39da hipertensão arterial ocorre em 20% da população <strong>br</strong>asileira adulta, com 20 anosou mais, 40% a 50% em indivíduos com idade acima <strong>do</strong>s 40 anos e superior a 60%na faixa etária acima de 65 anos (SBC, 2010).A faixa etária pode refletir so<strong>br</strong>e as redes de relações sociais <strong>do</strong>shipertensos, pois para Sluzki (1997) na medida em que as pessoas vãoenvelhecen<strong>do</strong> a rede social enfraquece, por perdas de amigos (morte, migração) eas pessoas têm menos oportunidades de interação social para estabelecer novoscontatos.Por serem adultos, os usuários estão em fase produtiva sen<strong>do</strong> que apenas<strong>do</strong>is são aposenta<strong>do</strong>s, quatro comerciantes, quatro exerciam atividades <strong>do</strong>mésticas,<strong>do</strong>is funcionários públicos, <strong>do</strong>is motoristas, os demais 17 atuam em setores diversos(como secretária, cozinheira, porteiro, mecânico, empregada <strong>do</strong>méstica). Osaposenta<strong>do</strong>s e aqueles que exercem atividades <strong>do</strong> lar podem ter menosoportunidades de constituírem relações sociais em decorrência de terem menoscontato com outras pessoas, pois Coutrim (2006) afirma que o trabalho geralmenteaumenta a possibilidade das pessoas constituírem novas relações sociais.Em relação à escolaridade, 15 possuíam ensino fundamental incompleto,cinco ensino fundamental completo, 9 ensino médio, um pós-médio e um não eraalfabetiza<strong>do</strong>. Observa-se que a maioria <strong>do</strong>s usuários possui baixo nível deescolaridade, visto que <strong>do</strong>s 15 apenas 8 completaram as séries iniciais. Magnabosco(2007) afirma que indivíduos com menos de 8 anos de escolaridade tem maiorpropensão ao diagnóstico médico de <strong>do</strong>enças crônicas, principalmente hipertensãoarterial.Em outros estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s com porta<strong>do</strong>res de hipertensão arterial, o nívelde educação formal é considera<strong>do</strong> um fator que favorece a adesão ao tratamento(ALMEIDA et al., 2002; PIERIN; GUSMÃO; CARVALHO, 2004). Marques, Rodriguese Kuzumota (2006) reafirmam que o baixo nível de escolaridade associa<strong>do</strong> a fatoressocioeconômicos e culturais podem dificultar a conscientização para asnecessidades de cuida<strong>do</strong> com a saúde ao longo da vida, resultan<strong>do</strong> em baixaadesão ao tratamento e à manutenção de estilo de vida pouco saudável.A renda familiar variou de um até oito salários mínimos nacionais 5 , sen<strong>do</strong> amédia mensal de três salários mínimos por família. Consideran<strong>do</strong> que 44,9% da5O cálculo da renda mensal foi basea<strong>do</strong> no <strong>do</strong> Salário mínimo estipula<strong>do</strong> em janeiro de 2010cujo valor era de 510,00.
40população residente no município estuda<strong>do</strong> vivem em situação de po<strong>br</strong>eza (IBGE,2003), é importante destacar que o baixo nível socioeconômico aumenta aprobabilidade <strong>do</strong> desenvolvimento de problemas de saúde, quan<strong>do</strong> associa<strong>do</strong>s asituações de estresse, adversidades, limitações e falta de recursos (CALVETTI;MULLER; NUNES, 2007).Em um estu<strong>do</strong> antropológico, realiza<strong>do</strong> com mulheres i<strong>do</strong>sas na cidade deBambuí, verificou-se que a renda é um <strong>do</strong>s elementos essenciais para apreservação da autonomia e manutenção ou recuperação da saúde (MACIEL;GUERRA, 2007). Visto que as pessoas com menores condições de so<strong>br</strong>evivênciacompartilham um número maior de mazelas advindas das péssimas condições demoradia, de saneamento e de saúde, influencian<strong>do</strong> no aumento exponencial de<strong>do</strong>enças (GARCIA et al., 2007).Quanto ao esta<strong>do</strong> conjugal, 23 eram casa<strong>do</strong>s; <strong>do</strong>is viúvos; quatrosepara<strong>do</strong>s; <strong>do</strong>is solteiros. O esta<strong>do</strong> civil é reconheci<strong>do</strong> como auxílio na adesão aotratamento, ou seja, o fato de indivíduos possuírem companheiro pode ser agentefacilita<strong>do</strong>r no processo de tratamento <strong>do</strong>s hipertensos (TAVIEIRA; PIERIN, 2007).Em estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> com adultos porta<strong>do</strong>res de hipertensão arterialconstatou que o fato <strong>do</strong> indivíduo não viver sozinho favorece a autoestima elevada,melhores condições de aceitação da <strong>do</strong>ença, maiores chances de ter um tratamentorealiza<strong>do</strong> corretamente, entre outras vantagens (GARCIA et al., 2007). Emcontrapartida, as pessoas que não convivem com um companheiro, representadaspor oito participantes neste estu<strong>do</strong>, podem apresentar piores níveis de apoio socialno que diz respeito à frequência de contatos, à diversidade desses contatos e aonúmero de ajudas (REZENDE et al., 2005).A família <strong>do</strong>s usuários é diversificada varian<strong>do</strong> de um a oito componentescom média de 3,4 mem<strong>br</strong>os por família; destaca-se que quatro destes, moramsozinhos. Neste caso, é importante enfatizar que o apoio familiar é indispensávelpara que os porta<strong>do</strong>res de <strong>do</strong>enças crônicas enfrentem os desafios impostos pelaenfermidade e seu tratamento (GOMES-VILAS BOAS et al., 2009).Em relação aos usuários que moram sozinhos ressalta-se que as pessoascom poucas relações sociais têm maior probabilidade de a<strong>do</strong>ecer, visto que umarede social estruturada, auxilia na utilização <strong>do</strong>s serviços de saúde, aumenta aso<strong>br</strong>evida e tem um potencial gera<strong>do</strong>r de saúde (SLUZKI,1997). Deste mo<strong>do</strong>, osdiversos mem<strong>br</strong>os que compõem a família <strong>do</strong> <strong>do</strong>ente crônico podem auxiliar de
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93Apêndice A - Roteiro de Entrevis
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