67sociais. Pela proximidade de acesso é relevante que o relacionamento entre vizinhostorne-se uma relação de amizade como no caso de U3 e isto facilita na colaboraçãoem situações adversas <strong>do</strong> cotidiano, e faz com que as pessoas sintam-seamparadas e seguras (MARQUES; RODRIGUES; KUSUMOTA, 2006.)As pessoas buscam relacionamentos motiva<strong>do</strong>s por necessidades epreocupações vigentes em cada estágio da vida (SLUZKI, 1997). As amizadespodem se iniciar em ambientes e atividades compartilhadas, como igreja, trabalho,locais para atividades esportivas, entre outros e fazem parte de uma rede maisampla de relacionamentos (GARCIA et al., 2007; FELD; CARTER, 1998). Essadiversidade de locais para estabelecer relações de amizade também foi mencionadapelos participantes:Sim tenho amigos, como os vizinhos, agora tem o grupo da igreja, mais osvizinhos mesmo, tem as enfermeiras aqui, tem algumas que são amigas,tem a [nome de uma téc. de enfermagem] que trabalhava aqui ela mora nomeu bairro. (U15)Outra amiga eu tenho no meu serviço, além de minha colega ela é minhaamiga. Pela maneira de tratar a gente, a gente se sente bem quan<strong>do</strong> é bemrecebi<strong>do</strong>, com certeza se eu precisar ajuda ela me oferece. (U30)Mais é o bate-papo no futebol, tenho mais amigos é no futebol, por que eujogo muita bola, então mais é amigos de futebol, às vezes a gente se reúnepara fazer uma carninha, então é diverti<strong>do</strong>. (U13)A rede de relações interpessoais presentes na vida <strong>do</strong>s indivíduos,inicialmente é constituída pela família, e expande-se à medida que inclui amigos,colegas de trabalho, vizinhos, além de relações sociais baseadas em atividades taiscomo esportivas, culturais e de cuida<strong>do</strong>s de saúde (FERREIRA; GARCIA, 2008).Este fato é evidencia<strong>do</strong> nos relatos de U15 e U30. Sabe-se que algumas pessoasestão mais envolvidas socialmente <strong>do</strong> que outras, e participam de clubes e igrejasque proporcionam a criação de relações com as quais os indivíduos têmoportunidade de trocar apoio social (FELD; CARTER, 1998).No caso de pacientes crônicos ter relações de amizade, inclusive com outrospacientes, além de favorecer a troca de experiências também permite desabafar,passar o tempo, falar e conversar com outras pessoas, auxilian<strong>do</strong>-as a lidar melhorcom as demandas ocasionadas pela <strong>do</strong>ença e seu tratamento (BUDÓ; SAUPE,2005).
68De acor<strong>do</strong> com Ferreira e Garcia (2008), parentes e amigos são fontes deapoio importantes na adaptação à <strong>do</strong>ença crônica e, neste caso, possivelmentepoderiam participar de mo<strong>do</strong> mais efetivo na promoção da qualidade de vida <strong>do</strong>sporta<strong>do</strong>res de hipertensão arterial.4.1.4 O Cuida<strong>do</strong> sem ApoioA rede social que envolve o porta<strong>do</strong>r de hipertensão arterial tem a função deincentivar a a<strong>do</strong>ção de atitudes pessoais que influenciam positivamente no cuida<strong>do</strong>à saúde, como compartilhar informações, auxiliar em momentos de dificuldades ecuida<strong>do</strong>s com a enfermidade, incluin<strong>do</strong> a dieta, exercícios físicos, sono e adesão àterapia medicamentosa (COSTA; NOGUEIRA, 2008). Diversos estu<strong>do</strong>s confirmam acorrelação positiva entre a presença de apoio social e a saúde e o bem-estar daspessoas (RODRIGUES; SEIDL, 2008; CUNHA et al., 2006; NUNES, 2009; LEVER;MARTINEZ, 2007; SILVA et. al., 2003; LACERDA, 2002).No entanto, ressalta-se que nesta categoria os usuários por motivos diversosmencionam que o apoio social é inexistente ou pouco representativo em suas vidas,pois relatam dificuldades em obter colaboração no tratamento, preferem preservar avida <strong>do</strong>s familiares, não confiam nos cuida<strong>do</strong>s ofereci<strong>do</strong>s pela família edemonstram autonomia e independência no cuida<strong>do</strong> com a enfermidade.Algumas dificuldades, em relação à participação da rede social no cuida<strong>do</strong>com a hipertensão, foram mencionadas pelos participantes, pois estes relatamdificuldades de obter colaboração no acompanhamento da sua enfermidade crônica,bem como no apoio a outros problemas de saúde, como nota-se nos relatos aseguir:[...] eu toda a vida corri sozinha, eu me internava, eu ia na consulta, tu<strong>do</strong>sozinha, ia nos exames. Nunca tive ninguém para me dar um apoio [...] masapoio da família, eu nunca tive. (U7)[...] pessoas da família com ninguém próxima. Porque desde o momentoque eu fiz meu transplante de rim, ninguém foi no hospital me visitar, fiquei47 dias internada, eu recebi umas duas ou três visitas, inclusive a médicaaté perguntou se eu era daqui, porque nunca ninguém ia me visitar. Entãoeu conto comigo mesmo. Eu vou atrás <strong>do</strong> meu medicamento, eu fui atrás <strong>do</strong>meu tratamento. (U7)
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