COLETÂNEA BITEC2008-2010 - CNI

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92 COLETÂNEA BITEC 2008-2010Estima-se que 3% e 8% das crianças do mundo com menos de 3 anos de idade são alérgicas àsproteínas do leite de vaca. Muitas crianças passam a usar o leite de soja, porém algumas apresentamintolerâncias às fórmulas. As proteínas do leite de cabra são compostas por caseína β, caseína α-s2 epouca quantidade de caseína α-s1, sendo a última encontrada em grande quantidade no leite de vaca,por isso que o leite de cabra é considerado hipoalergênico (WALKER, 1991), podendo ser incorporado àdieta infantil.Atualmente, a indústria alimentícia demonstra elevado interesse nesse produto, desenvolvendopesquisas como Kongo et al. (2006) e Martín-Diana et al. (2003) que produziram leite cabra fermentadocom micro-organismos probióticos.6.2.4 Mel de abelhas africanizadasO mel é o alimento produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar de flores ou secreções departes vivas das plantas ou de insetos sugadores de plantas (BRASIL, 2000), que as abelhas recolhem,transformam, combinam e deixam maturar nos favos da colmeia (WIESE, 2005). De acordo com sua origembotânica pode ser classificado em mel floral e mel de melato e quanto à sua origem floral, em melmonofloral e multifloral (BRASIL, 2000).O mel é um produto alimentício bastante apreciado por seu sabor característico e valor nutricional.É constituído por, em média, 17,1% de umidade, 82,4% de carboidratos totais (sendo 38,5% de frutose, 31%de glicose, 7,2% de maltose e 1,5% de sacarose), traços de proteínas, aminoácidos, vitaminas e minerais(WIESE, 2005), considerado por Mahan e Socott-Stump (2005) alimento essencialmente energético.Grande interesse tem sido despertado pelo mel por causa da presença de frutoligossacarídeos(FOS). Estes estimulam a atividade do trato gastrointestinal, conferindo ao mel poder laxativo e atuandono aumento da resistência imunológica (HARTEMINK et al., 1997). Os FOS são conhecidos como prebióticos,pois promovem o crescimento de probióticos como acidophillus, bifidus e faecium, promovendo,estabilizando e aumentando a proliferação dessas bactérias no trato gastrointestinal do hospedeiro, modificandosua microbiota (PASSOS; PARK, 2003).6.3 ProposiçãoHá crescente interesse, em especial da indústria de leite e derivados, em trabalhar no desenvolvimentode produtos com valor agregado e que promovam algo mais além das funções nutritivas. Muitos dessesprodutos, os chamados alimentos funcionais, em especial, os probióticos, vêm ganhando cada vez maisespaço frente à busca dos consumidores mais preocupados com a saúde e o bem-estar (SGARBIERI;PACHECO, 1999; KONGO et al., 2006).Segundo a FAO (2007), o Brasil é o 15 o produtor mundial de leite de cabra, sendo o Nordeste brasileirodetentor de 90% dessa produção. Na região norte do estado do Ceará, especificamente na cidadede Sobral, localiza-se a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Caprinos e Ovinos,centro de referência para produção e estudos do leite de cabra para o Nordeste brasileiro, já queessa é uma região apropriada para desenvolvimento da caprinocultura leiteira. Segundo Martins etal. (2009), o mercado de leite de cabra no Brasil ainda está em desenvolvimento, mas tem apresentadocrescimento muito grande nos últimos anos, especialmente nas grandes cidades, o que aumenta

