34DAR UM GIRO ● APOSTA <strong>116</strong>360˚Ciência DescobertaCorra porque já não tem muito tempo. A exposição “360˚ Ciência Descoberta”,promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, pode ser visitada até ao dia2 de junho e constitui uma oportunidade única para adquirir uma visão maisalargada sobre os feitos dos portugueses na época dos Descobrimentos
35SE HÁ MOMENTO DA HISTÓRIA QUENOS ENCHE O PEITO DE ORGULHOÉ O DOS DESCOBRIMENTOS. OQUE CERTAMENTE POUCOS DE NÓSSABERÍAMOS ANTES DESTA EXPOSIÇÃOÉ QUE ALÉM DE HERÓIS DO MAR,FOMOS HERÓIS DA CIÊNCIAHá sempre um bom motivo para ir à Gulbenkian. Se não forboa música ou exposições imperdíveis, o que é certamenteimpossível, existe o verde infinito dos jardins que envolvemos edifícios da Fundação. Percorrer os caminhos que atravessama flora abundante e terminar a ler um bom livro narelva fresca que contorna o lago é um programa que apetecesempre. É o escape ideal para quem quer mergulhar nobucolismo do campo mas está confinado ao caos da cidade.A mostra “360˚ Ciência Descoberta” enquadra-se no motivoexposição imperdível, o que se explica numa só frase proferidahá muitos anos atrás pelo matemático português PedroNunes e que lhe dá o mote: «Descobriram novas ilhas, novasterras, novos mares, novos povos; e o que mais é: novo céue novas estrelas».Se há momento da História que nos enche o peito de orgulhoé o dos Descobrimentos. “Heróis do mar, nobre povo,nação valente e imortal” sai quase sempre desafinado, tal éo entusiasmo com que cantamos. O que certamente poucosde nós saberíamos antes desta exposição é que além deheróis do mar, fomos heróis da Ciência.Falar ao mesmo tempo de Copérnico, Galileu, Newton e deDuarte Pacheco Pereira, D. João de Castro e Pedro Nunes poderáparecer, à primeira vista, confuso, mas a verdade é quetodas estas personalidades contribuíram de forma notávelpara o avanço da Ciência. Dizendo de forma redutora, masem tom de brincadeira, a diferença poderá estar na origemdos progressos científicos: D. João de Castro foi de nau até àÍndia, Newton encostou-se a uma macieira. O que não querdizer que se pretenda colocá-los no mesmo “patamar” dodesenvolvimento científico.Resumindo, e nas palavras do comissário da mostra, ProfessorHenrique Leitão, que podem ser lidas no catálogo,«a exposição procura mostrar como o encontro de NovosMundos permitiu também descobrir uma Nova Ciência.»“Por mares nunca dantes navegados…Passaram ainda além da Taprobana”. Já dizia um dos heróis--mores da nossa literatura. O verso adequa-se na perfeiçãoao grande contributo dos portugueses (e espanhóis, justiça