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Dinâmicas Rurais Territoriais no Vale de Jiquiriçá, Bahia ... - Rimisp

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UNIVERSIDADE FEDERALDA BAHIA: PROJETOGEOGRAFARI<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> Territorial<strong>Vale</strong> do Jiquiriçá, <strong>Bahia</strong>, Brasil(com base <strong>no</strong> resultados da 1ª fase <strong>de</strong> pesquisa)Julian Quan Natural Resources Institute, University ofGreenwich, Rei<strong>no</strong> Unido j.f.quan@gre.ac.ukAlicia Ruiz Olal<strong>de</strong>, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Recôncavo da<strong>Bahia</strong> (UFRB) aliruiz@ufba.br


Sumário da apresentação• Políticas <strong>de</strong> Desenvolvimento Territorial <strong>no</strong>Brasil e dos Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> na <strong>Bahia</strong>• Questões da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do <strong>Vale</strong> <strong>de</strong> Jiquiriça;fatores <strong>de</strong> convergência e divergência• Dinâmicas do território e sua relação comaspectos da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>• Mobilização dos fatores <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> comoativos nas políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoterritorial


I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é fundamental ao conceito <strong>de</strong> Território• Território e um espaço geográfico socialmente construído• Territórios são construídos por grupos sociais ou re<strong>de</strong>s <strong>de</strong>atores que interagem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado espaço apartir dos recursos presentes• Um sentido clássico do território é <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> domínioe controle, <strong>de</strong>finido por uma autorida<strong>de</strong> política, social oumilitar• Territórios po<strong>de</strong>m existir em diferentes escalas; sersobrepostos; não necessariamente tem fronteiras fechadas ouclaramente <strong>de</strong>finidos; e po<strong>de</strong>m mudar• O <strong>Vale</strong> <strong>de</strong> Jiquiriçá, foco <strong>de</strong> esta investigação é um território<strong>de</strong>finido pelo Estado com base em questões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>,mas não correspon<strong>de</strong> a uma unida<strong>de</strong> político- administrativa


Políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoterritorial• Programa Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentáveldos Territórios <strong>Rurais</strong> (PRONAT) 2003• Criação da CET - Coor<strong>de</strong>nação Estadual dosTerritórios na <strong>Bahia</strong> (2004)• Constituição dos colegiados territoriais e elaboraçãodo Pla<strong>no</strong> Territorial <strong>de</strong> Desenvolvimento RuralSustentável• Adoção dos Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> como unida<strong>de</strong><strong>de</strong> planejamento na <strong>Bahia</strong> a partir <strong>de</strong> 2007• Programa Territórios da Cidadania (2008)


Conceito <strong>de</strong> Território adotado pela SDT“um espaço físico, geograficamente <strong>de</strong>finido,geralmente contínuo, compreen<strong>de</strong>ndo a cida<strong>de</strong> e ocampo, caracterizado por critérios multidimensionais– tais como o ambiente, a eco<strong>no</strong>mia, a socieda<strong>de</strong>, acultura, a política e as instituições – e uma populaçãocom grupos sociais relativamente distintos, que serelacionam interna e externamente por meio <strong>de</strong>processos específicos, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> distinguir um oumais elementos que indicam i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e coesãosocial, cultural e territorial.”


<strong>Vale</strong> <strong>de</strong> Jiquiriçá: Baciahidrográfica, território e municípiosLegendaRio JiquiriçaLimites do territórioLimites dos municípios e da bacia


• Área: 12.415 km 2 (2,5% doestado da <strong>Bahia</strong>)• Pop. total 335.580 (2008) 46%rural em 2000• Densida<strong>de</strong>: 25,5 hab/ km2• 73% da população ativa emativida<strong>de</strong>s agropecuárias (2006)• Pobreza 60.9% (2000)


O <strong>Vale</strong> <strong>de</strong> Jiquiriça se caracteriza pela diversida<strong>de</strong> ambiental, resultado davariação pluviométrica e <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, com zonas <strong>de</strong> Mata Atlântica, do semi-árido,e <strong>de</strong> transição entre esses dois ecossistemas, além da influência humana marcadapelo <strong>de</strong>smatamento e pela substituição da vegetação original por pastagens


Fatores da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> territorial do <strong>Vale</strong> <strong>de</strong> Jiquirica1. Localização na bacia hidrográfica e proximida<strong>de</strong> com o rio que serve comoreferência cultural comum2. Meios da comunicação: o rio sempre representou o eixo <strong>de</strong> comunicaçãonatural para a população; <strong>no</strong>s 1890s foi construído um caminho <strong>de</strong> ferro ligando osprincipais centros urba<strong>no</strong>s para o escoamento da produção; <strong>no</strong>s 1940s foi substituídapela re<strong>de</strong> rodoviário3. Historia da ocupação do <strong>Vale</strong> por um conjunto interligado <strong>de</strong> famíliasdominantes como área <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> culturas <strong>de</strong> exportação (primeiro tabaco,café e, <strong>de</strong>pois cacau) associadas à ativida<strong>de</strong> pecuária e agricultura <strong>de</strong> subsistênciaFatores <strong>de</strong> divergência territorial• I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s sub-regionais <strong>de</strong> acordo com as caraterísticas agro-ecologicas,origens e aspetos socio-culturais, sistemas <strong>de</strong> produção e proximida<strong>de</strong>s físicas emdiferentes zonas• Proximida<strong>de</strong> e i<strong>de</strong>ntificação com outros territórios ou regiões: (por ex. a região<strong>de</strong> Amargosa, o Recôncavo, a Chapada Diamantina


