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Captopril - Farmanguinhos - Fiocruz

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CAPTOPRILNome Genérico: captoprilClasse Química: inibidor da enzima conversora da angiotensina (IECA)Classe Terapêutica: anti-hipertensivoForma Farmacêutica e Apresentação: <strong>Captopril</strong> 25 mg, em blistercom 20 comprimidos; <strong>Captopril</strong> 50 mg e 12,5 mg, em envelope com 10comprimidosINDICAÇÕES• Hipertensão arterial• Infarto agudo do miocárdio• Insuficiência ventricular esquerda• Nefropatia diabética• Retinopatia diabética• Insuficiência cardíaca congestiva• Outros usos: artrite reumatóide; edema; emergências hipertensivas;hipertensão e crise renal da esclerodermia; feocromocitoma; fenômenode Raynaud; policitemia Vera; sarcoma de Kaposi; síndrome de Bartter;teste diagnóstico para aldosteranismo primário.• Hipertensão arterial<strong>Captopril</strong> é utilizado no controle da hipertensão leve, moderada e grave,tanto como droga isolada quanto em associação com outras classes deanti-hipertensivos.Ensaios clínicos mostram que ocaptopril possui boa relação custobenefíciono tratamento de hipertensãoleve a moderada em pacientescom função renal preservadaque não sejam portadores dedoença do colágeno. Na abordagemdo paciente hipertenso é preciso terem mente a necessidade de seindividualizar a terapêutica, considerando-sea gravidade dos níveispressóricos e também aspectos doestilo de vida, exposição aos fatoresde risco, existência de co-morbidades,tolerabilidade às diversasdrogas anti-hipertensivas e respostaao tratamento instituído. Notratamento da hipertensão o uso dedrogas deve seguir-se à instituiçãode medidas não medicamentosas,devendo-se prescrevê-las quandoaquelas medidas não foram suficientespara o controle pressórico.Nestes casos recomenda-se consideraros critérios de estratificaçãode risco e de decisãoterapêutica preconizados pela IVDiretrizes Brasileiras de HipertensãoArterial-2002 (Sociedade Brasileirade Hipertensão, Sociedade Brasileirade Cardiologia, Sociedade Brasileirade Nefrologia - Projeto Diretrizes daAssociação Médica Brasileira eConselho Federal de Medicina).Entre as co-morbidades queapontam os inibidores da ECA comoterapêutica inicial na hipertensãoinclui-se a insuficiência cardíacacongestiva, diabetes melito tipo 1,diabetes melito com proteinúria,infarto do miocárdio com disfunçãosistólica e insuficiência renal.Estudos demonstram que o uso deIECA (ex: captopril) ou de b-bloqueador para controle intensivoda pressão arterial de pacientes comdiabetes melito tipo 2 resultou noretardamento do progresso dascomplicações associadas ao diabetes(mortalidade por diabetes, acidentevascular cerebral, insuficiênciacardíaca e microangiopatia).CAPTOPRIL • ANTI-HIPERTENSIVO<strong>Farmanguinhos</strong>/<strong>Fiocruz</strong>39Memento TerapêuticoMiolo Memento14X21_2006_4.PMD 3929/6/2006, 15:16


