conhecimento e procedimentos <strong>de</strong> todos os utilizadores do mar,esforço este acompanhado por uma consciencialização <strong>da</strong>s tipologias <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações,quer <strong>de</strong> recreio quer <strong>de</strong> competição, que mais po<strong>de</strong>rão interessar ao potencialpraticante nacional, face às condições naturais <strong>da</strong> nossa costa e às condicionanteseconómicas. A isto acresce a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acolhimento, mais ou menos t<strong>em</strong>porário,<strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações estrangeiras, on<strong>de</strong> os múltiplos serviços <strong>da</strong>qui <strong>de</strong>correntessão um contributo para a economia nacional, <strong>em</strong> particular para o cruzeirismooceânico que passa ao largo <strong>da</strong> nossa costa e para o estacionamento do segmento<strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações superiores a 40 pés, <strong>de</strong> que a Europa está <strong>de</strong>ficitária.Face ao aumento <strong>da</strong> pressão imobiliária sobre a zona costeira e o possível impacto<strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> apoio náutico, há que salvaguar<strong>da</strong>r os objectivos <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimentosustentável. Neste contexto, tendo <strong>em</strong> conta os requisitos técnicos para, por ex<strong>em</strong>plo,apoios sanitários, logísticos, e mediante a aplicação <strong>de</strong> regras claras <strong>de</strong> utilização,como procedimentos cívicos e <strong>de</strong> boas práticas, com base numa valorização ambiental.A oferta <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> estacionamento flutuantes ou a seco para os segmentos <strong>de</strong>menos <strong>de</strong> 6m a nível nacional e mais <strong>de</strong> 12m direccionado para utentes <strong>da</strong> restanteUE é importante que seja incr<strong>em</strong>entado, e se possível numa perspectiva preferencial<strong>de</strong> pequenas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, nomea<strong>da</strong>mente «mais amigas do ambiente». Tal <strong>de</strong>ve ocorrer<strong>em</strong> <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s estruturas, normalmente mais impactantes e <strong>de</strong> difícil gestão,não havendo, por vezes, um compromisso entre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e uma economia <strong>de</strong>escala realmente eficaz. Neste âmbito, os códigos <strong>de</strong> conduta <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser prioritários,projectando, claramente, procedimentos mais integrados ambientalmente, quer quantoao urbanismo necessário às infra -estruturas <strong>de</strong> apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, quer quantoàs acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e aos parques <strong>de</strong> estacionamento, com soluções <strong>de</strong> menor impactorelativas às impermeabilizações e aos consumos <strong>de</strong> energia, incluindo a introdução <strong>de</strong>sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> energias alternativas (vento, sol, on<strong>da</strong>s, etc.).24


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l1.1. Enquadramento Estratégico do Sector <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>Até 2007, a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> apresentava ‐se como uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong> ascensão<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, quer na vertente turística, <strong>de</strong>sportiva e <strong>de</strong> lazer, quer na industrial,liga<strong>da</strong> sobretudo à construção <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio. De facto, este sectorcaracterizava -se por uma conjuntura <strong>de</strong> forte procura internacional, perspectivando-‐se que continue a crescer assim que seja ultrapassa<strong>da</strong> a crise actual e que a economiaretome um caminho <strong>de</strong> crescimento.Como tal, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>de</strong>ve ser entendidono quadro <strong>de</strong> uma estratégia abrangente, que preconize o aproveitamento<strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e vantagens comparativas ofereci<strong>da</strong>s pelo território nacional(incluindo a sua vertente marinha) para a valorização estratégica <strong>de</strong> um amplo conjunto<strong>de</strong> acti vi<strong>da</strong><strong>de</strong>s económicas.A<strong>de</strong>mais, esta estratégia <strong>de</strong>ve igualmente ser entendi<strong>da</strong> enquanto forma <strong>de</strong> estreitara relação <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> e dos portugueses com o recurso «Mar», tirando partidodos laços históricos, culturais, geográficos e económicos já existentes.Figura 5 - Marina <strong>de</strong> Cascais, factor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento turístico e <strong>da</strong> economia local.É <strong>de</strong> notar que a promoção e a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta relação e <strong>de</strong> todos os recursosdisponibilizados pelo espaço marinho e costeiro têm vindo a ser alvo <strong>de</strong>profun<strong>da</strong> reflexão <strong>em</strong> diversos documentos estratégicos que norteiam a promoção<strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>. São os casos do Programa Nacional <strong>da</strong> Política <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namentodo Território (PNPOT), do Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Espaço Marítimo(POEM), <strong>da</strong> Estratégia Nacional para a Gestão Integra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Zona Costeira (ENGI-ZC), <strong>da</strong>s Orientações Estratégicas para o Sector Marítimo ‐Portuário (OESPM), doPlano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) e do Plano Integrado <strong>da</strong> Re<strong>de</strong> <strong>de</strong>Infra -estruturas <strong>de</strong> Apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> no Estuário do Tejo (PIRANET).25


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oSaliente ‐se ain<strong>da</strong> o estudo «A Náutica como factor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> RegiãoNorte» publicado pela CCDR Norte.De forma sumária, segui<strong>da</strong>mente apresenta -se o quadro <strong>de</strong> referência para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> estabelecido por estes documentos<strong>de</strong> âmbito nacional.1.1.1. Programa Nacional <strong>da</strong> Política <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Território (PNPOT)O PNPOT (2007) apresenta a visão estratégica e o mo<strong>de</strong>lo territorial orientadores<strong>da</strong> política <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território até 2025, <strong>em</strong> articulação com a EstratégiaNacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável (ENDS), respeitando os mesmos objectivosgerais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico, coesão social e protecção ambiental.No âmbito sectorial <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, importa <strong>de</strong>stacar os seguintes objectivosespecíficos <strong>de</strong>finidos pelo PNPOT:• Definição e execução <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento e gestão integra<strong>da</strong><strong>da</strong> zona costeira, nas suas componentes terrestres e marítima;• Execução <strong>de</strong> uma Estratégia Nacional para o Mar.Para o primeiro dos objectivos acima referidos, o PNPOT propõe, entre outrasmedi<strong>da</strong>s prioritárias, elaborar e impl<strong>em</strong>entar a Estratégia para a Gestão Integra<strong>da</strong> <strong>da</strong>Zona Costeira Nacional, <strong>em</strong> articulação com o Plano Nacional para as AlteraçõesClimáticas (PNAC 2007 ‐2013); <strong>de</strong>finir as bases legais <strong>de</strong> gestão do litoral; elaborar osPlanos <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Orla Costeira e os Planos <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento dos Estuários.Para o segundo dos objectivos mencionados, o Programa i<strong>de</strong>ntifica cinco medi<strong>da</strong>sprioritárias <strong>da</strong>s quais no quadro do presente relatório importa realçar: impl<strong>em</strong>entara Estratégia Nacional para o Mar e promover o aproveitamento do seu potencialestratégico no quadro <strong>da</strong> Estratégia <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável (ENDS2007 -2015); e impl<strong>em</strong>entar a Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar(CIAM), <strong>de</strong> forma a promover a articulação e coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s intervenientesnos assuntos do mar e coor<strong>de</strong>nar as contribuições e posições nacionais paraa <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma política europeia para os assuntos do mar.Ao nível sub ‐regional, são igualmente estabeleci<strong>da</strong>s múltiplas opções estratégicasterritoriais, directa ou indirectamente, liga<strong>da</strong>s à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.1.1.2. Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Espaço Marítimo (POEM)A Proposta <strong>de</strong> POEM cont<strong>em</strong>pla um conjunto <strong>de</strong> estratégias/apostas estratégicassectoriais com incidência no espaço marítimo. Uma <strong>da</strong>s estratégias <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça doturismo nas zonas costeiras é, a par do aumento <strong>da</strong> participação no mercado internoe <strong>da</strong> diversificação para outras activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s como o turismo ecológico, científico eeducacional, o aumento <strong>da</strong> promoção <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> como <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> turismo náutico.Para o turismo náutico, a Proposta <strong>de</strong> POEM estabelece que:26


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l• As estratégias <strong>de</strong> coesão <strong>de</strong>v<strong>em</strong> incidir sobretudo na disponibilização <strong>de</strong>informação sist<strong>em</strong>atiza<strong>da</strong> sobre a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> náutica; no aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> oferta <strong>da</strong>s marinas e portos <strong>de</strong> recreio e assegurar a melhoria <strong>da</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços prestados; e na criação <strong>de</strong> instalações e serviços comboa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acolhimento para o mercado <strong>de</strong> cruzeiros;• As estratégias <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> se <strong>de</strong>vam centrar <strong>em</strong> dois gran<strong>de</strong>s pilares:valorizar o papel <strong>da</strong> consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> oferta <strong>da</strong>s marinas do Algarve e promovera crescente dinamização <strong>de</strong> eventos náuticos <strong>de</strong> âmbito internacional e osapoios financeiros a projectos <strong>em</strong>presariais;• As estratégias <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s visam não só a melhoria do turismonáutico do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> oferta e <strong>da</strong> procura no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver novasactivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s com a náutica e criar serviços <strong>de</strong> acolhimento aosturistas <strong>de</strong> elevado nível, mas também a valorização <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> náutica aten<strong>de</strong>ndoàs duas vertentes anteriormente <strong>de</strong>scritas (coesão e sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>).1.1.3. Estratégia Nacional para a Gestão Integra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Zona Costeira(ENGIZC)A ENGIZC visa garantir a a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> articulação e coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong>s políticas edos instrumentos que asseguram o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>da</strong> zona costeira.No âmbito <strong>de</strong>ste documento importa <strong>de</strong>stacar a Medi<strong>da</strong> 13 «Promover a criação<strong>de</strong> condições favoráveis ao acolhimento e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e <strong>de</strong> turismo sustentável», no quadro <strong>da</strong> qual são propostasquatro metas principais:• Criação do Guia sobre a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Certificar as marinas e portos <strong>de</strong> recreio portugueses;• Programa <strong>de</strong> promoção internacional <strong>de</strong> um produto <strong>de</strong> turismo náuticoassente numa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> infra -estruturas náuticas nacional;• Criação do Roteiro sobre o turismo <strong>da</strong> zona costeira.1.1.4. Orientações Estratégicas para o Sector Marítimo ‐Portuário(OESMP)As OESMP (2006) materializam a visão integra<strong>da</strong> e optimiza<strong>da</strong> para o sectormarítimo ‐portuário <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, num horizonte <strong>de</strong> médio/longo prazo, aspectoque está fora do âmbito do presente trabalho, mas que se refere a título <strong>de</strong> enquadramentogeral.No conjunto <strong>de</strong> domínios prioritários <strong>de</strong> intervenção <strong>de</strong>finido neste documento,inser<strong>em</strong> -se algumas orientações relativas à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, <strong>em</strong> particular aquelesque <strong>de</strong>corr<strong>em</strong> do Novo Enquadramento Institucional do Sector Marítimo Portuário.A este nível, é <strong>de</strong> relevar a concretização <strong>da</strong> visão estratégica que procura sobretudotornar o sector marítimo ‐portuário mais competitivo, baseando ‐se <strong>em</strong> «soluções27


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s e que maximiz<strong>em</strong> o aproveitamento dos portos e infra -estruturas <strong>de</strong> apoioà pesca e à navegação e <strong>de</strong> recreio e <strong>de</strong>sporto». Chama -se a atenção para este pontoon<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão ser acautelados os aspectos técnicos <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong>stas infra ‐estruturas,sob pena <strong>de</strong> não se conseguir obter uma reconversão que proporcione um nível <strong>de</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sejado e apontado como estratégico nos documentos acima referenciados.Para tanto, é estabelecido que o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos,I.P. ou a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> que o vier a substituir, <strong>de</strong>verá «procurar parcerias com enti<strong>da</strong><strong>de</strong>spúblicas e priva<strong>da</strong>s para exploração <strong>da</strong>s mesmas, potenciando a sua utilização, <strong>de</strong>acordo com o meio <strong>em</strong> que se encontram inseridos» e «promover, s<strong>em</strong>pre que possível,a concessão <strong>de</strong>stas infra -estruturas a municípios ou a associações <strong>de</strong> municípios,admitindo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s sub -concessionar<strong>em</strong> a sua exploração».1.1.5. Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT)O PENT (2007), cujo prazo já terminou, estando actualmente <strong>em</strong> fase <strong>de</strong>revisão, encontra -se estruturado <strong>em</strong> cinco eixos principais: territórios, <strong>de</strong>stinose produtos; marcas e mercados; qualificação <strong>de</strong> recursos; distribuição e comercialização;e, inovação e conhecimento.No primeiro eixo estratégico é proposto o <strong>de</strong>senvolvimento do Turismo Náutico,conceito que inclui os segmentos relativos a cruzeiros, veleiros e <strong>em</strong>barcaçõesa motor e activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s marítimo -turísticas, como um dos <strong>de</strong>z produtos turísticosestratégicos nacionais, selecção que pon<strong>de</strong>ra os recursos, factores distintivos e opotencial <strong>de</strong> crescimento do sector <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.A estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento para a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, estabeleci<strong>da</strong> peloPENT, propõe a concentração <strong>de</strong> investimento no cumprimento <strong>de</strong> um conjunto<strong>de</strong> factores <strong>de</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e valorização do Turismo Náutico. Apresentandoos seguintes factores básicos:1) Factores Básicos:• Excelentes condições naturais (praia, clima, etc.) para a prática <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>snáuticas;• Ampla re<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalações náuticas (portos <strong>de</strong>sportivos, marinas, etc.) comtodos os equipamentos e serviços necessários (energia, água, tratamento <strong>de</strong>resíduos, etc.) com boa acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>;• Oferta <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos náuticos;• Oferta <strong>de</strong> alojamento e restauração nas zonas envolventes dos locais on<strong>de</strong>se realizam <strong>de</strong>sportos náuticos.2) Factores -chave <strong>de</strong> êxito:• Legislação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, estimulando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticorecreativas;28


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l• Elevado número <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas especializa<strong>da</strong>s;• Ampla e varia<strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as tipologias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportosnáuticos;• Serviços <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>;• Presença <strong>de</strong> construtores <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> reconhecido prestígio;• Ampla cobertura <strong>de</strong> serviços e <strong>em</strong>presas <strong>de</strong> apoio especializa<strong>da</strong>s (manutenção,reparação, ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> material e equipamentos, etc.);• Desenvolvimento <strong>de</strong> produtos integrados <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong>sportiva e alojamento(estações náuticas);• Excelentes condições <strong>de</strong> segurança nos portos <strong>de</strong>sportivos e marinas;• Realização <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong>sportivos <strong>de</strong> nível internacional (regatas e outroseventos náuticos);• Ampla e varia<strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> entretenimento e serviços compl<strong>em</strong>entares naszonas envolventes dos locais para a prática <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos náuticos;• Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoal qualificado (tripulação, instrutores, etc.), comconhecimento <strong>de</strong> idiomas e experiência no apoio aos turistas;• Eficaz funcionamento <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> resgate e serviços médicos <strong>de</strong> urgência.Deste enquadramento estratégico do sector <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> é possívelconcluir pela germinação <strong>de</strong> uma nova abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> por parte <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s oficiais,para a qual os documentos acima referidos são instrumentais, centra<strong>da</strong> no reconhecimento<strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s que lhe estão associa<strong>da</strong>s, enquanto pilar <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoeconómico e social.No mesmo sentido, constata -se que existe, <strong>de</strong> facto, uma vonta<strong>de</strong> nova <strong>de</strong> mobilização<strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>spoleta<strong>da</strong>s pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste sector enquantoel<strong>em</strong>ento capaz <strong>de</strong> impulsionar a valorização e qualificação do territórioe a economia local e regional, com evi<strong>de</strong>ntes reflexos sobre a economia nacional.Mas se os documentos orientadores referidos e a nova vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilização<strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>spoleta<strong>da</strong>s pelo <strong>de</strong>senvolvimento do sector por parte <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>soficiais são condição necessária para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong><strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, não são, por si só, condição suficiente.Feito o enquadramento estratégico do sector, esboça ‐se <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> um retratodo sector.1.2. Caracterização do sector <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>1.2.1. A oferta <strong>de</strong> infra-estruturas <strong>de</strong> apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>É reconhecido que <strong>Portugal</strong> (com aproxima<strong>da</strong>mente 2.830 km <strong>de</strong> costa e 620km² <strong>de</strong> bacias interiores) apresenta uma boa posição geográfica e condições <strong>de</strong>navegabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. To<strong>da</strong>via, e não obstante a evolução recente pauta<strong>da</strong> por um cres-29


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i ocimento assinalável do número <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> amarração flutuantes, a oferta nacionalé ain<strong>da</strong> relativamente limita<strong>da</strong>, apresentando, por isso, um apreciável potencial<strong>de</strong> crescimento. O objectivo <strong>de</strong> se atingir um porto <strong>de</strong> recreio a ca<strong>da</strong> 20 milhas <strong>de</strong>costa ou menos (isto é, um abrigo a quatro horas ou menos <strong>de</strong> viag<strong>em</strong> ao longo <strong>da</strong>costa) é uma ambição legítima para os nautas que frequentam a costa portuguesa.No que respeita à oferta <strong>de</strong> infra-estruturas <strong>de</strong> apoio à náutica <strong>de</strong> recreio <strong>em</strong>águas costeiras, esta é constituí<strong>da</strong> por 39 instalações, incluindo 22 marinas, 10 portos<strong>de</strong> recreio, seis docas e um pólo <strong>de</strong> recreio náutico 1 . Realce-se que estes númerosnão inclu<strong>em</strong> as bacias interiores (com a excepção <strong>de</strong> duas instalações na via navegáveldo Douro: Marina Angra do Douro e Pólo Fluvial do Freixo).Em 2011, estas infra-estruturas representavam uma oferta <strong>de</strong> 10.976 postos <strong>de</strong>amarração 2 , sendo <strong>de</strong> notar que, <strong>em</strong> 2009, existiam 10.127 postos <strong>de</strong> amarração,tendo-se verificado, assim, um acréscimo <strong>de</strong> 849 lugares <strong>em</strong> termos absolutos, traduzidosnum crescimento <strong>de</strong> 8,4% <strong>da</strong> oferta, <strong>em</strong> termos percentuais.Em termos <strong>de</strong> distribuição regional <strong>da</strong> oferta, verifica-se uma concentração donúmero <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> amarração nas regiões do Algarve e Lisboa, as quais representammais <strong>de</strong> 65% <strong>da</strong> oferta (35,1% e 30,1%, respectivamente). A Região do Alentejoapresenta a menor oferta, tanto no que se refere ao número <strong>de</strong> infra-estruturas,como aos postos <strong>de</strong> amarração disponibilizados.Gráfico 1 - Distribuição Regional dos Postos <strong>de</strong> Amarração (2011)Fonte: elaboração própria basea<strong>da</strong> <strong>em</strong> <strong>da</strong>dos do IPTM (2011).Não inclui amarrações <strong>em</strong> águas interiores.1Informação disponibiliza<strong>da</strong> pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos no “Portal doMar” (www.portaldomar.pt). De acordo com informação disponibiliza<strong>da</strong> pelo Turismo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>,I.P., exist<strong>em</strong> actualmente 51 instalações <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> – 23 marinas, 14 portos <strong>de</strong> recreio e 14 docas<strong>de</strong> recreio; <strong>de</strong>stas, 29 são oceânicas e 22 são fluviais. Estas infra-estruturas totalizam, <strong>em</strong> 2011, umaoferta <strong>de</strong> 13.391 postos <strong>de</strong> amarração.2Não é contabilizado o número <strong>de</strong> lugares disponibilizado pela Amieira Marina, uma vez que nãoexiste informação disponível no “Portal do Mar”.30


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lFigura 6. Localização <strong>da</strong>s Infra -estruturas <strong>de</strong>Apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> (2011)Fonte: elaboração própria com base <strong>em</strong> IPTM (2011).31


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oFigura 7. Distribuição dos Postos <strong>de</strong>Amarração <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> (2011)Fonte: elaboração própria com base <strong>em</strong> IPTM (2011).32


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l1.2.2. Números <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreioEm 2010 o número total <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio regista<strong>da</strong>s ascen<strong>de</strong>u a cerca<strong>de</strong> 77,5 mil <strong>em</strong>barcações. Conforme o quadro abaixo, baseado <strong>em</strong> <strong>da</strong>dos fornecidospela Direcção-Geral <strong>da</strong> Autori<strong>da</strong><strong>de</strong> Marítima (DGAM), é na Região Centroque se concentra o maior número <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações (cerca <strong>de</strong> 32 mil), representando41,5% do total <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações regista<strong>da</strong>s <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Quadro 1 ‐ Número <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio regista<strong>da</strong>spor região (2010)2010N.º %Norte 24.833 32,0Centro 32.177 41,5Sul 13.943 18,0Ma<strong>de</strong>ira 2.917 3,8Açores 3.617 4,7Total 77.487 100,0Fonte: elaboração própria com base <strong>em</strong> informação <strong>da</strong> DGAM (2010).1.2.3. Evolução do número <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> praticantes náuticosTambém o número <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> navegador <strong>de</strong> recreio activas aumentou <strong>de</strong> 4.898entre 2008 e 2010, verificando-se que neste último ano existiam 165.402 cartas activas.A categoria <strong>de</strong> Patrão Local cresceu <strong>de</strong> forma muito significativa, tendo tido uma evoluçãopositiva <strong>de</strong> 3.985 cartas.Por sua vez, as cartas <strong>de</strong> principiante, patrão <strong>de</strong> motor e patrão <strong>de</strong> vela e motor apresentaramum crescimento negativo <strong>de</strong> -52, -57 e -157 cartas, respectivamente.As cartas <strong>de</strong> marinheiro e <strong>de</strong> patrão local são aquelas que mais navegadores <strong>de</strong> recreiopossu<strong>em</strong>, tanto <strong>em</strong> 2008 como <strong>em</strong> 2010.33


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oGráfico 2 - Evolução do número <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> navegador <strong>de</strong> recreio activas,por categoria (2008-2010)Fonte: elaboração própria com base <strong>em</strong> informação do IPTM (2011).To<strong>da</strong>via, no período 2005-2010, verificou-se uma significativa diminuição donúmero <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> navegador <strong>em</strong>iti<strong>da</strong>s. Com efeito, <strong>em</strong> 2005, foram <strong>em</strong>iti<strong>da</strong>s13.588 cartas, enquanto que <strong>em</strong> 2010 estas não foram além <strong>da</strong>s 4.650 cartas <strong>em</strong>iti<strong>da</strong>s.Quadro 2 ‐ Evolução do número <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> navegador <strong>de</strong> recreio <strong>em</strong>iti<strong>da</strong>s,por categoria (2005-2010)Carta <strong>de</strong>PrincipianteCarta <strong>de</strong>MarinheiroCarta <strong>de</strong>Patrão LocalCarta <strong>de</strong>Patrão <strong>da</strong>CostaCarta <strong>de</strong>Patrão <strong>de</strong> AltoMarVariação2005 2006 2007 2008 2009 2010 Nº %31 10 6 9 9 10 - 20 - 717.632 5.597 2.945 2.258 2.172 2.006 - 5.626 - 745.271 4.323 2.462 2.345 2.092 2.322 -2.949 - 56562 526 310 336 209 247 - 315 - 5692 99 42 72 41 56 -36 - 3934Total 13.588 10.555 5.765 5.020 4.523 4.641 ‐ 8.947 ‐ 66Fonte: elaboração própria com base <strong>em</strong> informação do IPTM (2011).As categorias relativas à carta <strong>de</strong> marinheiro e carta <strong>de</strong> patrão local, 43% e 50%respectivamente, do total <strong>da</strong>s cartas <strong>em</strong>iti<strong>da</strong>s <strong>em</strong> 2010, <strong>de</strong>stacam-se claramente,sendo o número <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais categorias pouco expressivas.