SUB-TERRITORIOS DO VALE DE JIQUIRICAEspaços do <strong>Vale</strong> com características especificaslocais e vínculos com outros regiões e território:•A zona da produção cacaueira, úmida, da MataAtlântica: Mutuipe, Ubaira, Jiquiriça (Laje)•Região <strong>de</strong> Amargosa, S.Miguel das Matas, ElísioMedrado (Laje): voltada para o Recôncavo comme<strong>no</strong>s altitu<strong>de</strong>•Zona <strong>no</strong>rte do território, com característicastípicas do sertão semi-árido e mais próximas aoutros territórios•A zona da produção cafeteira (hoje em <strong>de</strong>clínio)•Zona da transição <strong>de</strong> produção dinâmica <strong>de</strong>horticulas: Jaguaquara, Itirucu•Cida<strong>de</strong>s e comunida<strong>de</strong>s mais próximas ao rio, econectadas pela estrada principal• Alguns <strong>de</strong>sses espaços estão sobrepostos e seusignificativo tem mudado historicamenteO <strong>Vale</strong> possui diversos sistemas <strong>de</strong>produção agrícola em função davariação agro- ecológica:• Zona da Mata (sempre ver<strong>de</strong>): cacau,banana, mandioca, pecuária, frutastropicais diversas. E a zona maisdinâmica e produtiva, caracterizadapor pequenas e medias proprieda<strong>de</strong>s.• Zona da Transição (Mata<strong>de</strong>cídua/mata <strong>de</strong> cipó): café, hortifruticultura,caju e pecuária extensiva.Pequenas, medias e gran<strong>de</strong>sproprieda<strong>de</strong>s, com presença <strong>de</strong> algunsassentamentos <strong>de</strong> reforma agrária.• Zona do Semi-árido: pecuáriaextensiva dominada por gran<strong>de</strong>sproprieda<strong>de</strong>s, com pequenas áreas <strong>de</strong>horticultura irrigada, com presença <strong>de</strong>alguns assentamentos <strong>de</strong> reformaagrária.


Aspetos econômicos e institucionais pertinentesa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento territorialEconômicos• Presença <strong>de</strong> medias cida<strong>de</strong>s regionais – Jaguaquara e Amargosa - quecresceram como centros <strong>de</strong> mercado com vínculos com outros centrosregionais, através <strong>de</strong> rodovias nacionais que passam pelo território• Presença <strong>de</strong> pequenas cida<strong>de</strong>s que cresceram como pólos locais –Mutuipe, Laje, Maracás, conectadas por uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> estradas internasInstitucionais• Não há uma unida<strong>de</strong> político administrativa que corresponda aosterritórios <strong>no</strong> Brasil,• Histórico <strong>de</strong> várias políticas estaduais que utilizam diferentes recortesgeográficos <strong>no</strong>s diversos setores <strong>de</strong> atuação• Existência <strong>de</strong> varias formas <strong>de</strong> articulação territorial sobrepostas comlimites diferenciados: Território <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>; Conselho <strong>de</strong> SegurançaAlimentar; Consorcio inter-municipal (CIVJ) e a criação <strong>de</strong> um <strong>no</strong>voConsórcio Público (Mercovale)


DINÂMICAS DO TERRITÓRIO• Processo histórico <strong>de</strong> emergência e consolidação da agricultura familiar:venda <strong>de</strong> uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos tropicais em mercados regionais e <strong>de</strong> exportação;hoje cacau e horti-fruticultura são os mais dinâmicas• Agricultura constitui maior fonte <strong>de</strong> ocupação e faz uma contribuição ao PIBacima da média da <strong>Bahia</strong> e do Brasil• Baixa apropriação das políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural (comercialização,crédito)• Dinâmica <strong>de</strong> acesso a terra:• coexistência <strong>de</strong> pequenas, médias e algumas gran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>s;• Processo <strong>de</strong> minifundização - latifúndios <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ntes <strong>no</strong> semi árido mas pouco espaçopara reforma agrária em áreas produtivas• inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitas pequenas unida<strong>de</strong>s da produção‣ Alta e crescente importância das transferências sociais para a redução <strong>de</strong>pobreza e dinamismo da eco<strong>no</strong>mia local – urbana‣ Escasso <strong>de</strong>senvolvimento do setor industrial; predominam os serviços‣ Desmatamento e práticas agrícolas contribuem à <strong>de</strong>gradação ambiental –erosão do solo, assoreamento dos rios e redução da quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> daságuas que são os recursos eixos produtivos e simbólicos do território


