57estar, reduzin<strong>do</strong> o sentimento de solidão, isolamento e as queixas de sintomasfísicos (SOUZA et al., 2009).A presença de uma <strong>do</strong>ença pode gerar outras redes como aquelas formadaspelos serviços de saúde e que podem adquirir caráter central por seu apoio(SIQUEIRA; BETTS; DELL’AGLIO, 2006; SUZKI, 1997) Neste caso, além <strong>do</strong>acompanhamento pelos profissionais de saúde, a participação nas reuniões <strong>do</strong>grupo de hipertensos é uma possibilidade de estabelecer novos contatos com osdemais componentes. É relevante destacar que a estratégia de grupo é uma práticaa<strong>do</strong>tada pela equipe da ESF da unidade estudada, para o acompanhamento <strong>do</strong>shipertensos cadastra<strong>do</strong>s. Estas reuniões ocorrem mensalmente de acor<strong>do</strong> com aárea de a<strong>br</strong>angência da equipe da ESF, nas quais se realiza a verificação dapressão arterial e a entrega de medicamentos aos participantes.Nas referidas reuniões os porta<strong>do</strong>res de hipertensão arterial procurammanter-se assíduos haja vista que sua participação está diretamente relacionada aorecebimento da medicação. Porém, mesmo que os usuários compareçam ao grupode hipertensos com o intuito de buscar o medicamento, acabam por estabeleceralgum tipo de vínculo com os demais integrantes, transforman<strong>do</strong> o local em espaçode encontro e convivência, esse tipo de apoio é identifica<strong>do</strong> por Sluzki (1997) comoacesso a novos contatos:[...] eu gosto de ir lá [grupo] também, porque tem bastante gente, bastanteconheci<strong>do</strong>, tem um montão de senhora aqui dessa rua que eu conheço quea gente se encontra lá, a gente fica conversan<strong>do</strong> até a hora de começar areunião, é gostoso encontrar as pessoas [...] (U7)[...] Tem bastante atividade, porque vão as minhas amigas também e agente conversa, dá risada, faz <strong>br</strong>incadeira também [...] (U11)[...] Eu gosto porque você passa ali um momento gostoso, e um fala e outroconta um negocinho lá, ri, a convivência com eles ali apesar de ser muitopouco tempo, [...] mas ali to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> te cumprimenta então é importante oque vocês fazem de <strong>br</strong>incar, de interagir nós. (U20)[...] eu gosto de estar junto com as pessoas, eu gosto de ficar conversan<strong>do</strong>,não gosto de ficar sozinha, estou sempre conversan<strong>do</strong> com as pessoas,nunca estou sozinha. (U22)O grupo de hipertensos apresenta-se como importante integrante da redesocial <strong>do</strong>s usuários. Conforme os relatos acima, a reunião se constitui como espaçopara formação de vínculos entre os participantes e também uma forma de lazer. No
58entanto, para alguns como U7, U11, U20 e U22 este é reconheci<strong>do</strong> como umaoportunidade de interação social.Acha<strong>do</strong>s semelhantes também foram encontra<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> de Fachinello eSilva (2010) em que o grupo HIPERDIA foi percebi<strong>do</strong> como fornece<strong>do</strong>r de apoio aosporta<strong>do</strong>res de Diabetes. Todavia, este espaço foi reconheci<strong>do</strong> como uma ocasião desociabilidade que é considera<strong>do</strong> importante para a promoção da saúde.O trabalho em grupo constitui-se espaço para a construção de novos laçossociais, promoven<strong>do</strong> bem-estar aos mem<strong>br</strong>os que dele participam como a interaçãosocial com pessoas que até então não faziam parte da rede social <strong>do</strong> indivíduo(ASSUNÇÃO; URSINE, 2008; SENA et al., 2010; VICTOR et al., 2007).O grupo de hipertensos também é visto como um espaço de interação sociale de ajuda mútua entre seus integrantes. Alguns <strong>do</strong>s sujeitos afirmaram que suaparticipação no grupo é uma oportunidade para encontrar amigos e trocarexperiências, visto que ouvir as histórias <strong>do</strong>s companheiros auxilia nas suas própriasnecessidades. Este tipo de apoio segun<strong>do</strong> Sluzki (1997) é característico dacompanhia social:[...] a gente fica conversan<strong>do</strong> porque tem um monte que se conhece, daíelas ensinam alguma coisa para a gente e a gente conversa com elasaprende também e ensina, aí é bom! É uma troca, é ótimo! (U20)[...] porque para mim tanto a gente aprende como a gente pode ensinar aspessoas, eu acho importante porque uma hora que você esteja junto com aspessoas a gente aprende muita coisa, se você quiser e você pode ensinartambém.(U18)[...] é muito bom porque a gente sempre aprende alguma coisa, eu sempreapren<strong>do</strong> alguma coisa com alguém ali. (U6)A participação em atividades de grupos, organiza<strong>do</strong>s por profissionais desaúde, deve ser estimulada como forma <strong>do</strong>s mem<strong>br</strong>os compartilharem sentimentos,pedir conselhos e desabafar. A troca de experiências a partir da vivência pessoal ecoletiva permite aos sujeitos desco<strong>br</strong>irem o que é “normal” so<strong>br</strong>e a <strong>do</strong>ença,amenizan<strong>do</strong> suas angústias e favorecen<strong>do</strong> a adesão ao tratamento (MARQUES etal., 2008; FAVORETO; CABRAL, 2009).Segun<strong>do</strong> Lacerda (2002), a rede social atua como media<strong>do</strong>ra e facilita<strong>do</strong>radentro <strong>do</strong> processo de cuidar, pois possibilita o desenvolvimento de apoio mútuo
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