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oQuadro 3 ‐ Pessoal ao serviço/Volume <strong>de</strong> Negócios/VABpm/EBEConstrução e reparação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio e <strong>de</strong>sporto(CAE 351 2004 ‐2007 e CAE Rev. 3 2007 ‐2008)Tx. cresc.2004 2005 2006 2007 2008médio2004/07(%)Pessoal aoserviço (N.º)CAE 35120 976 1.208 1.147 1.219 7,7Tx. cresc.médio2007/08(%)CAE 30120 795 660 -17,0CAE 33150 1.304 1.476 13,2Volume <strong>de</strong>negócios (10^6euros)CAE 35120 44 49 56 65 14,2CAE 30120 48 47 -2,2CAE 33150 180 217 20,6VABpm (10^6euros)CAE 35120 14 14 15 15 2,0CAE 30120 13 13 -0,4CAE 33150 47 64 37,4EBE (10^6euros)CAE 35120 5,45 5,32 3,78 2,26 -25,4CAE 30120 2,4 2,7 15,5CAE 33150 18,4 33,0 78,8Fonte: AI NavaisA activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> construção e reparação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio e <strong>de</strong>sporto(CAE35120) apresentou um elevado crescimento, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> pessoal ao serviçoe volume <strong>de</strong> negócios, tendo atingido 65 milhões <strong>de</strong> euros <strong>em</strong> 2007.A partir <strong>de</strong> 2007, os valores <strong>de</strong> reparação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio foram adicionadosa um CAE que possui o valor total <strong>de</strong> reparação no sector naval, peloque <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser possível qualquer exercício <strong>de</strong> comparação t<strong>em</strong>poral do volume<strong>de</strong> negócios.Os valores <strong>de</strong> construção são claramente expostos no quadro acima, sendo possívelverificar que <strong>em</strong> 2007 existiu um volume <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> 48 milhões <strong>de</strong> euros eno ano <strong>de</strong> 2008 uma quebra <strong>de</strong> 2,2%. O Exce<strong>de</strong>nte Bruto <strong>de</strong> Exploração <strong>de</strong>ste sectorbaixou <strong>de</strong> 5,45 milhões <strong>de</strong> euros <strong>em</strong> 2004 para 2,26 milhões <strong>de</strong> euros <strong>em</strong> 2007,o que revela uma baixa geração <strong>de</strong> resultados <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> normal <strong>de</strong> exploração.36


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l1.3.2. Rácios financeiros globais, por escalão <strong>de</strong> pessoal e tipo <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>O tratamento dos <strong>da</strong>dos fornecidos pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatísticapermitiu ‐nos comparar os rácios económicos e financeiros.Gráfico 4 – Construção e reparação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreioFonte: AI NavaisA construção e reparação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio revelam fracos indicadores financeiros.Em 2007, além <strong>de</strong> uma baixa autonomia financeira e uma eleva<strong>da</strong> estrutura<strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento, revelam também um baixo rácio <strong>de</strong> solvabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, indicador <strong>de</strong> uma<strong>de</strong>ficiente capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> global para fazer face ao total dos seus compromissos <strong>de</strong> curto,médio e longo prazo.No gráfico abaixo é possível ver a evolução dos resultados líquidos. Verificou‐‐se uma franca recuperação <strong>de</strong> 2006 para 2007.Gráfico 5 – Resultados LíquidosFonte: AI Navais37


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o1.3.3. Novos estaleiros <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio1.3.3.1. ConstrutoresSegundo o Decreto -lei 168/2005, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro, o código do construtor(constante do número <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do casco) constitui um dos requisitos essenciaispara aprovação <strong>da</strong> <strong>em</strong>barcação. A DGE <strong>de</strong>signou a APICAN como a enti<strong>da</strong><strong>de</strong>que atribui o código <strong>de</strong> construtor. Apresentam -se abaixo os valores (cedidos pelaAPICAN) referentes a pedidos <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong> novos construtores <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações<strong>de</strong> recreio.Gráfico 6 – Novos construtoresFonte: APICAN /AI NavaisNos últimos anos verificou-se uma redução <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong> código <strong>de</strong> construtor<strong>de</strong>vido principalmente ao arrefecimento do mercado.Os pedidos surgiram maioritariamente <strong>de</strong> novas <strong>em</strong>presas que utilizam tecnologiase engenharia State of the Art o que lhes permite competir com outras <strong>em</strong>presaseuropeias.Para incentivar a instalação <strong>de</strong> novos estaleiros, que preten<strong>da</strong>m construir <strong>em</strong>barcaçõescom uma envergadura que requeira o acesso à água, será proposto no âmbito<strong>de</strong>ste trabalho um plano <strong>de</strong> acção que aju<strong>de</strong> a ultrapassar este constrangimento.38


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l1.4. Análise SWOT do sector <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>Pontos fortesContribui para o reforço <strong>de</strong> uma cultura marítima nacionalCaracterísticas <strong>de</strong> alguns pontos específicos <strong>da</strong> costa portuguesa para a prática <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>A Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> promove activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s conexas com mais -valiasA Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> promove a criação <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego diferenciadoA Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> apresenta -se como activi<strong>da</strong><strong>de</strong> compl<strong>em</strong>entar que valoriza eenriquece a experiência <strong>de</strong> outros produtos turísticosO turismo fluvial começa a ser ten<strong>de</strong>ncialmente importante na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do turismonáutico <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>A Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> reforça a componente cívica para uma maior sensibilização <strong>da</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> orla costeiraCondições climáticas e paisagísticas favoráveisPontos fracosFalta <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> acostag<strong>em</strong> flutuantes e <strong>em</strong> seco face a uma procura potencial que sepreten<strong>de</strong> incentivarCondições <strong>de</strong> navegabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, acesso à água, balizag<strong>em</strong> e abrigoElevado custo, face às capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s financeiras do ci<strong>da</strong>dão nacional, dos produtos <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, incluindo postos <strong>de</strong> acostag<strong>em</strong> flutuantes e a seco, <strong>em</strong> parte <strong>de</strong>vidoao regime fiscal <strong>de</strong>sajustadoInsuficiente preocupação ambiental e <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> natureza, <strong>em</strong> especial do meiomarinhoFalta <strong>de</strong> cativação e <strong>de</strong> atracções, numa perspectiva <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia integra<strong>da</strong>, ou seja, s<strong>em</strong>barreiras sociais ou económicasLegislação complexa ou ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, <strong>em</strong> domínios conexos com a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>,<strong>em</strong> que se inclui a probl<strong>em</strong>ática do Domínio Público HídricoFalta <strong>de</strong> aceitação social <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, <strong>em</strong> algumas locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s costeiras,e insuficientes meios <strong>de</strong> apoio à navegação, por ex<strong>em</strong>plo via rádio e no salvamentomarítimoAo nível <strong>da</strong> construção naval, falta <strong>de</strong> massa crítica ao nível <strong>da</strong> indústria, reflectindo ‐senum défice <strong>de</strong> <strong>de</strong>signInexistência <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>atização <strong>da</strong> informação sobre a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>Desafios e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>sAtracção <strong>de</strong> nautas estrangeiros originando a consequente entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> divisasCriar <strong>de</strong>stinos e produtos turísticos e investir num «branding» a<strong>de</strong>quadoCriação <strong>de</strong> novos produtos turísticos com valor acrescentadoPotencial <strong>de</strong> reconversão <strong>de</strong> algumas infra -estruturas portuárias subaproveita<strong>da</strong>s, <strong>em</strong>especial associa<strong>da</strong>s aos sectores <strong>da</strong> pesca profissional e comércio39


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oValorização sócio ‐cultural <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s piscatórias visitáveis através <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong>Alternativa à pesca profissional com a pesca ‐turismo, reduzindo assim esforço <strong>de</strong> pesca,e o eco -turismoRever, integrar e simplificar a legislação relativa à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e às marítimo‐‐turísticasPromoção <strong>de</strong> pequenas e médias uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e comerciais, nos domínios <strong>da</strong>construção naval, turismo especializado e serviçosIncentivo para que existam agentes económicos que prest<strong>em</strong> serviços <strong>de</strong> aluguer <strong>de</strong><strong>em</strong>barcações, cre<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> «passaporte» <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>Fomento <strong>da</strong> prática <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> a nível escolar, b<strong>em</strong> como do treino <strong>de</strong>competiçãoAproveitar a realização <strong>de</strong> certames internacionais para promover a atracção <strong>de</strong>promotores estrangeirosContributo para um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável no âmbito <strong>da</strong> Gestão Integra<strong>da</strong> <strong>da</strong>sZonas Costeiras (GIZC)Ameaças, riscos e constrangimentosExcesso <strong>de</strong> burocracia nas certificações e nos licenciamentos <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreioe marítimo -turísticas e <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s conexasFragmentação <strong>de</strong> competênciasFalta <strong>de</strong> uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> que fomente e divulgue as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s associa<strong>da</strong>s à Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong>Preconceitos sobre a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, como activi<strong>da</strong><strong>de</strong> apenas para ricosLegislação, taxas e obrigações <strong>de</strong> controlo <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>sajustados ao contextointernacional40


Capítulo 2A relação <strong>da</strong>s infra ‐estruturas <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e o espaço urbano2.1. Enquadramento e conceitos estruturantesAs gran<strong>de</strong>s civilizações <strong>de</strong>spontaram junto dos estuários dos gran<strong>de</strong>s rios, <strong>em</strong>frentes costeiras recorta<strong>da</strong>s e com frequente ocorrência <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> abrigo, ou<strong>em</strong> arquipélagos <strong>de</strong> escala significativa, on<strong>de</strong> a água é um el<strong>em</strong>ento primordial, umavez que é não só um factor indispensável à sustentação dos assentamentos humanos,mesmo quando não está imediatamente disponível, mas também pelo facto<strong>de</strong> estar na base do surgimento <strong>da</strong>s primeiras economias agrárias, <strong>de</strong> manufactura,<strong>de</strong> transformação rudimentar e <strong>de</strong> comércio. As ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Lisboa e do Porto sãoum claro ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> transformação socio-territorial.Figura 8 - Estudo <strong>de</strong> valorização e acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> na marginal <strong>de</strong> aglomerado urbano no estuáriodo Tejo.A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> portuária, especializa<strong>da</strong> e rígi<strong>da</strong> na sua configuração, t<strong>em</strong> vindo a patentearnas últimas três ou quatro déca<strong>da</strong>s um acelerado <strong>de</strong>clínio funcional e físico,expondo -se inevitavelmente ao escrutínio <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> pensa e opera como agentepolítico, administrativo ou económico, e está ciente <strong>da</strong> inevitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> sua consagraçãoa novas ocupações e aproveitamentos para a economia local e regional.Enquanto os agentes portuários invest<strong>em</strong> na competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>marítimo -portuária, trazendo mais -valias importantes às regiões, as autarquias invest<strong>em</strong>sobretudo na melhoria <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos espaços imediatamente41


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lExiste, assim, a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> criar infra ‐estruturas flexíveis que possamestimular o passeio, seja <strong>em</strong> caminha<strong>da</strong> ou corri<strong>da</strong>, <strong>de</strong> bicicleta, patins ou noutroqualquer modo <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> suave que lhes assegur<strong>em</strong> uma efectiva utilização evivência por parte <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.Também a realização <strong>de</strong> eventos regulares, quer tenham um cariz popular ou<strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente erudito, consubstanciados <strong>em</strong> programas <strong>de</strong> índole cultural <strong>em</strong> espaçospúblicos, financiados por organismos locais, públicos e/ou privados, <strong>de</strong> comércio,serviços e indústria, prestigiam ‐nas e nobilitam ‐nas, criando valor imobiliárioe económico acrescentado, po<strong>de</strong>ndo e <strong>de</strong>vendo constituir uma dinamizaçãoímpar <strong>da</strong>s frentes <strong>de</strong> água, traduzi<strong>da</strong> <strong>em</strong> eventos <strong>de</strong> excepção – <strong>de</strong> que foi manifestação<strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ática a Expo 98.Figura 11 - Estudo <strong>de</strong> reconversão <strong>de</strong> uso e qualificação paisagística <strong>de</strong> frente ribeirinha namarg<strong>em</strong> direita do Tejo.A transição <strong>de</strong> uso nas frentes ribeirinhas <strong>de</strong>ve ocorrer fasea<strong>da</strong>mente, <strong>de</strong> formaa garantir a sua abertura à população e a práticas <strong>de</strong> recreio livre. Por vezes asautarquias invest<strong>em</strong> <strong>em</strong> projectos que, <strong>em</strong>bora assegur<strong>em</strong> visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> política <strong>em</strong>horizontes próximos, conce<strong>de</strong>m direitos excessivos ou mal pon<strong>de</strong>rados a gran<strong>de</strong>sinvestidores.Figura 12 - Estudo para espaço lúdico-cultural <strong>em</strong> parque ribeirinho.43


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oPara a impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> novos projectos nas frentes ribeirinhas não é indispensávelatrair investimento dominant<strong>em</strong>ente exterior, <strong>de</strong>vendo conjuga<strong>da</strong>mentefomentar -se a mobilização dos agentes económicos locais e regionais, salvaguar<strong>da</strong>ndooutrossim a participação e o envolvimento <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> – tanto cívicocomo do tecido económico micro -<strong>em</strong>presarial.As infra -estruturas <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> são t<strong>em</strong>a <strong>de</strong> convergência entre ci<strong>da</strong><strong>de</strong>e porto. Apresentam áreas <strong>de</strong> convergência programática com a primeira epropõ<strong>em</strong> projectos menos intrusivos mas economicamente mais sustentáveis, viabilizandoo acesso e usufruto dos seus espaços públicos.Estes espaços e as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s económicas e sociais que os marginam tornam -senatural extensão <strong>de</strong> equipamentos urbanos, <strong>da</strong>ndo continui<strong>da</strong><strong>de</strong> a uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong>ndrítica<strong>de</strong> percursos radica<strong>da</strong> no tecido urbano <strong>da</strong>s áreas centrais – assim consoli<strong>da</strong>ndoos processos <strong>de</strong> regeneração <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural <strong>da</strong>s frentes ribeirinhas.Figura 13 - Articulação funcional e permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e activi<strong>da</strong><strong>de</strong> portuária <strong>de</strong>recreio.Na reabilitação urbana, a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong> or<strong>de</strong>nar e conciliar, numa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> portuária,as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> pesca, do recreio, do comércio marítimo e do <strong>de</strong>sportosão pr<strong>em</strong>entes.Neste aspecto, Lisboa é um ex<strong>em</strong>plo pelos <strong>de</strong>safios que encerra: num estuárioon<strong>de</strong> há espaço suficiente para todos, persist<strong>em</strong> zonas inaproveita<strong>da</strong>s ou subaproveita<strong>da</strong>s(marg<strong>em</strong> sul do Tejo entre a Banática e a Cova do Vapor, frente ribeirinha<strong>de</strong> Algés ‐Cruz Quebra<strong>da</strong>, estaleiros <strong>da</strong> Margueira, para referir apenas três). Osatropelos e os inci<strong>de</strong>ntes entre pescadores e navegadores <strong>de</strong> recreio, e entre estese pescadores <strong>de</strong>sportivos à linha na marg<strong>em</strong> do Tejo, suce<strong>de</strong>m -se impune e <strong>de</strong>snecessariamente.Um bom or<strong>de</strong>namento, uma legislação com competências mais concentra<strong>da</strong>se menos distribuí<strong>da</strong>s, Autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s Marítima e Portuária eficazes e operantes, uma44


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lreal capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fiscalização, com balizas b<strong>em</strong> <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s, serão contributos segurospara criar condições mais favoráveis a um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Por outro lado, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre um bom porto <strong>de</strong> recreio necessita <strong>de</strong> estar perto<strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, para efeitos <strong>de</strong> oferta cosmopolita (cultural ou recreativa) <strong>em</strong> terra.Muitos nautas <strong>de</strong> recreio prefer<strong>em</strong> o sossego e a tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um espaçoinexplorado e impoluto. Exist<strong>em</strong> muitos <strong>de</strong>stes espaços na nossa costa que po<strong>de</strong>riamabrigar pequenos portos <strong>de</strong> recreio para este segmento, <strong>de</strong>signado «turismo<strong>de</strong> natureza».A título <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plo refiram ‐se os «Centros Coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> Acti vi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Náuticas»,mencionados num estudo realizado para a CCDR Norte, que não são maisdo que bases náuticas que congregam várias activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticas <strong>de</strong> um ou maismunicípios, poupando recursos e originando economias <strong>de</strong> escala.2.2. Ocupação e mutações: i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>sAs frentes urbanas <strong>da</strong> facha<strong>da</strong> atlântica, apresent<strong>em</strong> elas uma morfologia tradicionalconcentra<strong>da</strong> ou uma implantação mais <strong>de</strong>scontínua ou fragmentária, contêmsingulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s cuja transformação <strong>em</strong> valor acrescentado para a reconversãoe/ou expansão <strong>de</strong> planos integrados <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento costeiro po<strong>de</strong>rão viabilizar– mercê <strong>da</strong> conjunção <strong>de</strong> perspectivas (quer <strong>em</strong> análise e diagnóstico, quer naformulação <strong>de</strong> orientações gerais e <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s e acções vinculativas) apenas materializáveisnuma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> transdisciplinar e pluri -institucional.As mu<strong>da</strong>nças ocorri<strong>da</strong>s no perfil e no peso relativo <strong>da</strong>s economias geradoras<strong>de</strong> bens e serviços, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s à escala global, originaram impactes consi<strong>de</strong>ráveisnas estruturas físicas que se foram estruturando como charneira entre os assentamentoshumanos e o espaço <strong>de</strong> comunicação e troca entre estes: a orla costeira,as frentes urbaniza<strong>da</strong>s e infraestrutura<strong>da</strong>s para organizar a trasfega, distribuição ecomercialização <strong>de</strong> bens transportados ou <strong>de</strong> recursos explorados nas plataformasmarítimas mais ou menos próximas. Estas mutações:• <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> importância relativa do comércio por via marítima;• <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espaço para a logística do transbordo e handling – proximi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> vias arteriais periurbanas e <strong>de</strong> terminais rodoferroviários e interfaces<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões;• do crescimento do transporte turístico <strong>de</strong> passageiros – expansão do cruzeirismo<strong>em</strong> <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong>s viagens transoceânicas «clássicas», antecessoras<strong>da</strong> aviação comercial consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>em</strong> parcerias com operadores turísticos;• do <strong>de</strong>clínio <strong>da</strong>s indústrias pesqueiras tradicionais (particularmente no quadroeconómico nacional, e parcialmente <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pelas directrizes políticasestratégicas <strong>da</strong>s duas últimas déca<strong>da</strong>s) disponibilizando apreciáveisinfra -estruturas portuárias frequent<strong>em</strong>ente subaproveita<strong>da</strong>s.45


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oDe um ponto <strong>de</strong> vista estritamente urbanístico, as consequências <strong>de</strong>ste quadrocomum a muitas metrópoles e centros urbanos litorais criaram um campo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>son<strong>de</strong> um observador comum verá mera <strong>de</strong>solação. Extensas frentes, naadjacência imediata <strong>da</strong> orla litoral, e territórios urbanos com activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s económicasa estas associa<strong>da</strong>s, apresentam -se disponíveis para a implantação <strong>de</strong> novas ourenova<strong>da</strong>s parcelas do sist<strong>em</strong>a urbano, configura<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>senha<strong>da</strong>s para sustentarum leque variado e compl<strong>em</strong>entar <strong>de</strong> usos e funções:• Habitação (para diversos segmentos, e apontando na diversificação tipológica,na compl<strong>em</strong>entari<strong>da</strong><strong>de</strong> arren<strong>da</strong>mento/proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> plena/coproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>;Figura 14 - Estudo urbanístico para frentes <strong>de</strong> uso misto <strong>em</strong> núcleos portuários <strong>de</strong> recreio.• Residências para jovens/estu<strong>da</strong>ntes/solteiros/estrato sénior (capitalizandoa proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes núcleos para fomentar, p.e., e juntamente com os outrossegmentos, o <strong>de</strong>sporto náutico ligeiro sénior);• Serviços <strong>de</strong> gestão;• Serviços <strong>de</strong> logística;• Comércio e serviços tradicionais <strong>em</strong> coexistência com os serviços <strong>de</strong>dicadose especializados;Figura 15 - Aplicação do principio <strong>da</strong> transversali<strong>da</strong><strong>de</strong> e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s conexões.46• Equipamentos urbanos <strong>de</strong> tipo e perfil compl<strong>em</strong>entar, promovendo a sinergiacom parques urbanos marginais e <strong>em</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> (lineares e contínuos,formando corredores ecológicos urbanos <strong>de</strong> configuração <strong>de</strong>ndrítica,revisitando com imaginação e um suporte científico e técnico incipiente àépoca, os princípios plasmados por Étienne <strong>de</strong> Gröer no Plano <strong>de</strong> Urbanização<strong>da</strong> Costa do Sol);


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l• Equipamentos <strong>de</strong>sportivos <strong>em</strong> apoio às zonas urbanas tradicionais e reconverti<strong>da</strong>s,maximizando – s<strong>em</strong> comprometer as irradiações <strong>de</strong> serviço ao restantetecido urbano – a sua proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> às frentes <strong>de</strong> água;• Zonas húmi<strong>da</strong>s e outras zonas <strong>de</strong> património natural e cultural valoriza<strong>da</strong>spaisagisticamente, com r<strong>em</strong>ates claros, estáveis e potenciadores <strong>de</strong> umafruição sustentável pelas populações e pelos utilizadores dos núcleos náuticos<strong>de</strong> recreio;Figura 16 - Projecto <strong>de</strong> espaço público e recreio náutico informal.• Delimitação proactiva <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> reconversão estratégica, com instrumentospróprios nos planos territoriais, <strong>de</strong> equipamentos-base que assegur<strong>em</strong>as condições <strong>de</strong> atractivi<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima para a fixação <strong>de</strong> novas populaçõesou para a fixação do local <strong>em</strong> risco <strong>de</strong> migração;• Diferenciação, nas soluções <strong>de</strong> traçado e <strong>de</strong>senho urbano, <strong>da</strong>s zonas <strong>de</strong>reconversão ou expansão, dos núcleos e dos pontos no<strong>da</strong>is que reunirãocondições para polarizar os projectos <strong>de</strong> arquitectura e <strong>de</strong> espaço públicopotenciadores <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s e imagens <strong>de</strong> marca urbanas.2.3. Princípios orientadores <strong>da</strong>s estratégias sectoriais e territoriaisA alternância e intercalação, nestas novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> vizinhança, <strong>de</strong> bairrose <strong>de</strong> trechos <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ou aglomerados urbanos com zonas <strong>de</strong> lazer interliga<strong>da</strong>spor passeios ribeirinhos multimo<strong>da</strong>is é um conceito chave a reter para assegurar amútua valorização <strong>da</strong>s frentes edifica<strong>da</strong>s multifuncionais e dos núcleos e recintosespecificamente configurados para as múltiplas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e segmentos <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Para que este <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato seja exequível, será necessário elencar um conjunto <strong>de</strong>medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> actuação, conti<strong>da</strong>s <strong>em</strong> planos ou programas legalmente eficazes, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>sa partir <strong>de</strong> t<strong>em</strong>as como:• Desenvolvimento integrado <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa e consoli<strong>da</strong>ção costeira, articula<strong>da</strong>slongitudinal e transversalmente;47


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o• Compatibilização dos fluxos pedonais <strong>de</strong> lazer e rodoviários <strong>de</strong> diferentesníveis hierárquicos, pela construção <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivações/penetrações na malhaurbana <strong>de</strong> passeios marginais com integral continui<strong>da</strong><strong>de</strong>;Figura 17 - Estudo para trecho <strong>de</strong> passeio marítimo na marg<strong>em</strong> direita do Tejo.• Acomo<strong>da</strong>ção e estabilização <strong>de</strong> corredores naturais, sob a forma <strong>de</strong> corredoresecológicos transversais <strong>de</strong>s<strong>em</strong>bocando nos percursos marginais (vi<strong>de</strong>,p.e., o potencial paisagístico <strong>da</strong> re<strong>de</strong> hidrográfica forma<strong>da</strong> pelas Ribeiras <strong>de</strong>Cascais - Oeiras, ou ain<strong>da</strong> pelas inúmeras Ribeiras do Algarve, focado nesteobjectivo específico);• I<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>limitação (para integração) <strong>de</strong> valores naturais, paisagísticose culturais (fomentando, s<strong>em</strong>pre que possível, activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas aíexistentes geradoras <strong>de</strong> valor, actual ou potencial, e garantes <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> paisag<strong>em</strong>);Figura 18 - Percursos <strong>de</strong> impacto mínimo <strong>em</strong> espaço natural, fomentando a fruição sustentável.48• Instituição, pelo rigoroso escrutínio <strong>de</strong>senvolvido nos estudos -base, <strong>de</strong> padrões<strong>de</strong> excelência quer para o enquadramento <strong>da</strong>s infra -estruturas hoteleirase turísticas, quer para o <strong>de</strong>senho e projecto coor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong>s mesmas;


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l• Criação <strong>de</strong> instrumentos financeiros e legais específicos para operações‐‐piloto – po<strong>de</strong>ndo recuperar ‐se a figura <strong>da</strong>s Áreas <strong>de</strong> DesenvolvimentoUrbano Prioritário (ADUP), <strong>em</strong> articulação, quando justificável pela especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>do quadro urbanístico, com a figura <strong>da</strong>s Áreas Críticas <strong>de</strong> Recuperaçãoe Reconversão Urbanística (ACRRU) – propiciadores <strong>de</strong> parceriasque assegur<strong>em</strong> o envolvimento e comprometimento <strong>da</strong> Administração Pública,Local e Central.Estes programas e planos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> assentar numa visão estratégica – i<strong>de</strong>ntificandooportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s que sobrelev<strong>em</strong> os riscos e relativiz<strong>em</strong> caracteres negativos – queapont<strong>em</strong> com clareza as tendências <strong>de</strong>sejáveis/possíveis <strong>de</strong> transformação do quadrofísico, vertendo <strong>em</strong> documentos escritos e <strong>de</strong>senhados as acções concretas eas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> execução a impl<strong>em</strong>entar fasea<strong>da</strong>mente, assim garantindo a materializaçãodos novos cenários urbanos <strong>de</strong> suporte e fomento à revitalização <strong>da</strong> component<strong>em</strong>arítima <strong>da</strong> base económica dos aglomerados urbanos litorais.Objectivos gerais <strong>de</strong>correntes, a estruturar <strong>em</strong> instrumentos <strong>de</strong> gestão e regulamentaçãoapropriados:• Valorização, integração na reabilitação <strong>da</strong>s frentes costeiras <strong>de</strong> construçõesfortifica<strong>da</strong>s, assegurando s<strong>em</strong>pre a sua reconversão para usos fruíveis pelapopulação;• Valorização e reabilitação <strong>de</strong> faróis e sua envolvente;Figura 19 - Os dispositivos <strong>de</strong> assinalamento como el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> afirmação e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> arquitectónicae <strong>de</strong> compl<strong>em</strong>entari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usos.• Reconversão parcial <strong>da</strong>s docas -<strong>de</strong> -pesca, autorizando a coabitação Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> / pesca profissional;• D<strong>em</strong>olição <strong>de</strong> estruturas obsoletas, inconvertíveis e <strong>de</strong>stituí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> valor estilísticoou arqueológico;• Integração e valorização paisagísticas <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa marítima;49


