25No atendimento à saúde, torna-se importante o mapeamento da rede social<strong>do</strong>s sujeitos atendi<strong>do</strong>s, visto que amplia a visibilidade <strong>do</strong>s profissionais de saúde e<strong>do</strong>s próprios usuários, desta forma possibilita identificar os problemas, conflitos eampliar a compreensão <strong>do</strong> processo de saúde-<strong>do</strong>ença. Além disso, auxilia nadefinição de estratégias e intervenções, na qual os sujeitos tornam-se agentes ativosem sua própria mudança (SLUZKI, 1997).Nessas circunstâncias, a participação <strong>do</strong>s profissionais de saúde ganhacentralidade na Rede Social <strong>do</strong>s sujeitos, caben<strong>do</strong>-lhes incentivar as habilidadessociais, que podem ser adquiridas num contexto de apoio e estímulo. Entre osprofissionais de saúde enfatiza-se o papel <strong>do</strong> enfermeiro como o principal elo entre aequipe de saúde e as redes de apoio social, pois por encontrar-se numa posiçãoprivilegiada e estabelecer uma relação de proximidade com as pessoas e seusfamiliares favorece a mobilização de recursos de apoio disponíveis por meio deintervenções tanto da própria rede social como da equipe de saúde (HUTCHISON,1999).As redes de apoio social além de suprir as carências das políticas públicas eser considera<strong>do</strong> espaço de cidadania e interdependência entre os mem<strong>br</strong>os dasociedade, enquanto movimento social, podem representar uma oportunidade deluta e elaboração de propostas visan<strong>do</strong> à implementação de políticas sociais maisjustas (LIMA; NORMAN;LIMA, 2005).2.2 DOENÇA CRÔNICAA transição demográfica e epidemiológica nos países desenvolvi<strong>do</strong>s e emdesenvolvimento tem proporciona<strong>do</strong> alterações nos quadros de morbi-mortalidadeda população, resultan<strong>do</strong> em um aumento significativo na incidência e prevalênciade <strong>do</strong>enças crônicas em faixas etárias cada vez mais precoces (MALTA, et al.,2006).A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005) define as <strong>do</strong>enças crônicascomo enfermidades de evolução prolongada, que permanecem ao longo da vida ecomprometem a saúde e a funcionalidade da pessoa acometida. Sua incidência é
26crescente e tende a aumentar com o avançar da idade, e afetar de formasignificativa a preservação da saúde e a qualidade de vida das pessoas.As enfermidades crônicas caracterizam as principais causas de morte eincapacidade no mun<strong>do</strong>. São responsáveis por 59% <strong>do</strong>s 56,5 milhões de óbitosanuais, dentre essas, destacam-se as <strong>do</strong>enças crônicas não-transmissíveis (DCNT),que incluem as <strong>do</strong>enças cardiovasculares, diabetes, obesidade, câncer eenfermidades <strong>do</strong> sistema respiratório (OMS, 2005).No Brasil, as <strong>do</strong>enças cardiovasculares (DCV) ocupam o primeiro lugar entreas causas de morte, sen<strong>do</strong> responsáveis por 29,4% <strong>do</strong>s óbitos em 2008. Em 2007,foram registradas 1.157.509 internações por DCV no Sistema Único de Saúde(SUS). Em relação aos custos, em novem<strong>br</strong>o de 2009 ocorreram 91.970 internaçõespor DCV, resultan<strong>do</strong> em um custo de R$ 165.461.644,33. A <strong>do</strong>ença renal terminal,outra condição frequente na HAS, ocasionou a inclusão de 94.282 indivíduos emprograma de diálise no SUS e 9.486 óbitos em 2007(BRASIL, 2009a).Além disso, a hipertensão arterial é um <strong>do</strong>s problemas de saúde maisprevalentes, calcula-se a existência de 600 milhões de hipertensos em to<strong>do</strong> omun<strong>do</strong>, enquanto que no Brasil a prevalência varia de 40% a 50% da populaçãoacima de 40 anos (BRASIL, 2006a). Inquéritos populacionais realiza<strong>do</strong>s em cidades<strong>br</strong>asileiras nos últimos 20 anos apontaram uma prevalência de HAS de acima de30% consideran<strong>do</strong>-se valores de PA ≥ 140/90 mmHg, com mais de 50% entre 60 e69 anos e 75% acima de 70 anos. Entre os gêneros, a prevalência foi de 35,8% noshomens e de 30% em mulheres, semelhante à de outros países (SBC, 2010)Para fins de classificação, a HA é considerada como <strong>do</strong>ença crônica nãotransmissível, altamente prevalente, de eleva<strong>do</strong> custo social e grande impacto namorbimortalidade da população <strong>br</strong>asileira e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Caracteriza-se por serassintomática e multifatorial com elevação sustentada da PA sistólica de 139mmhgou mais e/ou PA diastólica de 89mmhg ou mais (SBC, 2010).Em relação à causa base da hipertensão arterial pode ser classificada emprimária ou secundária. Sen<strong>do</strong> que a primária ou essencial representaaproximadamente 95% <strong>do</strong>s casos de hipertensão e se caracteriza por não possuiretiologia definida, pode estar associada a fatores genéticos e ambientais. Noentanto, a HA secundária, que corresponde a cerca de 5% <strong>do</strong>s indivíduoshipertensos, apresenta etiologia definida e possibilidade de cura com tratamento da
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