ANTI-HIPERTENSIVO • CAPTOPRILOs IECA mostraram-se úteis naprevenção da insuficiência cardíacae na redução da morbidade e mortalidadede pacientes com disfunçãosistólica secundária ao infartoagudo do miocárdio. Demonstrouse,ainda, que os IECA, isolados ouassociados a outras drogas (ex: diuréticos,digitálicos), diminuem amorbidade e mortalidade em pacientescom insuficiência cardíacacongestiva.Em pacientes com nefropatiadiabética, apresentando proteinúriaacima de 1,0 g/dia e/ou cominsuficiência cardíaca, estudosdemonstraram que os IECA retardama progressão da insuficiência renale promovem o controle da hipertensãoarterial.• Crise hipertensivaO captopril tem sido indicadocomo droga de escolha no tratamentodas crises hipertensivas(tanto urgências como emergências),para rápida redução dos níveispressóricos, quando está se considerandoterapêutica oral. Mesmocom uso de medicação oral, devesetomar cuidados para evitarcomplicações como isquemia miocárdicaou infarto, hipoperfusãocerebral ou derrame. A experiênciaacumulada com o captopril ainda épequena, em comparação com anifedipina (a qual não mais é indicadapara este uso) e há evidências deque, em indivíduos com hipertensãonão dependente de renina, a respostapossa ser inadequada.CAPTOPRIL• NefropatiaO captopril pode ser empregadoem pacientes com nefropatia,incluindo a nefropatia diabética. Osinibidores da ECA estabilizam oumelhoram o fluxo sangüíneo renal ea taxa de filtração glomerular e diminuema proteinúria em pacientesnormotensos ou hipertensos portadoresde disfunção renal moderada,doença renal moderada a grave ounefropatia diabética.De um modo geral, deve ser usadocom cautela em pacientes portadoresde estenose bilateral daartéria renal (ou da artéria renalde indivíduos com apenas um rim).• Nefropatia diabética<strong>Captopril</strong> está indicado no tratamentoda nefropatia diabética,que se manifesta por proteinúria(dosagem de proteínas urináriasacima de 500 mg/24 horas). Em umestudo multicêntrico controlado,com seguimento médio de 3 anos,incluindo indivíduos normotensos ehipertensos portadores de diabetestipo 1 há mais de 7 anos com retinopatia,proteinúria e creatininasérica abaixo de 2,5 mg/dL, o grupotratado com captopril teve deterioraçãoda função renal significativamentemenor do que o grupoque utilizou placebo.Entre outros resultados, o grupocom captopril teve redução de 48 %no risco de dobrar as taxas decreatinina sérica e mostrou-seespecialmente eficaz em pacientescom doença renal mais avançada(creatinina acima de 1,5 mg/dL).Houve redução de 30 % na excreçãourinária de proteínas após 3 mesesde tratamento com captopril,mantendo-se por todo o período doestudo. Além disso, houve queda de50% no risco de morrer e denecessidade de diálise ou transplanterenal. <strong>Captopril</strong> tambémmostrou-se útil por retardar ainstalação da nefropatia diabética(avaliada pela mudança de microalbuminúriapara proteinúria) empacientes normotensos com microalbuminúria.Por outro lado, ainda<strong>Farmanguinhos</strong>/<strong>Fiocruz</strong>40Memento TerapêuticoMiolo Memento14X21_2006_4.PMD 4029/6/2006, 15:16


não há resultados que demonstrema longo prazo este efeito.• Insuficiência cardíaca congestiva(ICC)<strong>Captopril</strong> geralmente é usado emconjunto com digitálicos, diuréticose β-bloqueadores no tratamento daICC sintomática. Exceto em casosde contra-indicações absolutas ouintolerância medicamentosa, em pacientescom ICC leve, moderada ougrave devido à disfunção sistólicade VE (fração de ejeção entre 35–40%), recomenda-se o uso de IECAassociado a diurético, com ou semdigitálico e β-bloqueador. Não sedeve retardar o início desta terapêutica,por exemplo, aguardandoque o paciente fique resistente aoutras drogas, para que se obtenhaos melhores resultados na prevençãosecundária de complicaçõese óbito.O captopril também é eficazisoladamente em pacientes que nãoapresentam sinais de sobrecarga devolume e com sintomas leves amoderados (fadiga, dispnéia aosesforços).Pacientes com sinais de retençãohídrica (sódio) devem receber diuréticoassociado ao captopril.Como o sistema renina-angiotensinaparece contribuir significativamentena preservação da funçãode filtração glomerular nos pacientescom insuficiência cardíaca em que afunção renal está comprometida,terapêutica com IECA pode afetarnegativamente a função renal nestescasos.CAPTOPRIL• Disfunção ventricular esquerdapós-IAMUtiliza-se o captopril na tentativade melhorar a sobrevida após IAM,em pacientes estáveis clinicamente,mas com disfunção ventricular esquerda(fração de ejeção abaixo de40 %) e para reduzir a incidência deinsuficiência cardíaca franca comnecessidade freqüente de hospitalizaçõesdesses pacientes. A droga éempregada para prevenir o desenvolvimentodo “remodelamento”ventricular após o IAM (dilatação edisfunção do VE). Em um grandeestudo multicêntrico controlado,envolvendo o uso de captopril cominício entre o 3º e 16º dia pós-infarto,apenas em pacientes com frações deejeção baixos (abaixo de 40%), houveredução na mortalidade geral, bemcomo por causas cardio-vasculares.Há controvérsias sobre o uso docaptopril e outras IECA dentro dasprimeiras 48 horas pós-IAM, provavelmentedevido a resultadosobtidos com apresentações injetáveisnesta fase. Entretanto, háevidências indicando bons desfechoscom o uso neste período dedoses baixas por via oral, ajustando-asgradativamente de acordocom a resposta clínica.Naqueles pacientes em que seiniciou o tratamento para prevençãoda disfunção de VE (antesde apresentar sinais de início doquadro), recomenda-se a manutençãodo tratamento por 4 a 6 semanaspós-IAM, podendo-se interrompê-locaso não se tenha instaladocomplicação ou evidência de disfunçãoventricular esquerda sintomáticaneste período.• Outras indicações<strong>Captopril</strong> mostrou-se capaz demelhorar a circulação digital emportador de fenômeno de Raynaude de reduzir a retenção ortostáticade sódio e água em mulherescom edema idiopático. São necessáriosestudos adicionais paraavaliar o verdadeiro benefícionestas situações.CAPTOPRIL • ANTI-HIPERTENSIVO<strong>Farmanguinhos</strong>/<strong>Fiocruz</strong>41Memento TerapêuticoMiolo Memento14X21_2006_4.PMD 4129/6/2006, 15:16