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oFigura 20 - Estudos <strong>de</strong> qualificação e acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong> esporões <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa costeira.• I<strong>de</strong>ntificação sist<strong>em</strong>ática e programação do aproveitamento <strong>de</strong> sítios comcondições naturais inexplora<strong>da</strong>s para construção <strong>de</strong> estruturas portuárias<strong>de</strong> acostag<strong>em</strong> ou varejo;• Orientação dos planos territoriais no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitar<strong>em</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>execução nas imediações <strong>de</strong>stes sítios estratégicos;• Integração <strong>da</strong>s administrações portuárias, dos ministérios <strong>da</strong> Defesa, doAmbiente e <strong>da</strong> <strong>Economia</strong>, como m<strong>em</strong>bros <strong>de</strong> conselhos permanentes <strong>de</strong>programação e monitorização <strong>de</strong> planos e acções específicas.Parceiros / Stakehol<strong>de</strong>rs ‐ chave na formulação <strong>de</strong> cenários, estratégias e programas:• Administrações portuárias• Ministério do Ambiente / ICN / Ministério <strong>da</strong> Defesa• Administrações centrais e direcções locais <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> paisag<strong>em</strong> protegi<strong>da</strong>,reservas e parques naturais• Administração local• Promotores imobiliários• Investidores e operadores turísticos• Empresas <strong>de</strong> construção e reparação naval• Agr<strong>em</strong>iações e associações náuticas50


Capítulo 3O factor humano no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>A activi<strong>da</strong><strong>de</strong> náutica inicia -se frequent<strong>em</strong>ente como hobby com uma forte componente<strong>de</strong> educação, saú<strong>de</strong> e ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, passa por vezes a <strong>de</strong>sporto e s<strong>em</strong> dúvi<strong>da</strong>que se transforma <strong>em</strong> economia, gerando activi<strong>da</strong><strong>de</strong> comercial, industrial e turísticae reforçando a nossa herança cultural.Figura 21 - O velejador solitário Francisco Lobato <strong>em</strong> plena competição.O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> po<strong>de</strong> ser encarado <strong>em</strong> várias vertentesinterliga<strong>da</strong>s on<strong>de</strong> a massa crítica é essencial para fun<strong>da</strong>mentar a sua sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>:• Alargamento <strong>da</strong> base <strong>de</strong> praticantes através <strong>da</strong> massificação e facilitação doacesso às activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticas (escolas, clubes, associações e fe<strong>de</strong>rações);• A<strong>de</strong>quação <strong>em</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> infra -estruturas (marinas, portos<strong>de</strong> recreio, ancoradouros, estações náuticas, etc.);• Profissionalização dos serviços associados;• Promoção e internacionalização <strong>da</strong> náutica através <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> eventose <strong>da</strong> sua interligação com produtos turísticos.Na perspectiva <strong>da</strong> formação i<strong>de</strong>ntificam ‐se necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas seguintes áreas: Cartas<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e Profissionais e Cursos Profissionalizantes. As Cartas <strong>de</strong> Navegador51


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> são <strong>em</strong>iti<strong>da</strong>s pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, I.P.(IPTM) após formação com aproveitamento nas Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s Formadoras <strong>de</strong> Navegadores<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> cre<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s pela tutela, na FORMAR e na Marinha <strong>de</strong> Comércioe é atribuí<strong>da</strong> para as categorias previstas no Regulamento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Neste capítulo, seria interessante a potenciação/regulação <strong>de</strong> navegadores <strong>de</strong>recreio com a categoria <strong>de</strong> patrão <strong>de</strong> costa para po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar funçõesnas <strong>em</strong>barcações marítimo-turísticas, o que torna necessário o respectivo enquadramento,através <strong>de</strong> regulamentação e elaboração/criação <strong>de</strong> formação compl<strong>em</strong>entarnos domínios <strong>da</strong> segurança/gestão <strong>de</strong> crises e comportamento humano,entre outras – activi<strong>da</strong><strong>de</strong> a articular com o sector do turismo.Está <strong>em</strong> preparação pela Escola Superior <strong>de</strong> Hotelaria e Turismo do Estoril(ESHTE) um curso <strong>em</strong> turismo náutico. Este Curso <strong>de</strong> Especialização Tecnológicacont<strong>em</strong>pla a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> um módulo compl<strong>em</strong>entar opcional<strong>em</strong> que os alunos com aproveitamento têm equivalência à carta <strong>de</strong> navegador <strong>de</strong>recreio com a categoria <strong>de</strong> Patrão <strong>de</strong> Alto Mar, que permite coman<strong>da</strong>r uma <strong>em</strong>barcação<strong>de</strong> recreio a navegar s<strong>em</strong> limite <strong>de</strong> área.Este regulamento <strong>de</strong>fine entre outros os seguintes aspectos essenciais para aNáutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>:• Classificação <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio, quanto à zona <strong>de</strong> navegação;• Regras respeitantes a certificação, conformi<strong>da</strong><strong>de</strong>, vistorias e registo <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações;• Cartas <strong>de</strong> navegadores <strong>de</strong> recreio e seus limites;• Avaliação <strong>da</strong> aptidão dos candi<strong>da</strong>tos a navegadores <strong>de</strong> recreio;• Coimas a aplicar.O Regulamento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> t<strong>em</strong> sido objecto <strong>de</strong> diversos reparospor parte <strong>de</strong> vários sectores <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e encontra -se <strong>em</strong> revisão <strong>de</strong>s<strong>de</strong>2007 s<strong>em</strong> que tenha sido possível encontrar consenso no seio do Conselho <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Apesar <strong>de</strong> ser consensual a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> introduzir um conjunto <strong>de</strong> alteraçõesao quadro legal existente e aprovar um novo Regulamento, que no essencial, promovauma maior responsabilização dos intervenientes, introduza uma simplificação<strong>de</strong> procedimentos e uma redução <strong>de</strong> constrangimentos no acesso à activi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e à sua prática, não t<strong>em</strong> sido possível conciliar os interesses<strong>de</strong> alguns grupos.Embora legítimos, os interesses, ou melhor as posições adopta<strong>da</strong>s para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ros interesses do grupo associado à indústria e ao comércio <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>em</strong>otores, estes conflituam fort<strong>em</strong>ente com os interesses <strong>da</strong>s escolas formadoras <strong>de</strong>navegadores <strong>de</strong> recreio <strong>em</strong> áreas como:• A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s fe<strong>de</strong>rações náuticas e clubes a elas associados po<strong>de</strong>r<strong>em</strong><strong>da</strong>r formação e <strong>em</strong>itir cartas <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> na Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;52


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l• Número <strong>de</strong> categorias, limites (comprimentos, potências, distância <strong>da</strong> costa)e i<strong>da</strong><strong>de</strong>s associa<strong>da</strong>s a ca<strong>da</strong> categoria <strong>de</strong> carta <strong>de</strong> navegador <strong>de</strong> recreio;• A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> candi<strong>da</strong>tura a exame para obtenção <strong>da</strong> carta <strong>de</strong> navegador<strong>de</strong> recreio po<strong>de</strong>r ser feita s<strong>em</strong> ser através duma escola <strong>de</strong> navegadores<strong>de</strong> recreio;• A i<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima para a obtenção <strong>de</strong> carta <strong>de</strong> navegador <strong>de</strong> recreio;• A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar as rampas e portos <strong>de</strong> abrigo como referênciapara a distância a partir <strong>da</strong> qual os navegadores <strong>de</strong> recreio po<strong>de</strong>riam navegar;• A distância <strong>de</strong> navegação relativamente às praias.Adicionalmente, algumas <strong>da</strong>s posições extr<strong>em</strong>as <strong>de</strong>fendi<strong>da</strong>s por estes gruposnão são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s razoáveis pelas autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s marítimas <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> risco esegurança.Urge, portanto, retomar este processo <strong>de</strong> revisão do enquadramento legal <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> que introduza uma simplificação <strong>de</strong> procedimentos e uma redução<strong>de</strong> constrangimentos no acesso a esta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> aproveitando a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>para optimizar procedimentos, tornando ‐os mais céleres, reduzindo ao mínimoindispensável os encargos sobre os interessados, os documentos e actos quetenham <strong>de</strong> praticar ou enviar para as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentes, b<strong>em</strong> como a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>slocações físicas.A alteração <strong>de</strong>sta legislação fun<strong>da</strong>mental para a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>de</strong>ve seguir asmelhores práticas dos nossos parceiros europeus e mundiais.No que respeita à formação específica para as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticas, <strong>de</strong>staca ‐sea falta <strong>de</strong> marinheiros e maquinistas para as <strong>em</strong>barcações turísticas (perfil sujeitoà <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> carteira profissional), recorrendo ‐se com frequência a profissionaisoriundos <strong>da</strong> pesca ou <strong>da</strong> marinha <strong>de</strong> comércio.Ain<strong>da</strong> nesta área refira ‐se a existência <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> Especialização Tecnológica<strong>em</strong> Operador Marítimo ‐Turístico que atribui, para além do diploma <strong>de</strong> OperadorMarítimo Turístico, as cartas <strong>de</strong> Patrão <strong>de</strong> Alto Mar e <strong>de</strong> Mergulhador. Estecurso é coor<strong>de</strong>nado pelo Departamento <strong>de</strong> Oceanografia e Pescas <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>dos Açores e faz parte <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s inovadoras na activi<strong>da</strong><strong>de</strong> económicaliga<strong>da</strong> ao mar.O curso t<strong>em</strong> uma duração <strong>de</strong> 1.560 horas, com componentes <strong>de</strong> formação gerale científica. O curso está orientado para as <strong>em</strong>presas liga<strong>da</strong>s às activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticasexistentes nos Açores e no resto do País, mas também no estrangeiro, apostando‐‐se, assim, num grau <strong>de</strong> excelência e internacionalização <strong>de</strong>sta iniciativa.Refira ‐se a este propósito que o Instituto <strong>de</strong> Tecnologias Náuticas <strong>em</strong> Paçod’Arcos, adjacente à Escola Náutica Infante D. Henrique, t<strong>em</strong> a vocação e a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> ministrar cursos s<strong>em</strong>elhantes.Uma nota ain<strong>da</strong> para o Desporto Escolar, uma vez que s<strong>em</strong> esta vertente nãoserá possível a formação <strong>de</strong> um Cluster Náutico, seja ele local, regional ou nacional.S<strong>em</strong> uma massa crítica <strong>de</strong> praticantes nenhum investimento público/privadoé meritório (rácio custo/benefício).53


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oOutras falhas actualmente existentes na área <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> termos<strong>de</strong> cursos profissionalizantes são:• Formação <strong>em</strong> Design, Construção, Manutenção e Reparação <strong>de</strong> Embarcações<strong>Recreio</strong>;• Formação <strong>em</strong> Logística e Gestão <strong>de</strong> Infra -estruturas Náuticas;• Formação <strong>em</strong> Atendimento <strong>em</strong> Infra -estruturas Náuticas.3.1. A formação dos Treinadores <strong>de</strong> VelaO Decreto -lei nº248 -a/2008, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro, que estabelece o regime <strong>de</strong>acesso e exercício <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> treinador <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto, <strong>de</strong>termina que esta activi<strong>da</strong><strong>de</strong>apenas po<strong>de</strong> ser exerci<strong>da</strong> por portadores <strong>de</strong> Cédula <strong>de</strong> Treinador <strong>de</strong> Desporto(CTD).Para efeitos do referido <strong>de</strong>creto -lei, a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> treinador <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto compreen<strong>de</strong>o treino e a orientação competitiva <strong>de</strong> praticantes <strong>de</strong>sportivos, b<strong>em</strong> comoo enquadramento técnico <strong>de</strong> uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física ou <strong>de</strong>sportiva, exerci<strong>da</strong>:a) Como profissão exclusiva ou principal, auferindo por via <strong>de</strong>la uma r<strong>em</strong>uneração;b) De forma habitual, sazonal ou ocasional, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> auferir umar<strong>em</strong>uneração.São objectivos gerais do regime <strong>de</strong> acesso e exercício <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> treinador:• A promoção <strong>da</strong> ética <strong>de</strong>sportiva e do <strong>de</strong>senvolvimento do espírito <strong>de</strong>sportivo;• A <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>da</strong> segurança dos praticantes, b<strong>em</strong> como a sua valorizaçãoa nível <strong>de</strong>sportivo e pessoal, quer quando orientados para a competição<strong>de</strong>sportiva quer quando orientados para a participação nas <strong>de</strong>maisactivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas e <strong>de</strong>sportivas.São objectivos específicos do regime <strong>de</strong> acesso e exercício <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> treinador<strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto:• Fomentar e favorecer a aquisição <strong>de</strong> conhecimentos gerais e específicos,que garantam competência técnica e profissional na área <strong>da</strong> intervenção<strong>de</strong>sportiva;• Impulsionar a utilização <strong>de</strong> instrumentos técnicos e científicos, ao longo <strong>da</strong>vi<strong>da</strong>, necessários à melhoria qualitativa <strong>da</strong> intervenção no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>sportivo;• Promover o aperfeiçoamento qualitativo e o <strong>de</strong>senvolvimento quantitativo<strong>da</strong> prática <strong>de</strong>sportiva, quer seja <strong>de</strong> iniciação <strong>de</strong>sportiva, <strong>de</strong> competição ou<strong>de</strong> alto rendimento;54


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l• Dignificar as profissões e ocupações do <strong>de</strong>sporto e fazer observar a respectiva<strong>de</strong>ontologia, reforçando os valores éticos, educativos, culturais e ambientais,inerentes a uma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> prática <strong>de</strong>sportiva;• Contribuir para facilitar o reconhecimento, o recrutamento e a promoção<strong>de</strong> talentos com vista à optimização <strong>da</strong> prática <strong>de</strong>sportiva;• Contribuir para o reconhecimento público <strong>da</strong> importância social do exercício<strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> profissão <strong>de</strong> treinador <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto.Elaborados pelo Instituto do Desporto <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>, I.P., os referenciais para aformação geral, coloca ‐se agora o <strong>de</strong>safio <strong>da</strong> elaboração dos parâmetros específicospara ca<strong>da</strong> um dos quatro graus <strong>da</strong> formação <strong>de</strong> treinadores <strong>de</strong> Vela.Dado que o âmbito do referido diploma ultrapassa a esfera do <strong>de</strong>sporto fe<strong>de</strong>rado,vai o mesmo ter repercussões na activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> liga<strong>da</strong> aoensino <strong>da</strong> Vela.Neste contexto, e <strong>da</strong>do que a competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> está intimamente liga<strong>da</strong> à quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> oferta, esta legislação po<strong>de</strong> contribuir para um aumento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> doensino <strong>da</strong> Vela, concorrendo <strong>de</strong>sta forma, através <strong>da</strong> certificação <strong>da</strong> formação dostreinadores, para um aumento <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, no queao ensino e treino <strong>da</strong> Vela diz respeito.Assim, e à s<strong>em</strong>elhança do que ocorre <strong>em</strong> outros países on<strong>de</strong> a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>está mais consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>, p.e., França, <strong>de</strong>ve ser promovi<strong>da</strong> uma plataforma <strong>de</strong>trabalho entre o <strong>de</strong>sporto fe<strong>de</strong>rado e a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> ti<strong>da</strong> por comercial, para articulaçãoe discussão <strong>da</strong>s matérias comuns e enriquecimento, pela troca <strong>de</strong> experiências,<strong>da</strong>s questões específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma.3.2. A Vela <strong>de</strong> Alta CompetiçãoO Desporto <strong>de</strong> Alta Competição, agora <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> Alto Rendimento, revesteespecial interesse público, como estabelece o artigo 3º do Decreto -lei nº272/2009, <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Outubro, na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que constitui um importante factor <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sportivo e é representativo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> nas competições <strong>de</strong>sportivasinternacionais.É incontroverso que o Alto Rendimento, enquanto paradigma <strong>da</strong> excelência <strong>da</strong>prática <strong>de</strong>sportiva, fomenta a sua generalização, mesmo enquanto activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recreação,<strong>em</strong> especial entre a juventu<strong>de</strong>, por efeito <strong>de</strong> mimetização.No caso <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticas, seria importante uma estratégia para <strong>da</strong>r maiorvisibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos seus Campeões, <strong>de</strong> forma a transformá -los <strong>em</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> referência,não só para a juventu<strong>de</strong>, mas também para o conjunto <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, quais heróis,que maximizam, pelo seu ex<strong>em</strong>plo e visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a promoção <strong>da</strong> prática <strong>de</strong>sportiva,factor potenciador do aumento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, com repercussõesdirectas no b<strong>em</strong> -estar, na saú<strong>de</strong> e, consequent<strong>em</strong>ente, na economia.55


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oFigura 22 - João Rodrigues, um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> hom<strong>em</strong> e <strong>de</strong> atleta.Esses precursores <strong>de</strong>sta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>verão receber formação específica paraconseguir<strong>em</strong>, <strong>de</strong> forma clara, passar a mensag<strong>em</strong> <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> prática <strong>de</strong>sportiva<strong>em</strong> geral e <strong>da</strong> sua mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong> particular. L<strong>em</strong>br<strong>em</strong>o -nos do papel queatletas como Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernando Mame<strong>de</strong> tiveram na expansãodo atletismo <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> nos anos idos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 do século passado.Como é sabido, os me<strong>da</strong>lhados <strong>em</strong> Jogos Olímpicos ou <strong>em</strong> competições internacionais<strong>de</strong> reconhecido mérito são, por <strong>de</strong>finição, Heróis do Desporto Nacional.Depois <strong>da</strong>s me<strong>da</strong>lhas olímpicas <strong>em</strong> vela <strong>em</strong> 1948, por Duarte Belo / FernandoCoelho, 1952, por Joaquim Fiúza / Rebelo <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, e 1960, por Mário Quina/ José Quina, a Vela Portuguesa, passados 36 anos, no ano <strong>de</strong> 1996, voltou a conquistaruma me<strong>da</strong>lha Olímpica, por Hugo Rocha / Nuno Barreto.Des<strong>de</strong> os Jogos Olímpicos <strong>de</strong> Atlanta 1996 atéaos Jogos <strong>de</strong> Pequim 2008, a Vela t<strong>em</strong> sido, <strong>de</strong> formaregular e sist<strong>em</strong>ática, a segun<strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, logo aseguir ao atletismo, que melhores resultados t<strong>em</strong> obtidoentre as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s que representam <strong>Portugal</strong>nos Jogos Olímpicos. To<strong>da</strong>via, este sucesso não t<strong>em</strong>sido <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente explorado no sentido <strong>de</strong> atrair ummaior número <strong>de</strong> praticantes.A Vela Portuguesa, sustenta<strong>da</strong> numa política <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>çãointerna, <strong>de</strong>u um gran<strong>de</strong> salto qualitativo a nívelFigura 23 - Álvaro Marinho -Campeão do Mundo <strong>de</strong> 470 (VelaLigeira).56internacional, tendo conquistado até hoje, um total <strong>de</strong>56 me<strong>da</strong>lhas <strong>em</strong> Campeonatos do Mundo e <strong>da</strong> Europa.Fruto <strong>de</strong>ssa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e do interesse <strong>de</strong> velejadoresestrangeiros treinar<strong>em</strong> com os portugueses, começaram a realizar -se, <strong>de</strong> forma sist<strong>em</strong>ática,estágios no nosso país com a presença <strong>de</strong> velejadores <strong>de</strong> Espanha, França,Suécia, Eslovénia, Noruega, Grécia, Brasil e Israel, entre outros.


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lMais tar<strong>de</strong>, <strong>em</strong> resultado do reconhecimento <strong>da</strong>s potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, algunspaíses estabeleceram, <strong>de</strong> forma autónoma, bases <strong>de</strong> treino <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, como é ocaso <strong>da</strong> Holan<strong>da</strong>, que se estabeleceu <strong>em</strong> Portimão, com várias Classes, no <strong>de</strong>correrdos quatro anos que antece<strong>de</strong>ram os Jogos Olímpicos <strong>de</strong> Pequim 2008. Este éclaramente um ex<strong>em</strong>plo a fomentar no quadro <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a atrairatletas a <strong>Portugal</strong>.3.3. Campos <strong>de</strong> Treino (Winter Training and Base Camps)Em especial no Inverno, período do ano <strong>em</strong> que gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> Europa do nortee central está coberta <strong>de</strong> gelo, ou com t<strong>em</strong>peraturas muito baixas, <strong>Portugal</strong> t<strong>em</strong> condiçõesexcepcionais, quer climatéricas, quer hoteleiras, quer ferro ‐rodoviárias, querain<strong>da</strong> ligações aéreas, para se assumir como o Centro <strong>de</strong> Treino <strong>de</strong> Vela <strong>da</strong> Europa.Os locais que têm merecido a preferência <strong>da</strong>s equipas estrangeiras para a realização<strong>de</strong> treinos têm sido Vilamoura e Portimão, no Algarve, Cascais, na entra<strong>da</strong>do estuário do Tejo, e Machico e Quinta do Lor<strong>de</strong>, na Ma<strong>de</strong>ira.Para a promoção <strong>de</strong> um <strong>da</strong>do local enquanto mais -valia para o estabelecimento<strong>de</strong> bases <strong>de</strong> treino, é importante que tal não <strong>de</strong>pen<strong>da</strong> apenas <strong>da</strong> apetência dos resultados<strong>de</strong>sportivos, situação volátil, obtidos pelos portugueses.É importante uma estratégia <strong>de</strong> promoção internacional, à s<strong>em</strong>elhança do quet<strong>em</strong> sido feito, por ex<strong>em</strong>plo, pela Fe<strong>de</strong>ração Catalã <strong>de</strong> Vela, a propósito do seunovo Centro <strong>de</strong> Alto Rendimento, ou o realizado pelo Real Clube Náutico <strong>da</strong> GranCanária, que facilita o transporte <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações para a ilha.Neste contexto, importa compreen<strong>de</strong>r as mais -valias, p.e., ao nível do turismo,<strong>de</strong> manter atletas, treinadores e familiares num <strong>da</strong>do local durante largas s<strong>em</strong>anas evárias vezes ao ano, <strong>em</strong> especial num período <strong>em</strong> que a ocupação hoteleira é baixa.O Clube Naval <strong>de</strong> Cascais <strong>em</strong> parceria com o Turismo do Estoril compreen<strong>de</strong>uesta simbiose e t<strong>em</strong> colocado <strong>em</strong> prática, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008, as Dragon Winter Series,circuito <strong>de</strong> inverno <strong>da</strong> Classe Dragão que proporciona a presença <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> c<strong>em</strong>velejadores <strong>em</strong> Cascais, durante largos períodos, nos meses <strong>de</strong> Inverno.Estas iniciativas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, compreendi<strong>da</strong>s e replica<strong>da</strong>s com as <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>sa<strong>da</strong>ptações, tendo <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração as potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais e o contexto <strong>de</strong>sportivoe social, tendo como ex<strong>em</strong>plo outras experiências.3.4. Circuitos <strong>de</strong> Alta Competição Internacionais<strong>Portugal</strong> é reconhecido internacionalmente pela sua competência na organização<strong>de</strong> eventos <strong>de</strong>sportivos.Na área <strong>da</strong> Vela ligeira, foram vários os Campeonatos do Mundo e <strong>da</strong> Europaorganizados pelo nosso país, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Campeonatos do Mundo e <strong>da</strong> Europa <strong>de</strong> Classes<strong>de</strong> Vela, Campeonatos do Mundo <strong>da</strong> Juventu<strong>de</strong> (terceira prova mais importan-57


