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Betalactamases de Espectro Ampliado (ESBL): um ... - NewsLab

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no mundo, gerando <strong>um</strong>a necessida<strong>de</strong>crescente do conhecimentodo perfil <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> dasbactérias que mais freqüentementecausam infecções e domodo <strong>de</strong> disseminação da resistência(15). Muitas bactériaspossuem resistência intrínseca avários grupos <strong>de</strong> antibióticos, porémo problema da resistênciaaos antimicrobianos é colocadoquando as bactérias sofrem mutações,originando formas resistentes(2).Os mecanismos genéticos quecodificam a resistência bacterianase exteriorizam por seis principaismecanismos bioquímicos<strong>de</strong> ação: inativação enzimática dadroga, alteração da permeabilida<strong>de</strong>bacteriana à droga, alteração<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> transporte nacélula, retirada ativa da droga domeio intracelular, alteração do receptorà droga e modificação dosistema metabólico ativo para adroga e síntese das vias metabólicasalternativas (13). Todosestes mecanismos citados po<strong>de</strong>mser reunidos em três grupos: inativaçãoenzimática, alteração dosítio <strong>de</strong> ação do antibiótico e alteraçãodo transporte do antibióticoatravés do invólucro bacteriano.Um quarto mecanismo, casoespecífico <strong>de</strong> resistência as sulfonamidase trimetropim, se relacionaà capacida<strong>de</strong> da célulabacteriana <strong>de</strong> evitar a rota metabólicainibida por estes antibióticos(16).A inibição ou inativação enzimáticaproduzida pelos microorganismosé provavelmente o principalmecanismo molecular <strong>de</strong> resistênciamicrobiana. Foi inicialmente<strong>de</strong>scrita por Abraham eChaim, em 1940, que <strong>de</strong>monstraramem extratos <strong>de</strong> Escherichiacoli <strong>um</strong>a enzima capaz <strong>de</strong> inativara ação da penicilina, provocandoa sua abertura por hidrólisee transformando o antibióticoem produto inativo. Com a introduçãodas cefalosporinas na década<strong>de</strong> 60, o termo cefalosporinasepassou a ser empregadopara <strong>de</strong>signar as enzimas que hidrolisavameste grupo <strong>de</strong> antibióticosbetalactâmicos (13).<strong>Betalactamases</strong>As betalactamases constituem<strong>um</strong> grupo heterogêneo <strong>de</strong> enzimascapazes <strong>de</strong> inativar as penicilinas,cefalosporinas e por vezes os monobactâmicos.Estas enzimas sãofreqüentemente produzidas porbactérias Gram-positivas e Gramnegativas,aeróbias e anaeróbias,e lizam o anel betalactâmico porhidroxilação irreversível da ligaçãoamida, com inativação do antibiótico.Embora o resultado final<strong>de</strong> sua ação seja o mesmo, a ativida<strong>de</strong>enzimática é variável <strong>de</strong>acordo com o tipo <strong>de</strong> betalactamaseproduzida e os diversossubstratos existentes. Existe <strong>um</strong>avariação em especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong>substrato entre as betalactamases:alg<strong>um</strong>as hidroxilam preferencialmenteas penicilinas, outrastêm atração pelas cefalosporinase alg<strong>um</strong>as enzimas inativam ambasas classes <strong>de</strong> antibióticos. Emalguns patógenos, verifica-se aprodução <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong>betalactamases, on<strong>de</strong> diferentescepas po<strong>de</strong>m produzir diferentesenzimas, ou <strong>um</strong>a única cepa po<strong>de</strong>produzir mais <strong>de</strong> <strong>um</strong> tipo <strong>de</strong> enzima.Os betalactâmicos são liberadosem condições naturais pelosmicroorganismos produtores esão os resultados <strong>de</strong> <strong>um</strong> processoevolutivo e da pressão seletivaque favorecem os produtores<strong>de</strong> antibióticos. O uso amplo eindiscriminado <strong>de</strong>stes agentescertamente auxiliou na disseminaçãoda resistência, mas nãoprovocou o aparecimento <strong>de</strong>stasenzimas. (3).A produção <strong>de</strong>stas enzimas por<strong>de</strong>terminadas bactérias explica asua permanência em <strong>um</strong> foco infecciosoquando o antibiótico utilizadoé <strong>um</strong> betalactâmico. Alémdisso, po<strong>de</strong> interferir na sobrevivência<strong>de</strong> outros microorganismos,sensíveis ao antibiótico,quando o germe produtor faz parte<strong>de</strong> <strong>um</strong>a flora bacteriana mista.Po<strong>de</strong> ocorrer quando, em <strong>um</strong>aamigdalite tratada com penicilina,o Streptococcus do grupo A (sensívelao antibiótico) permaneceativo mesmo após o tratamento,<strong>de</strong>vido à produção <strong>de</strong> betalactamasespor bactérias que fazemparte da microbiota oral como es-158<strong>NewsLab</strong> - edição 63 - 2004

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