CAPTOPRILCONTRA-INDICAÇÕES• Contra-indicado nos casos de hipersensibilidade conhecida a qualquerdos inibidores da enzima de conversão da angiotensina.• Contra-indicado no 2º e 3º trimestres da gravidez.POSOLOGIAANTI-HIPERTENSIVO • CAPTOPRIL• Adultos:— Hipertensão arterial: iniciar com 6,25 - 12,5 mg 3 vezes ao dia (pacientescom hipotensão arterial, hiponatremia [Na+ < 130 mEq/mL], hipovolemia ouem uso de diuréticos); para os demais, iniciar com 25 mg 3 vezes ao dia. Adose de manutenção pode variar de 25 – 150 mg a cada 8 horas (máximo de450 mg/dia).— Insuficiência cardíaca congestiva (disfunção ventricular esquerda): 3,125–6,25 mg a cada 8 horas (em pacientes hipotensos, hipovolêmicos,hiponatrêmicos ou já em tratamento com diuréticos); para os demais, 12,5mg a cada 8 – 12 horas. A dose pode ser aumentada até 50 mg 3 vezes ao dia(se a pressão sistólica permitir: >100 mmHg). Geralmente utilizado juntamentecom digitálicos. Dose máxima diária: 450 mg.— Infarto agudo do miocárdio (IAM) (“salvar músculo”): iniciar com 6,25mg de 8/8 horas (para minimizar resposta hipotensora sintomática), dentrode 3 dias após o IAM. Ajustar a dose nos dias subseqüentes, tendo como metade manutenção atingir 50 mg três vezes ao dia, se tolerado.— Nefropatia diabética: 50 mg de 12/12 horas ou 25 mg de 8/8 horas.• Pediatria:— Hipertensão arterial: 0,01 – 0,25 mg/kg de 12/12 horas (menores de 7anos); 0,5 mg/kg de 8/8 horas nas crianças maiores. Dose de manutenção: 2mg/kg/dose 2 ou 3 vezes ao dia.— Insuficiência cardíaca congestiva (disfunção ventricular esquerda): iniciarcom 2,5 mg/kg/dose, aumentando até 3,5 mg/kg/dose, geralmente de 8/8horas, associado a diurético e digoxina.PRECAUÇÕES• História de hipersensibilidade à droga• Insuficiência renal (clearence de creatinina abaixo de 30 mL/min)• Hipotensão (na insuficiência cardíaca congestiva, em idosos, na depleçãode volume por diuréticos, na diálise e na cirrose hepática)• Estenose aórtica• Hiperpotassemia (no uso de suplementação de potássio, diuréticos poupadoresde potássio, doença renal e diabetes)• Neutropenia (doenças auto-imunes, vasculites secundárias às doenças docolágeno, síndromes febris, uso de imunossupressores)• Proteinúria• Estenose da artéria renal<strong>Farmanguinhos</strong>/<strong>Fiocruz</strong>42Memento TerapêuticoMiolo Memento14X21_2006_4.PMD 4229/6/2006, 15:16