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i ote <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Internacional <strong>de</strong> Vela), até ao Campeonato do Mundo <strong>de</strong> ClassesOlímpicas <strong>da</strong> ISAF (segun<strong>da</strong> prova mais importante <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Internacional<strong>de</strong> Vela, logo a seguir aos Jogos Olímpicos).Figura 24 - R<strong>em</strong>o: factor <strong>de</strong> dinamização do interior do país.Há, no entanto, uma crítica recorrente às organizações portuguesas. A par doscustos quase s<strong>em</strong>pre mais elevados e pouco sustentáveis, comparativamente comorganizações <strong>de</strong> outros países, há um défice <strong>de</strong> legado, ou seja, após o campeonatopouco ou na<strong>da</strong> fica, quer <strong>em</strong> infra ‐estruturas para o b<strong>em</strong> comum, quer <strong>em</strong> políticas<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>.Nesta crítica exclui -se o Campeonato do Mundo <strong>da</strong> Juventu<strong>de</strong> realizado <strong>em</strong><strong>Portugal</strong> no ano <strong>de</strong> 1992, evento que funcionou como catalisador <strong>da</strong>s políticas estruturantespara a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>.Uma <strong>de</strong>ssas medi<strong>da</strong>s passou pela aquisição <strong>de</strong> um número muito significativo <strong>da</strong>s<strong>em</strong>barcações construí<strong>da</strong>s para esse evento, tendo as mesmas sido vendi<strong>da</strong>s a velejadoresportugueses a preços muito acessíveis e com facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamento, <strong>em</strong> resultado<strong>de</strong> uma parceria entre a Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> Vela e uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> bancária.Esta quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações permitiu aumentar a frota portuguesa <strong>em</strong> classes<strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações estratégicas, aumentar o nível competitivo <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> e, consequent<strong>em</strong>ente,<strong>em</strong> articulação com uma política sustenta<strong>da</strong> <strong>de</strong> alta competição,aumentar o nível <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> no panorama internacional.Na área <strong>da</strong> Vela <strong>da</strong> disciplina <strong>de</strong> Match Racing, os eventos realizados <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>,integrados no World Match Racing Tour, têm sido impl<strong>em</strong>entados nos últimos anospor promotores privados e disputados <strong>em</strong> Cascais, Tróia e Portimão.Na área <strong>da</strong> Vela <strong>de</strong> competição <strong>de</strong> Cruzeiros, <strong>Portugal</strong> t<strong>em</strong> conseguido manterprovas do circuito internacional <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, como é o caso <strong>da</strong> Audi MedCup, quese t<strong>em</strong> disputado <strong>em</strong> Portimão e Cascais.Relativamente à Vela oceânica, <strong>Portugal</strong> vai receber, no ano <strong>de</strong> 2012, uma etapa<strong>da</strong> Volvo Ocean Race, prova oceânica <strong>de</strong> circum ‐navegação, evento que vai acelerara requalificação <strong>da</strong> zona <strong>da</strong> «Doca Pesca». Como ex<strong>em</strong>plo vivo <strong>de</strong>sta potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>,refira ‐se que o Abu Dhabi Team, dos Emirados Árabes Unidos, um dos partici-58


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lpantes na Volvo Ocean Race, esteve três meses a treinar na Baía <strong>de</strong> Cascais, com umestaleiro móvel montado na zona <strong>de</strong> estaleiro <strong>da</strong> Marina.Relativamente à America’s Cup, a prova <strong>de</strong> Vela mais antiga e mais mediática domundo, Cascais foi eleita uma <strong>da</strong>s «ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s se<strong>de</strong>» para receber a Americas’s Cup WorldSeries (<strong>em</strong> Agosto <strong>de</strong> 2011).Perante o exposto e sendo o Turismo um <strong>de</strong>sígnio nacional e o Mar uma novaesperança, a Vela <strong>de</strong>ve merecer uma ain<strong>da</strong> maior atenção, contextualiza<strong>da</strong> numaestratégia triparti<strong>da</strong> nas vertentes Turismo ‐Vela ‐Eventos.3.5. O R<strong>em</strong>o e a Canoag<strong>em</strong>Os aspectos importantes a consi<strong>de</strong>rar nestas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s têm muito a ver com ofacto <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s ecológicas e sustentáveis, que envolv<strong>em</strong> disciplina<strong>de</strong> equipa com valores como «r<strong>em</strong>ar para o mesmo lado», com um espírito <strong>de</strong> sacrifícioacentuado, que implicam contacto com a natureza, apren<strong>de</strong>ndo a respeitá -la,contacto com o arranjo e manutenção do material usado, estando sujeitas a valoreséticos, todos eles valores importantes na vi<strong>da</strong> dos nossos jovens.Figura 25 - R<strong>em</strong>o: <strong>de</strong>sporto <strong>de</strong> equipa que atrai multidões.A formação dos treinadores é feita pela Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> R<strong>em</strong>o e integra<strong>da</strong>no Programa <strong>de</strong> Formação do Instituto <strong>de</strong> Desporto <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>, com quatroníveis <strong>de</strong> formação.Em <strong>Portugal</strong> exist<strong>em</strong> <strong>de</strong>z clubes centenários e a Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> R<strong>em</strong>oé a segun<strong>da</strong> fe<strong>de</strong>ração mais antiga <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>. Trata ‐se <strong>de</strong> uma Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> pratica<strong>da</strong>há 155 anos no nosso país.Em <strong>Portugal</strong>, os estádios náuticos estão construídos. Necessitam sobretudo <strong>de</strong>acessos fáceis, infra ‐estruturas básicas e <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> zonas para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>.O Desporto Náutico po<strong>de</strong> ser e é uma forma <strong>de</strong> captar turistas, <strong>de</strong> fomentaro trabalho, projectar <strong>Portugal</strong> para o mundo e aju<strong>da</strong>r na formação académica e cívicados nossos jovens. Não é necessário incluir neste programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoa construção <strong>de</strong> muitos mais equipamentos náuticos, <strong>de</strong>vendo sobretudo aproveitar-‐se os que já exist<strong>em</strong>, melhorando as suas instalações e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> logística, para quetenham melhor oferta para qu<strong>em</strong> <strong>de</strong>les precisa.59


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oAs práticas que diversificam a procura <strong>de</strong>stas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>em</strong> termos competitivose <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> turismo são, por ex<strong>em</strong>plo:• R<strong>em</strong>o médio competitivo – <strong>de</strong> características nacionais, como os CampeonatosNacionais, Taça <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> e outras afins;• R<strong>em</strong>o Internacional – Campeonatos do Mundo, <strong>da</strong> Europa, Taças do Mundoe Regatas Internacionais <strong>da</strong>s mais diversas categorias. Em <strong>Portugal</strong> <strong>em</strong>2010 a FPR organizou o Campeonato Europeu, no Centro <strong>de</strong> Alto Rendimento(CAR) <strong>de</strong> Mont<strong>em</strong>or -o -Velho, com a presença <strong>de</strong> 34 países e cerca<strong>de</strong> 1200 participantes, on<strong>de</strong> estiveram a assistir cerca <strong>de</strong> 16.500 pessoas. Oimpacto <strong>da</strong> presença dos participantes e acompanhantes na região durante<strong>de</strong>z dias, fomentou o turismo, b<strong>em</strong> como encheu os hotéis e restaurantes,<strong>da</strong> Figueira <strong>da</strong> Foz, Coimbra e Mont<strong>em</strong>or -o -Velho;• R<strong>em</strong>o <strong>de</strong> Turismo – <strong>de</strong> características nacionais e internacionais, com especialincidência nas «<strong>de</strong>sci<strong>da</strong>s <strong>de</strong> rio». Em <strong>Portugal</strong> já se organizam alguns<strong>de</strong>stes eventos, com especial relevância para a Desci<strong>da</strong> Internacional doDouro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Barca d’ Alva até ao Porto, com a participação, <strong>de</strong> pessoasvin<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Austrália, Japão, Canadá, Estados Unidos e Europa. A participação<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> t<strong>em</strong> pedidos <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 120 pessoas, que pagam, além <strong>da</strong>sua viag<strong>em</strong>, cerca <strong>de</strong> 800,00 € pela sua participação com tudo incluído. Esteprograma <strong>de</strong>veria ser incluído nas ofertas do Turismo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> uma vezque existe um gran<strong>de</strong> mercado a nível Europeu e Internacional;• R<strong>em</strong>o <strong>de</strong> Mar – bastante <strong>de</strong>senvolvido <strong>em</strong> França e noutros países europeus.Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> bastante pratica<strong>da</strong> nas praias, durante o período do Verão, nãosó como forma competitiva, mas como um negócio <strong>de</strong> entretenimento dosturistas instalados nessas zonas;• R<strong>em</strong>o Surf – bastante <strong>de</strong>senvolvido na Austrália, na Nova Zelândia e comcomeço <strong>em</strong> alguns países europeus. À s<strong>em</strong>elhança <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> anterior,esta também é bastante pratica<strong>da</strong> nas praias, durante o período do Verão,não só como forma competitiva, mas como um negócio <strong>de</strong> entretenimentodos turistas instalados nessas zonas. Contudo, é sobretudo uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>com características radicais.60


Capítulo 4El<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> reflexão para um futuroquadro estratégico e <strong>de</strong> acção4.1. VisãoÉ por todos reconheci<strong>da</strong> a importância do mar no potencial turístico e <strong>de</strong> lazer<strong>de</strong> qualquer região. A título <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plo po<strong>de</strong>mos recor<strong>da</strong>r o referido no PENT:«O mercado europeu <strong>de</strong> Sol e Mar é um mercado maduro. Em 2004, representava69 milhões <strong>de</strong> viagens e, <strong>em</strong> 2015, estima -se que represente 80 milhões <strong>de</strong> viagens.41% dos consumidores europeus <strong>de</strong> Sol e Mar têm orig<strong>em</strong> na Al<strong>em</strong>anha (27%)ou no Reino Unido (14%), sendo que a <strong>de</strong>spesa diária t<strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>,variando entre os 80 euros no segmento regular, até valores na or<strong>de</strong>m dos 600 eurosno segmento upscale. Espera -se que o crescimento <strong>de</strong>ste produto seja suportadopelo segmento upscale, com o segmento regular a crescer a uma taxa anual <strong>de</strong> 1,5%até 2015, face a um crescimento <strong>de</strong> 11% do segmento upscale».Figura 26 - A relação <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> com o <strong>de</strong>senvolvimento económico.61


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oTorna -se assim, fun<strong>da</strong>mental, ter uma visão <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> como umaactivi<strong>da</strong><strong>de</strong> económica relevante para o país, com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para alavancar o <strong>de</strong>senvolvimentolocal e a economia do mar <strong>de</strong> uma forma sustentável.O aproveitamento <strong>de</strong> todo o potencial <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> significará umcontributo útil para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>, na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> quedinamizará as economias locais e regionais <strong>de</strong> uma forma integra<strong>da</strong>, susceptível <strong>de</strong>conduzir a alguns dos seguintes benefícios:– Recebimento <strong>de</strong> elevados volumes <strong>de</strong> receitas turísticas directas pelo aumentodo número <strong>de</strong> turistas com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> financeira, <strong>de</strong>vido ao alargamento<strong>da</strong> oferta turística (efeito equivalente ao fomento <strong>da</strong>s exportações);– Expansão <strong>de</strong> novos negócios ligados (i) à invernag<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações estrangeiras<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, (ii) à realização regular <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s eventos internacionais(ex. Volvo Ocean Race, ACWS, Audi Medcup, Tall Ships, Festival <strong>de</strong>Embarcações Tradicionais) e (iii) à atracção <strong>de</strong> equipas profissionais internacionaispara estagiar <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>;– Revitalização <strong>de</strong> clusters <strong>de</strong> reparação/construção naval <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong>recreio e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outras indústrias <strong>de</strong> componentes técnicospara a náutica, como o têxtil, vestuário e calçado técnicos, a indústria domobiliário para <strong>em</strong>barcações, etc.;– Renovação <strong>de</strong> frentes ribeirinhas e reabilitação urbana que para além <strong>de</strong>,na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, revitalizar a economia e o <strong>em</strong>prego locais, terãoum efeito exponencial no b<strong>em</strong> -estar dos ci<strong>da</strong>dãos que po<strong>de</strong>rão passara usufruir, nas suas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong> espaços singulares para o lazer e para o <strong>de</strong>sporto.Pelo <strong>de</strong>scrito acima, um impulso na Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, aumentaráas receitas do país, o b<strong>em</strong> -estar dos seu ci<strong>da</strong>dãos, aumentará o <strong>em</strong>prego e, <strong>da</strong>do opotencial que t<strong>em</strong>os, o investimento estrangeiro será atraído para estas novas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s,criando -se assim um círculo virtuoso, que aju<strong>da</strong>rá a resolver a estagnaçãoeconómica actual <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>.A título indicativo, e como base <strong>de</strong> uma futura reflexão pelas partes interessa<strong>da</strong>s,apresentam ‐se alguns planos <strong>de</strong> acção e objectivos estratégicos, obviamentecondicionados por limitações t<strong>em</strong>porais, e <strong>de</strong> acesso a informação e <strong>da</strong>dos, quepermitiss<strong>em</strong> uma avaliação mais aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong> t<strong>em</strong>ática <strong>em</strong> apreço.4.2. Turismo Náutico e Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>O Turismo Náutico e a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> têm sido encarados, pelos paísesmais <strong>de</strong>senvolvidos <strong>da</strong> Europa, como por ex<strong>em</strong>plo a Espanha (casos <strong>da</strong> Catalunhae <strong>da</strong> An<strong>da</strong>luzia), a França, a Holan<strong>da</strong> e a Itália, sectores relevantes do ponto62


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l<strong>de</strong> vista económico, contribuindo <strong>de</strong> forma activa para elevar os padrões <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>do turismo, gerador <strong>de</strong> importantes externali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e que não está muito<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> turística. Por estas razões, as estratégiasconduzi<strong>da</strong>s pelos governos <strong>de</strong>stes países, têm -se orientado pela criação <strong>de</strong> planos<strong>de</strong> acção que visam <strong>de</strong>senvolver a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> como uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong>económica relevante.Normalmente, o aproveitamento do potencial do mar <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> turismo elazer é efectuado por dois gran<strong>de</strong>s subsectores: (i) Turismo Náutico e (ii) Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> incluindo as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>sportivas.A Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> agrega as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto associa<strong>da</strong>s à vela, aosurf, kitesurf, windsurf, bodyboard, caça submarina, mergulho, motonáutica, pesca <strong>de</strong>sportiva,ski aquático, kayak, r<strong>em</strong>o, canoag<strong>em</strong> e <strong>de</strong>sportos relacionados, marinas,activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e <strong>de</strong> serviços relacionados com estas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (ex.: vestuárioe calçado especializado, construção, manutenção e reparação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações,seguros, financiamento, etc.).O turismo náutico está associado aos cruzeiros e a activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer não incluí<strong>da</strong>sno conceito <strong>de</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Figura 27 - Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>: dinamização <strong>da</strong> economia local.4.3. Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>O aproveitamento do potencial <strong>de</strong> turismo e <strong>de</strong> lazer que o mar t<strong>em</strong> é efectuadopelo turismo náutico e pela Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, tendo necessariamente quese traduzir <strong>em</strong> benefícios claros mensuráveis nos três pilares do <strong>de</strong>senvolvimentosustentável (económico, social e ambiental). Ou seja, qualquer acção no âmbito doaproveitamento do potencial turístico do mar não <strong>de</strong>ve contrariar a seguinte <strong>de</strong>finição<strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>: conseguirmos satisfazer as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> actual geraçãos<strong>em</strong> comprometer n<strong>em</strong> pôr <strong>em</strong> risco a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s gerações futuras <strong>de</strong> conseguir<strong>em</strong>satisfazer as suas próprias necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.63


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oFigura 28 - Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> simbiose com os valores <strong>da</strong> natureza.644.4. Objectivo <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> AcçãoNo contexto dos diversos grupos <strong>de</strong> trabalho e planos <strong>de</strong> acção que visam <strong>de</strong>senvolvera economia do mar <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, preten<strong>de</strong>mos com este plano avançarcom medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>talhe que permitam a impl<strong>em</strong>entação no terreno <strong>de</strong> acçõesque vis<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolver a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> geral e <strong>em</strong> particular o sector <strong>da</strong>smarinas, <strong>da</strong> vela e <strong>de</strong> outras activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma visão <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong> como uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> económica relevante para o país, com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> paraalavancar o <strong>de</strong>senvolvimento local e a economia do mar <strong>de</strong> uma forma sustentável.Sendo este plano <strong>de</strong> acção um passo <strong>em</strong> frente no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, <strong>em</strong> cooperação com os diversos planos <strong>de</strong> acção <strong>da</strong>economia do mar, t<strong>em</strong>os a consciência <strong>de</strong> que é um <strong>de</strong> vários passos que têm queser <strong>da</strong>dos para que se concretiz<strong>em</strong> medi<strong>da</strong>s no terreno capazes <strong>de</strong> criar valor paraa economia portuguesa.Antev<strong>em</strong>os que no contexto <strong>de</strong>ste plano <strong>de</strong> acção, serão necessários gruposinterdisciplinares <strong>de</strong> monitorização <strong>da</strong> concretização <strong>da</strong>s acções e <strong>da</strong> actualizaçãoregular do respectivo plano <strong>de</strong> acção (task force para a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> Por-


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a ltugal), b<strong>em</strong> como do seu alargamento <strong>em</strong> maior <strong>de</strong>talhe às outras activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s quea constitu<strong>em</strong>, para além <strong>da</strong>s marinas e <strong>da</strong> vela.4.5. Mercado e ProcuraFactores <strong>de</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>Pelo seu clima t<strong>em</strong>perado que permite activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticas durante todo o ano,pela sua extensão <strong>de</strong> costa e por se encontrar na charneira entre o norte <strong>da</strong> Europa e oMediterrâneo, <strong>Portugal</strong> t<strong>em</strong> muito boas condições para a prática <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.O facto <strong>de</strong> muitos dos melhores estuários para esta prática se situar<strong>em</strong> junto acentros históricos <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s portuguesas importantes, originam a gran<strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>para integrar a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, o turismo, a reconversão urbana e ascomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais.Um Plano <strong>de</strong> Acção orientado para <strong>de</strong>senvolver e atrair nautas e investimentopara <strong>Portugal</strong>, no actual contexto macroeconómico <strong>de</strong> crise financeiraPara que seja possível obter benefícios <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, aumento<strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho, respeitando e preservando o meio ambiente, é fun<strong>da</strong>mentalatrair nautas com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> financeira.É do conhecimento <strong>de</strong> todos a privilegia<strong>da</strong> localização geográfica <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>à escala europeia e global.É igualmente do conhecimento <strong>de</strong> todos a existência <strong>de</strong> nautas com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>financeira <strong>em</strong> países muito próximos <strong>de</strong> nós, como por ex<strong>em</strong>plo Espanha, ReinoUnido, França, Irlan<strong>da</strong>, Holan<strong>da</strong>, Bélgica, Al<strong>em</strong>anha, Escandinávia e Itália.Existe uma i<strong>de</strong>ia generaliza<strong>da</strong>, mas não <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente quantifica<strong>da</strong>, que todosos anos se verifica um gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> nautas entre o Norte <strong>da</strong> Europa e o Mediterrâneo,que passa por águas portuguesas s<strong>em</strong> que <strong>Portugal</strong> aproveite significativamenteesse facto.Esta situação <strong>de</strong> subaproveitamento do potencial português é facilmente ilustra<strong>da</strong>no seguinte quadro (apesar <strong>da</strong> comparação não po<strong>de</strong>r ser feita <strong>de</strong> forma linear,<strong>da</strong><strong>da</strong>s as características difíceis <strong>da</strong> costa portuguesa com longas distâncias entreportos naturais):65


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oQuadro 4Nº <strong>de</strong> lugares <strong>de</strong> amarração por km <strong>de</strong> costaHolan<strong>da</strong> 412França 43Suécia 25Itália 17Espanha 16Reino Unido 14<strong>Portugal</strong> 5Fonte: UCINA 2008Para se sair <strong>de</strong>sta contradição (que é ter uma excelente localização geográficamas não conseguir aproveitar um dos melhores mercados mundiais <strong>de</strong> nautas,constituído pelas ilhas Britânicas, Espanha, França, Holan<strong>da</strong>, Bélgica e Escandinávia)é necessário impl<strong>em</strong>entar medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> curto prazo direcciona<strong>da</strong>s à satisfação<strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta procura, b<strong>em</strong> como preparar as bases do <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> médio e longo prazo <strong>da</strong> procura interna.A procura potencial divi<strong>de</strong> -se <strong>em</strong> três gran<strong>de</strong>s grupos:1. Nautas que procuram lazer;2. Nautas que procuram soluções competitivas <strong>de</strong> invernag<strong>em</strong> <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações;3. Nautas que procuram condições <strong>de</strong> prática profissional <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos ligadosà Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Nautas que procuram lazerOs nautas que procuram lazer valorizam significativamente condições <strong>de</strong> segurançae conforto <strong>de</strong> navegação e amarração, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço, motivos <strong>de</strong>interesse para visitar (p. ex. associados ao património histórico, natural e cultural,eventos <strong>de</strong>sportivos ligados à náutica), activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> entretenimento, gastronomia,facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção e reparação <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações, simplificação burocrática,competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, baixos níveis <strong>de</strong> taxas e <strong>em</strong>olumentos, fáceisacessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s ao mar, facili<strong>da</strong><strong>de</strong> e competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocações rápi<strong>da</strong>sentre os locais <strong>de</strong> amarração e os locais <strong>de</strong> residência habitual <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> e/ounos países <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>.Conforme referido no PENT, a <strong>de</strong>spesa diária <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> turista nauta po<strong>de</strong> variarentre os 80 euros e os 600 euros (valores estes que mais uma vez carec<strong>em</strong><strong>de</strong> uma confirmação abaliza<strong>da</strong>). Consi<strong>de</strong>rando, no entanto, um valor médio <strong>de</strong><strong>de</strong>spesa diária por nauta na or<strong>de</strong>m dos 95 euros/dia e uma tripulação média <strong>de</strong>66


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l3 tripulantes, a <strong>de</strong>spesa por s<strong>em</strong>ana <strong>da</strong> tripulação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> <strong>em</strong>barcação ascen<strong>de</strong> acerca <strong>de</strong> 2.000 euros.Caso <strong>Portugal</strong> consiga, durante o próximo ano, atrair 5.000 novas <strong>em</strong>barcaçõesestrangeiras (<strong>da</strong>s cerca <strong>de</strong> 15.000 <strong>em</strong>barcações turísticas que navegam ao largo <strong>de</strong><strong>Portugal</strong>, s<strong>em</strong> atracar<strong>em</strong> no nosso país) a passar<strong>em</strong> uma s<strong>em</strong>ana <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, po<strong>de</strong>ráconseguir arreca<strong>da</strong>r, pelo menos, cerca <strong>de</strong> 10.000.000 euros ano, <strong>de</strong> receitasdirectas, relaciona<strong>da</strong>s com <strong>de</strong>spesas com a amarração, alimentação e combustíveis.Este valor po<strong>de</strong> aumentar consi<strong>de</strong>ravelmente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>existência <strong>de</strong> outras activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s atractivas (p. ex. tours históricos, golfe e outros<strong>de</strong>sportos, etc.) que possam vir a ser propostas aos turistas ou ain<strong>da</strong> a vertente <strong>de</strong>turismo natureza. Associa<strong>da</strong> a esta receita directa existe s<strong>em</strong>pre um efeito multiplicadorna economia local.Nautas que procuram soluções competitivas <strong>de</strong> invernag<strong>em</strong> <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcaçõesOs nautas que procuram soluções competitivas <strong>de</strong> invernag<strong>em</strong> <strong>da</strong>s suas <strong>em</strong>barcações,valorizam significativamente condições <strong>de</strong> segurança, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço,facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção e reparação <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações, simplificação burocrática,competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, baixos níveis <strong>de</strong> taxas e <strong>em</strong>olumentos, facili<strong>da</strong><strong>de</strong> ecompetitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocações rápi<strong>da</strong>s entre os locais <strong>de</strong> amarração e os locais <strong>de</strong>residência nos países <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>.Utilizando ain<strong>da</strong> o ex<strong>em</strong>plo <strong>da</strong>s 5.000 novas <strong>em</strong>barcações, caso <strong>Portugal</strong> tenha acapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> convencer os proprietários <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações a fazer<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> asua base <strong>de</strong> invernag<strong>em</strong>, contratando um serviço <strong>de</strong> aluguer <strong>de</strong> espaço <strong>em</strong> época baixa(nove meses), com um operador Português, po<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os estar na presença <strong>de</strong> um potencial<strong>de</strong> receita directa anual <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 10.000.000 euros.Quadro 5TipoNº <strong>de</strong>Embar‐‐caçõesPreçoMédio Ano(euros)PreçoÉpoca Alta3 Meses(euros)PreçoÉpocaBaixa9 Meses(euros)Valor AnualÉpocaBaixa(euros)Embarcação 5.000 4.000 2.000 2.000 10.000.000Nautas que procuram condições <strong>de</strong> prática profissional <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos ligadosà Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>Os nautas que procuram condições <strong>de</strong> prática profissional <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos ligadosà Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> valorizam significativamente incentivos à instalação <strong>de</strong> equipas<strong>de</strong> atletas e staff <strong>de</strong> apoio, excelentes condições naturais para a prática do <strong>de</strong>sporto<strong>em</strong> questão, condições <strong>de</strong> segurança e conforto na prática <strong>de</strong>sportiva, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>67


