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S.1.4 Espelho duplo de Fresnel

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<strong>S.1.4</strong> <strong>Espelho</strong> <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong>divisão da frente <strong>de</strong> onda e interferómetros <strong>de</strong> divisão <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>. No primeiro caso, <strong>de</strong>que é exemplo o sistema baseado no espelho <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong> (do físico francêsAugustin Jean <strong>Fresnel</strong>, 1788-1827) que será estudado neste trabalho, partesespacialmente distintas da frente <strong>de</strong> onda primária permitem gerar ondassecundárias, quer directamente, quer com o auxílio <strong>de</strong> sistemas ópticos adicionais;estas ondas secundárias são feitas interferir posteriormente. Nos interferómetros <strong>de</strong>divisão <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> (<strong>de</strong> que o interferómetro <strong>de</strong> Michelson é exemplo), a ondaprimária dá origem, por simples divisão da respectiva potência propagante, a duasondas com a mesma estrutura, que se propagam ao longo <strong>de</strong> trajectórias distintas eque, uma vez sobrepostas, interferem.Figura 1. Interferência com o espelho <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong>.O interferómetro associado ao espelho <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong> é ilustrado na Figura 1. Oespelho <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong> é constituído por dois espelhos planos, que fazem entre elesum ângulo α pequeno. A frente <strong>de</strong> onda proveniente da fonte pontual S inci<strong>de</strong> emambos os espelhos. Uma parte <strong>de</strong>ssa frente <strong>de</strong> onda é reflectida por um dosespelhos, e a outra pelo outro espelho. Na região <strong>de</strong> sobreposição entre as duasondas secundárias ocorre interferência. Tudo se passa, na realida<strong>de</strong>, como se as duasondas fossem provenientes <strong>de</strong> duas fontes (virtuais) distintas, S 1e S 2 , separadaspela distância a . Como se verá na secção seguinte, a análise do interferograma e a<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> a a partir da geometria do interferómetro (para o que seránecessário aplicar-se relações simples da Óptica Geométrica) permitirão <strong>de</strong>terminaro comprimento <strong>de</strong> onda da fonte óptica.Assim, são objectivos importantes <strong>de</strong>ste trabalho a familiarização com fenómenos <strong>de</strong>interferência (utilizando um interferómetro <strong>de</strong> divisão <strong>de</strong> frente <strong>de</strong> onda - espelho<strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong>), a utilização <strong>de</strong> leis da Óptica Geométrica, e a sua conjugação na<strong>de</strong>terminação do comprimento <strong>de</strong> onda da luz emitida por um laser <strong>de</strong> He-Ne.Laboratórios <strong>de</strong> Óptica 2


<strong>S.1.4</strong> <strong>Espelho</strong> <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong>3. Consi<strong>de</strong>rações geraisConsi<strong>de</strong>re-se, por simplicida<strong>de</strong>, duas ondas planas monocromáticas E 1, E2 :E 1 ( r , t)= E 01cos( k 1⋅r −ωt + ε 1 )E 2( )( r , t)= E 02cos k 2⋅ r −ωt +ε 2e a sua sobreposição E 1( r , t)= E 1( r , t)+ E 2( r , t). Dado que, para ondas ópticas, afrequência é da or<strong>de</strong>m dosω 2π ~5×10 14 Hz, os <strong>de</strong>tectores apenas me<strong>de</strong>m o valormédio temporal () da intensida<strong>de</strong>, que é proporcional aI()= r E 2com E 2 = E ⋅ E . Assim, resulta que:2I() r = E 1+ E 22+ 2 E 1⋅ E 2= E 2⎛01⎞⎜ ⎟ + E 2⎛02 ⎞⎜ ⎟ + 1 ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ 2 E ⋅ E cos k ⋅ r + ε − k ⋅ r − ε 01 02 1 1 2 2= I 1+ I 2+ 2 I 1I 2cosφ( )sendo: I 1,2: intensida<strong>de</strong>s das ondas individuais no ponto consi<strong>de</strong>rado rφ = ( k 1− k 2 )⋅ r + ( ε 1− ε 2): diferença <strong>de</strong> fase, no ponto consi<strong>de</strong>rado (), r entre asduas ondas.Assim, num ponto <strong>de</strong> observação (), r a intensida<strong>de</strong> I <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da diferença <strong>de</strong> faseφ, variando entre extremos()I max= I 1+ I 2+ 2 I 1I 2I min= I 1+ I 2− 2 I 1I 2(interferência construtiva)(interferência <strong>de</strong>strutiva)A intensida<strong>de</strong> I() r po<strong>de</strong> ainda ser escrita comoI()= r I 0 [ 1 + V cosφ]em que V é a visibilida<strong>de</strong>.Laboratórios <strong>de</strong> Óptica 3


