Dissertacao Karine - Ppgenf.ufpr.br - Universidade Federal do Paraná
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755 CONSIDERAÇÕES FINAISA construção deste trabalho propiciou uma reflexão enquanto enfermeira desaúde pública, sobre a atuação profissional e despertou um novo olhar ao portadorde doença crônica considerando não apenas os aspectos fisiopatológicos da doençacomo também, as características pessoais e sociais que permeiam o viver dessessujeitos. Visto que, estudar redes suscita a atenção sobre o potencial de cuidadointegrador e articulado ao contexto social do indivíduo. Porém, sabe-se que ainda setem muito a apreender neste processo para mudar a prática profissional, com vistasa incorporar o contexto relacional, tanto formal como informal no processo de cuidar.Hoje, ao refletir sobre a atuação profissional, bem como, a assistênciaprestada ao portador de hipertensão arterial, percebe-se que as pessoas de convíviopróximo, representam importantes fontes de apoio que poderão contribuir nocuidado e auxiliar no enfrentamento das dificuldades. Pois, além da hipertensãoarterial estes sujeitos apresentam outras necessidades de vida e buscam outrasformas de apoio que ultrapassam o serviço de saúde.Constatou-se através deste estudo que a rede social do portador dehipertensão arterial está estruturada com base nas necessidades decorrentes doviver com essa condição crônica, porém, não se restringe aos aspectos específicosdo cuidado e tratamento da hipertensão, mas se entrelaça aos diferentes âmbitos davida dessas pessoas e contribui para viver de modo mais saudável. Os hipertensosreconhecem que os membros de sua rede representados pelos familiares, amigos erelações comunitárias contribuem nos cuidados gerais com a enfermidade e naassistência em outras adversidades da vida.Dentre os componentes da rede citados anteriormente, os familiares assimcomo encontrado em outros estudos continuam sendo os principais fornecedores deapoio ao tratamento da hipertensão. Todavia, este é fornecido não somente duranteo período do diagnóstico, como também, no decorrer dos anos de tratamento eacompanhamento do agravo.A unidade de saúde integra a principal forma de apoio comunitário nocuidado aos hipertensos, pois o serviço de saúde é considerado como referênciapelo fornecimento de medicamentos, consultas médicas e também como fonte deinformação, aconselhamentos, orientações para lidar com os problemas de saúde. O
76grupo de hipertensos além de ser importante para a aquisição de medicação antihipertensiva,é uma oportunidade para a interação social e troca de experiênciasentre os participantes, fato que pode contribuir na adesão ao tratamento. Éimportante destacar que a acessibilidade ao serviço e profissionais de saúde é dosfatores que fazem com que os hipertensos ponderem o serviço como a principalreferência no cuidado.Os grupos religiosos, outro recurso comunitário presente na rede doshipertensos é considerado como apoio emocional para resolver problemas da vidadiária e não como suporte ao tratamento da hipertensão. Entretanto evidenciou-seque nem todas as de relações do hipertenso se estabelecem em função daenfermidade, pois os amigos são considerados como companhia socialprincipalmente para a realização de atividades de lazer e diversão.Nesse sentido, os resultados do presente estudo demonstram a atuaçãobenéfica da rede social na vida dos hipertensos, pois fornecem diversas formas deapoio que auxiliam em termos de cuidados gerais com a enfermidade e geramrepercussões positivas no estilo de vida, além de atuar como suporte em outrasdificuldades. No entanto, é importante ressaltar que alguns hipertensos realizam ocuidado sem apoio, pois este é inexistente ou pouco representativo em suas vidas,esse fato ocorre pela resistência em pedir ajuda, não querer interferir na rotina daspessoas e não confiarem nos cuidados oferecidos pela família.Neste caso os profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, devemutilizar-se do conhecimento sobre quem faz parte da rede de relações sociais dohipertenso e, a partir de então, incluir esta como forma de responderàs necessidades de saúde ao portador de HA.Por fim, considera-se que devido à complexidade de cuidar no contexto deuma doença crônica, a enfermagem necessita realizar um trabalho multidisciplinar eintersetorial integrado a outras áreas de conhecimento, a fim de buscar potenciaispara novas redes e aumentar a capacidade de resposta ao processo de cronicidade.Dessa forma, o presente estudo pretende subsidiar a reflexão dosprofissionais de saúde, dentre eles o enfermeiro, sobre a integração da rede socialcom os cuidados necessários para o controle da hipertensão arterial e noestabelecimento de estratégias junto aos hipertensos, para se repensar a gestão doserviço e fomentar práticas da integralidade de atenção e de cuidado à saúde.
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- Page 96 and 97: 95Apêndice B - TERMO DE CONSENTIME
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755 CONSIDERAÇÕES FINAISA construção deste trabalho propiciou uma reflexão enquanto enfermeira desaúde pública, so<strong>br</strong>e a atuação profissional e despertou um novo olhar ao porta<strong>do</strong>rde <strong>do</strong>ença crônica consideran<strong>do</strong> não apenas os aspectos fisiopatológicos da <strong>do</strong>ençacomo também, as características pessoais e sociais que permeiam o viver dessessujeitos. Visto que, estudar redes suscita a atenção so<strong>br</strong>e o potencial de cuida<strong>do</strong>integra<strong>do</strong>r e articula<strong>do</strong> ao contexto social <strong>do</strong> indivíduo. Porém, sabe-se que ainda setem muito a apreender neste processo para mudar a prática profissional, com vistasa incorporar o contexto relacional, tanto formal como informal no processo de cuidar.Hoje, ao refletir so<strong>br</strong>e a atuação profissional, bem como, a assistênciaprestada ao porta<strong>do</strong>r de hipertensão arterial, percebe-se que as pessoas de convíviopróximo, representam importantes fontes de apoio que poderão contribuir nocuida<strong>do</strong> e auxiliar no enfrentamento das dificuldades. Pois, além da hipertensãoarterial estes sujeitos apresentam outras necessidades de vida e buscam outrasformas de apoio que ultrapassam o serviço de saúde.Constatou-se através deste estu<strong>do</strong> que a rede social <strong>do</strong> porta<strong>do</strong>r dehipertensão arterial está estruturada com base nas necessidades decorrentes <strong>do</strong>viver com essa condição crônica, porém, não se restringe aos aspectos específicos<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong> e tratamento da hipertensão, mas se entrelaça aos diferentes âmbitos davida dessas pessoas e contribui para viver de mo<strong>do</strong> mais saudável. Os hipertensosreconhecem que os mem<strong>br</strong>os de sua rede representa<strong>do</strong>s pelos familiares, amigos erelações comunitárias contribuem nos cuida<strong>do</strong>s gerais com a enfermidade e naassistência em outras adversidades da vida.Dentre os componentes da rede cita<strong>do</strong>s anteriormente, os familiares assimcomo encontra<strong>do</strong> em outros estu<strong>do</strong>s continuam sen<strong>do</strong> os principais fornece<strong>do</strong>res deapoio ao tratamento da hipertensão. Todavia, este é forneci<strong>do</strong> não somente duranteo perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> diagnóstico, como também, no decorrer <strong>do</strong>s anos de tratamento eacompanhamento <strong>do</strong> agravo.A unidade de saúde integra a principal forma de apoio comunitário nocuida<strong>do</strong> aos hipertensos, pois o serviço de saúde é considera<strong>do</strong> como referênciapelo fornecimento de medicamentos, consultas médicas e também como fonte deinformação, aconselhamentos, orientações para lidar com os problemas de saúde. O