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oserviço, facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção e reparação <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações, simplificação burocrática,competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, baixos níveis <strong>de</strong> taxas e <strong>em</strong>olumentos, fáceisacessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s ao mar, existência <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong>sportivos <strong>de</strong> renome internacional,facili<strong>da</strong><strong>de</strong> e competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocações rápi<strong>da</strong>s entre os locais <strong>de</strong> amarração eos locais <strong>de</strong> residência habitual <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> e/ou nos países <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>.De acordo com informação divulga<strong>da</strong> pelo Instituto Valenciano <strong>de</strong> InvestigacionesEconómicas, sobre o impacto económico <strong>da</strong> 32ª America’s Cup realiza<strong>da</strong><strong>em</strong> Valência <strong>em</strong> 2007, <strong>em</strong> cerca <strong>de</strong> três anos <strong>de</strong> preparação e realização do evento,o valor acrescentado à economia <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Valência foi <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente2.700 milhões <strong>de</strong> euros.É claro que ser se<strong>de</strong> <strong>da</strong> America’s Cup e estar habilitado a acrescentar valor, nestesmontantes, à sua economia não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> só <strong>da</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e regiões,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários factores, como ganhar a prova ou ganhar um concurso quandoexista essa oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> ou <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> económica para a realização do investimentonecessário a um evento <strong>de</strong>sta natureza s<strong>em</strong> ter a certeza <strong>de</strong> que o seu retornoseja assegurado.No entanto, os orçamentos <strong>da</strong>s equipas <strong>de</strong> vela que participam <strong>em</strong> provas internacionaisrelevantes são muito significativos (na informação divulga<strong>da</strong> pelo InstitutoValenciano <strong>de</strong> Investigaciones Económicas, sobre o impacto económico <strong>da</strong>32ª Americas’s Cup realiza<strong>da</strong> <strong>em</strong> Valência <strong>em</strong> 2007, o orçamento por equipa variaentre 40 e 120 milhões <strong>de</strong> euros).Figura 29 - Os gran<strong>de</strong>s eventos náuticos na promoção <strong>da</strong> imag<strong>em</strong> externa do país.Caso <strong>Portugal</strong> consiga atrair equipas internacionais para fazer<strong>em</strong> na nossa costaas suas bases <strong>de</strong> treino, po<strong>de</strong>rá recolher uma fatia signi ficativa <strong>de</strong>stes orçamentos.68


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l4.6. FinanciamentoO actual contexto <strong>de</strong> crise económica e financeira não impe<strong>de</strong> que seja possíveltomar medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> oferta à procura potencial, pois muitas <strong>de</strong>stasmedi<strong>da</strong>s não têm um custo financeiro significativo e traz<strong>em</strong> benefícios económicos,sociais e ambientais.Num momento <strong>em</strong> que tanto se fala na necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> investimentos<strong>de</strong> pequena dimensão capazes <strong>de</strong> dinamizar o crescimento económico local,s<strong>em</strong> comprometer o equilíbrio financeiro <strong>da</strong>s instituições e do país, existe aoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>, através <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, se estabelecer um plano integrado<strong>de</strong> investimentos <strong>de</strong> carácter local que, pela sua impl<strong>em</strong>entação integra<strong>da</strong>, atrairãonautas nacionais e internacionais b<strong>em</strong> como investimento estrangeiro a <strong>Portugal</strong>,criando <strong>em</strong>prego e renovando ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e regiões.De referir ain<strong>da</strong> a importância fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> na dinamizaçãoe rejuvenescimento <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s costeiras portuguesas.A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações e <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> manutenção po<strong>de</strong>rá originar orelançamento <strong>de</strong> várias indústrias e serviços ligados à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.As verbas vin<strong>da</strong>s <strong>da</strong> União Europeia <strong>em</strong> compl<strong>em</strong>ento com o investimento aefectuar pelo tecido <strong>em</strong>presarial nacional e internacional <strong>de</strong>verão ser as principaisfontes <strong>de</strong> financiamento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, cabendo ao Estado o papel <strong>de</strong> facilitador<strong>da</strong> criação <strong>de</strong> mecanismos específicos <strong>de</strong> apoio ao investimento e financiamentodos diversos projectos.De salientar ain<strong>da</strong> a importância fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong> uma análise por valor acrescentadodo projecto, <strong>em</strong> termos sociais, económicos e ambientais, na priori<strong>da</strong><strong>de</strong>a <strong>da</strong>r a ca<strong>da</strong> iniciativa. Da<strong>da</strong> a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação <strong>de</strong> frentes ribeirinhas ereabilitação urbana que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> encerra, é bastanteimportante o trabalho conjunto entre autarquias e investidores privados nacionaise internacionais com o objectivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver projectos sustentáveis e<strong>de</strong> elevado valor acrescentado.Antes <strong>de</strong> enumerarmos algumas medi<strong>da</strong>s que integrarão um plano <strong>de</strong> acçãopara a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, gostaríamos <strong>de</strong> referir que o resultado final<strong>da</strong> impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong>stas acções, po<strong>de</strong>rá vir a ser medido por diversas variáveis,como por ex<strong>em</strong>plo:• Evolução do nº <strong>de</strong> trabalhadores ligados à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Evolução do volume <strong>de</strong> negócios <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Evolução do valor absoluto <strong>da</strong> receita fiscal entregue pelas <strong>em</strong>presas e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>sliga<strong>da</strong>s à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Evolução do valor acrescentado <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Evolução do nº <strong>de</strong> nautas que praticam Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>;• Evolução do volume <strong>de</strong> formação ligado à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Evolução do comércio externo <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio.69


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o4.7. Plano <strong>de</strong> acção e respectivas medi<strong>da</strong>sOBJECTIVO OPERACIONAL A: Melhorar a segurança e conforto <strong>da</strong>navegação e amarraçãoAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Realizar um levantamento dos pontos <strong>de</strong> amarração existentes ao longo <strong>da</strong>costa <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> que permita i<strong>de</strong>ntificar as lacunas existentes e servir <strong>de</strong>base à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> amarração a colocar;• As zonas entre o Norte <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> e Lisboa e entre Lisboa e o Algarve, quenão têm pontos <strong>de</strong> amarração, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser abasteci<strong>da</strong>s com pontos <strong>de</strong> amarração<strong>de</strong> baixo custo (p. ex. poitas) e, s<strong>em</strong>pre que se justifique, com marinas;• Estu<strong>da</strong>r a concretização do plano <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do Estuário do Tejo,que possui um gran<strong>de</strong> potencial e que po<strong>de</strong> ser um pólo <strong>de</strong> atracção parao turismo e o <strong>de</strong>sporto náutico, projectando as potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos váriosconcelhos abrangidos, e <strong>em</strong> particular, no que à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> diz respeito,o PIRANET;• O património histórico, cultural e natural relevante <strong>de</strong>ve ter pontos <strong>de</strong> amarraçãopróximos que permitam atrair nautas para os visitar;• A<strong>da</strong>ptar portos já existentes para receber mega -iates;• Aproveitar a apetência dos jovens por pontos <strong>de</strong> amarração <strong>de</strong> baixo custoe a apetência <strong>da</strong>s pessoas com mais i<strong>da</strong><strong>de</strong> por pontos <strong>de</strong> amarração maisconfortáveis e por isso, mais caros, para criar zonas com pontos <strong>de</strong> amarração<strong>de</strong> vários tipos;• No planeamento <strong>de</strong> novos pontos <strong>de</strong> amarração a criar, consi<strong>de</strong>rar a tendência<strong>de</strong> aumento médio do tamanho <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações;• Equacionar as disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> acostag<strong>em</strong> e fun<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações<strong>de</strong> recreio <strong>em</strong> portos <strong>de</strong> abrigo, portos <strong>de</strong> pesca, portos comerciais,mesmo admitindo que tal requer a<strong>da</strong>ptações, quer para a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>quer para as marítimo -turísticas com interesse público;• Promover um melhor enquadramento natural e aproveitar algumas obras<strong>de</strong> engenharia costeira, já existentes, como esporões ou quebra -mares, paraque, a sotamar <strong>de</strong>stes, se possam <strong>de</strong>senvolver estruturas <strong>de</strong> acostag<strong>em</strong>, mesmoque t<strong>em</strong>porárias;• Manutenção <strong>da</strong> hidrografia dos locais <strong>de</strong> abrigo, novos ou existentes (algunsnecessitam levantamentos hidrográficos actualizados e dragag<strong>em</strong> oudiminuição do assoreamento);• Colocação e manutenção do assinalamento marítimo (enfiamentos e marcaspara entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> barras e para navegação restrita).70


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lAcção AObjectivosTrabalho prévioInventariar todos os pontos <strong>de</strong> amarração existentes ao longo <strong>da</strong> costa <strong>de</strong><strong>Portugal</strong> continental e ilhas, <strong>de</strong>terminando os locais possíveis on<strong>de</strong> faltampontos <strong>de</strong> amarração e catalogando o tipo <strong>de</strong> amarração (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o maissimples ao mais complexo/marina).Colocar pontos <strong>de</strong> amarração simples (p.ex: poitas), ao longo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a linha costeira do Continente e Ilhas <strong>de</strong> formaa que: (i) nenhum nauta navegue <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>em</strong> localizações que possamcolocar <strong>em</strong> causa a segurança por não existir<strong>em</strong> locais <strong>de</strong> refúgio próximos e(ii) nenhum local <strong>de</strong> interesse turístico fique s<strong>em</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> amarração.Melhorar condições <strong>de</strong> segurança e conforto <strong>de</strong> navegação.Todo o património histórico, cultural e natural tenha facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>amarração para po<strong>de</strong>r ser usufruído.Definição <strong>da</strong>s localizações.Análise do impacto <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> um dos locais <strong>em</strong> termos económicos, sociais eambientais.Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoCerca <strong>de</strong> 18 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.ResponsávelEx<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosA <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentes.Disponibilização <strong>de</strong> Inventário final <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> amarração existentes enecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> amarração.Nº <strong>de</strong> amarrações por concelho costeiro ou concelho com potencial paraNáutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.OBJECTIVO OPERACIONAL B: Criar interacção entre pontos <strong>de</strong>amarraçãoAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Desenvolver mecanismos <strong>de</strong> articulação entre marinas (protocolos) quefoment<strong>em</strong> a facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações entre as mesmas, naperspectiva <strong>de</strong> fomentar <strong>de</strong>stinos;• Após ganho <strong>de</strong> dimensão do mercado, <strong>de</strong>senvolver uma oferta diversifica<strong>da</strong><strong>de</strong> serviços (low cost services e upscale services) ao longo <strong>da</strong> costa portuguesaque permita abranger diversos públicos -alvo;• Promover a partilha <strong>de</strong> informação entre marinas <strong>de</strong> maneira a obter ummaior conhecimento sobre os comportamentos dos nautas que as frequentam,necessário para antecipar estratégias e acções comerciais;• Passe para as Marinas Portuguesas. Promover a cooperação entre as marinasportuguesas <strong>de</strong> modo a criar um «passe» para pernoitar <strong>em</strong> qualquermarina portuguesa. Tratar -se -ia <strong>de</strong> um bom incentivo para os nautas quepassar<strong>em</strong> com a <strong>em</strong>barcação por <strong>Portugal</strong>. Esse passe po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong> três71


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oa vários dias. Com preços competitivos as marinas po<strong>de</strong>riam garantir umfluxo constante <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações.Acção B 1ObjectivosTrabalho prévioCriar mecanismos que facilit<strong>em</strong> a amarração <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcaçõesentre marinas para que um nauta tenha possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>, estandobaseado numa marina, po<strong>de</strong>r ace<strong>de</strong>r a outras marinas, a custocompetitivo.Facilitar a <strong>de</strong>slocação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações na costa portuguesapara que a diversificação, o entretenimento e a visita <strong>de</strong> todoo património cultural, histórico e natural seja uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, acustos competitivos.Debater esta possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre to<strong>da</strong>s as marinas.Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> nove meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Nº <strong>de</strong> mecanismos que permitam a amarração <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações comcondições especiais entre marinas.Nº <strong>de</strong> execuções efectua<strong>da</strong>s pelos nautas na utilização <strong>de</strong>ssesmecanismos.Acção B 2ObjectivosTrabalho prévioBalancear as ofertas <strong>de</strong> low cost services e upscale services, igualmentedistribuídos geograficamente.Atrair os diversos públicos -alvo, consoante a sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>financeira. Tornar acessível a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> a um públicomais vasto.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 18 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Nº <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> amarração low cost e nº <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> amarraçãoupscale por concelho costeiro ou concelho com potencial paraNáutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.72


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lOBJECTIVO OPERACIONAL C: Tornar fácil a entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> <strong>da</strong>águaAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Desenvolver um plano <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> acessos fáceis à água <strong>em</strong> todos ospólos <strong>de</strong> interesse náutico ao longo <strong>da</strong> costa portuguesa;• Construir rampas <strong>de</strong> acesso fácil à água;• Existência <strong>de</strong> meios mecânicos como travel-lifts e gruas;• Criação <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> livre acesso à água;• Disponibilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> grua.Acção CObjectivosTrabalho prévioDebater e criar um plano <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> acessos fáceis à água<strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as Câmaras Municipais com potencial náutico.Facilitar a entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> água.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 18 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Plano final <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> acessos à água. Nº <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong>acesso à água por concelho costeiro ou concelho com potencialpara Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.OBJECTIVO OPERACIONAL D: Aumentar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviçosprestadosAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Realizar inquéritos <strong>de</strong> satisfação aos nautas <strong>em</strong> termos dos serviços prestadospor ca<strong>da</strong> marina <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> <strong>de</strong> forma a a<strong>de</strong>quar a oferta à procuraexistente e <strong>de</strong>finir as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> formação profissional;• Aumentar a segurança dos utilizadores dos pontos <strong>de</strong> amarração e <strong>da</strong>s suaszonas envolventes;• Melhorar a sinalética nas zonas <strong>de</strong> amarração;• Criar fundos <strong>de</strong> reconversão <strong>de</strong> instalações <strong>de</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Tomar medi<strong>da</strong>s para criar uma imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos pontos <strong>de</strong> amarração<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>;• Definir stan<strong>da</strong>rds <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e fazer auditorias externas <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>;• Regulamentar a existência <strong>de</strong> postos públicos <strong>de</strong> amarração (poitas, etc.);73


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lOBJECTIVO OPERACIONAL E: Melhorar a manutenção e reparação<strong>de</strong> <strong>em</strong>barcaçõesAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Promover a reparação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>em</strong>barcações <strong>em</strong> estaleiros nacionais.Acção EObjectivosTrabalho prévioRealizar estudo <strong>de</strong> análise <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tipo <strong>em</strong> termos<strong>de</strong> manutenção e reparação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações e possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> execução dos serviços necessários <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> ponto <strong>da</strong> costaportuguesa.Definir soluções pragmáticas para as zonas <strong>da</strong> costa não cobertaspelos serviços <strong>de</strong> manutenção.Segurança e conforto na navegação.Facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção e reparação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 36 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Estudo final <strong>de</strong> análise <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção ereparação.Nº <strong>de</strong> intervenções <strong>de</strong> manutenção e reparação por concelhocosteiro ou com potencial para a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.OBJECTIVO OPERACIONAL F: Promover parcerias internacionaisAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Promover o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> parcerias internacionais que potenci<strong>em</strong>o aumento do número <strong>de</strong> nautas estrangeiros <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> (ex.: parceriascom lí<strong>de</strong>res internacionais na exploração <strong>de</strong> marinas, <strong>em</strong> cooperaçãocom as marinas nacionais, parcerias com escolas <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>renome internacional, parcerias com enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s organizadoras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>seventos, etc.).75


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oAcção FProcura <strong>de</strong> parcerias entre agentes nacionais e marcas <strong>de</strong> renomeinternacional capazes <strong>de</strong> trazer<strong>em</strong> nautas para <strong>Portugal</strong>.ObjectivosAumentar o fluxo <strong>de</strong> nautas na costa portuguesa.Trabalho prévioDefinir lista <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s internacionais a contactar.Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 72 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Lista final <strong>de</strong> potenciais parceiros internacionais.Nº <strong>de</strong> parcerias e investimentos internacionais.OBJECTIVO OPERACIONAL G: Maximizar o legado históricoAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Estabelecer parcerias com os países <strong>de</strong> língua oficial portuguesa que promovama oferta <strong>de</strong> serviços e produtos portugueses nesses países.Acção GObjectivosTrabalho prévioCooperar no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> ao nível <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> países <strong>de</strong> língua portuguesa.Dinamizar as escolas <strong>de</strong> formação portuguesas e o intercâmbiocom os países <strong>da</strong> CPLP, proporcionando a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>oferecer serviços e produtos <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> portuguesa nestes países.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoCerca <strong>de</strong> 36 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.76


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosA <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Nº <strong>de</strong> parcerias com <strong>em</strong>presas e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> CPLP.OBJECTIVO OPERACIONAL H: Atrair <strong>em</strong>barcações para invernag<strong>em</strong><strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>Alguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Desenvolvimento <strong>de</strong> parcerias com os países do norte <strong>da</strong> Europa que permitamque <strong>Portugal</strong> seja consi<strong>de</strong>rado uma alternativa váli<strong>da</strong> para a invernag<strong>em</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações;• Exist<strong>em</strong> estuários <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> com condições naturais privilegia<strong>da</strong>s paraa Invernag<strong>em</strong>, nomea<strong>da</strong>mente o estuário do Tejo, estuário do Lima, etc.;• Criar acordos com linhas aéreas low cost para tornar a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos pontos<strong>de</strong> invernag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ci<strong>da</strong>dãos europeus fácil e a reduzido custo;• Aproveitar a sobrelotação <strong>de</strong> algumas marinas do norte <strong>da</strong> Europa, paraatrair invernag<strong>em</strong> para <strong>Portugal</strong>;• O mercado <strong>de</strong> Inverno <strong>de</strong>veria ser encarado <strong>de</strong> forma muito séria, sobretudonas zonas adjacentes à vizinha Espanha, com o intuito <strong>de</strong> captar esta clientelaque po<strong>de</strong> representar um potencial importante para as regiões fronteiriças.Acção HObjectivosTrabalho prévioDetectar os excessos <strong>de</strong> procura <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> amarração parainvernag<strong>em</strong> que exist<strong>em</strong> no norte <strong>da</strong> Europa e negociar parceriaspara atracação e outras formas <strong>de</strong> invernag<strong>em</strong> <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações <strong>em</strong><strong>Portugal</strong>.Atrair <strong>em</strong>barcações para invernag<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 18 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Lista <strong>de</strong> potenciais enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s para estabelecimento <strong>de</strong> parceriasrelaciona<strong>da</strong>s com a invernag<strong>em</strong>.Nº <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações internacionais <strong>em</strong> invernag<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.77


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oOBJECTIVO OPERACIONAL I: Maximizar o potencial <strong>da</strong>s infra-‐estruturas náuticas integra<strong>da</strong>s na economia <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>sAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Promover <strong>em</strong> conjunto com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais formas <strong>de</strong> integração <strong>da</strong>smarinas com os pólos urbanos que as ro<strong>de</strong>iam, possibilitando a dinamizaçãoe reabilitação <strong>de</strong>sses pólos;• Desenvolver análises <strong>de</strong> custo/benefício dos projectos <strong>de</strong> investimento existentesque permitam apurar a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos mesmos <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> umcrescimento económico sustentável;• Avaliar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reconversão <strong>de</strong> portos <strong>de</strong> pesca inactivos <strong>em</strong> portos<strong>de</strong> recreio e/ou estações <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações a seco, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que acauteladosos aspectos técnicos e a sua viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> face aos custos <strong>de</strong> reconversão;• Reconverter o pessoal para activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s liga<strong>da</strong>s ao turismo náutico e a Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Reforçar e <strong>de</strong>nsificar re<strong>de</strong>s diversifica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> infra ‐estruturas e equipamentos<strong>de</strong> apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> localizações com potencial para essaactivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, através <strong>de</strong> planos integrados, como por ex<strong>em</strong>plo o PIRANET(Plano Integrado <strong>da</strong> Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Infra -estruturas <strong>de</strong> Apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>no Estuário do Tejo);• Criar programa <strong>de</strong> melhoramento <strong>da</strong>s instalações dos diversos postos náuticosdos clubes <strong>de</strong> R<strong>em</strong>o nacionais, mais apelativos à população <strong>em</strong> geral,para ser<strong>em</strong> aproveitados para programas <strong>de</strong> formação ou outros, que sejamdinamizados pelos organismos responsáveis por esta matéria.Acção I 1ObjectivosTrabalho prévioDebater, com as autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais e com os responsáveis <strong>de</strong>ca<strong>da</strong> marina, formas para a sua integração na dinâmica social,cultural e urbanística <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Encontrar soluções urbanísticas sustentáveis para zonasmarítimas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, <strong>de</strong>ntro do contexto integrado <strong>de</strong>existência <strong>de</strong> uma oferta a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> à procura.Inventariar todos os projectos <strong>de</strong> investimento actualmenteprevistos, analisando o seu custo/benefício, principalmente numaóptica <strong>de</strong> potencial indução <strong>de</strong> crescimento económico e impactosocial, económico e ambiental.Criar espaços urbanos que maximiz<strong>em</strong> o lazer dos utentes<strong>de</strong> marinas e, por outro lado, <strong>de</strong>senvolvam a formação e asoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer dos habitantes <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s on<strong>de</strong> asmarinas se encontram localiza<strong>da</strong>s.n/a78


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 36 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Inventário final <strong>de</strong> projectos previstos.Nº <strong>de</strong> parcerias entre investidores e câmaras municipais paradinamização social, cultural e urbanística <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Acção I 2ObjectivosTrabalho prévioAnálise do potencial <strong>de</strong> reconversão <strong>de</strong> portos <strong>de</strong> pesca inactivospara portos <strong>de</strong> recreio e potencial <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estações<strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações a seco.Aumentar o potencial <strong>de</strong> invernag<strong>em</strong> e <strong>de</strong> distribuição regular <strong>de</strong>portos e pontos <strong>de</strong> amarração ao longo <strong>da</strong> costa.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 27 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Lista final <strong>de</strong> potenciais reconversões <strong>de</strong> portos. N.º <strong>de</strong>intervenções <strong>de</strong> reconversão <strong>de</strong> portos.OBJECTIVO OPERACIONAL J: Melhorar a interacção entre autori<strong>da</strong><strong>de</strong>marítima e nautasAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Aposta na formação específica <strong>da</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong> marítima (Dir. Geral <strong>da</strong> Autori<strong>da</strong><strong>de</strong>Marítima, Capitanias, ISN, Polícia Marítima, etc.) sobre segurança náuticaque potencie a atracção e retenção <strong>de</strong> turistas náuticos, assim como o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> acções <strong>de</strong> sensibilização junto dos nautas, com o propósito <strong>de</strong>criar um ambiente favorável ao turista náutico.79


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oAcção JObjectivosTrabalho prévioDefinição <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> formação <strong>da</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong> marítima sobreaspectos relacionados com o impacto <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mentalque é a segurança, na atractivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nautas para <strong>Portugal</strong>.Desenvolvimento <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s cívicas conjuntas entreautori<strong>da</strong><strong>de</strong> marítima, nautas e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais.Aumentar a eficiência e eficácia <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> segurança.Reduzir probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> comunicação, coor<strong>de</strong>nação e questõesburocráticas e evitar duplicação <strong>de</strong> inspecções consumidoras <strong>de</strong>recursos e que afectam o lazer dos nautas.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosFormação contínua ao longo do t<strong>em</strong>po.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Plano final <strong>de</strong> formação <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s marítimas.Nº <strong>de</strong> formandos por acção.OBJECTIVO OPERACIONAL K: Tornar competitiva a estadia <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>Alguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Efectuar uma análise comparativa <strong>de</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> face aos<strong>de</strong>stinos náuticos que actuam como concorrentes <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> taxas e<strong>em</strong>olumentos.Acção KObjectivosTrabalho prévioQuantificação <strong>da</strong>s taxas e <strong>em</strong>olumentos a que <strong>em</strong> média um nautaestá sujeito <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>. Comparar com a média europeia e, casonecessário, tomar medi<strong>da</strong>s no sentido <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Tornar competitiva a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 280


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lDuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> nove meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Inventário final <strong>da</strong>s taxas e <strong>em</strong>olumentos a que os nautas estãosujeitos.Nível médio <strong>de</strong> taxas e <strong>em</strong>olumentos por nauta/<strong>em</strong>barcação.Valor absoluto <strong>de</strong> taxas e <strong>em</strong>olumentos cobrados.OBJECTIVO OPERACIONAL L: Tornar a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> acessívelao ci<strong>da</strong>dãoAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Integrar activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s liga<strong>da</strong>s à náutica (Vela, R<strong>em</strong>o, Canoag<strong>em</strong>, Surf, etc.) nosplanos curriculares do <strong>de</strong>sporto escolar;• Criar programas <strong>de</strong> apoio à construção <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações low cost pelos utilizadores(ex<strong>em</strong>plo: Kit -luSITO) ou aquisição <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s comunitários quepermitam a construção <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações low cost <strong>em</strong> materiais compósitos;• Integrar a construção <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>em</strong> programas curricularesdo ensino, assim como a prática <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong><strong>em</strong> programas curriculares <strong>de</strong> ensino;• Interligar as escolas com a indústria (ex<strong>em</strong>plo: estaleiros navais);• Eliminar a discriminação fiscal negativa que inci<strong>de</strong> sobre a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>e a <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações e criar espaço para a discussão <strong>de</strong> umaeventual discriminação positiva no futuro;• Criação <strong>de</strong> regatas para alunos <strong>da</strong>s escolas;• Criação <strong>de</strong> um cruzeiro -passeio anual durante o mês <strong>de</strong> Agosto ao longo <strong>da</strong>costa portuguesa, <strong>em</strong> interligação com a marinha portuguesa e as escolas;• Alteração <strong>da</strong> posição sociocultural <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> nas suas múltiplasvertentes, incluindo o estímulo às activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e comerciaisconexas;• Abrir os clubes/associações à prática <strong>de</strong> outras activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>scom a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> (pesca <strong>de</strong>sportiva, mergulho amador, caça submarina,etc.);• Rever as diversas taxas que os clubes, associações e fe<strong>de</strong>rações têm que pagarà Polícia Marítima, Capitania, e <strong>de</strong>mais enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s tutelares, <strong>de</strong>masiado caraspara <strong>de</strong>sportos que não têm receita <strong>de</strong> bilheteira para fazer face às mesmas.81