• Anestesia/cirurgia (hipotensão – corrigível com fluidos)• Doença do colágeno (há maior incidência de efeitos adversos comoagranulocitopenia)Pediatria:Não está estabelecido como seguro seu uso na infância.CAPTOPRILGRAVIDEZ E LACTAÇÃO: “categoria C”(1º trim.) e “D”(2º e 3º trim.)do FDA (vide pág. 10)Quando utilizado no 2° e 3º trimestres da gestação pode provocar hipotensãofetal e neonatal; hipoplasia craniana neonatal; anúria, insuficiência renal,oligohidrâmnio e óbito.É excretado em pequenas quantidades no leite materno, devendo ser evitadotambém nesta fase.EFEITOS ADVERSOS/REAÇÕES COLATERAIS+–Mais freqüentes Menos freqüentes Raros ou muito rarosSNC: cefaléia, febre, fadiga, calafriosAR: tosse, dispnéia, broncoespasmoAC: hipotensão, hipotensão postural, dor torácica, palpitações, taquicardiaAD: náusea, diarréia, perda do paladar, hepatoxicidade, pancreatiteAGU: disfunção urinária (oliúria, disúria, polaciúria, poliúria, noctúria,proteinúria), doença renal aguda reversível, impotênciaHEMAT: agranulocitose, neutropeniaDERM: exantema, angioedemaOutros: artralgia, hiperpotassemia, hiponatremia, edema laríngeo0CAPTOPRIL • ANTI-HIPERTENSIVOINTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS• 2-alopurinol: aumenta os riscos de manifestações alérgicas como S.Stevens-Johnson, erupções cutâneas, febre e artralgias.• 3-α-bloqueadores: possível aumento no efeito “primeira dose”.• 3-aspirina: diminui os efeitos hemodinâmicos do captopril (menosprovável em doses diárias abaixo de 236 mg/dL.• 3-azatioprina: aumenta o efeito supressivo sobre a medula óssea.• 3-ciclosporina: aumenta efeito nefrotóxico.• 3-indometacina: inibe o efeito anti-hipertensivo dos IECA; provavelmenteoutros antiinflamatórios não esteróides (AINE) têm o mesmo efeito.• 3-diuréticos de alça: hipotensão e insuficiência renal (quando se sobrepõeà terapêutica diurética intensiva um agente IECA).• 3-insulina: aumento da sensibilidade à insulina; possível hipoglicemia.• 3-ferro: aumenta o risco de reação sistêmica com sais de ferro parenterais(sintomas gastrointestinais, hipotensão).• 3-lítio: aumenta o risco de toxicidade pelo lítio.• 3-mercaptopurina: aumenta o risco de neutropenia.• 3-potássio/diuréticos poupadores de potássio: risco aumentado dehiperpotassemia em pacientes predispostos.<strong>Farmanguinhos</strong>/<strong>Fiocruz</strong>43Memento TerapêuticoMiolo Memento14X21_2006_4.PMD 4329/6/2006, 15:16


CAPTOPRIL• 3-trimetoprima: risco aumentado de hiperpotassemia, em particular emindivíduos com insuficiência renal.Interferência em exames laboratoriais:Os inibidores da ECA podem provocar aumento de até 0,5 mEq/L no potássiosérico; aumentam as taxas de frutosamina e provocam testes de cetonúriafalso-positivos.ANTI-HIPERTENSIVO • CAPTOPRILSUPERDOSAGEMNa intoxicação aguda, a principal medida é corrigir a hipotensão, utilizandosesoro fisiológico para reexpansão do volume. Pode ser removido porhemodiálise em adultos, mas não por diálise peritoneal.FARMACOLOGIA CLÍNICA• Mecanismo de Ação:Bloqueia o sistema renina-angiotensina-aldosterona através da inibição daação da enzima que converte a angiotensina I em angiotensina II. Estebloqueio provoca aumento no nível de atividade da renina plasmática ediminuição das taxas de angiotensina II, aldosterona (levando a ligeiroaumento do potássio e perda de sódio e fluidos), diminuição da resistênciavascular periférica, da pressão arterial, da pré- e pós-carga. Resultamdesta ação efeitos anti-hipertensivo, de diminuição da atividade proliferativae cardioprotetor.• Farmacocinética:— Pico de ação: 1 hora— Duração: 2 a 6 horas— Meia-vida: abaixo de 3 horas— Metabolizado no fígado— Absorção prejudicada na presença de alimentos; deve ser administradouma hora antes dos alimentos.<strong>Farmanguinhos</strong>/<strong>Fiocruz</strong>44Memento TerapêuticoMiolo Memento14X21_2006_4.PMD 4429/6/2006, 15:16

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