27<strong>do</strong>ença primária, sua origem provém de alterações orgânicas como, por exemplo,alterações renais ou endócrinas (CORRÊA, 2006).Por ser uma <strong>do</strong>ença de evolução insidiosa que progride de formaassintomática na maioria <strong>do</strong>s casos, favorece o surgimento de complicações, taiscomo: o acidente vascular cere<strong>br</strong>al, insuficiência cardíaca, angina <strong>do</strong> peito, infarto <strong>do</strong>miocárdio e <strong>do</strong>ença vascular periférica (PASSOS; ASSIS; BARRETO, 2006). Essesagravos representam 40% das mortes por acidente vascular cere<strong>br</strong>al, 25% dasmortes por <strong>do</strong>ença arterial coronariana e, em combinação com o diabetes, 50% <strong>do</strong>scasos de insuficiência renal terminal.Esses da<strong>do</strong>s revelam que a HA é um problema grave de saúde pública noBrasil e no mun<strong>do</strong> e um agravo de grande magnitude em termos econômicos,sociais e de qualidade de vida. Para tanto, mudanças no estilo de vida sãorecomendadas para a redução da pressão arterial, bem como a prevenção decomplicações. Para isso, hábitos saudáveis devem ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, respeitan<strong>do</strong>-se ascaracterísticas regionais, culturais, sociais e econômicas <strong>do</strong>s indivíduos (SBC,2010).Assim, para o tratamento da HAS, além <strong>do</strong> uso contínuo de medicamentosanti-hipertensivos, é fundamental as modificações no estilo de vida, essas incluem:alimentação saudável, consumo controla<strong>do</strong> de sódio e álcool, ingestão de potássio,combate ao sedentarismo e tabagismo (SBC, 2010). Deste mo<strong>do</strong>, as mudançasocorridas na vida <strong>do</strong>s porta<strong>do</strong>res de hipertensão demandam rever comportamentos,com modificações em seus hábitos diários, enfim, provocam uma reestruturação emsuas vidas (BASTOS; BORESTEIN, 2004).Em seu estu<strong>do</strong> com sujeitos hipertensos, Peres, Magna e Viana (2003)destacam que mudar um estilo de vida, como, por exemplo, os hábitos alimentares apartir da redução <strong>do</strong> sal e da gordura, podem levar ao isolamento social em função<strong>do</strong>s sujeitos deixarem de ir a festas e reuniões para evitar ingerir alimentosinadequa<strong>do</strong>s. Assim, a condição crônica de saúde pode levar a diversas perdas nosrelacionamentos sociais, nas atividades de lazer e de prazer (beber, fumar e comer),perdas financeiras e na capacidade física.Essas perdas podem ocasionar desânimo, tristeza e depressão, sen<strong>do</strong> umagravante no momento de mudar um hábito ou um estilo de vida. Desta forma,quanto mais precoce a HAS for detectada, maiores são as chances e oportunidades
28de educar o indivíduo, estabelecen<strong>do</strong> assim um estilo de vida pertinente às suascondições (REZENDE et al., 2003).So<strong>br</strong>e as dificuldades de adesão ao tratamento, a literatura comenta arespeito da problemática de o indivíduo muitas vezes assintomático reconhecer-secomo <strong>do</strong>ente, justifican<strong>do</strong> esta resistência pela dificuldade em aceitar a mudança dehábitos considera<strong>do</strong>s por ele como prazerosos, ou principalmente pela necessidadede fazer uso diário de medicação anti-hipertensiva, mesmo sem apresentarsintomatologia (GARCIA et al., 2007).Para tanto, a adesão ao tratamento anti-hipertensivo é um processocomplexo, que pode estar relaciona<strong>do</strong> com fatores internos como comportamentais ede enfrentamento das adversidades, e fatores externos, como o contexto onde osujeito está inseri<strong>do</strong> e sua rede de apoio (LOPES et al., 2008).Neste senti<strong>do</strong>, o controle da hipertensão tem se constituí<strong>do</strong> em um desafiopara profissionais de saúde, pois de um la<strong>do</strong> o tratamento envolve a participaçãoativa <strong>do</strong>s hipertensos no senti<strong>do</strong> de modificar alguns comportamentos prejudiciais asua própria saúde, e de outro, inclui as relações familiares e comunitárias, para queto<strong>do</strong>s se envolvam na mudança de atitude (CADE, 2001).Deste mo<strong>do</strong>, percebe-se que a família <strong>do</strong> hipertenso é um importantecomponente desta rede atuan<strong>do</strong> principalmente no suporte para o cuida<strong>do</strong> diário,além de fornecer auxílio no tratamento da <strong>do</strong>ença (LOPES, et al., 2008; FAÉ, et al.,2006)Além <strong>do</strong> apoio familiar e comunitário, os porta<strong>do</strong>res de hipertensão arterialsão acompanha<strong>do</strong>s pelo serviço de saúde que se constitui como uma referência nocuida<strong>do</strong> com a hipertensão arterial, sen<strong>do</strong> importante destacar que os profissionaisque atuam na unidade básica de saúde (UBS) têm um papel importante no senti<strong>do</strong>de promover a educação em saúde de grupos de risco e fornecer apoio a estesindivíduos durante o diagnóstico e a conduta terapêutica. Além disso, a atuação deuma equipe multidisciplinar serve como medida para unir esforços na promoção daeducação e no fornecimento de informações a estes indivíduos, evitan<strong>do</strong> oaban<strong>do</strong>no <strong>do</strong> tratamento, na adesão adequada à terapêutica e na prevenção dascomplicações (BRASIL, 2006b).A implementação de medidas de prevenção contra a HAS representa umgrande desafio para os profissionais e gestores da área de saúde. No Brasil, cercade 75% da assistência à saúde da população é feita pela rede pública <strong>do</strong> SUS. A
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