avaliação do Projeto SESI â Por um Brasil Alfabetizado - CNI
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Numerização possibilita interpretar, agir sobre e comunicar comreferência a um amplo leque de situações do cotidiano, ou relacionadasao trabalho ou de outros contextos de vida, dando assim suporte à participaçãoefetiva em amplo espectro de papéis desempenhados na vida.Sobretudo, numerização possibilita compreensão crítica de afirmaçõesquantitativas acerca de tendências e mudanças na comunidade ou naçãode um indivíduo e no mundo. Numerização é também necessária paraum desempenho efetivo em um mundo de quantidades, volumes,formas, desenhos, mapas, gráficos, razões, preços, pesos, distâncias,fórmulas, carregamentos, horários, tabelas, estatística etc. Da perspectivade habilidades para a vida, numerização é freqüentemente necessáriapara a compreensão efetiva de informação sobre riscos relacionados àsaúde, efeitos colaterais de diferentes tratamentos e dosagens.Nesse sentido, os conceitos aplicados usualmente para a definição de alfabetizaçãoincluem, o mais das vezes, habilidades relacionadas a cálculo comoparte de sua conceituação. Entretanto, na maior parte desses casos, referem-seà capacidade do indivíduo em compreender e utilizar as quatro operaçõesfundamentais. No caso desta avaliação, entende-se numerização como umconjunto de competências mais amplas e que se desdobram em habilidadesmais específicas; competências e habilidades cujo desenvolvimento permitaao aluno a compreensão sobre afirmações de ordem quantitativa acerca defatos, tendências e mudanças junto à sua comunidade. A numerizaçãoinclui, assim, um largo escopo de habilidades, tais como interpretação,comunicação de informações matemáticas e entendimento de suas conseqüênciasem situações de trabalho, além de outros elementos relacionadosà vida do aluno. O pensar a alfabetização matemática como concepçãoprimordial induz, portanto, à busca pelo desenvolvimento de competênciase habilidades matemáticas básicas para a vida na sociedade atual. Chevallard,Bosh e Gascon (2001) refletem sobre isso, afirmando:O fato de que se ensine matemática na escola responde a uma necessidadeao mesmo tempo individual e social. (...) A presença damatemática na escola é uma conseqüência de sua presença na sociedadee, portanto, as necessidades matemáticas que surgem na escola deveriamestar subordinadas às necessidades da vida em sociedade.Entre trabalhadores jovens e adultos, em particular, o processo de numerizaçãoinclui o resgate de conhecimentos oriundos da vida e da escola, evisa aproveitar o que há de significativo, melhorando a compreensão deinformações que ficaram incertas e que, em função disso, via de regra levaram25
o aluno à rejeição à matemática. No sentido contrário, Bertoni (1995) exploraalgo sobre as relações (prazerosas!) dos sujeitos com a matemática, mencionandoque:Alunos e professores têm geralmente mil indagações.Têm curiosidade para explicar os mecanismos: Por que se recua umacasa? Por que menos por menos dá mais?Têm curiosidades criativas: Por que, em uma operação de divisão, nãose divide unidade por unidade, dezena por dezena etc?Têm curiosidades em que procuram atribuir significado: por que, nasmultiplicações em que se recua uma casa, (aparentemente) se somam(aparentemente) dezenas com unidades, centenas com dezenas etc?Assim, os conhecimentos prévios resgatados devem ser trabalhados emum contexto dinâmico e significativo, dentro de situações-problema, evitandoa repetição de processos “atomizados em pequenas partes sem significadoe onde se oferecem aos estudantes procedimentos fixos desolução” (HEUVEL-PANHUYSEN, 2003). Em vez disso, deve ser desenvolvidoum ensino de acordo com tendências comuns a várias propostasatuais, como mencionadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997(BRASIL, 1997):a. Aquisição de competências básicas para o cidadão e não apenas voltadaspara os estudos posteriores;b. Papel ativo do aluno na construção dos seus conhecimentos;c. Ênfase na resolução de problemas;d. Ampliação dos conteúdos trabalhados, incluindo-se, por exemplo,noções de estatística.Em vista da relevância em tornar o trabalhador jovem e adulto um indivíduoalfabetizado matematicamente, o processo de numerização deve aindaocorrer em tempo ágil, requerendo o máximo de cuidado no desenvolvimentodas habilidades que o caracterizam, evitando, com isso, vícios einadequações que afastaram esse indivíduo do processo regular de ensino.Em particular, especial atenção deve ser dada ao estabelecimento deconexões entre o que foi aprendido por esses alunos em processos de vida ede profissão e o que será desenvolvido em processos escolares.Segundo Jóia (1995, p.30):26
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o aluno à rejeição à matemática. No senti<strong>do</strong> contrário, Bertoni (1995) exploraalgo sobre as relações (prazerosas!) <strong>do</strong>s sujeitos com a matemática, mencionan<strong>do</strong>que:Alunos e professores têm geralmente mil indagações.Têm curiosidade para explicar os mecanismos: <strong>Por</strong> que se recua <strong>um</strong>acasa? <strong>Por</strong> que menos por menos dá mais?Têm curiosidades criativas: <strong>Por</strong> que, em <strong>um</strong>a operação de divisão, nãose divide unidade por unidade, dezena por dezena etc?Têm curiosidades em que procuram atribuir significa<strong>do</strong>: por que, nasmultiplicações em que se recua <strong>um</strong>a casa, (aparentemente) se somam(aparentemente) dezenas com unidades, centenas com dezenas etc?Assim, os conhecimentos prévios resgata<strong>do</strong>s devem ser trabalha<strong>do</strong>s em<strong>um</strong> contexto dinâmico e significativo, dentro de situações-problema, evitan<strong>do</strong>a repetição de processos “atomiza<strong>do</strong>s em pequenas partes sem significa<strong>do</strong>e onde se oferecem aos estudantes procedimentos fixos desolução” (HEUVEL-PANHUYSEN, 2003). Em vez disso, deve ser desenvolvi<strong>do</strong><strong>um</strong> ensino de acor<strong>do</strong> com tendências comuns a várias propostasatuais, como mencionadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997(BRASIL, 1997):a. Aquisição de competências básicas para o cidadão e não apenas voltadaspara os estu<strong>do</strong>s posteriores;b. Papel ativo <strong>do</strong> aluno na construção <strong>do</strong>s seus conhecimentos;c. Ênfase na resolução de problemas;d. Ampliação <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong>-se, por exemplo,noções de estatística.Em vista da relevância em tornar o trabalha<strong>do</strong>r jovem e adulto <strong>um</strong> indivíduoalfabetiza<strong>do</strong> matematicamente, o processo de n<strong>um</strong>erização deve aindaocorrer em tempo ágil, requeren<strong>do</strong> o máximo de cuida<strong>do</strong> no desenvolvimentodas habilidades que o caracterizam, evitan<strong>do</strong>, com isso, vícios einadequações que afastaram esse indivíduo <strong>do</strong> processo regular de ensino.Em particular, especial atenção deve ser dada ao estabelecimento deconexões entre o que foi aprendi<strong>do</strong> por esses alunos em processos de vida ede profissão e o que será desenvolvi<strong>do</strong> em processos escolares.Segun<strong>do</strong> Jóia (1995, p.30):26