17Estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s com porta<strong>do</strong>res de enfermidades diversas comohipertensão arterial, depressão, tuberculose e com vítimas de acidentes,evidenciaram que a maioria <strong>do</strong>s acometi<strong>do</strong>s não estavam (ou não sentiam-se)inseri<strong>do</strong>s em uma rede de apoio mútuo, e além disso haviam vivencia<strong>do</strong> perdasimportantes de laços sociais (como: viuvez, separação amorosa, desemprego,mudança de moradia) (PILISUK 2 ; MINKLER, 1985 apud CHOR et al., 2001).Investigações posteriores confirmaram a correlação entre a presença de uma redesocial e o risco de morrer por <strong>do</strong>ença coronariana, acidente vascular cere<strong>br</strong>al e porneoplasias malignas (DRESSLER; BALIEIRO; SANTOS, 1997; DALGARD 3 ,HAHEIM, 1998, apud ANDRADE; VAITSMAN, 2002).No Brasil, o incremento <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s so<strong>br</strong>e redes sociais surgiu a partir dareforma psiquiátrica, pois esta possibilitou a participação de outros atores noprocesso terapêutico <strong>do</strong> porta<strong>do</strong>r de transtorno mental, estes incluíam os ciclossociais mais próximos como (a família, os vizinhos, amigos), alia<strong>do</strong>s ao campoprofissional. A partir de então, as redes sociais são consideradas como importanteauxiliar no tratamento, e estendem-se para outros níveis de atenção à saúde(FONTES, 2007).Ao enfatizar a importância <strong>do</strong>s relacionamentos sociais no processo desaúde-<strong>do</strong>ença, o conceito de rede social assume relevância, e pode sercompreendi<strong>do</strong> como um sistema de elos, uma estrutura sem fronteiras, umacomunidade, um sistema de apoio. Neste senti<strong>do</strong>, a rede social representa umconjunto de participantes autônomos, unin<strong>do</strong> ideias e recursos em torno de valores einteresses comuns (MARTELETTO, 2001).Para Pinto e Junqueira (2009), as redes sociais referem-se a um grupo deindivíduos e organizações, conecta<strong>do</strong>s, que vão construin<strong>do</strong> e reconstruin<strong>do</strong> aestrutura social. Essa conexão se dá por meio das relações sociais que semanifestam de maneiras diversas e expressam a complexidade <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> social.Barbosa, Byington e Struchiner (2000) complementam que as relações podem ser2 PILISUK, M.; MINKLER, M. Supportive ties: A political economy perspective. Health EducationQuarterly, v.12, n.1, p.93-106, 1985.3 DALGARD, O. S.; HAHEIM, L. L. Psychosocial risk factors and mortality: A prospective study withspecial focus on social support, social participation, and locus of control in Norway. Journal ofEpidemiology and Community Health, v. 52, p. 476-481, 1998.
18constituídas por pessoas, grupos ou outras unidades, com ligações simétricas ouassimétricas.Deste mo<strong>do</strong>, as redes também são consideradas como sistemasorganizacionais que reúnem indivíduos e instituições de forma democrática eparticipativa em torno de objetivos comuns, visto que a convivência entre osintegrantes de uma rede, os laços de afinidade, podem proporcionar o apoio socialentre os mem<strong>br</strong>os (SIQUEIRA; BETTS; DELLAGLIO, 2006).No entanto, nesta pesquisa a<strong>do</strong>taremos o referencial de redes proposto porSluzki (1997), visto que este pesquisa<strong>do</strong>r é considera<strong>do</strong> referência de destaque nosestu<strong>do</strong>s so<strong>br</strong>e rede social na área da saúde:Rede social é a soma de todas as relações que um indivíduo percebe comosignificativas ou que define como diferenciadas da massa anônima dasociedade. Essa rede corresponde ao nicho interpessoal da pessoa econtribui substancialmente para seu próprio reconhecimento como indivíduoe para a sua auto-imagem (SLUZKI, 1997, p. 41).Em relação à classificação, as redes sociais estão dispostas de acor<strong>do</strong> comas características estruturais (composição e tipos); funções estabelecidas (apoiosocial forneci<strong>do</strong>) e os atributos <strong>do</strong> vínculo entre os mem<strong>br</strong>os (SLUZKI, 1997).Seguin<strong>do</strong> a referida classificação, as principais dimensões que compõe arede social estão organizadas (SLUZKI, 1997): quanto ao tamanho (número depessoas com as quais tem contato social); dispersão geográfica (quanto maior aproximidade, maior a probabilidade de contato); força das ligações (grau dereciprocidade, intimidade, disponibilidade, intensidade emocional); densidade eintegração <strong>do</strong>s contatos (quantidade de pessoas próximas); composição ehomogeneidade <strong>do</strong>s mem<strong>br</strong>os (grau de semelhança entre os indivíduos: idade,condição de saúde), simetria (grau de reciprocidade nos relacionamentos),enraizamento social (identificação <strong>do</strong> indivíduo com seu meio).A literatura aponta <strong>do</strong>is tipos de redes sociais: as informais constituídaspelos familiares, amigos, vizinhos, grupos sociais (clubes e igrejas, entre outros),que estão diretamente envolvi<strong>do</strong>s no desenvolvimento das atividades diárias, e arede formal de atendimento que a<strong>br</strong>ange as organizações sociais, como hospitais,serviços de saúde, programas governamentais, como também profissionaisqualifica<strong>do</strong>s, organiza<strong>do</strong>s para prestar serviços às pessoas que necessitam(MARQUES; LANDIM, 2007).
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