45O apoio emocional é considera<strong>do</strong> por Sluzki (1997) como disponibilidade deconversar e dividir problemas, estabelecen<strong>do</strong> uma relação de confiança. Esta formade apoio foi mencionada pelos hipertensos quan<strong>do</strong> recebem de seus parentesatenção e manifestações de afeto como um a<strong>br</strong>aço e carinho. Este se configuroucomo um fator facilita<strong>do</strong>r que auxiliou no enfrentamento da situação de a<strong>do</strong>ecimentoe das dificuldades enfrentadas na vida.[...] e quan<strong>do</strong> estou assim muito angustiada, muito triste, muito nervosa,quem me escuta é essa minha irmã, então eu procuro auxílio com ela edessa forma eu procuro resolver os meus problemas. (U4)[...] as minhas filhas. Conversar me dar apoio, me dá um a<strong>br</strong>aço, umcarinho. (U15)[...] agora quan<strong>do</strong> eu tenho problemas eu converso com uma irmã minha,que ela é evangélica, então ela é muito boa para conversar, eu só conversocom ela. Nem sempre ela pode me ajudar, mas pelo fato de eu poder mea<strong>br</strong>ir e ela me ouvir já ajuda. (U7)A família representa, para a maioria das pessoas, uma importante fonte deapoio e segurança, permitin<strong>do</strong> troca de amor, afeto, respeito e valor (SILVA et al.,2002) que corrobora com os relatos de U4, U7, U15.Sabe-se que a família é formada por uma teia de relações, vínculos que seestabelecem entre os indivíduos. É por meio destes que ocorrem as manifestaçõesde afeto e sentimento de amor entre os componentes da rede familiar, constituin<strong>do</strong>uma relação afetiva cultivada pela proximidade <strong>do</strong>s seus mem<strong>br</strong>os, esta contribuipara uma sensação de bem-estar, e um sentimento de proteção e auxílio (ESPITIA;MARTINS, 2006). Destarte, a família é considerada como um <strong>do</strong>s espaços maistradicionais de suporte social, ten<strong>do</strong> em vista a aproximação física e emocional entreseus mem<strong>br</strong>os (RODRIGUES; SEIDL, 2008).Segun<strong>do</strong> Martire e Schulz (2007), poucas circunstâncias na vida adulta sãotão estressantes como o diagnóstico de uma <strong>do</strong>ença crônica, e a família exerce umpapel importante no ajustamento psicológico e na ajuda quanto ao manejo <strong>do</strong>ssintomas dessas <strong>do</strong>enças. Pois a presença de familiares junto ao <strong>do</strong>ente é capaz delhe transmitir tranquilidade, força e coragem, que o faz sentir-se seguro e ampara<strong>do</strong>no convívio com a <strong>do</strong>ença (URIZZI; CORREA, 2007).O estu<strong>do</strong> de Costa e Nogueira (2008) evidência a influência de fatoresemocionais na adesão ao tratamento e controle da hipertensão, estes autores
46relatam que tanto os fatores emocionais quanto físicos, têm influência so<strong>br</strong>e osníveis pressóricos (COSTA; NOGUEIRA, 2008). Observa-se nos relatos de U4 e U7,que o apoio emocional <strong>do</strong>s familiares não se restringe unicamente ao auxilio com a<strong>do</strong>ença, mas no enfrentamento de situações adversas da vida, que de certa formapodem refletir so<strong>br</strong>e a qualidade de vida desses sujeitos e trazer benefícios para asua saúde.Nesse senti<strong>do</strong>, a rede de apoio familiar está associada à saúde e ao bemestar <strong>do</strong>s seus mem<strong>br</strong>os, sen<strong>do</strong> fundamental para o processo de adaptação asituações de estresse e de suscetibilidade a distúrbios físicos e emocionais, vistoque quan<strong>do</strong> as pessoas sentem-se apoiadas, apresentam maior estímulo paraenfrentar as dificuldades em conviver com uma enfermidade crônica (RODRIGUES;SEIDL, 2008; SLUZKI, 1997).Em decorrência da <strong>do</strong>ença crônica, muitas pessoas podem ser envolvidasnas ações de cuida<strong>do</strong>, principalmente aquelas que mantêm convívio diário com oporta<strong>do</strong>r, como os familiares, pois estes necessitam de adaptações nos hábitos devida para contribuir com o cuida<strong>do</strong> (LIMA; LOPES; ARAÚJO, 2001). Os hipertensosreconhecem que os familiares contribuem na adesão ao tratamento pelaincorporação de novos hábitos na rotina da família. Para Sluzki (1997), quan<strong>do</strong> aspessoas realizam atividades conjuntas este tipo de apoio se caracteriza comocompanhia social:[...] aqui em casa sal é bem controla<strong>do</strong>, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> já se adaptou à dieta,óleo muito pouco, não tem gordura, sal também é muito pouco, mas tu<strong>do</strong>por minha causa, então nessa parte to<strong>do</strong>s de casa colaboram. (U24)[...] em casa tem o meu mari<strong>do</strong>, ele me apoia, ele me ajuda, a comida queeu como, eu faço ele come junto comigo, então a gente fica um ajudan<strong>do</strong> ooutro. Ele não tem pressão alta, mas no que eu precisar ele me ajuda. Etem a minha irmã também, que mora aqui pertinho de casa que vaicaminhar comigo, ela não é hipertensa, mas ela vai de minha companhia.Mas é bom, por que além de fazer bem para mim, faz bem para elestambém, de certa forma estou cuidan<strong>do</strong> deles também. (U5)[...] em casa tem a mulher que diminuiu bastante o sal da comida e agordura por minha causa. (U27)A postura a<strong>do</strong>tada pelos familiares além de contribuir para a adesão aotratamento <strong>do</strong> hipertenso colabora no cuida<strong>do</strong> à saúde <strong>do</strong>s demais mem<strong>br</strong>os dafamília, como referi<strong>do</strong> por U5.
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