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oAcção L 1ObjectivosTrabalho prévioEliminar a discriminação fiscal entre a prática <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong> e <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações face a outros meios <strong>de</strong>transporte e <strong>de</strong>sportos.Da<strong>da</strong>s as potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s marítimas <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>, pon<strong>de</strong>rar, nofuturo (pós crise financeira), sobre a discriminação fiscal positiva<strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Tornar acessível a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> ao maior número <strong>de</strong>pessoas.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 18 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Inventariação <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> discriminação fiscal negativa <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Acção L 2ObjectivosTrabalho prévioInclusão <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s liga<strong>da</strong>s à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> no <strong>de</strong>sportoescolar (primário/secundário e universitário) e no <strong>de</strong>sporto local.Visão integra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> educação,aproveitando os <strong>de</strong>safios <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações e <strong>da</strong>prática do <strong>de</strong>sporto <strong>em</strong> ambiente marítimo, para formar ci<strong>da</strong>dãosque tenham oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> criação do seu próprio <strong>em</strong>pregono futuro.Tornar acessível a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> ao maior número <strong>de</strong>pessoas.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 36 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Nº <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>ntes que praticam Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>sescolares.82


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lOBJECTIVO OPERACIONAL M: Dinamizar eventos relevantesAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• I<strong>de</strong>ntificar os eventos internacionais relevantes e <strong>de</strong>senvolver um plano estratégiconacional <strong>de</strong> eventos que potencie a promoção <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Aproveitar as instalações <strong>de</strong>sportivas <strong>de</strong> Alto Rendimento (p. ex: CAR –Pista <strong>de</strong> R<strong>em</strong>o e Canoag<strong>em</strong> <strong>de</strong> classe A <strong>de</strong> Mont<strong>em</strong>or -o -Velho) para organização<strong>de</strong> provas <strong>de</strong> nível Europeu e Mundial com forte impacto turísticonas regiões e no país.Acção MObjectivosTrabalho prévioDefinição <strong>de</strong> plano estratégico <strong>de</strong> eventos internacionaisrelevantes a realizar <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, <strong>de</strong> forma contínua ao longo dot<strong>em</strong>po.Atrair nautas a <strong>Portugal</strong>.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> nove meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Plano estratégico final <strong>de</strong> eventos internacionais. N.º <strong>de</strong> eventosinternacionais realizados <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.OBJECTIVO OPERACIONAL N: Acolhimento <strong>de</strong> equipas internacionaisAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• I<strong>de</strong>ntificação dos pontos ao longo <strong>da</strong> costa nacional com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>acolhimento <strong>de</strong> equipas internacionais liga<strong>da</strong>s a <strong>de</strong>sportos náuticos, b<strong>em</strong>como o estabelecimento <strong>de</strong> contactos com essas equipas que potenci<strong>em</strong> asua vin<strong>da</strong> para <strong>Portugal</strong>;• Criar estações náuticas <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao acolhimento <strong>de</strong>equipas internacionais;• Aproveitamento <strong>da</strong>s futuras instalações <strong>de</strong>sportivas <strong>de</strong> Alto Rendimento(p. ex: CAR – Centro <strong>de</strong> Estágio do Pocinho – Foz Côa), para estágios <strong>de</strong>equipas nacionais <strong>de</strong> outros países (<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, só no R<strong>em</strong>o, exist<strong>em</strong> cerca83


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o<strong>de</strong> 15 países que estagiam anualmente <strong>em</strong> diversos locais, s<strong>em</strong> as condiçõesi<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> treino), no período <strong>de</strong> Inverno. Forte impacto financeiro para asregiões e também para as Fe<strong>de</strong>rações, po<strong>de</strong>ndo ser a alavanca financeira necessáriapara aju<strong>da</strong>r ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s;• Protocolos com algumas câmaras municipais, sobretudo no interior do país,on<strong>de</strong> exist<strong>em</strong> planos <strong>de</strong> água excelentes para a prática do R<strong>em</strong>o e <strong>de</strong> outros<strong>de</strong>sportos náuticos, para ser<strong>em</strong> criados alguns centros <strong>de</strong> treino, sobretudopara as equipas internacionais. Esta dinâmica po<strong>de</strong> também ser impl<strong>em</strong>enta<strong>da</strong>na zona costeira, com clubes que po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>dicar -se ao R<strong>em</strong>o<strong>de</strong> Mar, ao R<strong>em</strong>o Surf e a outros <strong>de</strong>sportos náuticos.Acção NObjectivosTrabalho prévioEscolha <strong>de</strong> locais/ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s capazes <strong>de</strong> receber<strong>em</strong> equipasinternacionais <strong>de</strong> vela e outros <strong>de</strong>sportos náuticos e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>equipas a tentar atrair para <strong>Portugal</strong>.Acolher <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, equipas <strong>de</strong> atletas e respectivo staff porperíodos <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po alargado.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 27 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Lista <strong>de</strong> locais/ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s capazes <strong>de</strong> receber<strong>em</strong> equipasinternacionais.Nº <strong>de</strong> equipas internacionais a treinar <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.OBJECTIVO OPERACIONAL O: Promoção <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>Alguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Desenvolvimento <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> promoção internacional <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>enquanto <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> eleição para a prática <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Utilização <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> comunicação inovadores como é o caso <strong>da</strong> Internete respectivas re<strong>de</strong>s sociais;• Utilizar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contactos dos portugueses espalhados por todo o mundopara promover a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>;• Acções <strong>de</strong> promoção junto <strong>da</strong>s escolas que incluam activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s experimentais;84


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l• Apoiar a tentativa <strong>de</strong> bater records <strong>em</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticas <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, na medi<strong>da</strong><strong>em</strong> que o seu impacto mediático é muito forte e o investimento é baixo;• Criação <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, disponível via Internet, sobre a Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong> on<strong>de</strong>, por ex<strong>em</strong>plo, seja tipificado, <strong>de</strong> forma actualiza<strong>da</strong>, o sector,as iniciativas e informações úteis, disponibiliza<strong>da</strong>s por uma única enti<strong>da</strong><strong>de</strong>nacional, gestora <strong>de</strong>ste segmento sócio -económico;• Divulgação <strong>de</strong> roteiros, com <strong>da</strong>dos fotográficos, climatéricos, e biológicos,com acesso internacional, <strong>de</strong> programas locais, (torneios, concursos, etc.), relacionadoscom o uso <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e cruzeirismo na costa portuguesacontinental e nos Arquipélagos <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira e dos Açores;• Participação <strong>em</strong> feiras internacionais e boat shows;• Criar um guia com to<strong>da</strong> a informação relevante para o nauta;• Criar um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> reservas do local <strong>de</strong> amarração pela Internet;• Aproveitamento <strong>de</strong> estaleiros inactivos com história para criação <strong>de</strong> museusvivos <strong>de</strong> promoção <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticas;• Incentivar a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> operador turístico especializado na promoção <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>. É urgente promover a formação <strong>de</strong> operadoresturísticos que conheçam o mercado e que tenham uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contactosinternacional;• Criar canais <strong>de</strong> informação a<strong>de</strong>quados com a autori<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica <strong>da</strong> navegação<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> – Instituto Hidrográfico – tendo <strong>em</strong> vista a actualizaçãopermanente do Roteiro <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Aproveitamento <strong>da</strong>s diversas instalações dos clubes nacionais para cativarnovos praticantes para a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, b<strong>em</strong> como para a prática do lazerjunto <strong>da</strong>queles que não o quer<strong>em</strong> fazer <strong>de</strong> uma forma competitiva, servindoesta população como forma <strong>de</strong> financiamento <strong>de</strong>sses mesmos clubes;• Criar Centros - Museus, on<strong>de</strong> a par <strong>de</strong> outros aspectos ligados à água, osdiversos <strong>de</strong>sportos náuticos <strong>de</strong>veriam ser abor<strong>da</strong>dos, numa óptica <strong>de</strong> formaçãodos nossos jovens, no seu enriquecimento escolar;• Pacotes Turísticos para Velejadores do site do Turismo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>. Criarum subsite a partir do site do Turismo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> para velejadores. Estesite po<strong>de</strong>ria conter to<strong>da</strong>s as informações sobre marinas, portos, navegaçãoe a oferta <strong>de</strong> pacotes turísticos como por ex<strong>em</strong>plo os “passes”. Tambémpo<strong>de</strong>ria ser interessante que estas informações sobre marinas, sítios <strong>de</strong> interessee ofertas turísticas estivess<strong>em</strong> disponíveis <strong>em</strong> aplicações para Ipad,Iphone e plataformas Android, uma vez que estes dispositivos começam aser utilizados como plotters e como dispositivos <strong>de</strong> navegação, <strong>da</strong>ndo umaimag<strong>em</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong> (como por ex<strong>em</strong>plo uma aplicação que i<strong>de</strong>ntifiquea 300m <strong>da</strong> marina X uma igreja histórica, um monumento ou um restauranteaconselhável);• Criação <strong>de</strong> um mercado <strong>de</strong> aluguer <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio (charters).Muitos velejadores antes <strong>de</strong> trazer<strong>em</strong> a sua própria <strong>em</strong>barcação para umpaís faz<strong>em</strong> uma viag<strong>em</strong> <strong>de</strong> reconhecimento recorrendo ao charter. Em Por-85


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i otugal esta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> é marginal, impossibilitando esta prática e afastandopotenciais visitantes;• Neste contexto <strong>de</strong>verá ser também promovi<strong>da</strong> a elaboração <strong>de</strong> documentaçãoque dê a conhecer a nossa orla costeira vista do mar, como o recente«Roteiro <strong>da</strong> Costa Portuguesa», produzido pelo Instituto Hidrográfico (IH),ou ain<strong>da</strong> uma maior divulgação <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> regatas <strong>de</strong> treino ou <strong>de</strong> altacompetição, <strong>de</strong> programas/sugestões <strong>de</strong> percursos marítimos ou fluviais,<strong>de</strong> concursos <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong>sportiva, (por ex<strong>em</strong>plo com prémios mais atractivosna mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>volução ao mar com vi<strong>da</strong>, dos ex<strong>em</strong>plares capturados),canoag<strong>em</strong>, surf, windsurf, observação <strong>de</strong> animais marinhos, mergulhoamador, caça submarina, arqueologia subaquática, concursos <strong>de</strong> fotografiaalusiva ao meio marinho, etc.;• Neste mesmo enquadramento seria <strong>de</strong> potenciar a criação <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas <strong>de</strong>aprestos navais, <strong>de</strong> produtos para a pesca <strong>de</strong>sportiva, <strong>de</strong> pesca - turismo e<strong>de</strong> aluguer <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações, com ou s<strong>em</strong> tripulação, como v<strong>em</strong> sendo práticacorrente noutros estados m<strong>em</strong>bros <strong>da</strong> UE;• Incentivo à cobertura <strong>de</strong> regatas na televisão;• Revitalização <strong>da</strong>s marinas existentes como espaços <strong>de</strong> lazer (principalmenteas situa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> algumas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como por ex<strong>em</strong>plo Lisboa).Acção OObjectivosTrabalho prévioDefinição <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> promoção internacional para aNáutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, <strong>em</strong> linha com os programas <strong>de</strong>promoção turísticos.Informar e cativar os nautas internacionais para a prática <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 27 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Programa final <strong>de</strong> promoção internacional <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong><strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Nº <strong>de</strong> acções <strong>de</strong> promoção internacional <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong><strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.86


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lOBJECTIVO OPERACIONAL P: Proporcionar experiências únicas <strong>de</strong>entretenimento e lazer aos nautasAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Criação <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos e rotas náuticas <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, que dê<strong>em</strong> a conhecer aosnautas as festivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e pontos <strong>de</strong> interesse locais, potenciando assim a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> experiências lúdicas associa<strong>da</strong>s à activi<strong>da</strong><strong>de</strong> náutica.Acção PObjectivosTrabalho prévioCriação <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos e <strong>de</strong> rotas-tipo interliga<strong>da</strong>s com asfestivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, <strong>de</strong> forma a maximizar a boa experiência <strong>de</strong>lazer <strong>de</strong> nautas <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Proporcionar experiências únicas <strong>de</strong> entretenimento e lazer aosnautas.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 27 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Nº <strong>de</strong> rotas tipo cria<strong>da</strong>s.OBJECTIVO OPERACIONAL Q: Dinamização <strong>da</strong> produção industrial <strong>de</strong>produtos e serviços <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>Alguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Análise <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial portuguesa na produção <strong>de</strong> equipamentos e/ou componentes para as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s com a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Revitalização <strong>da</strong> construção/reconversão <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações clássicas segundotécnicas tradicionais;• Incentivar as <strong>em</strong>presas que trabalham <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> na construção <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações(como por ex<strong>em</strong>plo as <strong>em</strong>barcações liga<strong>da</strong>s à Canoag<strong>em</strong> e R<strong>em</strong>o);• Promoção <strong>da</strong> formação profissional na área <strong>da</strong> construção e arranjo <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações(por ex<strong>em</strong>plo no R<strong>em</strong>o exist<strong>em</strong> apenas dois especialistas nestas áreas);• Efectuar o levantamento dos espaços disponíveis para a construção/reparação<strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio;87


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lAcção Q 1ObjectivosTrabalho prévioEstudo <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial portuguesa para fornecerequipamentos ou componentes para equipamentos <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong> (p. ex. têxtil e calçado, construção naval, etc).Alavancar os benefícios do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, dinamizando a produção industrial.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 36 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Estudo final <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial portuguesa para fornecerequipamento para a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Contributo <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> no têxtil, calçado, construçãonaval, etc., <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego, volume <strong>de</strong> negócios,exportações, etc..Acção Q 2ObjectivosTrabalho prévioInventariar os skills e as técnicas artesanais <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><strong>em</strong>barcações existentes actualmente <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Revitalizar a construção e a reconversão <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações clássicassegundo técnicas tradicionais.Respon<strong>de</strong>r à procura crescente <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio comhistória, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> tipo, materiais e formas <strong>de</strong> construção.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 36 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Inventário final <strong>de</strong> técnicas artesanais <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><strong>em</strong>barcações <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Nº <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações clássicas construí<strong>da</strong>s ou reconverti<strong>da</strong>s <strong>em</strong><strong>Portugal</strong>.89


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oAcção Q 3ObjectivosTrabalho prévioInventariar os espaços disponíveis para construção <strong>de</strong><strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio.Aumentar o número <strong>de</strong> localizações para estaleiros.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 18 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Inventário final dos espaços disponíveis para construção <strong>de</strong><strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio.Nº <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcaçõesOBJECTIVO OPERACIONAL R: Desenvolver clusters ligados à indústriae ligados às comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s nautas90Alguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Levantamento dos clusters e <strong>da</strong>s áreas geográficas com maior potencial <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, que permita a <strong>de</strong>finição<strong>de</strong> uma estratégia integra<strong>da</strong> para esse sector;• Criar pós ‐graduações ou mestrados específicos para a engenharia e a arquitecturanaval, ligados à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Criar centros <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> cursos profissionais, relacionados com a Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Numa lógica <strong>de</strong> cluster, <strong>Portugal</strong> <strong>de</strong>verá também especializar ‐se no nicho queé a construção naval e o treino para a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> (oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>que ain<strong>da</strong> não está a ser <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente aproveita<strong>da</strong> a nível nacionale internacional);• Interligação do cluster <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> com o cluster <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, na medi<strong>da</strong><strong>em</strong> que esta prática melhora a recuperação <strong>de</strong> doentes;• Utilizar o cluster <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> para activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> jovenscom dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> ou outros probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> reinserção social;• Interligação do cluster <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> com o turismo resi<strong>de</strong>ncial, namedi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que as marinas e os pontos <strong>de</strong> amarração funcionam como âncoras<strong>de</strong> zonas habitacionais <strong>de</strong> 2ª habitação para populações seniores donorte <strong>da</strong> Europa;• Interligação do cluster <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> com os clusters <strong>da</strong> aviação, namedi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que muitos dos velejadores são também pilotos amadores e


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lexist<strong>em</strong> materiais e técnicas <strong>de</strong> construção que po<strong>de</strong>m ser usa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> ambasas indústrias, nomea<strong>da</strong>mente a utilização <strong>de</strong> compósitos. Também exist<strong>em</strong>sinergias com o sector dos componentes para a indústria automóvel;• Aproveitar o fluxo <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações entre o norte <strong>da</strong> Europa e o Mediterrâneo,<strong>de</strong>vido à época europeia <strong>de</strong> regatas, que começa no norte <strong>da</strong> Europa<strong>em</strong> Março e termina no Mediterrâneo <strong>em</strong> Outubro, passando por <strong>Portugal</strong>,para atrair <strong>em</strong>barcações e tripulações a parar para <strong>de</strong>scanso e reparação;• Aproveitar o excelente know ‐how dos portugueses, <strong>em</strong> técnicas <strong>de</strong> construçãonaval tradicionais;• Realizar um estudo específico sobre boat ‐manag<strong>em</strong>ent (aluguer por armadoresindividuais) <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>;• Não esquecer os mercados <strong>em</strong>ergentes como potenciais mercados <strong>de</strong> <strong>em</strong>issão<strong>de</strong> nautas com eleva<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> financeira (Brasil, Rússia, Polónia,Índia, China).Acção R 1ObjectivosTrabalho prévioInventariação dos clusters <strong>de</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> existentes <strong>em</strong><strong>Portugal</strong> e catalogação dos produtos e serviços que têm para oferecer.Definir um plano <strong>de</strong> estímulo e fortalecimento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos clusters<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> visão integra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Dentro <strong>de</strong> uma lógica <strong>de</strong> cluster, po<strong>de</strong>mos dividir a Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> duas partes: (i) parte liga<strong>da</strong> à indústria <strong>de</strong><strong>em</strong>barcações, <strong>de</strong> equipamento e <strong>de</strong> componentes e a (ii)parte liga<strong>da</strong> aos centros <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos, no fundo,comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s/tribos <strong>de</strong> prática <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticas, qu<strong>em</strong>uitas vezes estão situa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> zonas geograficamente próximas.Alavancar a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e os respectivos clusters jáexistentes.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 18 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Inventário final <strong>de</strong> clusters <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Catálogo final <strong>de</strong> produtos e serviços por cluster.91


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oAcção R 2ObjectivosTrabalho prévioInventariação <strong>da</strong>s zonas geográficas com potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s maisfavoráveis ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> (p. ex: estuáriodo Tejo, estuário do Lima, Ma<strong>de</strong>ira, Açores, Algarve, etc.), <strong>de</strong>batercom as autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais e <strong>da</strong>r priori<strong>da</strong><strong>de</strong> aos projectos <strong>em</strong> cursoligados à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> visão integra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> nacional.Maximizar o potencial <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 18 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Inventário final <strong>de</strong> zonas geográficas com potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s maisfavoráveis ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.OBJECTIVO OPERACIONAL S: Criar referências (role mo<strong>de</strong>ls portugueses)<strong>da</strong> náuticaAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Apoios e incentivos a atletas portugueses que possam constituir -se referências<strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> (incluindo to<strong>da</strong>s as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s).Acção SObjectivosTrabalho prévioApoios a atletas olímpicos portugueses (p. ex. parcerias entr<strong>em</strong>arinas e <strong>em</strong>presas e atletas portugueses <strong>de</strong> topo).Criar referências <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>,aumentando a visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> internacional e servindo <strong>de</strong> inspiraçãopara as novas gerações.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoActivi<strong>da</strong><strong>de</strong> contínua ao longo do t<strong>em</strong>po92


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosA <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Nº <strong>de</strong> parcerias entre enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s e potenciais referências <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.OBJECTIVO OPERACIONAL T: <strong>Portugal</strong> como centro <strong>de</strong> formação<strong>de</strong> excelência <strong>da</strong> EuropaAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Aposta na criação e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> náutica com reconhecimentointernacional;• Desenvolvimento <strong>da</strong> alta competição através <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> programas específicos<strong>de</strong>dicados ao aperfeiçoamento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s práticas <strong>de</strong>sportivas;• A<strong>da</strong>ptação <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações a ca<strong>da</strong> atleta;• Criação <strong>de</strong> pólo <strong>de</strong> investigação e <strong>de</strong>senvolvimento à prática <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> com infra-estruturas a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s (tanques experimentais,batedores <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> on<strong>da</strong>s, etc.), e interligado com as universi<strong>da</strong><strong>de</strong>se <strong>em</strong>presas;• Apostar na formação <strong>de</strong> engenheiros navais especializados <strong>em</strong> <strong>em</strong>barcações<strong>de</strong> recreio;• Fazer parcerias com enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s internacionais <strong>de</strong> topo <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> formaçãona Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Reconhecimento do Yachtmaster <strong>da</strong> Royal Yachting Association (RYA) como enti<strong>da</strong><strong>de</strong>certificadora <strong>de</strong> cartas náuticas. O Yachtmaster <strong>da</strong> RYA não é reconhecido<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> como carta <strong>de</strong> navegação, sendo uma certificação ministra<strong>da</strong>não só no Reino Unido como também <strong>em</strong> vários países no Norte <strong>da</strong> Europaon<strong>de</strong> estas cartas são el<strong>em</strong>ento obrigatório para por ex<strong>em</strong>plo alugar uma<strong>em</strong>barcação <strong>em</strong> regime <strong>de</strong> charter, pelo que seria uma vantag<strong>em</strong> competitiva, aRYA e as suas cartas ser<strong>em</strong> reconheci<strong>da</strong>s <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Acção TObjectivosTrabalho prévioDesenvolver escolas <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> internacional <strong>em</strong><strong>Portugal</strong>.Atrair nautas nacionais e internacionais para a aprendizag<strong>em</strong> eprática <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto <strong>de</strong> alto rendimento <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 293


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oDuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 36 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Nº <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> internacional na Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.Nº <strong>de</strong> participantes nacionais e internacionais nos cursosexistentes.OBJECTIVO OPERACIONAL U: Governance, simplificação e redução<strong>da</strong> burocraciaAlguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Centralizar competências num organismo que promova e fomente o <strong>de</strong>senvolvimentodo sector <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Uniformização <strong>da</strong> legislação europeia do sector;• Revisão do enquadramento legal <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> que permita a redução<strong>de</strong> burocracia existente e a simplificação dos processos;• Tornar mais célere o processo <strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> infra ‐estruturas;• Rever o DL 124/2004 – artigo 47º, na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que uma interdição geral<strong>de</strong> navegação a menos <strong>de</strong> 300 metros <strong>da</strong> linha <strong>de</strong> praia se torna limitadorpara a prática <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>;• Permitir a criação <strong>de</strong> zonas a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> corredores para a prática <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>, <strong>em</strong> harmonia com banhistas e outros utilizadores <strong>da</strong>s praias;• Rever o DL 21/2002, b<strong>em</strong> como as posteriores revisões pelos DL 289/2007e DL 108/2009, <strong>de</strong> forma a dinamizar e reduzir o preço <strong>de</strong> aluguer <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações<strong>de</strong> recreio, tornando as operações <strong>de</strong> vistoria prévia menos dispendiosas;• Rever o DL 124/2004, introduzindo uma razão <strong>de</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> directaentre a gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> infracção e o montante <strong>da</strong> coima;• Harmonizar o DL 124/2004 no que diz respeito às cartas <strong>de</strong> recreio e tipos<strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações;• Rever o DL 124/2004 nos artigos 12º, 15º, 19º 46º, 47º, 53º e anexo B;• A Directiva 98/18/CE do Conselho relativa às regras <strong>de</strong> segurança para osnavios <strong>de</strong> passageiros <strong>em</strong> viagens domésticas está estrutura<strong>da</strong> para naviosoceânicos <strong>de</strong> porte consi<strong>de</strong>rável e com cascos <strong>de</strong> aço ou material equivalente.Ficam <strong>em</strong> <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> armadores e construtores que, com <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong>menor porte, preten<strong>de</strong>m construí -las <strong>em</strong> ma<strong>de</strong>ira ou PRF (polímeros reforçadoscom fibras), sobretudo para navegação costeira. Diversos países europeustêm reagido, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente a França e o Reino Unido. Neste sentido,94


