RELATÓRIO FINAL - senale

Essa conquista em curso, é resultado da crescente organização das lésbicas em nível local e em nível nacional.É fruto ainda, de sua capacidade de interlocução em distintos espaços de debate, quer seja nas instânciasde controle social, nos movimentos LGBT, nos movimentos feministas e de direitos humanos, quer com opoder público nas instâncias municipal, estadual e federal.A ascensão das lésbicas à esfera pública como sujeito político; a incidência em políticas públicas e ocupaçãodos espaços de controle social para garantia do exercício da liberdade de orientação e expressão sexual seminterdições; a luta pelo reconhecimento dos direitos das lésbicas como direitos humanos, dentre outrasações são estratégias que o movimento de lésbicas vem implementando para enfrentar e interditar a lesbofobiasocial e institucional naturalizada em nosso país.A organização do movimento de mulheres lésbicas juntamente com outros movimentos sociais e a garantiade aparatos públicos como legislações anti-discriminatórias, equipamentos sociais são ações que tornampossível romper a heterossexualidade como norma. A organização e a formação teórico-política das lésbicasem seminários, encontros, oficinas locais e em espaços como os SENALEs têm contribuído, sem dúvida,para seu reconhecimento como sujeito político. Assim, é imprescindível destacar os SENALEs como marcosda politização, fortalecimento e organização do movimento de mulheres lésbicas no Brasil, e umaestratégia fundamental, inclusive, para a conquista de aliados(as) à defesa dos seus direitos humanos.Nesses 10 anos, houve um amadurecimento da organização do movimento de mulheres lésbicas como sujeitopolítico e o SENALE tem se traduzido como espaço de troca de vivências, experiências, mas, também momentode construção de diretrizes para políticas públicas e diretrizes para as diferentes expressões do movimento. Identifica-seum investimento teórico-político e metodológico que se manifesta tanto do ponto de vista organizativo elogístico (periodicidade, elaboração de projetos, constituição de comissões de trabalho), quanto dos seus conteúdos(aprofundamento temático das principais questões teórico-políticas de interesse das lésbicas e bissexuais).Apesar de todas as conquistas, os desafios permanecem, uma vez que ainda vivemos sob a égide da sociabilidadedo capital, do patriarcado, da lesbofobia e do racismo. Contudo, não constituem desafios intransponíveis quandopossuímos referencial histórico-crítico, cujo método visa a permanente articulação entre finalidades e meios.Bibliografia:CONTI, Silvana; LUIZ, Carmen Lucia; RODRIGUES, Lurdinha; QUADROS, Rita. Rumo ao VI SENALE -Dez anos de lutas, avanços e conquistas! Texto mímeo, 2006.FERNANDES, Marisa. Lésbicas no Brasil. (2002). Disponível no site: http:gonline.uol.com.br/entre_elas/filosofando/filosofando.html_______. Lesbianismo e Feminismo, uma dupla identidade. IN Anais XIII Encontro Nacional Feminista.João Pessoa, 2000.MESQUITA, Marylucia. Nosso corpo e nosso afeto nos pertencem: diálogos sobre direitos sexuaisentre feministas e lésbicas. IN Informativo Fazendo Gênero do Grupo Transas do Corpo. Ano VIII, nº 20.Julho a outubro/2004_______. Movimento de Mulheres Lésbicas no Brasil: Sinalizando algumas conquistas e desafios parao século XXI. IN Revista GALF - Grupo de Activistas Lesbianas Feministas. Tercera época. Nº 18, Lima,diciembre, 2004. Site: www.galf.org.11