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RELATÓRIO FINAL - senale

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Movimento de Mulheres Lésbicas como SujeitoPolítico: SENALE, Visibilidade e DireitosPor Marylucia Mesquita 2“Alguém, creio, lembrará de nós no futuro”(Safo, 640 a.C.)O movimento organizado e politizado em torno da homossexualidade surge, no Brasil, no final dos anos1970, no período de abertura política. A organização lésbica marca os idos dos anos 1979, quando lésbicas,predominantemente feministas, começam a marcar presença e visibilidade no primeiro grupo de afirmaçãohomossexual do país, o Somos, em São Paulo. A organização lésbica no Somos se desenvolve através da formaçãode um subgrupo que agregou várias denominações: facção lésbica-feminista, subgrupo lésbico-feminista,ação lésbica-feminista. Em maio de 1980, em resposta ao machismo e ao patriarcado presentes no movimentogay, surge o primeiro grupo só de lésbicas, denominado Grupo Lésbico-Feminista, ou simplesmente LF.No final dos anos de 1980, as lésbicas do Grupo Lésbico-Feminista se dividem em dois caminhos: algumassaem da militância, outras ocupam diferentes espaços de organização coletiva (de natureza feminista e/ou denatureza lésbica ou outros movimentos). Em outubro de 1981, as lésbicas que optaram por consolidar amilitância especificamente lésbica e feminista fundam o Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF) que permaneceuatuante durante praticamente toda a década de oitenta (1981-1989).Se a década de 1980 é marcada por uma presença ainda tímida de grupos lésbicos, a partir de 1990, aorganização do segmento começa a ocupar o cenário brasileiro de forma menos isolada, através da criaçãode outros grupos compostos somente de lésbicas, ou do fortalecimento de núcleos de lésbicas atuantes nosgrupos mistos 3 ou por meio de ativistas independentes/autônomas 4 que militam em fóruns, redes e articulações.Dessa forma, no Brasil, os grupos de lésbicas vão se multiplicando e, aos poucos, conquistandomaior visibilidade. Um momento significativo para a organização lésbica brasileira foi a construção do SeminárioNacional de Lésbicas (SENALE).O SENALE surgiu da necessidade de se ter um espaço onde as especificidades das lésbicas pudessem serdiscutidas de uma forma mais ampla e democrática, já que nos encontros mistos esse espaço era e continuasendo insuficiente. A semente dessa luta política foi plantada em 1996, pelo Coletivo de Lésbicas do Rio deJaneiro - COLERJ e pelo Centro de Documentação e Informação Coisa de Mulher (RJ). Estas entidadesrealizaram, naquele mesmo ano, o I SENALE, entre 29 de agosto e 01 de setembro, na cidade maravilhosa.2Integrante da Coordenação Política Executiva do VI SENALE. Assistente Social. Mestre em Serviço Social pela UFPE. Lésbica e Feminista. Cofundadorae Coordenadora Geral do DIVAS – Instituto em Defesa da Diversidade Afetivo-Sexual. Militante da Liga Brasileira de Lésbicas (LBL) eIntegrante da Coordenação Colegiada da Liga Brasileira de Lésbicas - Regional/NE. E-mail: mary@divas.org.br3Organizações formadas por gays, lésbicas, travestis, transexuais e transgêneros.4A nomenclatura é recheada de polêmicas, mas refere-se, neste artigo, às mulheres lésbicas que não estão organizadas em grupos/organizações lésbicas.9

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