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a la Maritime Coastguard Agency (MCA) promulgou, logo <strong>em</strong> 1998, instruçõesque permitiam ultrapassar os inconvenientes apontados; mais recent<strong>em</strong>entet<strong>em</strong> feito publicar legislação nacional mas com a anuência <strong>da</strong> União Europeiarecorrendo ao argumento <strong>da</strong>s soluções equivalentes. Iniciativa s<strong>em</strong>elhante sesolicita ao IPTM, não parecendo tecnicamente difícil utilizar as soluções inglesaou francesa. A Directiva 2006/87/CE (no seguimento <strong>de</strong> diversas outras)estabelece as prescrições técnicas <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> navegação interior, oque é particularmente importante para <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> passageiros. As regrasconduz<strong>em</strong> a <strong>em</strong>barcações mais económicas para o armador, fomentando assimo turismo fluvial e a construção naval. Em <strong>Portugal</strong> tal não é aceite, umavez que não estão incluídos rios ou lagos portugueses no âmbito <strong>da</strong> Directiva.A inclusão na Directiva criará condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> navegaçãono rio Douro (longe <strong>de</strong> ter atingido o seu potencial), no rio Guadiana (on<strong>de</strong>até Pomarão navegavam os navios do minério <strong>de</strong> S. Domingos), no rio Tejo(estranhamente esquecido <strong>em</strong> termos turísticos) e outros.Acção UObjectivosTrabalho prévioRevisão do enquadramento legal <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>,retomando as iniciativas anteriormente lança<strong>da</strong>s.Criação <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> governance específico para a Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong> que inclua códigos <strong>de</strong> conduta.Simplificar e reduzir a burocracia.Dinamizar a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosCerca <strong>de</strong> 27 meses após <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> responsável.A <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Revisão final do enquadramento legal <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.OBJECTIVO OPERACIONAL V: Monitorização permanente do <strong>de</strong>senvolvimento<strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>Alguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> actuação:• Criação do Observatório <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> com vista à monitorizaçãopermanente do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s náuticas;95


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o• Constituição do «provedor dos nautas» – enti<strong>da</strong><strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> ouvir os nautas, centralizar as suas maiores dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e promoversugestões <strong>de</strong> acções <strong>de</strong> melhoria;• Utilizar os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informação já existentes para a produção <strong>de</strong> informaçãoagrega<strong>da</strong> relevante que permita tomar medi<strong>da</strong>s no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvera Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> (p. ex: Latitu<strong>de</strong> 32);• Inventariação e compilação <strong>de</strong> informação referente à caracterização (<strong>da</strong>oferta e <strong>da</strong> procura) dos equipamentos <strong>de</strong> apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.Acção VObjectivosTrabalho prévioCriação do observatório <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e constituição <strong>da</strong>figura do «provedor» dos nautas.Dispor <strong>de</strong> informação que permita monitorizar o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, <strong>de</strong> ummecanismo <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> feedback dos pontos a melhorar eexistência <strong>de</strong> uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> que ouça e <strong>de</strong>fen<strong>da</strong> o nauta.n/aPriori<strong>da</strong><strong>de</strong> Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1DuraçãoResponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong>ResultadosContínua e regular ao longo do t<strong>em</strong>poA <strong>de</strong>finir após discussão do plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scompetentes.Existência do observatório <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e do«provedor» dos nautas.Relatórios produzidos pelo observatório.Nº <strong>de</strong> queixas/sugestões que o provedor recebeu.964.8. Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a atribuirConforme referido anteriormente, o não aproveitamento <strong>de</strong> todo o potencial <strong>da</strong>Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> é imenso, logo to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s do plano <strong>de</strong> acçãosão importantes e urgentes. No entanto, por uma questão pragmática <strong>de</strong> início <strong>de</strong> caminha<strong>da</strong>no sentido do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, há queproce<strong>de</strong>r ao exercício pragmático <strong>de</strong> priorizar acções, propondo a seguinte divisão:Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 1 – Medi<strong>da</strong> importante, <strong>de</strong>vendo ser a primeira priori<strong>da</strong><strong>de</strong>.Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> 2 – Medi<strong>da</strong> importante, <strong>de</strong>vendo a sua execução ter início seis mesesapós as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> primeira priori<strong>da</strong><strong>de</strong>.A <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por ca<strong>da</strong> acção será efectua<strong>da</strong> após discussãodo plano <strong>de</strong> acção com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentes.


Agra<strong>de</strong>cimentos e registo <strong>de</strong>participação <strong>de</strong> agentes económicosEste trabalho não teria sido possível s<strong>em</strong> os muitos conselhos, i<strong>de</strong>ias, contributos,sugestões e críticas, para além <strong>da</strong>s palavras <strong>de</strong> incentivo, <strong>de</strong> um número muitoalargado <strong>de</strong> pessoas e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s que connosco comungaram e partilharam <strong>de</strong>steprojecto ao longo <strong>de</strong> 2010 -2011.Uma palavra <strong>de</strong> muito particular apreço pelo apoio que prestaram ao grupo<strong>de</strong> trabalho, ao Senhor General Luís Sequeira, Presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong> Administração<strong>da</strong> EPUL, ao Professor Mário Ruivo, Presi<strong>de</strong>nte do Fórum Permanentepara os Assuntos do Mar, e ao Arquitecto Naval Tony Castro que, <strong>em</strong>bora longedo nosso país, foi um importante factor <strong>de</strong> incentivo ao trabalho agora realizado.Finalmente, uma palavra <strong>de</strong> especial reconhecimento ao Eng. Vilar Filipe, Director<strong>da</strong> Marina do Parque <strong>da</strong>s Nações, pela sua valiosa contribuição.São eles (por or<strong>de</strong>m alfabética):Afonso Domingues (Velejador Olímpico e Skipper profissional), Ana Men<strong>de</strong>sGodinho (Turismo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> ‐ Administradora), André Bettencourt Correia (Comodoro<strong>da</strong> ANL), Alexandre Fonseca (Oficial <strong>da</strong> Marinha <strong>de</strong> Guerra Portuguesae Editor <strong>da</strong> Revista <strong>de</strong> Marinha), António Fonseca Ferreira (Presi<strong>de</strong>nte do Conselho<strong>de</strong> Administração <strong>da</strong> Arco Ribeirinho Sul), António Rascão Marques (Fe<strong>de</strong>raçãoPortuguesa <strong>de</strong> R<strong>em</strong>o), Álvaro Marinho (Velejador Olímpico), Bernardo Queirós(Terra Incógnita), Bernardo Pinto Gonçalves (CEO <strong>da</strong> Organização Local <strong>da</strong>Taça América), Daniel Esaguy (Antigo Administrador <strong>da</strong> APL), Duarte Marques(Deputado), Eduardo Santos (Oficial <strong>da</strong> Marinha Mercante), Fernando Domingues(Director <strong>da</strong> Marina <strong>de</strong> Oeiras), Fernando Carvalho Rodrigues (Investigador e Directordo Programa <strong>de</strong> Ciência <strong>da</strong> NATO), Fernando Gamboa (Engenheiro Naval– Tony Castro Design), Fernando Sousa Marques (Eng. Mecânico), FranciscoLobato (Velejador Solitário), Francisco Machado dos Santos (Gurit), João Confraria(Professor Universitário), Joana Pratas (Antiga velejadora olímpica), José Alves(CEO <strong>da</strong> PWC), José Cardoso Menezes (Professor Universitário – IST), José Leandro(Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> Vela), João Zamith (Intercéltica), LucíliaLuís (Eng.ª <strong>de</strong> Obras Marítimas), Mário Figueiredo (Arsenal do Alfeite), MárioGonzaga Ribeiro (Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> Motonáutica) Manuel97


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oFrasquilho (Antigo Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> APL), Martinho Fortunato (Director <strong>da</strong> Marina<strong>de</strong> Lagos), Miguel Subtil (Proprietário do Cote d’Or II), Miguel Arrobas (Antigona<strong>da</strong>dor olímpico e Jurista), Nuno Barreto (Me<strong>da</strong>lha <strong>de</strong> bronze J. O. Atlanta96, Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Comissão dos Atletas Olímpicos), Nuno Gonçalves Henriques(ANL), Nysse Arru<strong>da</strong> (Jornalista <strong>de</strong> Vela), Oscar Sitches (Consultor <strong>de</strong> Marinas),Pedro Ressano Garcia (Arquitecto), Poças Esteves (Administrador <strong>da</strong> SAER), RaulMoreira (Marítima), Raul Ressano Garcia (Docente <strong>da</strong> Escola Superior <strong>de</strong> Hotelariae Turismo do Estoril), Rui Bóia (Engº Civil), Rui Costa (Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa<strong>de</strong> Vela), Rui Silva (Associação Nacional <strong>de</strong> Cruzeiros – ANC), Rui Silva Pinto(Director <strong>da</strong> Marina <strong>de</strong> Cascais), Sérgio Guerreiro (Turismo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>), TiagoLousa<strong>da</strong> (Consultor), Tiago Marcelino (Director <strong>da</strong> Marina <strong>de</strong> Tróia), Tony Castro(Arq. Naval – Tony Castro Design), Vasco Maci<strong>de</strong> (Director <strong>da</strong> Revista Navegar),Ventura <strong>de</strong> Sousa (Eng. Naval, Secretário Geral <strong>da</strong> AIN), Villar Filipe (Director <strong>da</strong>Marina do Parque <strong>da</strong>s Nações).A todos o nosso agra<strong>de</strong>cimento.Lisboa, 20 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2011Eduardo <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> Faria – Coor<strong>de</strong>nador98


Referências Bibliográficas:• Adriatic Croatia International Club (2011) – ACI Brochure 2011. Opatija:Adriatic Croatia International Club, 60 p.• APDL – Administração dos Portos do Douro e Leixões (2004) – PlanoEstratégico <strong>de</strong> Desenvolvimento do Porto <strong>de</strong> Leixões. Leça <strong>da</strong> Palmeira:Administração dos Portos do Douro e Leixões, S.A. 103 p.• APL – Administração do Porto <strong>de</strong> Lisboa (2007) – Plano Estratégico <strong>de</strong>Desenvolvimento do Porto <strong>de</strong> Lisboa – Relatório Síntese. Lisboa: Administraçãodo Porto <strong>de</strong> Lisboa, S.A. 144 p.• APL – Administração do Porto <strong>de</strong> Lisboa (2010) – Plano Integrado <strong>da</strong> Re<strong>de</strong><strong>de</strong> Infra -estruturas <strong>de</strong> Apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> no Estuário do Tejo – Relatório<strong>de</strong> Caracterização e Diagnóstico. Lisboa: Administração do Porto <strong>de</strong>Lisboa, S.A. 240 p.• Asociácion Española <strong>de</strong> Estaciones Nauticas (2011) - www.estacionesnauticas.info(Consultado <strong>em</strong> Março <strong>de</strong> 2011).• CATARINO, J. (2011) – «Turismo, Lazer e Desportos Náuticos», in S<strong>em</strong>inárioMunicípios e o Mar. Lisboa: Fórum <strong>Empresarial</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> do Mar.• CCDRA – Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional doAlentejo (2010) – Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Território do Alentejo.Évora: Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional doAlentejo. 145 p.• CCDRAL – Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional doAlgarve (2007) – Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Território do Algarve– Volume I. Faro: Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regionaldo Algarve. 231 p.• CCDRAL – Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional doAlgarve (2010) – Programa Operacional Regional do Algarve Relatório <strong>de</strong>Execução 2009. Faro: Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regionaldo Algarve. 174 p.• CCDRC – Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional doCentro (2007) – Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Território do Centro.Diagnóstico – Volume I. Coimbra: Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e DesenvolvimentoRegional do Centro. 212 p.99


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o• CCDRLVT – Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional <strong>de</strong>Lisboa e Vale do Tejo (2009a) – Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Territóriodo Oeste e Vale do Tejo. Lisboa: Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e DesenvolvimentoRegional <strong>de</strong> Lisboa e Vale do Tejo. 222 p.• CCDRLVT – Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional <strong>de</strong>Lisboa e Vale do Tejo (2009b) – Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Território<strong>da</strong> Área Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa. Diagnóstico Sectorial: Turismo eLazer. Lisboa: Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional <strong>de</strong>Lisboa e Vale do Tejo. 189 p.• CCDRN – Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional doNorte (2009) – Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Território do Norte.Proposta <strong>de</strong> Plano. Porto: Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e DesenvolvimentoRegional do Norte. 246 p.• Conselho <strong>de</strong> Ministros (2004). Relatório <strong>da</strong> Comissão Estratégica dos Oceanos.• Conselho <strong>de</strong> Ministros, 2006. Estratégia Nacional para o Mar. Lisboa: Ministério<strong>da</strong> Defesa Nacional – Estrutura <strong>de</strong> Missão para os Assuntos do Mar.• FAVRO, S., SAGANIĆ, I., GRŽETIĆ, Z. (2008) – «Spatial and environmentalfeatures on the Croatian Adriatic archipelago as a significant nautical<strong>de</strong>stination», in Proceedings of the International Conference Studying,Mo<strong>de</strong>ling and Sense Making of Planet Earth. Mytilene – Lesvos: Departmentof Geography – University of the Aegean. 8 p.• FERNANDES, André, FIGUEIRA DE SOUSA, João, 2008. Parcerias eLógicas <strong>de</strong> Cooperação nos Processos <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong>. II S<strong>em</strong>inário Internacional <strong>de</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e DesenvolvimentoLocal (Seixal, <strong>Portugal</strong>).• FONSECA FERREIRA, António (Coord.), 2007. Lisboa 2020: Uma Estratégia<strong>de</strong> Lisboa para a Região <strong>de</strong> Lisboa. Lisboa: Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>naçãoe Desenvolvimento <strong>da</strong> Região <strong>de</strong> Lisboa e Vale do Tejo.• Government of the Republic of Croatia (2006) – Strategic DevelopmentFramework for 2006 ‐2013. s.l.: Central Office for Development – Strategyand Coordination of EU funds, 82 p.• INAG – Instituto <strong>da</strong> Água, 2009. Estratégia Nacional para a Gestão Integra<strong>da</strong><strong>da</strong> Zona Costeira. Lisboa, Instituto <strong>da</strong> Água, IP.• Instituto <strong>de</strong> Turismo <strong>de</strong> España (2006) – Plan <strong>de</strong> Objectivos <strong>de</strong> PromociónExterior <strong>de</strong>l Turismo – Resultados 2005. Madrid: Instituto <strong>de</strong> Turismo<strong>de</strong> España. 123 p.• IVIE – Instituto Valenciano <strong>de</strong> Investigaciones Económicas (2007) - EconomicImpact of the 32nd America´s Cup Valencia 2007. Valência. 116 p.• MAOT ‐ Ministério do Ambiente e do Or<strong>de</strong>namento do Território (2010a):Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Espaço Marítimo – Relatório <strong>de</strong> Diagnósticoe Fun<strong>da</strong>mentação Técnica <strong>da</strong> Proposta <strong>de</strong> POEM, Estudos <strong>de</strong> Caracterização.Lisboa.100


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l• MAOT ‐ Ministério do Ambiente e do Or<strong>de</strong>namento do Território (2010b):Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Espaço Marítimo – Relatório <strong>de</strong> Diagnóstico eFun<strong>da</strong>mentação Técnica <strong>da</strong> Proposta <strong>de</strong> POEM, Quadro Estratégico. Lisboa• MAOTDR – Ministério do Ambiente, do Or<strong>de</strong>namento do Teritório e doDesenvolvimento Regional (2007). Bases para a Estratégia <strong>de</strong> Gestão Integra<strong>da</strong><strong>da</strong> Zona Costeira Nacional.• MAOTDR – Ministério do Ambiente, do Or<strong>de</strong>namento do Território e doDesenvolvimento Regional, 2007. Programa Nacional <strong>da</strong> Política <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namentodo Território. Lisboa: Ministério do Ambiente, do Or<strong>de</strong>namentodo Território e do Desenvolvimento Regional.• MEI – Ministério <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> e <strong>da</strong> Inovação (2007) – Plano EstratégicoNacional do Turismo. Para o <strong>de</strong>senvolvimento do turismo <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>,Turismo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>, IP, Lisboa. 137 p.• MEI – Ministério <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> e <strong>da</strong> Inovação (2009) – A Náutica Desportivae <strong>de</strong> Lazer – Rotas <strong>de</strong> Afirmação. O Turismo Náutico e o PENT. Lisboa:Turismo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>, I.P.• MITC – Ministerio <strong>de</strong> Industria, Turismo y Comercio (2008) – Plan OperativoTurespaña 2008. Madrid: Ministerio <strong>de</strong> Industria, Turismo y Comercio. 50 p.• MITC – Ministerio <strong>de</strong> Industria, Turismo y Comercio (2008) – Turismo2020 – Plan <strong>de</strong>l Turismo Español Horizonte 2020 – Documento Ejecutivo.Madrid: Ministerio <strong>de</strong> Industria, Turismo y Comercio. 65 p.• MOPTC – Ministério <strong>da</strong>s Obras Públicas, Transportes e Comunicações(2006) ‐ Orientações Estratégicas para o Sector Marítimo ‐Portuário. Versãopara Consulta. Lisboa: Ministério <strong>da</strong>s Obras Públicas, Transportes eComunicações.• MSTI – Ministry of the Sea, Transport and Infrastructure; MT – Ministryof Tourism (2008) – Nautical Tourism Development Strategy of The Republicof Croatia 2009 -2019. Zagreb: Ministry of the Sea, Transport andInfrastructure; Ministry of Tourism. 48 p.• MT – Ministry of Tourism (2003) – Croatian Tourism Development by2010. Final Version. Zagreb: Ministry of Tourism.• Observatório do QREN (2008) – Programa Operacional Regional do Norte2007 ‐2013. Lisboa: Observatório do QREN.• RODRÍGUEZ, B. (2004) – «El Desarrolo <strong>de</strong>l Turismo Náutico <strong>em</strong> Galicia».In Cua<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Turismo. Múrcia: Universi<strong>da</strong>d <strong>de</strong> Murcia. 13 (2004).pp. 145 -163.• SAER, 2009. O Hypercluster <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> do Mar. Um domínio estratégicopara o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> Portuguesa, Lisboa: SAER.• SEQUEIRA, M. (2010) – Panorâmica <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>. InIV S<strong>em</strong>inário Internacional <strong>de</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e Desenvolvimento Local.Seixal: Câmara Municipal do Seixal e Instituto <strong>de</strong> Dinâmica do Espaço. 22 p.• THR, 2006. 10 produtos estratégicos para o <strong>de</strong>senvolvimento do turismo<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>: Turismo Náutico. Lisboa: Turismo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>, IP.101


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o• Turismo <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> (2006) – 10 Produtos Estratégicos para o Desenvolvimentodo Turismo <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>: Turismo Náutico. Lisboa: Turismo <strong>de</strong><strong>Portugal</strong>, I.P. 62 p.• UCINA – Unione Nazionale Cantieri Industrie Nautiche ed Affini (2010)‐ La Nautica in Cifre – Analisi <strong>de</strong>l mercato per l´anno 2009. Génova. 162 p.• URAN, M.; GRAĈAN, D. (2005) – «The Role of Nautical Tourism in theProcess of Creating a Croatian Competitive Product». In Proceedings of the6th Conference of the Faculty of Manag<strong>em</strong>ent Koper. s.l.: Faculty of Manag<strong>em</strong>entKoper. 9 p.• Xunta <strong>de</strong> Galicia; Portos <strong>de</strong> Galicia (2008) – Plan Director <strong>de</strong>s InstalaciónsNáutico Desportivas. Galicia: Xunta <strong>de</strong> Galicia; Portos <strong>de</strong> Galicia.469 p.• PwC, LEME – Barómetro PwC <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> do Mar (2010). Porto. 66 p.• INTERCÉLTICA PORTUGAL, A Náutica como factor <strong>de</strong> Desenvolvimento<strong>da</strong> Região Norte (2008). 70 p.Fontes Estatísticas• Direcção -geral <strong>da</strong> Autori<strong>da</strong><strong>de</strong> Marítima, 2011. Embarcações <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>– 2010.• IPTM – Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, 2011. Portal doMar – Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>.• Marina <strong>de</strong> Cascais (2011), www.marina -cascais.com (Consultado <strong>em</strong> Agosto<strong>de</strong> 2011)• Marina <strong>de</strong> Lagos (2011), www.marlagos.pt (Consultado <strong>em</strong> Agosto <strong>de</strong> 2011)• Marina <strong>de</strong> Vilamoura (2011), www.marina<strong>de</strong>vilamoura.com (Consultado<strong>em</strong> Agosto <strong>de</strong> 2011)• Marina do Parque <strong>da</strong>s Nações (2011), www.marinaparque<strong>da</strong>snacoes.pt (Consultado<strong>em</strong> Agosto <strong>de</strong> 2011)Legislação Consulta<strong>da</strong>• Decreto -lei n.º 48/98, <strong>de</strong> 11 Agosto• Decreto -lei n.º 168/2005, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro• Decreto -lei n.º 58/2007, <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro• Decreto -lei n.º 248 -a/2008, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>broLegislação <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>• Decreto-Lei 143/78, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> Junho (Aprova o Regulamento do ImpostoMunicipal sobre Veículos)• Portaria nº 1164/95, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro (valor <strong>da</strong>s taxas <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s peloserviço previsto no Regulamento do Serviço Radioeléctrico <strong>da</strong>s Embarcações)• Decreto-Lei nº 329/95, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro (Regulamento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong><strong>Recreio</strong>)102


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a l• Portaria nº 427/96, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> Agosto (Aprova o equipamento, meios <strong>de</strong> salvaçãoe segurança, aparelhos, etc.)• Portaria nº 730/96, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro (Aprova o mo<strong>de</strong>lo do livrete <strong>de</strong> trânsitopara as <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio estrangeiras que entr<strong>em</strong> <strong>em</strong> portos nacionais).• Portaria nº 733/96, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro (Fixa os requisitos <strong>de</strong> segurançarelativos à construção, modificação e classificação <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio(ER) e <strong>de</strong>fine as respectivas características principais)• Portaria nº 753/96, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro (Programa <strong>da</strong>s matérias dos cursose exames, enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s formadoras e <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> cartas)• Decreto-Lei nº 12/97, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> Janeiro (Taxa <strong>de</strong> farolag<strong>em</strong> e balizag<strong>em</strong>)• Decreto-Lei nº 51/97, <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Março (Regime <strong>de</strong> aprovação <strong>da</strong>s agulhasmagnéticas e <strong>em</strong>issão dos certificados)• Decreto-Lei nº 96/97, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Abril (Relativa à auto-construção)• Portaria nº 200/97, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Abril (Regulamenta o processo <strong>de</strong> atribuição<strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> navegador <strong>de</strong> recreio, com dispensa <strong>de</strong> exame)• Portaria nº 276/97, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Abril (Colocação no mercado e entra<strong>da</strong> <strong>em</strong>serviço <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio)• Portaria nº 551/97, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Julho (Fixa as regras técnicas do Registo TécnicoCentral <strong>de</strong> Embarcações <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> (RETECER))• Decreto-Lei Regional nº 11/98/A, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> Julho (Áreas <strong>de</strong> navegação paradiversas categorias <strong>de</strong> navegador <strong>de</strong> recreio na Região Autónoma dos Açores)• Decreto-Lei nº 190/98, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> Julho (Aprova o Regulamento do ServiçoRadioeléctrico <strong>da</strong>s Embarcações)• Portaria nº 783/98, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro (Aprova o Regulamento <strong>da</strong> Navegação<strong>em</strong> Albufeiras)• Portaria nº 905/98, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> Outubro (Aprova as taxas a aplicar pelos serviçosprestados às <strong>em</strong>barcações)• Decreto-Lei nº 478/99, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro (Aprova o processo <strong>de</strong> formaçãoe avaliação dos navegadores <strong>de</strong> recreio, a <strong>em</strong>issão <strong>da</strong>s respectivas cartas,b<strong>em</strong> como a cre<strong>de</strong>nciação e fiscalização <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s formadoras).• Portaria nº 1013/99, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro (Fixa os requisitos <strong>de</strong> segurançarelativos à construção, à modificação e à classificação <strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong>recreio (ER)).• Decreto-Lei nº 567/99, <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro (Altera o Decreto-Lei 329/95,que aprovou o Regulamento <strong>da</strong> Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>).• Portaria nº 288/2000, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Maio (Estabelece os programas, critérios<strong>de</strong> avaliação e a duração mínima dos cursos para obtenção <strong>da</strong>s cartas <strong>de</strong>navegador <strong>de</strong> recreio).• Decreto-Lei nº 273/2000, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro (Aprova o novo Regulamentodo Sist<strong>em</strong>a Tarifário dos Portos do Continente).• Portaria nº 689/2001, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> Julho (Estabelece as regras na celebraçãodos contratos <strong>de</strong> seguro <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> civil por <strong>da</strong>nos causados a terceiros,na utilização <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio)103


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o• Portaria nº 630/2002, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> Junho (Define os planos nacionais <strong>de</strong> frequênciaspara o serviço móvel marítimo e serviço móvel marítimo por satélite)• Portaria nº 1464/2002, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro (Aprova o equipamento <strong>de</strong> segurança<strong>da</strong>s <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> recreio e revoga a portaria 427/96)• Portaria nº 1491/2002, <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro (Estabelece os requisitos <strong>de</strong> segurançarelativos à construção, modificação e classificação <strong>da</strong>s ER. Revogaas portarias 733/96 e 1013/99)• Declaração <strong>de</strong> Rectificação 26-D/2002 <strong>da</strong> portaria 630/2002, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Julho(Corrige alguns erros nas frequências).• Portaria 494/2002, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> Abril , (Actualização <strong>da</strong> Taxa <strong>de</strong> Farolag<strong>em</strong> eBalizag<strong>em</strong>)• Decreto-Lei nº 124/2004, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Maio (Aprova o Regulamento <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>).• Portaria nº 127/2006, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> Fevereiro (Aprova o Regulamento <strong>da</strong> Navegação<strong>em</strong> Albufeiras).104


