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Frente Rio Claro - das sementes e raízes aos ... - Claudio Di Mauro

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8Estação Ferroviária, conforme consta ainda do retro citado livro deActas da Câmara:“Sessão Especial em 25 de Outubro de 1930. Aos vinte ecinco dias do mez de Outubro de mil novecentos e trinta,nesta cidade de <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>, no Paço Municipal, as treze emeia horas, presentes os srs. Benedicto Pires Joly,empossado no cargo de prefeito municipal, João deAlmeida Ramalho, representante do GovernoRevolucionário, resolveram, em regozijo pela victoriaalcançada, DECRETAR o seguinte: 1º Considerar feriadomunicipal o resto do dia de hoje; 2º Denominar “AvenidaJoão Pessoa” a avenida 1, desta cidade ; 3º Denominar“Praça Siqueira Campos” a praça da estação, destacidade. Nada mais havendo a resolver, encerrou-se asessão. Eu, Eduardo Alberto de Moraes, secretário daCâmara, a subscrevi. B. Joly. João de Almeida Ramalho.”(cf. livro de Actas da Câmara Municipal de <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>, nº31, fls. 144, mencionado no texto acima).Porém, esse segundo estágio da esquerdarevolucionária no núcleo do poder do governo de <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>também seria relativamente breve, eis que Humberto Cartolano11 , político e empresário capitalista influente, conseguiu, doguerra da aviação francesa, Elyseu Negrin, nas águas do <strong>Rio</strong> da Prata, na costa de São José, Uruguai,quando voltava ao Brasil, procedente de missão na Argentina, em companhia de seu amigo revolucionárioJoão Alberto Lins de Barros, sobrevivente do naufrágio. Siqueira, excelente nadador, diariamente seexercitava, nadando do Forte de Copacabana ao Forte do Leme, no <strong>Rio</strong> de Janeiro; durante a marcha daColuna Prestes atravessou, a nado, o <strong>Rio</strong> Uruguai e o <strong>Rio</strong> Paraná, para resgatar companheiros isoladosnas suas margens opostas. João Alberto, que mal sabia nadar, salvou-se e foi resgatado com vida. Emmemória de Siqueira, que desencadeara o ciclo revolucionário, com o episódio do Forte deCopacabana, em 5.7.22, que participou da Revolução Paulista de 5.7.24 (o segundo “Cinco de Julho”),que foi o grande comandante e amigo de Luiz Carlos Prestes e de Miguel Costa, durante a sua “ColunaInvicta”, de 1925 a 27, e ainda um dos lideres da Revolução de 1930, é que a Junta Revolucionária de<strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong> deu o seu nome à Praça da Estação, no centro urbano da cidade. Sobre esse fato, já observeicomo coincidências (ou “sincronicidade”, consoante Jung) as circunstâncias de os dois maiores políticosrio-clarenses – Siqueira Campos e Ulysses Guimarães – terem sucumbido, ambos, mortos, em doisacidentes aviatórios e naufrágios subseqüentes, com a diferença de o corpo de Siqueira Campos haversido resgatado do <strong>Rio</strong> da Prata e sepultado na capital de S.Paulo, no Cemitério da Consolação, e o deUlysses Guimarães não ser encontrado, nas águas do Atlântico.11 Humberto Cartolano tornou-se ferrenho adversário dos revolucionários locais de 30, convertendoseem um dos líderes da “contra-revolução” de 1932 em <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>; fundou e dominou, durante anos, aAssociação Comercial no Município, como seu presidente, chegando a assumir a Prefeitura, de08/03/1935 a 13/02/1936; fundou também o jornal “Cidade de <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>”, em 1934, existente até hoje,como órgão tradicional da Imprensa Paulista, e ao qual se contrapôs “O <strong>Rio</strong>clarense”, diário localfundado e dirigido por João Fina Sobrinho, em 1935, que circulou depois dirigido pelo seucorreligionário e amigo pessoal - o mineiro “Zico”, João de Oliveira Carmo, até 1939. Vale anotar que,de 1921 até 1929, o mesmo jovem advogado, recém formado, João Fina Sobrinho fundou e dirigiu “OFígaro”, como oposição em <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>, de circulação diária e regional, consoante registro de FreitasNobre, na sua “História da Imprensa de São Paulo”, Ed. Leia, 1950, S.Paulo, 267 páginas. Durante aRevolução de 1924 e o exílio de João Fina Sobrinho no Paraguai e na Argentina, e a sua prisão políticaem São Paulo, até 1926, o seu jornal não parou, sendo mantido pela sua equipe jornalística.

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