estava decorada com dois quadros a pastel, também da autoria do rei,representando os seus iates Amélia. O próprio rei guiou a exposição nosminutos iniciais.Uma das primeiras imagens do AquárioCompunham o edifício inaugural dois corpos solidários, reunidos num sópiso: um onde funcionavam os serviços de apoio: duas cisternas paradepósito de água salgada, casas dos motores e dos filtros interiores, sala deseleção das pescas, laboratórios, gabinetes do diretor e preparador,biblioteca, secretaria, arrecadação, sala de espera e lavabos; e outro com aparte que podia ser visitada pela público: sala de entrada (átrio), sala domuseu, sala de aquários de água doce (29) e uma galeria com aquários deágua salgada (21).2– A evolução do Aquário Vasco da Gama até aos nossos dias2.1 – A Administração da Marinha Portuguesa (1901-1909)O Aquário Vasco da Gama foi um dos primeiros aquários do mundo. Oprimeiro aquário público tinha surgido na Europa em 1853, em Inglaterra,na London Zoological Society, seguindo-se outro, um ano mais tarde, noZoological Gardens de Surrey, no mesmo país.Findas as Comemorações do Centenário, havia que entregar o AquárioVasco da Gama a quem lhe desse continuidade e se responsabilizasse pelasua manutenção. Um edifício tão importante, pioneiro no país e dosprimeiros na Europa e que albergava uma coleção de tão alto valor, nãopodia ser votado ao esquecimento.Desde 5 de dezembro de 1899, o Aquário passou a ser património doEstado que tinha como intenção entregar a sua administração à Sociedade8
O AQUÁRIO <strong>VASCO</strong> <strong>DA</strong> <strong>GAMA</strong>de Geografia. No entanto, esta exigia do Governo um subsídio anual parapagar as despesas relacionadas com a sua manutenção. Foram várias asdiligências feitas, ainda pela Comissão do Centenário, para que a atribuiçãodesse subsídio fosse conseguida.Em ofício de 29 de dezembro de 1898, a Comissão pediu ao Ministério dasObras púbicas a atribuição de um subsídio de 2 500$00 réis, em troca de50% da receita líquida.Num novo ofício de 30 de Agosto 1900, o pedido de subsídio foi reduzidopara 2 400$00, tendo sido atribuído 1200$00 para a aquisição e reparaçãode material e os restantes 1200$00 para o pagamento de pessoal e comprade material para uma estação de reprodução de peixes de água doce.No ofício de 14 de fevereiro de 1901, dirigido ao Ministério da Marinha, aComissão altera o valor do subsídio para 1500$00 réis anuais, caso oEstado se encarregasse das reparações do edifício e do pagamento do gaz eda água, assim como da aquisição de material e respetivas reparações. 7No entanto, a situação do Aquário continuava a degradar-se e nada eraresolvido em concreto. Nos anos de 1900 e 1901 são vários os ofíciosdirigidos ao Aquário que dão conta de atrasos no pagamento de faturas,nomeadamente do gás e eletricidade. Sem direção técnica, o Aquárioregistava ainda um atraso no pagamento dos funcionários e um estado dequase abandono, com as peças metálicas em contacto com a águainutilizadas ou gravemente deterioradas, por falta de conservação,conforme é referido pela Comissão num inventário que elaborou e foipublicado em portaria de 20 de fevereiro de 1901.Será nesta mesma portaria que é publicado que o Aquário passaria, a partirdessa data, a ser administrado pela Marinha Portuguesa.Não havendo técnico com formação académica suficiente para assumir ocargo de diretor, foi decidido pelo Ministério da Marinha e Ultramarnomear diretor Armando da Fonseca Costa da Silva que, apesar de ser umamante das ciências naturais, era jornalista, não tendo formação técnicapara o cargo que ia exercer.Armando Silva herdou um Aquário num estado muito degradado. Disso selamentará no seu relatório elaborado em 1901, por ordem do Ministro daMarinha e Ultramar, na sequência do ofício de 22 de Março: “O abandonoe o desleixo, juntos com a falta de uma direcção técnica, que se entregavainteiramente nas mãos de um pessoal sem a menor preparação, por poucoque não inutilizaram de todo aquelle estabelecimento, que custou mais de7 SILVA, Armando, O Aquário Vasco da Gama - Relatório apresentado a sua Exª oMinistro da Marinha e Ultramar sobre o Estado d`Este Estabelecimento e a suaReorganização, Lisboa, Imprensa Nacional, 1901, p. 6 e 79