Texto EFragmentos poéticos de Vinícius de Moraes.O Namoro“Se não tivesse o amorse não tivesse essa dorE se não tivesse o sofrerE se não tivesse o chorarMelhor era tudo se acabar”A Corte“Aquela amadapelo amor predestinadasem a qual a vida é nadaSem a qual se quer morrer”A Relação“Que eu possa me dizer do amor (que tive)Que não seja imortal posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure”LITERATURA BRASILEIRA E PORTUGUESA1. O Humanitismo é uma filosofia criada por Quincas Borba cuja tese é a de que a essência do ser humano éuma força chamada Humanitas. Ela impulsiona todos nós a buscar o prazer, a realizar nossas satisfaçõespessoais. Sendo nossa essência, diz o filósofo, deveríamos acatá-la e não tentar suprimi-la, ou condená-lamoralmente. Em outras palavras, tudo o que for feito para atingir a satisfação própria é correto. Por issoQuincas Borba pode afirmar para Brás Bubas “Olha: a guerra, que parece uma calamidade, é uma operaçãoconveniente,como se disséssemos o estalar dos dedos de Humanitas; a fome (e ele chupava filosoficamentea asa do frango) é uma prova a que Humanitas submete a própria víscera.” Ou ainda, “Se entendeste bem,facilmente compreenderás que a inveja não é senão uma admiração que luta, e sendo a luta a grandefunção do gênero humano, todos os sentimentos belicosos são os mais adequados à sua felicidade. Daívem que a inveja é uma virtude.(pp.114-145).Demonstre que você compreendeu a filosofia de Quincas Borba, dando exemplo de um ato humanitistapraticado por Brás Cubas, personagem do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado deAssis, e de outro, praticado por Teodoro, personagem da narrativa O Mandarim, de Eça de Queirós.2. Ao enfatizar o comportamento mesquinho dos seres humanos, o realismo reforça uma visão pessimista daHistória. No romantismo, diferentemente, ao lado de personagens abjetos, encontramos tanto aqueles quese recuperam de seus defeitos, quanto àqueles que, desde sempre, são puros e bons. Essas percepções doser humano, ora uma, ora outra, podem ser encontradas, também, nas obras modernistas. Considerandoessas observações, enquadre nelas as personagens Mariana, de Amor de Perdição,de Camilo Castelo Brancoe o funcionário de precedência H, do conto Coisas, de José Saramago. Justifique seu enquadramento,referindo-se a atos praticados pelas personagens.UEPA – PROSEL 2004 – <strong>Prova</strong> Analítico-Expositiva - 4
3. Leia, com bastante atenção, a montagem feita com excertos do poema “A Máquina do Mundo”, de CarlosDrummond de Andrade, escolhido como o melhor poema brasileiro de todos os tempos, por um gruposignificativo de escritores e críticos.“E como eu palmilhasse vagarosamenteuma estrada de Minas, pedregosa,e no fecho da tarde em sino roucose misturasse ao som de meus sapatos (...)(...)a máquina do mundo se entreabriupara quem de a romper já se esquivavae só de o ter pessoado se carpia(...)Abriu-se em calma pura, e convidandoQuantos sentidos e intuição restavamA quem de os usado os já perdera(...)Convidando-os a todos, em .....a se aplicarem sobre o parto inéditoda natureza mítica das coisas,(...)olha, repara, ausculta: essa riquezasobrante a toda pérola, essa ciênciasublime e formidável, mas hermética,essa total explicação da vida (...)(...)baixei os olhos, incurioso, lassodesdenhando colher a coisa ofertaque se abria gratuita a meu engenho (...)”A Máquina do Mundo. Claro Enigma, 1951A partir de sua leitura responda às seguintes indagações:a) O que significa a metáfora Máquina do Mundo?b) Qual a atitude do eu-lírico diante da Máquina do Mundo?c) Por quê, segundo os excertos, o eu-lírico toma essa atitude?UEPA – PROSEL 2004 – <strong>Prova</strong> Analítico-Expositiva - 5