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59entre seus membros desde o diagnóstico da doença e estende-se até suarecuperação ou controle.Estudo realizado com portadores de doença crônica que participavam de umgrupo de educação em saúde constatou que o diálogo e as trocas de experiênciasrealizadas com outros participantes com os quais se identificavam pela idade, nívelsocioeconômico, cultura, doença, serviço de saúde, os ajudava a entender suaspróprias questões relacionadas à vida e ao adoecer (FAVORETO; CABRAL, 2009;MANTOVANI; MOTTIN; RODRIGUES, 2007).Com relação às instituições e às organizações de bairro, conforme jámencionado anteriormente, as relações comunitárias do hipertenso se restringem aunidade de saúde, grupo de hipertensos e grupos religiosos. É importante destacarque outros arranjos comunitários (Associação de moradores, por exemplo) nãoforam mencionados pelos usuários, pois a falta de tempo livre, o desconhecimentosobre a existência e a falta de convite para a participação, foram os motivosalegados para não adesão a esse tipo de atividade:Não participo, porque eu não tenho tempo, só vou mesmo à reunião dohipertenso porque fica pertinho do meu serviço e não é muito demorada.(U14)Não participo porque não dá tempo por causa do serviço. (U26)Não, eu nem sei se têm, porque inclusive era para eu participar em umsábado, tinha uma reunião sobre um projeto aqui no bairro, mas eu não fui.(U24)[...] eu sou muito caseiro, eu não gosto de aglomeração, gosto de ficar maisisolado, só vou mesmo nessa reunião do hipertenso por que tem que pegaro remédio. (U11)[...] eu não participo muito, porque não dá tempo, eu trabalho fora, então émais difícil para quem trabalha fora, então só vou no dia da reunião pegar amedicação. (U29)Destaca-se que três dos usuários U14, U26, U29 reconhecem que nãoparticipam das atividades da comunidade, pois não dispõem de tempo hábil para tal.Neste caso, Meirelles e Erdmann (2006) afirmam que as preocupações com otrabalho e as responsabilidades do dia a dia ocasionam prejuízo na intensidade equalidade dos vínculos existentes entre as pessoas e na frequência dos contatos,neste caso representado pelas atividades comunitárias.

60Observa-se a frágil integração dos hipertensos nessas atividades,demonstrada nos relatos de U11 e U24 que evidenciam não envolver-se neste tipode atividade, todavia para Andrade e Vaistman (2002) a dificuldade desobrevivência, a educação deficiente e a baixa renda são fatores que desfavorecema mobilização da população em torno de interesses comuns, contribuindo para umabaixa capacidade de organização e atividade da sociedade civil. Neste sentido,quanto mais desenvolvida uma comunidade, maior a possibilidade de existiraumento do número de associações e grupos de caráter voluntário.No entanto, é importante destacar que na comunidade estudada a únicaforma de organização conhecida pelos usuários era a Associação de moradores querealizava reuniões eventualmente, todavia não atendia as necessidades dacomunidade estudada. Meirelles e Erdman (2006) afirmam que uma comunidadesaudável é aquela que proporciona oportunidades de apoio para seus membros,com a articulação de diferentes setores e organização da sociedade cuja finalidade éde atender às necessidades dos indivíduos e da comunidade, compartilhando econstruindo saberes, com desempenho político e defesa dos interesses locais.Diante disso, é relevante destacar que os recursos disponíveis para que apopulação enfrente os problemas do cotidiano devem relacionar-se ao modo como asociedade está organizada, assim, a assistência à saúde de uma comunidade estárelacionada com outros aspectos, especialmente a organização social, religiosa,política e econômica (SLUZKI, 1997). Deste modo, destacam-se os grupos religiososque estão fortemente presentes na comunidade estudada.Pesquisadores de várias áreas têm estudado a influência da religião e daespiritualidade na vida das pessoas na área da saúde, estas são consideradas comoimportantes fontes de fortalecimento para o enfrentamento de doenças e no cuidadoa saúde (PAULA; NASCIMENTO; ROCHA, 2009).É importante relembrar que entre os entrevistados neste estudo todosseguiam uma religião sendo 20 católicos e 11 evangélicos. Segundo Valla,Guimarães e Lacerda (2006) religião e espiritualidade são consideradas uma formade apoio social em que os sujeitos podem desabafar os seus problemas e seremescutados, cuidados e acolhidos. Observou-se no relato dos entrevistados que aespiritualidade e a religião são consideradas como forças para enfrentar asadversidades da vida:

59entre seus mem<strong>br</strong>os desde o diagnóstico da <strong>do</strong>ença e estende-se até suarecuperação ou controle.Estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> com porta<strong>do</strong>res de <strong>do</strong>ença crônica que participavam de umgrupo de educação em saúde constatou que o diálogo e as trocas de experiênciasrealizadas com outros participantes com os quais se identificavam pela idade, nívelsocioeconômico, cultura, <strong>do</strong>ença, serviço de saúde, os ajudava a entender suaspróprias questões relacionadas à vida e ao a<strong>do</strong>ecer (FAVORETO; CABRAL, 2009;MANTOVANI; MOTTIN; RODRIGUES, 2007).Com relação às instituições e às organizações de bairro, conforme jámenciona<strong>do</strong> anteriormente, as relações comunitárias <strong>do</strong> hipertenso se restringem aunidade de saúde, grupo de hipertensos e grupos religiosos. É importante destacarque outros arranjos comunitários (Associação de mora<strong>do</strong>res, por exemplo) nãoforam menciona<strong>do</strong>s pelos usuários, pois a falta de tempo livre, o desconhecimentoso<strong>br</strong>e a existência e a falta de convite para a participação, foram os motivosalega<strong>do</strong>s para não adesão a esse tipo de atividade:Não participo, porque eu não tenho tempo, só vou mesmo à reunião <strong>do</strong>hipertenso porque fica pertinho <strong>do</strong> meu serviço e não é muito demorada.(U14)Não participo porque não dá tempo por causa <strong>do</strong> serviço. (U26)Não, eu nem sei se têm, porque inclusive era para eu participar em umsába<strong>do</strong>, tinha uma reunião so<strong>br</strong>e um projeto aqui no bairro, mas eu não fui.(U24)[...] eu sou muito caseiro, eu não gosto de aglomeração, gosto de ficar maisisola<strong>do</strong>, só vou mesmo nessa reunião <strong>do</strong> hipertenso por que tem que pegaro remédio. (U11)[...] eu não participo muito, porque não dá tempo, eu trabalho fora, então émais difícil para quem trabalha fora, então só vou no dia da reunião pegar amedicação. (U29)Destaca-se que três <strong>do</strong>s usuários U14, U26, U29 reconhecem que nãoparticipam das atividades da comunidade, pois não dispõem de tempo hábil para tal.Neste caso, Meirelles e Erdmann (2006) afirmam que as preocupações com otrabalho e as responsabilidades <strong>do</strong> dia a dia ocasionam prejuízo na intensidade equalidade <strong>do</strong>s vínculos existentes entre as pessoas e na frequência <strong>do</strong>s contatos,neste caso representa<strong>do</strong> pelas atividades comunitárias.

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