8ª EDIÇÃO 93as oportunidades para o mercado de leite de cabra e derivados. Além da demanda dos consumidoresdos grandes centros urbanos, alguns governos estaduais, especialmente da região Nordeste, induzem ademanda de leite de cabra por meio de compras governamentais, com o objetivo de inseri-lo no cardápioda merenda escolar.A apicultura é uma das poucas atividades agropecuárias que atende aos três requisitos da sustentabilidade:o econômico, o social e o ecológico (PAULA NETO; ALMEIDA NETO, 2006). O mel é o produtoapícola de maior relevância do ponto de vista qualitativo e econômico (LIANDA et al., 2009). No Brasil,o consumo per capita de mel gira entre 250 e 300 gramas entre as classes alta e média. Na região Sul,esse consumo é de 400 gramas/ano, caindo para somente 150 gramas/ano na região Nordeste (PAULANETO; ALMEIDA NETO, 2006). Perosa et al. (2009) argumenta que “a falta de consciência da amplitudealimentar constitui um dos fatores do baixo consumo no Brasil do mel nos mercados interno e externo”.Vale ressaltar que o mel de abelhas é alimento regional que deve ser utilizado em produtos novos, saudáveis,modificando a noção do nordestino que o considera como remédio, como afirma Paula Neto eAlmeida Neto (2006).Considerando a relevância do leite de cabras e do mel de abelhas, esse trabalho buscou desenvolverum produto inovador, um sorvete com características probióticas adicionado de tais ingredientes,trazendo também propriedades funcionais pela utilização de probióticos, contribuindo na prevenção dedoenças intestinais e que podendo minorizar os índices de desnutrição proteico-calórica se for utilizadona merenda escolar.6.4 Metodologia6.4.1 MaterialO leite de cabra e a cultura liofilizada de Lactobacillus acidophilus NCFM (DANISCO®), utilizados nas formulaçõesdos sorvetes, foram concedidos pela Embrapa Caprinos e Ovinos situada em Sobral/CE. O melda florada moleque-duro foi proveniente da Melnor Cearapi. Os outros ingredientes utilizados incluírammorango in natura, açúcar, glicose em pó, estabilizante/emulsificante Kerry®, liga neutra G-3 Kerry®, gorduravegetal hidrogenada Colmeia®, saborizantes morango e quatro-leites Algemix®.6.4.2 Processo de fabricação dos sorvetesOs sorvetes foram elaborados de acordo o fluxograma da figura 1. As formulações (tabela 1) foram desenvolvidasadaptando-se formulação sugerida por Duas Rodas (2005).

92 COLETÂNEA BITEC 2008-<strong>2010</strong>Estima-se que 3% e 8% das crianças do mundo com menos de 3 anos de idade são alérgicas àsproteínas do leite de vaca. Muitas crianças passam a usar o leite de soja, porém algumas apresentamintolerâncias às fórmulas. As proteínas do leite de cabra são compostas por caseína β, caseína α-s2 epouca quantidade de caseína α-s1, sendo a última encontrada em grande quantidade no leite de vaca,por isso que o leite de cabra é considerado hipoalergênico (WALKER, 1991), podendo ser incorporado àdieta infantil.Atualmente, a indústria alimentícia demonstra elevado interesse nesse produto, desenvolvendopesquisas como Kongo et al. (2006) e Martín-Diana et al. (2003) que produziram leite cabra fermentadocom micro-organismos probióticos.6.2.4 Mel de abelhas africanizadasO mel é o alimento produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar de flores ou secreções departes vivas das plantas ou de insetos sugadores de plantas (BRASIL, 2000), que as abelhas recolhem,transformam, combinam e deixam maturar nos favos da colmeia (WIESE, 2005). De acordo com sua origembotânica pode ser classificado em mel floral e mel de melato e quanto à sua origem floral, em melmonofloral e multifloral (BRASIL, 2000).O mel é um produto alimentício bastante apreciado por seu sabor característico e valor nutricional.É constituído por, em média, 17,1% de umidade, 82,4% de carboidratos totais (sendo 38,5% de frutose, 31%de glicose, 7,2% de maltose e 1,5% de sacarose), traços de proteínas, aminoácidos, vitaminas e minerais(WIESE, 2005), considerado por Mahan e Socott-Stump (2005) alimento essencialmente energético.Grande interesse tem sido despertado pelo mel por causa da presença de frutoligossacarídeos(FOS). Estes estimulam a atividade do trato gastrointestinal, conferindo ao mel poder laxativo e atuandono aumento da resistência imunológica (HARTEMINK et al., 1997). Os FOS são conhecidos como prebióticos,pois promovem o crescimento de probióticos como acidophillus, bifidus e faecium, promovendo,estabilizando e aumentando a proliferação dessas bactérias no trato gastrointestinal do hospedeiro, modificandosua microbiota (PASSOS; PARK, 2003).6.3 ProposiçãoHá crescente interesse, em especial da indústria de leite e derivados, em trabalhar no desenvolvimentode produtos com valor agregado e que promovam algo mais além das funções nutritivas. Muitos dessesprodutos, os chamados alimentos funcionais, em especial, os probióticos, vêm ganhando cada vez maisespaço frente à busca dos consumidores mais preocupados com a saúde e o bem-estar (SGARBIERI;PACHECO, 1999; KONGO et al., 2006).Segundo a FAO (2007), o Brasil é o 15 o produtor mundial de leite de cabra, sendo o Nordeste brasileirodetentor de 90% dessa produção. Na região norte do estado do Ceará, especificamente na cidadede Sobral, localiza-se a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Caprinos e Ovinos,centro de referência para produção e estudos do leite de cabra para o Nordeste brasileiro, já queessa é uma região apropriada para desenvolvimento da caprinocultura leiteira. Segundo Martins etal. (2009), o mercado de leite de cabra no Brasil ainda está em desenvolvimento, mas tem apresentadocrescimento muito grande nos últimos anos, especialmente nas grandes cidades, o que aumenta

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