Savana (S): A ocorrência <strong>de</strong> savana nointerior da floresta tropical se dá em áreas <strong>de</strong>relevo pediplana<strong>do</strong>, com solos empobreci<strong>do</strong>spela intensa lixiviação, e em áreas <strong>de</strong> afloramentosresiduais arenítico-quartizíticos, comsolos rasos mineralmente pobres e com baixaretenção hídrica (R A DA MBR ASIL 1978).Na vegetação <strong>de</strong> savana, o relevo apresenta-seplano e suavemente ondula<strong>do</strong>, com pequenas<strong>de</strong>pressões que conservam a umida<strong>de</strong> no solopor maior tempo, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> então um padrão<strong>de</strong> diferenciação no porte da Savana: gramíneo-lenhosa (Sg) nas áreas com maior impedimentona drenagem; Parque (Sp) e Arborizada (Sa)nas áreas mal drenadas; e Savana Florestada(Sf) nos contatos Savana/Floresta.Á r eas <strong>de</strong> for m ações pioneir as <strong>de</strong>influência fluvial/lacustre (Pa): Sãoformações em processo <strong>de</strong> sucessão, instaladasem ambientes <strong>de</strong> solos azonais, que se encontramao longo <strong>do</strong>s rios e em locais <strong>de</strong>primi<strong>do</strong>s<strong>do</strong>s interflúvios tabulares <strong>do</strong> Terciário. Suapresença está associada à ocorrência <strong>de</strong> solosHidromórficos e Areias Quatzosas (R ADAM-BR ASIL 1978), e apresenta-se com estágiosherbáceos (Pah) e arbustivos (Paa) na região <strong>de</strong><strong>estu<strong>do</strong></strong>.Sem Informação (S/i): As áreas classificadascomo sem informação são referentes a paisagensantropizadas até o ano 2000, geralmenteáreas <strong>de</strong>smatadas sob diferentes usos da terra.Foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> que estas áreas têm o estoque<strong>de</strong> carbono <strong>do</strong> complexo <strong>de</strong> vegetação substituin<strong>do</strong>a vegetação original <strong>de</strong>smatada.Figura 16. Classes <strong>de</strong>fitofisionomias ou tipos<strong>de</strong> vegetação encontradasnos 5 municípios <strong>de</strong>sse<strong>estu<strong>do</strong></strong>28
4.2. Estoques <strong>de</strong> carbono na vegetaçãoA partir <strong>do</strong>s grupos e super-classes foi possívelobter valores diretos <strong>para</strong> o estoque <strong>de</strong> biomassae <strong>de</strong> carbono acima <strong>do</strong> solo <strong>para</strong> as fitofisionomias.Os valores foram retira<strong>do</strong>s diretamente<strong>do</strong> Primeiro Inventário Brasileiro <strong>de</strong> EmissõesAntrópicas <strong>de</strong> Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa (MCT2006), a partir das fitofisionomias das folhas <strong>do</strong>RADAMBRASIL.Utilizou-se as folhas <strong>do</strong>s <strong>estu<strong>do</strong></strong>s <strong>do</strong> RADAM-BRASIL n. 7, 12, 16 e 17 <strong>para</strong> obter os valores <strong>de</strong>carbono estoca<strong>do</strong> em cada fitofisionomia, queestão listadas no apêndice 3.1.2 (Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong>carbono no Bioma Amazônia por mapa e classeagrupada <strong>de</strong> vegetação (MCT 2006)). Assim,quan<strong>do</strong> o valor aparecia em uma <strong>de</strong>ssas folhas,foi computa<strong>do</strong>, e <strong>de</strong>pois se extraiu a média entreeles <strong>para</strong> gerar os valores utiliza<strong>do</strong>s nos cálculos<strong>do</strong> estoque <strong>de</strong> carbono na vegetação <strong>do</strong>s cincomunicípios (Tabela 6). O estoque <strong>de</strong> carbono daárea antropizada (sem informação) foi retira<strong>do</strong> <strong>de</strong>Fearnsi<strong>de</strong> (1996), assumin<strong>do</strong> sen<strong>do</strong> a vegetaçãoem equilíbrio substituin<strong>do</strong> o <strong>de</strong>smatamento