Potencial contribuição da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> às dinâmicas<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>Vale</strong> do Jiquiriçá• Maior comunicação, interação e articulação dos atores sociais• Comercialização <strong>de</strong> produtos com i<strong>de</strong>ntificação territorial• Promover e adaptar serviços <strong>de</strong> apoio por ex. à produção ecertificação ligados com aspetos típicos do território: sistema <strong>de</strong>marcas / rótulos dos territórios rurais• Ação conjunta <strong>de</strong> atores e <strong>de</strong> municípios constituintes paramaximizar a eficiência <strong>de</strong> investimentos públicos, e atrair e geririnvestimentos privados• Melhorar a gestão ambiental <strong>de</strong> recursos compartilhadas• Preservar e promover patrimônio comum• Promover turismo baseado em recursos paisagísticas e culturais doterritório


• Várias iniciativas locais produtivas baseadas emi<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s locais: projetos trazidos por li<strong>de</strong>res articulados comsindicatos, ONGs e <strong>no</strong>vas políticas estaduais e fe<strong>de</strong>rais: Orçamentosparticipativos, DRS (Banco do Brasil / SEBRAE), fornecimento <strong>de</strong> árvorestropicais e melhoradas, cooperativas <strong>de</strong> floricultura; Base Ambiental <strong>de</strong>Amargosa fiscalização; programa <strong>de</strong> compra dos alimentos do setorfamiliarMudança das coalizões sociais e i<strong>no</strong>vação institucional• Enfraquecimento das bases econômicas das elites locaise processo <strong>de</strong> maior inclusão social: investimentosincrementais em serviços e políticas sociais e educação; <strong>no</strong>vas geraçõesdas elites tradicionais e uma classe media com <strong>no</strong>vas visões sociais,políticas e empresariais (ver Favareto & Abramovay – Cariri)• Emergência <strong>de</strong> <strong>no</strong>vas coalizões sociais: processo histórico <strong>de</strong>mobilização dos sindicatos rurais; hoje em alguns municípios alinhadoscom <strong>no</strong>vos empreen<strong>de</strong>dores políticos e sociais e representantes das elites


Entraves à i<strong>no</strong>vação institucional• Não há uma instancia institucional capaz <strong>de</strong> mobilizar osfatores <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> como ativos <strong>no</strong> processo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento, e <strong>de</strong> ampliar e coor<strong>de</strong>nar iniciativas locais esetoriais• Uma série <strong>de</strong> tentativas <strong>de</strong> articular e coor<strong>de</strong>nar as ativida<strong>de</strong>sdos atores para conseguir resultados comuns ao nível doterritório - poucos resultados mas algumas promessas: ConsórcioPublico, CONSAD, Colegiado do Território <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>• Persistência <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los clientilistas tradicional <strong>de</strong> política e<strong>de</strong>senvolvimento local sobretudo <strong>no</strong> semi- arido - mentalida<strong>de</strong>sparoquiais, individualistas, e sub-territoriais: resistência do po<strong>de</strong>r públicomunicipal às iniciativas‣ Até agora não surgiu uma coalizão social capaz <strong>de</strong> mudar<strong>de</strong>finitivamente o marco institucional do <strong>de</strong>senvolvimentodo Território ou o controle da <strong>de</strong>gradação ambiental


Políticas públicas para facilitar dinâmicas inclusivas esustentáveis com base na i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> territorial• Criação <strong>de</strong> instancias institucionais que facilitam processos eplanejamento <strong>de</strong> orçamentos participativos a nível dos territórios<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, para realizar objetivos comuns: ex. Colegiado doTerritório y Consorcio Publico Intermunicipal• Coor<strong>de</strong>nação dos investimentos públicos, harmonização dosrecortes geográficos <strong>de</strong> políticas e agências setoriais,planejamento participativo e dotação dos territórios com recursosfinanceiros e huma<strong>no</strong>s para dinamização <strong>de</strong> iniciativas locais(Territórios da Cidadania)• Privilegiar projetos e investimentos do caráter inter-municipalcom participação da socieda<strong>de</strong> civil e setor privado e baseados emprodutos, aspetos culturais e ativida<strong>de</strong>s típicas• Articulação <strong>de</strong> projetos maiores capazes <strong>de</strong> ter maior incidênciainstitucional em sistemas <strong>de</strong> i<strong>no</strong>vação territorial, melhoria <strong>de</strong>praticas produtivas , regulamentação ambiental e capacitação dosatores.


As dinâmicas do território <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muito daarticulação dois atores locais com políticas ecoalizões ao nível estadual e nacional – e acontinuida<strong>de</strong> das políticas territoriais na <strong>Bahia</strong> e <strong>no</strong>BrasilMuchas graciasMuito obrigadoThank you very much

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