ANEXOS1. T<strong>em</strong>as críticos para a sinergia Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> ‐Reconversão e qualificação urbana1.1. Frentes <strong>de</strong> passeios longitudinaisSituaçãoAs frentes <strong>de</strong> percurso marginal constitu<strong>em</strong> -se como oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para reforçarou estabelecer <strong>de</strong> raiz coesão, inter<strong>de</strong>pendência e práticas <strong>de</strong> cooperação, entre aglomeradosurbanos ou entre zonas <strong>de</strong> um mesmo aglomerado <strong>de</strong> média ou gran<strong>de</strong> escala.A sua singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> assenta no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> vistas excepcional que o contrapontoorla costeira/plano <strong>de</strong> água permite. A atracção que exerc<strong>em</strong> está associa<strong>da</strong> a activi<strong>da</strong><strong>de</strong>se períodos <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong>ste modo se distinguindo do sist<strong>em</strong>a viário e dostroços <strong>da</strong> malha urbana que asseguram — no seu interior — meras conexões funcionaisinter -aglomerados ou intra -urbanas, nos aglomerados <strong>de</strong> maior dimensão.A maior ou menor variação que o perfil litoral apresenta não é um recurso explorávelinfinitamente pelo utilizador terrestre comum: os percursos a pé ou <strong>de</strong> bicicletapressupõ<strong>em</strong> uma predisposição para <strong>em</strong>preen<strong>de</strong>r um trajecto finito. A extensãorazoável variará <strong>de</strong> acordo com múltiplos factores: i<strong>da</strong><strong>de</strong>, disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> t<strong>em</strong>po, meio <strong>de</strong> locomoção, perfil do agregado familiar, etc.PropostaConstituição <strong>de</strong> um cordão <strong>de</strong> troços <strong>de</strong> passeio ribeirinho ou marítimo cujacontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> física seja tão dilata<strong>da</strong> quanto possível. Este vislumbre <strong>de</strong> escala metropolitana,concelhia ou mesmo intermunicipal, assume que o investimento quea suporta está subordinado a objectivos <strong>de</strong> coesão territorial, <strong>de</strong> dinamização <strong>da</strong>sactivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s económicas e <strong>da</strong>s populações que as asseguram.• Estes trechos serão balizados por entroncamentos <strong>em</strong> percursos transversais<strong>de</strong> conexão às áreas urbanas centrais dos aglomerados ou <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> vizinhança principais, distando entre si não mais que 1000 a 1500 metros.105


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oFigura 30 - Inter-relação frentes urbanas ribeirinhas/lugares interiores.• Possuirão zonas ver<strong>de</strong>s ou <strong>de</strong> estadia que valorizarão e estabilizarão eventuaisvalores naturais e paisagísticos.• Implantar -se -ão <strong>de</strong> forma acessível relativamente a núcleos <strong>de</strong> equipamentos<strong>de</strong> utilização colectiva ou <strong>de</strong> serviços públicos, privados, ou <strong>de</strong> parceriapúblico-priva<strong>da</strong>.• Interligarão uma re<strong>de</strong> marginal <strong>de</strong> infra -estruturas <strong>de</strong> apoio à Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong>– existentes, a valorizar, ampliar, ou a criar <strong>de</strong> raiz, procurando soluções<strong>de</strong> arquitectura <strong>de</strong> exteriores e paisagismo que compatibiliz<strong>em</strong> as necessáriasrestrições <strong>de</strong> acesso com a normal fruição e apropriação dos percursos e espaçospúblicos. A coabitação física <strong>da</strong>s diferentes or<strong>de</strong>ns funcionais é entendi<strong>da</strong>como factor <strong>de</strong> valorização cénica e socioeconómica recíproca.Figura 31 - Coexistência projectualmente integra<strong>da</strong> <strong>de</strong> usos compl<strong>em</strong>entares no espaço públicoribeirinho.106• A ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> algumas obras recent<strong>em</strong>ente concluí<strong>da</strong>s, o traçado <strong>de</strong>stes novostrechos <strong>de</strong> passeio ribeirinho ou litoral <strong>de</strong>ve – além <strong>da</strong> valorização paisagística– assegurar simultaneamente o acesso e fruição a locais anteriormenterecônditos e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>dos e a sua <strong>de</strong>fesa e consoli<strong>da</strong>ção geotécnica.1.2. Percursos transversaisSituaçãoA função estrutural <strong>de</strong>stes percursos é estabelecer a indispensável articulaçãoe continui<strong>da</strong><strong>de</strong> do sist<strong>em</strong>a urbano e <strong>da</strong> sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços e caminhos públicos


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lcom as frentes <strong>de</strong> água. O objectivo estratégico geral <strong>de</strong> fomentar as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>seconómicas directa e indirectamente associa<strong>da</strong>s à economia <strong>da</strong> náutica recreativasó ganhará sentido se tiver repercussão territorial no interior do tecido urbano enas funções económicas que se <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> no seu miolo.Em quadros razoavelmente diversificados constata ‐se que, ou por razões liga<strong>da</strong>sà base económica dos lugares ou por motivos fisiográficos que dissuadiram aconexão e integração <strong>de</strong>stas frentes na malha urbana e na sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> percursos, asua apropriação pelos aglomerados é genericamente quase nula.Figura 32 - Uma visão para a regeneração <strong>de</strong> uma frente ribeirinha.PropostaA consi<strong>de</strong>rável varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> situações impe<strong>de</strong> a formulação <strong>de</strong> receituários rígidose tipificados. É to<strong>da</strong>via possível elencar um conjunto <strong>de</strong> princípios <strong>de</strong> actuaçãoque <strong>de</strong>verão ser postos <strong>em</strong> prática sob orientação geral e tutela política e administrativapúblicas, <strong>em</strong> parceria com todos os actores que se constituam comopromotores interessados <strong>em</strong> obter um retorno mensurável para a participação ecomprometimento nas operações e planos que venham a materializar o objectivo<strong>de</strong> criar ou revitalizar estas conexões.• Reorientação <strong>da</strong>s disposições e <strong>da</strong> programação dos instrumentos <strong>de</strong> gestãoterritorial municipal ( e intermunicipal ) no sentido <strong>de</strong> priorizar o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> área – plano – a concretizar sob a forma <strong>de</strong>: a) Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Execuçãopara projecto <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> loteamento, com execução, não r<strong>em</strong>ível <strong>em</strong>compensações, <strong>de</strong> contraparti<strong>da</strong>s sob a forma <strong>de</strong> cedências <strong>de</strong> espaço público eequipamentos a programar pela Administração Pública; b) Planos <strong>de</strong> Pormenor;ou c) Planos <strong>de</strong> Urbanização, caso a escala do aglomerado, do corredor e <strong>da</strong>sre<strong>de</strong>s e infra ‐estruturas existentes ou programa<strong>da</strong>s assim o justifique.107


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i o• Definição clara, após realização <strong>de</strong> concursos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, públicos ou porconvite a profissionais com estatuto curricular excepcional, <strong>de</strong> referênciase mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho urbano e <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m arquitectónica que confiram aimprescindível i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> aos lugares objecto <strong>de</strong> intervençãourbanística. A diferenciação e i<strong>de</strong>ntificação do produto imobiliário resultante<strong>de</strong>ve produzir a necessária alavancag<strong>em</strong> financeira para justificar aanálise custo-benefício global – quer do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> AdministraçãoPública e <strong>da</strong> promoção do «lado terra» como do conjunto <strong>de</strong> parceiros queco ‐financiarão as obras <strong>da</strong> infra ‐estrutura portuária a localizar preferencialmenteno ponto no<strong>da</strong>l <strong>de</strong> encontro dos dois tipos <strong>de</strong> percurso.• Valorização e inclusão dos troços finais <strong>da</strong>s ribeiras e cursos <strong>de</strong> água <strong>em</strong>corredores ecológicos urbanos, integrados <strong>em</strong> parques e jardins públicosadjacentes ou estruturantes dos percursos transversais (p. ex. Marina <strong>da</strong>Cruz Quebra<strong>da</strong> ‐ Jamor).1.3. Reconversão urbanaSituaçãoGenericamente caracterizado na introdução, o quadro urbano resultante <strong>da</strong>obso lescência funcional – e frequent<strong>em</strong>ente física – dos edifícios, <strong>da</strong>s malhas urbanase infra -estruturas que foram suporte <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s económicas ribeirinhas<strong>em</strong> <strong>de</strong>clínio, t<strong>em</strong> vindo a constituir uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano(supera<strong>da</strong> a fase <strong>em</strong> que se associava a «áreas ‐ probl<strong>em</strong>a»), encara<strong>da</strong> numaperspecti va multifuncional, aberta à integração <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>em</strong>presariais renova<strong>da</strong>sou <strong>em</strong>ergentes, directa ou indirectamente associa<strong>da</strong>s às vertentes recreativase turísticas <strong>da</strong> economia do mar.A tipologia <strong>de</strong> situações é extensa e, uma vez mais, seria pouco avisado preconizarestratégias ou princípios <strong>de</strong> actuação generalizadores. Distingu<strong>em</strong> ‐se, contudo,três ou quatro grupos: a) frentes litorais <strong>em</strong> aglomerados costeiros com estruturasportuárias ou <strong>de</strong> acostag<strong>em</strong> muito incipientes; b) aglomerados <strong>de</strong> maior dimensãoe nível superior na re<strong>de</strong> urbana, implantados <strong>em</strong> pontos <strong>da</strong> costa com condiçõesfisiográficas excepcionais, <strong>de</strong>terminantes para a fixação ancestral <strong>de</strong> população e<strong>de</strong> estruturas portuárias <strong>de</strong> maior dimensão; c) aglomerados <strong>de</strong> dimensão e nívelhierárquico s<strong>em</strong>elhante a b); mas implantados <strong>em</strong> zonas estuarinas com condiçõesnaturais para o fun<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações <strong>de</strong> média e gran<strong>de</strong> dimensão,caracterizando -se por um maior entrosamento na economia e nas re<strong>de</strong>s terrestres<strong>da</strong> região <strong>em</strong> que se inser<strong>em</strong>; d) aglomerados ribeirinhos interiores, situados nostroços médios e superiores dos cursos <strong>de</strong> água navegáveis.Desta segmentação <strong>de</strong>corr<strong>em</strong> factores <strong>de</strong> diferenciação <strong>da</strong> extensão, natureza,ocupação e obsolescência, mais ou menos vinca<strong>da</strong>mente funcional ou apenas física,<strong>de</strong> um uso dominante que é viável manter, actuando essencialmente na reabilitaçãoe renovando pontualmente.108


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lPropostaComo áreas urbanas <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, é necessário i<strong>de</strong>ntificar os factores que seconstitu<strong>em</strong> como el<strong>em</strong>entos i<strong>de</strong>ntitários e valores patrimoniais, isto é, como factores‐‐chave para acrescentar<strong>em</strong> valor aos cenários <strong>de</strong> ocupação renova<strong>da</strong>, ou, pelo contrário,constituíram obstáculos à continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s funcionais com o restantesist<strong>em</strong>a urbano. Sublinhamos que este princípio tanto é válido para um aglomeradocomo Leixões (enquadrável no tipo a) como para Constância (enquadrável <strong>em</strong> d).• Flexibilização e reclassificação tão sist<strong>em</strong>ática quanto possível dos Instrumentos<strong>de</strong> Gestão Territorial, respectivamente municipais, regionais e <strong>de</strong>natureza especial que vinculam estas áreas – b<strong>em</strong> assim como os planos especiais– criando instrumentos e disposições regulamentares que foment<strong>em</strong>o investimento e a programação <strong>de</strong> operações urbanísticas articula<strong>da</strong>s coma programação <strong>de</strong> investimento público (e <strong>em</strong> parceria), directo ou <strong>em</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> Reabilitação Urbana, por ex<strong>em</strong>plo, garante <strong>da</strong> impl<strong>em</strong>entaçãocoor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> com os <strong>em</strong>preendimentos, <strong>de</strong> equipamentos e re<strong>de</strong>s estruturantespara a escala do(s) aglomerado(s) consi<strong>de</strong>rado(s).• Articulação regulamentar, traduzi<strong>da</strong> no <strong>de</strong>senho e traçado <strong>da</strong>s soluções <strong>de</strong>projecto, <strong>da</strong>s disposições relativas à ocupação <strong>da</strong>s áreas reconverti<strong>da</strong>s e suautilização, assegurando a manutenção, consoli<strong>da</strong>ção, protecção e valorização<strong>da</strong>s áreas naturais ou paisagisticamente singulares adjacentes ou integra<strong>da</strong>sno perímetro <strong>da</strong>s áreas - plano.Figura 33 - Ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> caminho pedonal <strong>em</strong> zona ribeirinha natural.1.4. EquipamentosSituaçãoA vivência <strong>da</strong>s frentes costeiras ou ribeirinhas está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> existência <strong>de</strong>el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> atracção <strong>de</strong> visitantes. Entre estes, avultam os equipamentos <strong>de</strong> utilizaçãocolectiva, públicos ou privados.109


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i oO local <strong>de</strong> implantação, a arquitectura dos edifícios e o enquadramento paisagísticoe urbano adquir<strong>em</strong> neste jogo uma importância vital. O primeiro <strong>de</strong>veser criteriosamente <strong>de</strong>finido, <strong>de</strong> modo a constituir um ponto focal alcançável adistâncias facilmente percorríveis a pé — 10 a 15 minutos. Os restantes são ofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> imag<strong>em</strong> do lugar e afirmam ‐se como referência no mapa mentaldo visitante. Estes equipamentos <strong>de</strong>verão oferecer serviços directa ou indirectamenterelacionados com a Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> e com perfil <strong>da</strong> procura associa<strong>da</strong>aos seus praticantes.A Náutica <strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> contribui para a diversificação e incr<strong>em</strong>ento <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>sturísticas pelo menos <strong>em</strong> dois aspectos:– Contribui para a redução <strong>da</strong> sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> que t<strong>em</strong> caracterizado a oferta turística<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>; tal como os circuitos <strong>de</strong> golfe, as marinas, portos e docas <strong>de</strong> recreio mantêmuma importante activi<strong>da</strong><strong>de</strong> durante todo o Inverno – o que <strong>em</strong> regiões como oAlgarve ou a Ma<strong>de</strong>ira é essencial.Figura 34 - Edifício <strong>de</strong> restauração e apoio <strong>em</strong> frente <strong>de</strong> passeio marginal.– Esta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> atrair para <strong>Portugal</strong> turistas provenientes <strong>de</strong> diversospaíses que normalmente não optam pelo produto «sol e praia». É o caso <strong>de</strong> visitantesprovenientes <strong>da</strong> Argentina, Japão, França, Itália, entre outros, que constamdos registos <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> nas marinas e portos nacionais. Deste modo se diversificaa oferta <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> produto turístico, como igualmente se reduz a sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> procura e se ampliam os mercados. Esta última condição é fun<strong>da</strong>mental parase evitar a excessiva <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> mercados restritos ou <strong>de</strong>masiado localizados,com todos os riscos inerentes.110PropostaLocalização <strong>de</strong> Equipamentos – edifícios ou recintos – na vizinhança ou adjacência<strong>de</strong> pontos no<strong>da</strong>is <strong>da</strong> malha urbana imediatamente ligados às frentes ribeirinhase às infra -estruturas portuárias <strong>de</strong> recreio.


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lFigura 35 - Localização estratégica <strong>de</strong> edifícios e equipamentos <strong>de</strong> apoio aos espaços <strong>de</strong> lazerpúblicos.Constituição <strong>de</strong> parcerias para a exploração <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>sportivas, clínico- terapêuticas e <strong>de</strong> wellness que compl<strong>em</strong>ent<strong>em</strong> utilizações com uma procura <strong>em</strong>inent<strong>em</strong>entelocal, garantindo simultaneamente a rentabilização do investimento públicoe uma maior atractivi<strong>da</strong><strong>de</strong> – pelo acréscimo <strong>de</strong> valências – <strong>da</strong> infra ‐estrutura.2. Três realizações ex<strong>em</strong>plares na conjugação <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Náutica<strong>de</strong> <strong>Recreio</strong> com as funções urbanas <strong>em</strong> geral e com <strong>em</strong>preendimentosturísticos <strong>em</strong> particularPort -Grimaud (PG) e Port -Camargue (PC) (França, Côte -d’Azur)A singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> dos valores naturais e patrimoniais urbanos presentes <strong>em</strong> trechosexcepcionais do território <strong>de</strong>ve constituir motivo <strong>de</strong> reflexão pon<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>: a valorizaçãoe aproveitamento do potencial fisiográfico e paisagístico po<strong>de</strong>m constituiruma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico, apoia<strong>da</strong> na criação <strong>de</strong> infra-‐estruturas portuárias <strong>de</strong> recreio e <strong>de</strong> frentes edifica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> uso misto, acolhendo<strong>de</strong> forma articula<strong>da</strong> habitação permanente ou t<strong>em</strong>porária (<strong>em</strong> co -proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> ounão), comércio, serviços (directa ou indirectamente) associados à náutica b<strong>em</strong> assimcomo equipamentos públicos e privados <strong>de</strong> utilização colectiva.Os conjuntos lacustres <strong>de</strong> PG e PC – <strong>de</strong>stacando -se neste último a vizinhançacom a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> patrimonial <strong>de</strong> Aigues ‐Mortes, antiga basti<strong>de</strong> medieval, entreposto<strong>da</strong>s Cruza<strong>da</strong>s, e singular test<strong>em</strong>unho <strong>de</strong> ambiente urbano compacto do início doII milénio – avultam entre centenas <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos possíveis pela capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> queos seus projectistas e promotores revelaram <strong>de</strong> ler esse potencial (ali constituídopor ensea<strong>da</strong>s pantanosas alimenta<strong>da</strong>s por ribeiras <strong>de</strong> costa), sabiamente traduzido– como foi <strong>em</strong> PG pelo malogrado Arquitecto François Spoerry – num conjuntourbano <strong>em</strong> que um dé<strong>da</strong>lo <strong>de</strong> ruas, praças e pequenas largos assentam <strong>em</strong> aterrosestabilizados por uma miría<strong>de</strong> <strong>de</strong> pequenos cais <strong>de</strong> acostag<strong>em</strong> particulares, bor<strong>de</strong>jandouma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais principais e secundários. Os seus arruamentos, <strong>de</strong> acessoautomóvel fort<strong>em</strong>ente condicionado, apresentam um traçado sinusói<strong>de</strong> e irregular,sublinhado por edifícios que não exce<strong>de</strong>m geralmente três pisos e apresentam111


G r u p o d e T r a b a l h o d a N á u t i c a d e R e c r e i ouma linguag<strong>em</strong> arquitectónica plural, <strong>em</strong>bora dominant<strong>em</strong>ente tradicional e evocandom<strong>em</strong>órias mediterrânicas. Os traçados apresentam um padrão s<strong>em</strong>elhanteà baixa <strong>de</strong> Aveiro e às ruas e canais <strong>de</strong> Veneza – justificando o cognome por vezesatribuído a PG <strong>de</strong> Petite Venise.Qual, então, o predicado distintivo <strong>de</strong>stas realizações náutico ‐ urbanísticas?S<strong>em</strong> qualquer compromisso com a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> amarração <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcações oucom indicadores <strong>de</strong> carga urbanísticos – ambos elevados e equiparáveis a realizaçõesmais convencionais – ao invés <strong>de</strong> resolver<strong>em</strong> o programa marina numa únicagran<strong>de</strong> doca, dispondo uma frente edifica<strong>da</strong> massiva e arquitectonicamente impessoalna sua bor<strong>da</strong>dura, <strong>de</strong>la se <strong>de</strong>stacando claramente, permit<strong>em</strong> que os planos <strong>de</strong>água se multipliqu<strong>em</strong> no interior do tecido urbano e que ca<strong>da</strong> família se sinta numdomínio relativamente autónomo, recatado e único. Mercê <strong>da</strong> rari<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>ste b<strong>em</strong>, os valores <strong>de</strong> mercado que o produto imobiliário aqui atinge atestamigualmente que os valores ambientais, patrimoniais e paisagísticos po<strong>de</strong>m valorizar– e ser valorizados - por um <strong>de</strong>senho urbano e um programa assentes <strong>em</strong> referênciassóli<strong>da</strong>s, catalisando a base económica <strong>da</strong>s regiões adjacentes.Alguns cenários geográficos <strong>de</strong> possível impl<strong>em</strong>entação, revendo e ajustandoo mo<strong>de</strong>lo:Trechos finais dos rios Mon<strong>de</strong>go, Tejo – aqui incluindo, pela sua singulari<strong>da</strong><strong>de</strong>,o Arco Ribeirinho Sul (Seixal, Barreiro, Moita, Montijo), Sado (até Alcácer), Mira,Bensafrim (Lagos), Ara<strong>de</strong> (até Silves) e to<strong>da</strong> a extensão do sotavento algarvio, nospontos <strong>de</strong> confluência <strong>da</strong>s Ribeiras do Algarve, incluindo a extensão <strong>da</strong> Ria Formosaabarcando a foz do Gilão, <strong>em</strong> Tavira, e do Guadiana, <strong>em</strong> Vila Real <strong>de</strong> Santo António.Cardiff Bay (País <strong>de</strong> Gales, Reino Unido)Em contextos <strong>em</strong> que o peso <strong>de</strong> preexistências urbanas muito consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>em</strong>torno <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s portuárias e logísticas é gradualmente questionado pela erosão<strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais ou comerciais regionais, as instalaçõese edifícios que as suportavam tornam -se um fardo e um tampão à saudável continui<strong>da</strong><strong>de</strong>,acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e fruição <strong>da</strong>s frentes <strong>de</strong> água dos núcleos urbanos marginais.O <strong>de</strong>clínio <strong>da</strong> indústria extractiva carbonífera dos vales <strong>de</strong> Gales do Sul, originandoo abandono <strong>de</strong> armazéns, cais, gruas e outras estruturas, <strong>de</strong>ixou ao abandonoum plano <strong>de</strong> água interiorizado, alimentado pelos rios Ely e Taff – comunicandocom o <strong>de</strong>lta do Rio Severn apenas na maré alta – <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 200 ha <strong>em</strong>redor <strong>da</strong>s docas comerciais, a sul do Centro Urbano.Ultrapassados inúmeros <strong>de</strong>bates e estudos, foi elaborado um Master Plan cujo primeiroresultado visível foi as ambientalmente polémicas eclusas Cardiff Bay Barrage.Este dispositivo <strong>de</strong> regularização hidráulica viabilizou, entre outras realizações, a reconversão<strong>da</strong> área portuária pesa<strong>da</strong> numa nova centrali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana multifuncional,integrando serviços, habitação e activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do sector quaternário, compl<strong>em</strong>enta<strong>da</strong>spor uma multitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos públicos – dos quais se <strong>de</strong>stacam o novoe expressivo edifício <strong>da</strong> Welsh National Opera (que, à imag<strong>em</strong> do seu congénere <strong>de</strong>Sidney, tira pleno partido <strong>da</strong> sua implantação ribeirinha) e o Wales Millenium Centre.112


N á u t i c a d e R e c r e i o e m P o r t u g a lA qualificação <strong>da</strong> Baía assenta igualmente na importante compl<strong>em</strong>entari<strong>da</strong><strong>de</strong> queé assegura<strong>da</strong> pelos diversos núcleos <strong>de</strong> amarração <strong>de</strong> recreio nela diss<strong>em</strong>inados, naexistência <strong>de</strong> uma reserva natural estuarina visitável, na reabilitação e musealizaçãoou reconversão <strong>de</strong> vários edifícios e conjuntos na sua orla, e, não menos importante,pela gradual impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> um percurso pedonal e ciclável <strong>de</strong> perto <strong>de</strong>13 km circun<strong>da</strong>ndo as suas margens.Acresce que esta nova centrali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana se inscreve – alargando -a – na re<strong>de</strong><strong>de</strong> lugares centrais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Cardiff, mercê <strong>de</strong> uma política integra<strong>da</strong> <strong>de</strong> planeamentoque soube programar o reforço <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte colectivo que serv<strong>em</strong>a Baía.As infra -estruturas portuárias e as frentes logísticas e urbanas adjacentes <strong>de</strong> Vianado Castelo, Vila do Con<strong>de</strong>, Leixões, Aveiro, Figueira <strong>da</strong> Foz, Peniche, Lisboa (CruzQuebra<strong>da</strong> – Belém / Braço <strong>de</strong> Prata ao Carregado), Setúbal, Faro, Olhão, Tavira eVila Real <strong>de</strong> Santo António, constitu<strong>em</strong> ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> integração<strong>de</strong> um número mais ou menos alargado <strong>da</strong>s características e do programa <strong>de</strong>senvolvidono caso <strong>de</strong> estudo <strong>da</strong> Baía <strong>de</strong> Cardiff.113

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