55converso com ela, ela vê para mim algum remédio, às vezes eu não posso irbuscar por causa <strong>do</strong> serviço, eu falo com ela. (U12)[...] faz um ano e pouco que eles me cadastraram no programa dehipertensos, daí eu pego o medicamento, porque esse já está incluí<strong>do</strong> noprograma, eles me mandarameu vir porque eu gastava quase cem reais pormês de remédio. (U23)[...] o medicamento que eu pego lá, o exame que faço lá, quer dizer eu façotu<strong>do</strong> por ali, eu para mim tu<strong>do</strong> é <strong>do</strong> posto. Eu verifico a pressão também noposto cada vez que eu vou lá. (U31)Esses resulta<strong>do</strong>s corroboram com um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> com cuida<strong>do</strong>res dei<strong>do</strong>sos hipertensos acompanha<strong>do</strong>s pela Estratégia Saúde da Família, cujo objetivoera caracterizar o apoio social recebi<strong>do</strong> no cuida<strong>do</strong> ao hipertenso. Os resulta<strong>do</strong>sdemonstraram que o apoio material ofereci<strong>do</strong> pela rede formal representada pelaunidade básica de saúde foi constata<strong>do</strong> pelo fornecimento de medicamentos antihipertensivos,pela verificação da pressão arterial e pelas visitas <strong>do</strong> ACS (NARDI;OLIVEIRA, 2008).Resulta<strong>do</strong>s semelhantes também foram encontra<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> deFachinello e Marcon (2009) que afirmam que o apoio forneci<strong>do</strong> pela unidade desaúde está relaciona<strong>do</strong> ao controle da hipertensão arterial, fornecimento demedicações de uso contínuo, realização de exames, consultas médicas e na buscade assistência para outras patologias.A atenção dispensada pelos profissionais de saúde no atendimento aohipertenso faz com que esses sujeitos sintam-se acolhi<strong>do</strong>s, valoriza<strong>do</strong>s erespeita<strong>do</strong>s, o que pode contribuir no êxito <strong>do</strong> tratamento. A unidade de saúde foireferida como o local procura<strong>do</strong> pelos hipertensos para a busca de orientações einformações. Para Sluzki (1997) esclarecer dúvidas, fornecer conselhos podemajudar os sujeitos a solucionarem os problemas e adquirirem maior conhecimentoso<strong>br</strong>e os cuida<strong>do</strong>s em saúde. Deste mo<strong>do</strong>, os profissionais que atuam no serviçocaracterizam-se também como guia cognitivo e fornece<strong>do</strong>res de conselhos aoshipertensos:O médico nas consultas olha meus exames, me explica o que eu tenho, asenfermeiras medem a minha pressão e às vezes me dão alguma orientação[…] (U3)[...] porque sem o médico e as enfermeiras me auxilian<strong>do</strong> muita coisa agente não fica saben<strong>do</strong>. (U4)
56[…] sempre vem informação, vem coisas novas, so<strong>br</strong>e medicamentos, so<strong>br</strong>ecuida<strong>do</strong>s no tratamento e também muitos conhecimentos, através <strong>do</strong>pessoal <strong>do</strong> posto eu sempre fico saben<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> tem reuniões <strong>do</strong> conselhode saúde. (U7)[...] porque através <strong>do</strong> posto aqui eu sei como eu estou, como não estou, sepreciso trocar remédio ou fazer exames. (U25)[...] as enfermeiras sempre me explicam alguma coisa de saúde. (U26)No acompanhamento da enfermidade, as orientações fornecidas pelosprofissionais de saúde constituem a forma de apoio mais referida entre osentrevista<strong>do</strong>s, estas estão presentes quan<strong>do</strong> elucidam suas dúvidas e para oesclarecimento da linguagem científica como nota-se nos relatos. Além disso, estemomento é considera<strong>do</strong> uma oportunidade para desenvolver ações educativas queauxiliem o hipertenso a realizar os cuida<strong>do</strong>s necessários para controle daenfermidade como refere U26.Os profissionais de saúde são referi<strong>do</strong>s como importantes fontes deinformação. Destaca-se que os enfermeiros são aludi<strong>do</strong>s pelas orientaçõesfornecidas para o autocuida<strong>do</strong> que fica evidente nos relatos de U3 e U26.Corroboran<strong>do</strong> com Novais et al. (2009) que propõem que os enfermeiros adquiremhabilidades que lhes permitem guiar a terapêutica <strong>do</strong>s enfermos, tornan<strong>do</strong> simplesaquilo que parece complexo, visto que esta competência de educação e guia, vaialém <strong>do</strong> simples fornecer informação e realizar ensino, atua no intuito de preparar oindivíduo para o autocuida<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong>, portanto, um facilita<strong>do</strong>r nas tomadas dedecisões.No que concerne aos médicos, estes se constituem como referência noconhecimento so<strong>br</strong>e a <strong>do</strong>ença, os mecanismos fisiopatológicos, os riscos e ascomplicações como observa<strong>do</strong> no relato de U3. Contu<strong>do</strong>, é importante destacar queos clientes apenas a<strong>do</strong>tam uma mudança de atitude em relação as suas práticasquan<strong>do</strong> as compreendem, acreditam que lhes trazem benefícios e são atingíveis, porisso é importante que a assistência prestada seja adequada à realidade <strong>do</strong> usuário(NOVAIS et al., 2009).Um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> com porta<strong>do</strong>res de <strong>do</strong>ença crônica demonstrou quequan<strong>do</strong> as pessoas encontram as portas abertas, apoio, acolhimento e,principalmente, a possibilidade de contar com alguém que vai respeitá-lo, ouvi-lo,orientá-lo, estas atitudes por parte <strong>do</strong>s profissionais proporcionam ajuda e bem-
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