O cordel é a chama alegre da cultura brasileira - EBC

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11.07.2015 Views

e de quebra ainda ensinaciência e mitologia.Sim, porque o cantadorou poeta de bancadaantes de ir pro papeldá uma boa estudada,depois, com muita emoção,fica a história temperada.Disseram que pra vencernessa globalizaçãoprecisa aprender inglês,coreano e alemão.Por que é que não se ensinaa linguagem do sertão?Nessa linguagem se encontraum destemido vaqueiro,vestindo o seu gibão,guarda-peito e perneira,a perseguir barbatõesrompendo na catingueira.Quem critica o bom cordelsem conhecer, faz besteira,não sabe que é o alimentoda alma mais brasileira,a fruta mais saborosanas barraquinhas de feira.O cordel é o vírus bompor ser tão contagiante.Basta se ler uma vez,para prosseguir adiante,e dessa arte do versose tornar logo um amante.Mas eu sei que o professorque ainda não usa o cordelnão é por preconceitocontra qualquer menestrel,pois com uma boa oficina,eleva o folheto ao ceú.E aqueles alunos queentram no mundo letradoprecisam de um diálogocom o seu mundo falado,pois é escrito para ser lido,e em voz alta aclamado.Sabemos que a concorrênciano mundo é bem desigualcom filme, música e livrodo estrangeiro imperialrelegando o cordelpara o fundo do quintal.E quando falo cordel,

falo também do repente,do rap e do hip hope o partido alto, excelente,falo de coco e emboladaque alegram bem a gente.Toda forma de poesiaé uma celebraçãoda beleza desta língua,com razão e emoção,pois a vida sem um versoé baião de dois sem feijão.Mas, felizmente, hoje em dia,há outra mentalidade,com a edição de cordéisprova de sua qualidade,além de ser estudadoem muita universidade.Professor, meu bom amigo,vou terminar esta fala,pedindo, encarecido:leve o cordel pra salaque vai ganhar é o Brasil,com essa arte que não cala.João Bosco Bezerra Bonfim, poeta,doutor em Lingüística, com pesquisasna área de Análises de Discursos,Gênero e Cordel. Cearense nascido nacidade de Novo Oriente,, vive emBrasília desde 1972, onde, em 1986,formou-se em Letras. Antes de setornar Consultor Legislativo do SenadoFederal, atuou como professor deportuguês e literatura no Ensino Médioe com Alfabetização de Adultos, noMovimento de Educação de Base, daCNBB.Publicações e Monografiasde João Bosco Bezerra Bonfim1. amador amador, de poesias, Ed. doAutor, Brasília, 20012. Pirenópolis pedras janelas quintais,de poesias, com fotos de Sílvio Zamboni earte de Wagner Alves, Ed. Plano,Brasília, 20023. A fome que não sai no jornal, ensaio,Ed. Plano, Brasília, 20024. Era uma vez uma maria farinha,infantil, com ilustrações de DanieleLincoln, LGE Editora, Brasília, 20035. Teoria do beijo, poesias, com arte deAna Lomonaco, Ed. do Autor, Brasília,2003

falo também do repente,do rap e do hip hope o partido alto, excelente,falo de coco e embola<strong>da</strong>que alegram bem a gente.To<strong>da</strong> forma de poesiaé uma celebração<strong>da</strong> beleza desta língua,com razão e emoção,pois a vi<strong>da</strong> sem um versoé baião de dois sem feijão.Mas, felizmente, hoje em dia,há outra mentali<strong>da</strong>de,com a edição de cordéisprova de sua quali<strong>da</strong>de,além de ser estu<strong>da</strong>doem muita universi<strong>da</strong>de.Professor, meu bom amigo,vou terminar esta fala,pedindo, encarecido:leve o <strong>cordel</strong> pra salaque vai ganhar é o Brasil,com essa arte que não cala.João Bosco Bezerra Bonfim, poeta,doutor em Lingüística, com pesquisasna área de Análises de Discursos,Gênero e Cordel. Cearense nascido naci<strong>da</strong>de de Novo Oriente,, vive emBrasília desde 1972, onde, em 1986,formou-se em Letras. Antes de setornar Consultor Legislativo do SenadoFederal, atuou como professor deportuguês e literatura no Ensino Médioe com Alfabetização de Adultos, noMovimento de Educação de Base, <strong>da</strong>CNBB.Publicações e Monografiasde João Bosco Bezerra Bonfim1. amador amador, de poesias, Ed. doAutor, Brasília, 20012. Pirenópolis pedras janelas quintais,de poesias, com fotos de Sílvio Zamboni earte de Wagner Alves, Ed. Plano,Brasília, 20023. A fome que não sai no jornal, ensaio,Ed. Plano, Brasília, 20024. Era uma vez uma maria farinha,infantil, com ilustrações de DanieleLincoln, LGE Editora, Brasília, 20035. Teoria do beijo, poesias, com arte deAna Lomonaco, Ed. do Autor, Brasília,2003

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