<strong>S.1.4</strong> <strong>Espelho</strong> <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong>Consi<strong>de</strong>rando ondas esféricas[( )]E 1 ( r 1, t)= E 01 ()exp r 1ikr 1−ωt + ε 1E 2[( )]( r 2, t)= E 02 ()exp r 2ikr 2−ωt + ε 2(cujas amplitu<strong>de</strong>s variam com a distância segundo 1 r), resulta ainda queI = I 1+ I 2+ 2 I 1I 2cosφ sendo agoraφ = kr ( 1− r 2)+ ( ε 1− ε 2)Para que se observe um bom padrão <strong>de</strong> interferência é necessário que:• a frequência ω das ondas seja igual;• a diferença <strong>de</strong> fase ( ε 1− ε 2) permaneça constante no tempo (o que seconsegue, geralmente, usando uma única fonte primária para obter as duasondas interferentes);• a razão das intensida<strong>de</strong>s individuais I 1I 2seja próxima <strong>de</strong> um;• no produto escalar dos vectores amplitu<strong>de</strong> E 01⋅ E 02= E 01E 02cosα 12, seja α 12próximo <strong>de</strong> zero ( α 12 : ângulo relativo das polarizações).4. Análise do interferómetroA Figura 2 esquematiza o princípio <strong>de</strong> funcionamento do interferómetro baseado no<strong>Espelho</strong> <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong> (repare que a configuração é semelhante à das fendas <strong>de</strong>Young). Assume-se que a fonte S é pontual e que o ângulo entre os espelhos épequeno (α • 1 a 2°). A figura sugere que seja equivalente, do ponto <strong>de</strong> vista do plano<strong>de</strong> observação, afirmar-se que existem duas fontes pontuais (virtuais) S 1e S 2 ,separadas <strong>de</strong> a e distantes s do plano <strong>de</strong> observação, propagando-se livremente atéao plano <strong>de</strong> observação.Laboratórios <strong>de</strong> Óptica 4


<strong>S.1.4</strong> <strong>Espelho</strong> <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong>PlanoSFS'Figura 4. Formação das imagens reaisS1'e S 2' .A partir das relações seguintes da Óptica Geométrica1g + 1 b = 1 fa'a = b g(equação <strong>de</strong> conjugação objecto-imagem dalente <strong>de</strong> distância focal f)(4)(relação entre a ampliação lateral e a razãodas distâncias conjugadas)obtém-se as relações que permitem <strong>de</strong>terminar a e s (notar que s = g + b):⎡ f ⎤a = ⎢⎣ b - f⎥ a'⎦s =(5)f [ a + a' ] 2aa'Assim, conhecendo f e medindo b e a’, <strong>de</strong>termina-se a, e daí o valor <strong>de</strong> s.5. Referências[1] Hecht E., Óptica, Fundação Calouste Gulbenkian, cap. 9 e 12 (1991)Laboratórios <strong>de</strong> Óptica 7


<strong>S.1.4</strong> <strong>Espelho</strong> <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong>EXECUÇÃO DO TRABALHO1. Implemente a montagem indicada na figura. As lentes convergentes 1 e 2 têmdistâncias focais <strong>de</strong> 5 mm e 100 mm, respectivamente (a lente 2 está indicada atracejado, pois só é colocada na segunda parte da experiência). A fonte óptica éum laser <strong>de</strong> He-Ne, emitindo radiação quase-monocromática e colimada novermelho.Esquema da montagem experimental.2. Ajuste o sistema óptico (sem a lente 2) <strong>de</strong> forma a obter, no plano <strong>de</strong> observação,franjas <strong>de</strong> interferência (consulte o anexo A <strong>de</strong>ste protocolo para maisinformações sobre o alinhamento);3. Meça a distância D entre N franjas brilhantes (um valor razoável para N po<strong>de</strong>rásituar-se entre 10 e 20), consi<strong>de</strong>rando franjas em torno do centro do padrão <strong>de</strong>interferência. Determine o período das franjas, δ, a partir da relaçãoδ =DN −14. Introduza no sistema a lente 2 (entre o espelho <strong>duplo</strong> e o plano <strong>de</strong> observação), eajuste a sua posição <strong>de</strong> forma a ter-se, nesse plano, imagens bem nítidas dasfontes virtuais. Determine a distância entre a lente e o plano <strong>de</strong> observação (b) e adistância, no plano <strong>de</strong> observação, entre as imagens da fonte S (a');5. A partir das medidas efectuadas, calcule o valor experimental λ exppara ocomprimento <strong>de</strong> onda da radiação emitida pelo laser <strong>de</strong> He-Ne:λ = a s δLaboratórios <strong>de</strong> Óptica 8


<strong>S.1.4</strong> <strong>Espelho</strong> <strong>duplo</strong> <strong>de</strong> <strong>Fresnel</strong>com:⎡ f ⎤a = ⎢⎣ b − f ⎥⎦a's =f [ a + a' ] 2aa'6. Compare este resultado com o valor conhecido ( λ = 632.8 nm). Utilizando os seusconhecimentos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> erros, <strong>de</strong>termine o erro com que se obteve λ exp.Avalie a consistência dos resultados;7. Se tiver tempo, e material disponível, repita a experiência com uma fonte <strong>de</strong> luzbranca (utilize o anexo B para obter mais informações).Laboratórios <strong>de</strong> Óptica 9

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