12.07.2015 Views

Resumo Tese 6 - Observatório da Imigração - Acidi

Resumo Tese 6 - Observatório da Imigração - Acidi

Resumo Tese 6 - Observatório da Imigração - Acidi

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROSAlto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, I.P.Em Busca de um Bom Médico: Quando a Saúde nãotem FronteirasCláudia de FreitasAbril de 2006, <strong>Tese</strong> 6Observatório <strong>da</strong> Imigração de PortugalAlto Comissariado para a Imigração e DiálogoIntercultural (ACIDI)pp. 127 / ISBN 978-8000-23-6<strong>Tese</strong> disponível em: www.oi.acidi.gov.ptContacto: centro.documentacao@acidi.gov.pt<strong>Resumo</strong>:Em especial nas últimas duas déca<strong>da</strong>s tem-se assistido ao incremento de esforços por parte dealguns países no sentido de melhorar a quali<strong>da</strong>de dos serviços de saúde para as suaspopulações ca<strong>da</strong> vez mais multiculturais.Contudo, continuam a observar-se diferenças entre grupos étnicos no que diz respeito apadrões de saúde e condições de acesso aos serviços disponíveis. Um relatório recente <strong>da</strong>Organização Mundial para as Migrações (IOM, 2005) alerta para a necessi<strong>da</strong>de de se adoptarna Europa políticas de saúde integradoras e “culturalmente sensíveis”. Isto é, políticas quevisem o desenvolvimento e prestação de serviços de saúde sensíveis ao background social,cultural e religioso dos utentes. Como é defendido no mesmo relatório, este tipo deabor<strong>da</strong>gem assume-se fun<strong>da</strong>mental numa Europa ca<strong>da</strong> vez mais multicultural e maisdependente de uma força de trabalho estrangeira activa e saudável.Em linhas gerais, têm vindo a ser defendi<strong>da</strong>s dois tipos de abor<strong>da</strong>gens no que respeita àpromoção de políticas e do acesso dos imigrantes aos serviços de saúde. A primeira tem vindoa assumir uma ideologia “assimilacionista”, ou seja, é defendi<strong>da</strong> a a<strong>da</strong>ptação dos imigrantesaos cui<strong>da</strong>dos de saúde existentes na socie<strong>da</strong>de de acolhimento. Já a segun<strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gemassume uma posição “multiculturalista” que defende a implementação de serviços a<strong>da</strong>ptadosàs necessi<strong>da</strong>des dos utentes de acordo com uma perspectiva sensível às diferenças culturais.Um exemplo deste segundo tipo de abor<strong>da</strong>gem é o caso <strong>da</strong> Holan<strong>da</strong>, onde foram criadosserviços específicos para imigrantes, entre eles, um centro para a promoção de conhecimentosobre a saúde imigrante com “mediadores culturais”. Neste âmbito, este trabalho procurou, aRua Álvaro Coutinho, 14 - 161150-025 LisboaTel: 21 8106100 Fax: 21 8106117www.acidi.gov.pt


PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROSAlto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, I.P.partir de estudos de caso de imigrantes cabo-verdianos, analisar os serviços de saúde <strong>da</strong>Holan<strong>da</strong>. Para este efeito, foram analisa<strong>da</strong>s as perspectivas dos cabo-verdianos relativamenteàs características que definem um bom médico, assim como as suas expectativas eexperiências com profissionais de saúde na Holan<strong>da</strong>. Ain<strong>da</strong> que o caso holandês seja umexemplo de uma abor<strong>da</strong>gem “multiculturalista”, no trabalho de terreno identificaram-se trêsbarreiras no acesso de imigrantes aos cui<strong>da</strong>dos de saúde: a falta de informação sobre osserviços de saúde disponíveis; problemas de relação entre utentes de origem imigrante e osprofissionais de saúde; e, finalmente, dificul<strong>da</strong>des senti<strong>da</strong>s pelos os utentes imigrantes emli<strong>da</strong>r com a condicionali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> aju<strong>da</strong> presta<strong>da</strong>. Estes problemas encontram-seprofun<strong>da</strong>mente interligados e estão relacionados com dois tipos de factores. Ao nível macro,estes incluem características organizacionais e estruturais do sistema de saúde holandês. Aonível micro, os problemas encontrados derivam do desfasamento de expectativas entre caboverdianose profissionais de saúde relativamente à forma pela qual os cui<strong>da</strong>dos de saúde sãoprestados.Apesar <strong>da</strong>s barreiras encontra<strong>da</strong>s, os cabo-verdianos não poupam esforços para beneficiar deboa saúde, colocando em prática duas estratégias com o objectivo de aceder a cui<strong>da</strong>dos desaúde de boa quali<strong>da</strong>de. Por um lado, os cabo-verdianos tentam a<strong>da</strong>ptar o seucomportamento enquanto utentes dos serviços (help-seeking behaviour) ao modelo prevalecentena Holan<strong>da</strong>. Por outro lado, recorrem ao uso de cui<strong>da</strong>dos de saúde transnacionais noutrospaíses <strong>da</strong> Europa, incluindo Portugal e França. Estas estratégias corroboram a perseverançados cabo-verdianos em encontrar os cui<strong>da</strong>dos de saúde que melhor se adequam às suasnecessi<strong>da</strong>des.Rua Álvaro Coutinho, 14 - 161150-025 LisboaTel: 21 8106100 Fax: 21 8106117www.acidi.gov.pt

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!