19Para Sluzki (1997), a rede social <strong>do</strong> indivíduo inclui to<strong>do</strong> o conjunto devínculo interpessoal e está representa<strong>do</strong> pela família, amizades, relações detrabalho ou escolares e ralações comunitárias que incluem serviços de saúde,agências sociais e religiosas. Deste mo<strong>do</strong>, para caracterizar a rede de um indivíduoé importante considerar o contexto em que este está inseri<strong>do</strong> seja histórico, político,econômico, religioso, de meio ambiente, de serviços públicos como parte <strong>do</strong>universo relacional (SLUZKI, 1997).A primeira rede social <strong>do</strong> indivíduo é formada pelo sistema familiar, no qualsão estabeleci<strong>do</strong>s os primeiros vínculos desde a infância, onde se adquire acapacidade de relacionar-se com o mun<strong>do</strong> e a de desenvolver laços afetivos(SIQUEIRA; BETTS; DELL AGLIO, 2006). Antunes e Fontaine (2005) apontam afamília como o contexto primordial para desenvolver a sensação de bem-estar,contribuir nas habilidades adaptativas e na proteção de eventos adversos. Assim, arede familiar é uma forma de apoio na redução de impacto resultante de exposição aeventos estressores, como espaço de socialização e na promoção da saúde.A família, além de um espaço em que se proporciona proteção e no qualseus mem<strong>br</strong>os se sentem pertencentes a um grupo uni<strong>do</strong>s por laços de amor eafeto, também tem si<strong>do</strong> definida como um sistema de saúde para os seusintegrantes. Quan<strong>do</strong> se sente fragilizada por uma situação de <strong>do</strong>ença, ela utilizaconhecimentos culturais, valores, crenças e práticas para guiar suas ações, ten<strong>do</strong>em vista a manutenção <strong>do</strong> bem-estar de seus componentes (WAIDMAN; ELSEN,2004).Quan<strong>do</strong> os relacionamentos em casa não são satisfatórios, existe atendência a buscar outros espaços para que essas necessidades sejam supridas. Arede de amizade tem si<strong>do</strong> considerada como uma relação de suporte e de intimidademútua, visto que os amigos são escolhi<strong>do</strong>s por questões de afinidade social ou parasuprir alguma falta encontrada na família (ANTUNES; FONTAINE, 2005).Outras redes que podem ser utilizadas principalmente por pessoas com<strong>do</strong>enças crônicas são os grupos comunitários, que podem atuar como fatores deproteção, de forma preventiva ou interventiva. O envolvimento comunitário muitasvezes é visto como fator que promove o aumento da confiança pessoal, satisfaçãode vida, capacidade de enfrentar os problemas e desenvolvimento de autoestima(ANDRADE; VAITSMAN, 2002). A atuação <strong>do</strong>s grupos de forma preventiva
20proporciona o diálogo e cria novos tipos de vínculos com a comunidade(BELGRAVE, 2002).No estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Cunha et al. (2006) que visou conhecer a redesocial utilizada pelos porta<strong>do</strong>res de diabetes mellitus e hipertensão arterial foipossível verificar a forte relação com as instituições de saúde pelo fornecimento damedicação, aferição da pressão e glicemia. Também foram citadas as relaçõespróximas com vizinhos, amigos, familiares e os grupos de convivência, religiosos ede educação em saúde, como sen<strong>do</strong> as principais formas de apoio para convivercom uma condição crônica. O estu<strong>do</strong> revela que as pessoas que possuem uma redesocial consistente demonstram maior motivação para cuidar e conviver de mo<strong>do</strong>mais saudável com a <strong>do</strong>ença crônica.Os sujeitos por meio de constante interação com familiares, amigos,vizinhos, colegas de trabalho, mem<strong>br</strong>os da igreja ou das associações comunitárias,entre outros, vão constituin<strong>do</strong> a sua identidade e, desta forma, construin<strong>do</strong> ereconstruin<strong>do</strong> a sua rede de relações sociais ao longo da vida (SLUZKI, 1997). Estarede é dinâmica e oferece subsídios para enfrentar as adversidades, promoven<strong>do</strong>processos de resiliência e desenvolvimento adaptativo (SIQUEIRA; BETTS; DELLAGLIO, 2006).A importância das redes sociais como estratégia utilizada no enfrentamento<strong>do</strong>s problemas de saúde-<strong>do</strong>ença e <strong>do</strong>s impasses <strong>do</strong> cotidiano, vem sen<strong>do</strong> apontadapor diversos autores, uma vez que os sujeitos estão expostos a diferentes situaçõesestressantes e empecilhos na sua vida diária. Neste senti<strong>do</strong>, a forma como a redesocial está estruturada influencia diretamente nos recursos de apoio que estasproporcionam na resolução de problemas e oportunidades da vida social (LACERDAet al., 2006).Deste mo<strong>do</strong>, o apoio social é resultante das relações interpessoaisestabelecidas pelos mem<strong>br</strong>os que constituem a rede e podem ter um efeito benéficopara a vida das pessoas, visto que o tipo de relações sociais estabeleci<strong>do</strong> entre osintegrantes da rede determina a forma de apoio fornecida (MOREIRA, SARRIERRA,2008; SLUZKI, 1997). Diante disso, é relevante destacar o conceito de apoio social,que na concepção de Valla (1999) é considera<strong>do</strong> como:Qualquer informação, falada ou não, e/ ou auxílio material, ofereci<strong>do</strong> porgrupos e/ ou pessoas, com as quais teríamos contatos sistemáticos, queresultam em efeitos emocionais e/ ou comportamentos positivos. Trata-sede um processo recíproco, que gera efeitos positivos para o sujeito que
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