naAmazônia. Essa vegetação é composta por ummosaico <strong>de</strong> pastagens produtivas e <strong>de</strong>gradadas,culturas agrícolas, áreas <strong>de</strong>gradadas e vegetaçãosecundária em regeneração a partir <strong>de</strong> pastagens e<strong>de</strong> cultivos agrícolas.As estimativas <strong>de</strong> estoques <strong>de</strong> carbono emcada tipo ou fitofisionomia utilizaram a equaçãoalométrica em Higuchi et al. (1998) <strong>para</strong> aAmazônia Central, que calcula a biomassa <strong>de</strong>fuste das árvores <strong>do</strong> Projeto R A DA MBR ASIL,conforme abaixo:5cm < DBH ≥ 20 cm = ln(massa fresca) =-1.754 + 2.665 × ln(diâmetro)DBH > 20 cm = ln(massa fresca) =-0.151 + 2.17 × ln(diâmetro)4.3. Cenário linha <strong>de</strong> base <strong>do</strong><strong>de</strong>smatamentoPara analisar um possível cenário futuro <strong>para</strong> oscinco municípios <strong>do</strong> <strong>estu<strong>do</strong></strong>, utilizamos o cenárioque mo<strong>de</strong>lou o <strong>de</strong>smatamento futuro na Amazônia,Simamazonia I 11 (Soares-Filho et al 2006),seguin<strong>do</strong> o cenário ‘mesmo <strong>de</strong> sempre’ (‘businessas usual’). Assim, foram utiliza<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s espaciaisda área <strong>de</strong>smatada projetada pelo SimamazoniaI <strong>de</strong> 2002, 2008, 2010, 2015, 2020, 2025, 2030,2035, 2040, 2045 e 2050. Os anos <strong>de</strong> 2002 e 2008foram utiliza<strong>do</strong>s <strong>para</strong> a análise com<strong>para</strong>tiva entre o<strong>de</strong>smatamento projeta<strong>do</strong> e o <strong>de</strong>smatamento observa<strong>do</strong>obti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> PRODES. Os mapasprojeta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ano 2010 em diante foram intersecta<strong>do</strong>scom o mapa <strong>de</strong> vegetação da Amazônia <strong>para</strong>se estimar o estoque <strong>de</strong> carbono que seria perdi<strong>do</strong>a partir <strong>de</strong> cada tipo vegetacional. A figura 17 apresentao avanço espacializa<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento noscinco municípios <strong>de</strong> 2010 até 2050.Tabela 6. Superclasses <strong>de</strong> fitofisionomias e estoques <strong>de</strong> carbono respectivos segun<strong>do</strong> as folhas <strong>do</strong> ProjetoRADAMBRASIL em MCT (2006).Superclasse Fitofisionomia Sigla tC/haFloresta Ombrófila Aberta Aluvial Aa 128,9Floresta Ombrófila Aberta Terras Baixas Ab 108,1Floresta Ombrófila Aberta Submontana As 106,7Floresta Ombrófila Densa Aluvial Da 127,2Floresta Ombrófila Densa Terras Baixas Db 136,6Floresta Ombrófila Densa Submontana Ds 118,2Formação Pioneira com influência fluvial/lacustre Pa 115,8Savana Arborizada Sa 15,4Savana Florestada S 28,7Savana Gramíneo-lenhosa Sg 119,6Contato Savana/Floresta Ombrófila - ecótono SO 66,8*Savana Parque Sp 124,4Campinarana L 134,5*Sem Informação - área antropizada S/i 12,8**11Este cenário foi publica<strong>do</strong>no periódico Nature, e ére<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um trabalhoconjunto entre o Instituto <strong>de</strong>Pesquisa Ambiental da Amazônia(IPAM), The Woods HoleResearch Center (WHRC) ea Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Minas Gerais (UFMG). Ascamadas <strong>de</strong> informação <strong>para</strong>cada ano foram baixadas napágina da web <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong>Sensoriamento Remoto daUFMG: http://www.csr.ufmg.br/simamazonia/*Valor não encontra<strong>do</strong> emnenhuma das quatro folhas,obti<strong>do</strong> <strong>de</strong> folhas próximas.**Valor obti<strong>do</strong> da vegetaçãoem equilíbrio substituin<strong>do</strong> o<strong>de</strong>smatamento (Fearnsi<strong>de</strong>1996).29