COLETÂNEA BITEC2008-2010 - CNI

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236 COLETÂNEA BITEC 2008-2010humana, por exemplo, problemas de silicose. Ainda, quando dispostos em depósitos a céu aberto afetaesteticamente a paisagem.No Brasil, a quantidade estimada de geração desse resíduo é de 165.000 toneladas por ano, sendoEspírito Santo, Bahia, Ceará e Paraíba os estados que geram maior volume. Dessa forma, há necessidadede incorporar tais resíduos industriais na reciclagem e na produção de materiais cerâmicos, como tijolosecológico solo-cimento.O solo-cimento é um material alternativo de baixo custo, obtido pela mistura de solo, água e umpouco de cimento. A massa compactada endurece com o tempo, em poucos dias ganha consistência edurabilidade suficientes para diversas aplicações na construção civil, indo de paredes e pisos até murosde arrimo. O solo-cimento é uma evolução de técnicas de construção do passado, como adobe e taipa.A vantagem é que os aglomerantes naturais, de características variáveis e instáveis, foram substituídaspelo cimento, produto industrializado e de qualidade controlada.Há duas grandes áreas em que o solo-cimento pode ser solução muito interessante. A primeira estános loteamentos populares, em que a própria comunidade pode produzir tijolos e pisos com maquináriosimples e a baixíssimo custo (MORAES et al., 2002; SOUZA, 1994). Outra área, mais sofisticadae tão importante quanto, são os condomínios em que a ecologia e a sustentabilidade ditam regras.Nesses empreendimentos, o solo-cimento pode ser produzido igualmente no local, diminuindo ocusto da construção, agredindo muito menos o meio ambiente, usando mão de obra da região e,de quebra, produzindo habitações com um conforto térmico insuperável, ajudando a diminuir anecessidade de ar-condicionado e calefação, novamente, ajudando o meio ambiente e diminuindo ademanda por energia.O uso de tijolos de solo-cimento produzidos por meio de prensas manuais apresenta vantagens emrelação ao sistema convencional, entre as quais estão controle de perdas, disponibilidade de abastecimento,baixo custo, durabilidade e segurança estrutural, economia de transporte, quando produzido nopróprio local da obra, e baixa agressividade ao meio ambiente, pois dispensa a queima (GRANDE, 2003).A eficácia da estabilização estrutural dos tijolos prensados de terra crua, com ou sem aditivos, é avaliada,comumente, por meio de testes físico-mecânicos destrutivos, como: ensaios de resistência à compressãosimples, capacidade de absorção de água e durabilidade (GORDON et al., 1997).Este trabalho teve como objetivo estudar a potencialidade do resíduo da serragem de blocos degranito, na fabricação de tijolos ecológico (solo-cimento), visando à sua utilização em construções dehabitações de interesse popular.16.2 Materiais e métodosMateriaisResíduo de granito: nessa pesquisa foi utilizada o resíduo oriundo do processo de beneficiamentoda serragem dos blocos de granito, proveniente da indústria FUJI S./A. MÁRMORE E GRANITO, localizadano Distrito Industrial de Campina Grande/PB. O resíduo de granito foi obtido por meio de um tanquede decantação e, posteriormente, passado em peneira por via seca (ABNT 80). Todo o procedimento foirealizado na própria empresa.

8ª EDIÇÃO 237Cimento: foi utilizado um cimento do tipo CP II – F-32, contendo adição de fíler calcário, em teorentre 6% e 10%, apresentando características compatíveis para elaboração de tijolos modulares de solocimento,de acordo com a norma ABNT NBR 11.578.Solo: foi utilizado um solo arenoso proveniente do município de Campina Grande, PB. Este solo foibeneficiado em peneira ABNT 80 (0,018 mm) por via seca.Água: neste trabalho foi utilizada água potável, fornecida pela Companhia de Água e Esgoto (Cagepa),proveniente do Açude de Boqueirão-Município de Boqueirão no Estado da Paraíba.MétodosEnsaios de caracterizaçãoOs resíduos foram caracterizados por meio da determinação de sua distribuição de tamanho departículas (Cilas, 1064LD), análise química por fluorescência de raios X (Shimadzu EDX-90), difração deraios X (Shimadzu, XRD 6000).Ensaios tecnológicosPara fabricação dos tijolos ecológicos incorporados com resíduo da serragem de granito, foi utilizadoum traço 1:9, em que parte do solo em volume foi substituída por resíduo. Os traços contendocimento, solo e resíduo de granito foram: 1 o traço (1: 7: 2), 2 o traço (1: 6: 3), 3 o traço (1:5:4) e por fim o 4 otraço (1: 4, 5: 4, 5).Para cada traço, foram confeccionados 18 tijolos, em seguida foram curados por períodos de 7 e28 dias em câmara úmida, que servirão de base para a produção em escala-piloto. O teor de água idealpara moldagem dos tijolos foi determinado com base no ensaio de compactação da mistura, em que seobteve a densidade máxima e o teor de umidade ótima. A figura 1 mostra as etapas de confecção dostijolos de solo, resíduo de granito e cimento.Figura 1: Composição para confecção dos tijolos de solo, resíduo de granito e cimento

8ª EDIÇÃO 237Cimento: foi utilizado um cimento do tipo CP II – F-32, contendo adição de fíler calcário, em teorentre 6% e 10%, apresentando características compatíveis para elaboração de tijolos modulares de solocimento,de acordo com a norma ABNT NBR 11.578.Solo: foi utilizado um solo arenoso proveniente do município de Campina Grande, PB. Este solo foibeneficiado em peneira ABNT 80 (0,018 mm) por via seca.Água: neste trabalho foi utilizada água potável, fornecida pela Companhia de Água e Esgoto (Cagepa),proveniente do Açude de Boqueirão-Município de Boqueirão no Estado da Paraíba.MétodosEnsaios de caracterizaçãoOs resíduos foram caracterizados por meio da determinação de sua distribuição de tamanho departículas (Cilas, 1064LD), análise química por fluorescência de raios X (Shimadzu EDX-90), difração deraios X (Shimadzu, XRD 6000).Ensaios tecnológicosPara fabricação dos tijolos ecológicos incorporados com resíduo da serragem de granito, foi utilizadoum traço 1:9, em que parte do solo em volume foi substituída por resíduo. Os traços contendocimento, solo e resíduo de granito foram: 1 o traço (1: 7: 2), 2 o traço (1: 6: 3), 3 o traço (1:5:4) e por fim o 4 otraço (1: 4, 5: 4, 5).Para cada traço, foram confeccionados 18 tijolos, em seguida foram curados por períodos de 7 e28 dias em câmara úmida, que servirão de base para a produção em escala-piloto. O teor de água idealpara moldagem dos tijolos foi determinado com base no ensaio de compactação da mistura, em que seobteve a densidade máxima e o teor de umidade ótima. A figura 1 mostra as etapas de confecção dostijolos de solo, resíduo de granito e cimento.Figura 1: Composição para confecção dos tijolos de solo, resíduo de granito e cimento

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