65Eu tenho duas pessoinhas que sempre que preciso, na verdade eu tenhomais <strong>do</strong> que duas, mas para toda a hora que você precisar para, te ouve, teorienta, eu tenho sim. Elas são amigas e vizinhas. (U6)Os amigos sempre têm uma palavra, um conforto para você desabafar.(U12)[...] não é aquele amigo que você tem me<strong>do</strong> de chegar e contar umadificuldade que você tenha, eles te dão abertura. (U20)Os amigos oferecem paz, tranquilidade [...] (U26)O apoio emocional recebi<strong>do</strong> pelos usuários acontece por meio de conversase desabafos como relata<strong>do</strong> por U3, U6, U12. Na presença de eventos estressantes,o apoio emocional recebi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s amigos capacita o indivíduo a desenvolverestratégias adaptativas. Tal constatação é confirmada por La Greca e Harrison(2005) que afirmam que o apoio provi<strong>do</strong> por amigos serve de proteção contrasentimentos de angústia social e está relaciona<strong>do</strong> à manutenção <strong>do</strong> bem-estar.Eventos estressantes vivencia<strong>do</strong>s com apoio emocional <strong>do</strong>s amigoscapacitam o individuo a desenvolver estratégias mais adaptativas (SIQUEIRA;BETS; DELL’AGLIO, 2006), pois estes oferecem paz e tranquilidade como relata<strong>do</strong>por U26. Essas relações afetivas proporcionam um conjunto de recursos pessoais esociais que diluem os efeitos negativos das situações adversas e faz com que aspessoas sintam-se amparadas e seguras (SIQUEIRA; BETS; DELL’AGLIO, 2006).Juntamente com a família, os amigos cumprem o papel de fornece<strong>do</strong>res deapoio que se relaciona à preservação <strong>do</strong> bem-estar, acolher em momentos detribulações, proteger de eventos estressantes, e encorajar a enfrentar asadversidades. Essas relações afetivas desenvolvidas com os pares são capazes deanular os efeitos negativos das situações adversas (SIQUEIRA; BETTS; DELL’AGLIO, 2006).A busca de amizades e relacionamentos íntimos é essencial quan<strong>do</strong> aspessoas precisam umas das outras, e se caracterizam por relaçõesinterdependentes e complementares, pela ajuda que um oferece ao outro, quan<strong>do</strong>necessário (MARQUES; RODRIGUES; KUSUMOTA, 2006). O companheirismo éum atributo das relações de amizade e entende-se como tempo despendi<strong>do</strong> junto aoamigo, o que demonstra uma preferência social e proximidade (SOUZA; GARCIA,2008; SLUZKI, 1997). Neste caso, os amigos são considera<strong>do</strong>s como companhiasocial:
66É importante ter amigos para você sair no final de semana, poder ir à casade alguém, fazer uma confraternização. (U24)Amizade, fé, diversão, faz farra, conversa, joga um truco, joga baralho, jogasinuca. (U27)Às vezes eles vão lá em casa fazer um churrasco, conversar. (U29)[...] um irmão meu que é considera<strong>do</strong> grande amigo meu que também moraaqui na minha área, a gente sempre sai junto em pescaria. (U23)Eu acho que quem não tem amigo não tem nada, ninguém vive sozinho,Deus o livre. A solidão é a pior coisa. (E28)Destaca-se que a companhia social referida por U23, U24, U27, U29 estárelacionada principalmente à realização de atividades de lazer e diversão, este fatocorrobora com Souza e Hutz (2008) que afirmam que as relações de amizades secaracterizam por oferecer afeto, diversão, trocas sociais, realização de atividadescompartilhadas e desejar passar mais tempo na companhia <strong>do</strong> outro. Pereira eGarcia et al.(2007) complementam que essas relações são consideradas umenvolvimento pessoal e voluntário, que propicia intimidade e ajuda em atividadescompartilhadas, companheirismo e interdependência de ambas as partes.Para alguns usuários a intensidade da amizade está atrelada ao tempo deconvivência com as pessoas como se ressalta nos relatos:[...] amigos de quarenta e poucos anos eles são como se fosse uma família,eu considero como família. (U20)Ah! Eu tenho uma amiga que já faz 18 anos que a gente tem amizade, elamora aqui em baixo. (U3)[...] tem uma enfermeira que a gente já conhece ela, tem uns 20 anos, elamora aqui em baixo, mas é vizinha e amiga de coração, to<strong>do</strong> <strong>do</strong>mingo elesligam, ou eles passam aqui, ou eles ligam para perguntar como é que está.É como se fosse aquela Irmã que você gostaria de ter. (U6)O longo perío<strong>do</strong> de convivência e a proximidade de outras pessoas fora <strong>do</strong>ambiente familiar promovem uma relação intensa de afinidade e confiança, que fazcom que relações estabelecidas pelos usuários U6 e U20 sejam consideradas tãosignificativas quanto à família.As relações estabelecidas pelo convívio próximo podem ocorrer navizinhança, no ambiente de trabalho, na comunidade, entre outras instituições
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