43o afeto, a aceitação e o compromisso familiar e material que inclui moradia,transporte e ajuda nas atividades <strong>do</strong> lar (ROSSI; PACE, HAYASHIDA, 2009). Emoutro estu<strong>do</strong> so<strong>br</strong>e a configuração da rede social de adultos e i<strong>do</strong>sos, os familiaresforam referi<strong>do</strong>s como os principais integrantes da rede e fornece<strong>do</strong>res de apoioemocional, material e informativo (REZENDE et al., 2005)Em relação aos tipos de apoio recebi<strong>do</strong>s da família destaca-se o apoiomaterial que foi menciona<strong>do</strong> por 23 <strong>do</strong>s 31 usuários. Esta forma de apoio estárelacionada a assistência a diversas atividades (SLUZKI ,1997) como o auxilio narealização <strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s gerais com a hipertensão, como observa-se nos relatosa seguir:[...] Quem me leva nas consultas é a minha filha e em casa quem sempreestá dan<strong>do</strong> uma olhada nos meus medicamentos é o meu filho, ele trabalhaem farmácia, ele está sempre olhan<strong>do</strong> o meu remédio. (U30)[...] quan<strong>do</strong> eu preciso daí são as minhas irmãs. Levam-me na consulta, meajudam com o remédio, se eu precisar de um chá elas fazem. (U11)[...] o meu mari<strong>do</strong> também, como ele não trabalha to<strong>do</strong> dia, no dia que ele táde folga, se eu preciso alguma coisa lá <strong>do</strong> posto, ele vai para mim. Marcarconsulta, vai comprar o remédio, porque tem um que não tem no posto, daíele compra na farmácia popular. (U12)[...] contar mesmo, talvez a minha irmã. Vamos supor que precisassecomprar o remédio, pode medir a minha pressão, ela também trabalha emposto de saúde e também tem curso de técnico de enfermagem, e seprecisar vir aqui em casa ela vem. (U9)[...] a minha filha que trabalha comigo lá na oficina, a primeira coisa que eufaço quan<strong>do</strong> eu chego à oficina é tomar meus remédios, a minha filha metraz, os remédios estão lá separa<strong>do</strong>s, mas to<strong>do</strong>s os dias ela que me dá, nãoesquece. (U24)[...] ajuda mesmo é só a minha esposa. Ela ajuda assim, o comprimi<strong>do</strong> nahora certa e comida com bem pouquinho sal, salada ela sempre faz, põepouquinho sal.(U14)[...] Se eu sinto que não estou bem, já digo para a minha irmã: faça oalmoço hoje, porque eu não estou bem. (U20)[...] a minha mulher ajuda quan<strong>do</strong> ela faz comida, ela tira to<strong>do</strong> o sal, agordura, ela cuida o máximo possível. (U10)Destaca-se que a assistência oferecida pelos familiares (filhos, irmãos ecônjuges) ao porta<strong>do</strong>r de hipertensão arterial se refere principalmente ao cuida<strong>do</strong>com a medicação, dieta e consultas. Este envolvimento da família no cuida<strong>do</strong> pode
44facilitar a adesão ao tratamento, pois sabe-se que por se tratar de uma <strong>do</strong>ençacrônica a hipertensão suscita mudanças no estilo de vida. Resulta<strong>do</strong>s semelhantesforam encontra<strong>do</strong>s em outro estu<strong>do</strong> com porta<strong>do</strong>res de hipertensão arterial nacidade de Maringá-PR, em que a rede familiar se destaca pelo acompanhamento emconsultas médicas, colaboração na dieta e supervisão no uso de medicamentos(FACHINELLO; MARCON, 2009).Em um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> com porta<strong>do</strong>res de diabetes mellitus, a família foiconsiderada a mais importante como suporte instrumental (material) na adesão aotratamento. O principal apoio ofereci<strong>do</strong> foi no cuida<strong>do</strong> com a insulina, monitorizaçãoda glicemia e dieta. Os resulta<strong>do</strong>s demonstraram que ter uma família coesa eapoia<strong>do</strong>ra está associa<strong>do</strong> a um melhor controle metabólico e da <strong>do</strong>ença, em geral(NUNES, 2009).Os acha<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s neste estu<strong>do</strong> corroboram com Sluzki (1997) queafirma que a rede social de <strong>do</strong>entes crônicos favorece a realização de atividadespessoais que se associam positivamente com a so<strong>br</strong>evida das pessoas tais comodieta, exercícios, adesão a regimes medicamentosos e cuida<strong>do</strong>s com a saúde, emgeral.Também foram referi<strong>do</strong>s pelos usuários que os familiares são promotoresde ajuda material e de serviço em outras necessidades cotidianas <strong>do</strong> hipertenso,não apenas no cuida<strong>do</strong> com a enfermidade:[...] tem uma irmã minha, que vai to<strong>do</strong>s os sába<strong>do</strong>s para dar uma ajeitadana minha casa, lava a minha roupa. (U23)[...] ajuda na parte financeira [filha] se ela pode, ela me ajuda, sempre. (U16)[...] agora eu tenho outro irmão, que quan<strong>do</strong> a gente viaja, ele que me leva,porque eu não dirijo mais. (U24)Observa-se que o apoio material forneci<strong>do</strong> pela filha e irmãos, como referi<strong>do</strong>nos relatos acima, é considera<strong>do</strong> importante para contemplar as necessidades devida <strong>do</strong> hipertenso. Resulta<strong>do</strong>s semelhantes foram encontra<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> deFrancioni e Silva (2010) com porta<strong>do</strong>res de diabetes mellitus em que o apoio socialque recebem de sua rede é compreendi<strong>do</strong> de forma mais ampla, pois não serestringe aos aspectos específicos de cuida<strong>do</strong>s da enfermidade, mas englobam osdiferentes âmbitos <strong>do</strong> viver dessas pessoas.
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