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13tratamento, mantendo os laços sociais, com repercussões positivas sobre a saúde(BRASIL, 2006a).As redes de apoio social referem-se às relações próximas e significativasque os indivíduos estabelecem no decorrer da vida, as quais representam o apoiorecebido e atribuído por estes (ANTUNES; FONTAINE, 2005). Também sãoconsideradas como uma forma de suporte, pois podem proporcionar troca deexperiências, autoconfiança, satisfação com a vida e habilidade de enfrentar osproblemas, principalmente quando se trata de situações difíceis, impostas pelasdoenças, em especial as doenças crônicas que demandam dos portadoresmodificação no estilo de vida (VALLA, 2000; RIBEIRO, 2005).Entre as diversas redes de apoio encontradas, destacam-se a família, osvizinhos, as lideranças comunitárias e religiosas, no que se refere ao apoio para arealização de suas atividades diárias e à ajuda em situações especiais (LANDIM etal., 2006). Os vínculos de amizade e laços familiares estão associados acomportamentos positivos, que podem vir a contribuir na recuperação da saúde e naprevenção de doenças (ANDRADE; VAITSMAN, 2002).A rede social de uma pessoa, segundo Sluzki (1997) é constituída pelossujeitos com quem interage regularmente, realizando trocas que acabam por definirsua própria identidade e finalidade.Entre os elementos formadores da rede de apoio social dos sujeitos, osserviços de saúde constituem-se uma das alternativas para o tratamento e cuidado àsaúde. Todavia, nem sempre os profissionais de saúde valorizam os demaismembros da rede, no atendimento prestado aos clientes. Ao desconhecer aexistência de outras formas de apoio no cuidado, eles perdem a oportunidade deidentificar possíveis parcerias, que podem fortalecer a relação com o usuário demodo a propiciar maior interação e criação de vínculo, considerado essencial noatendimento da atenção primária em saúde (SLUZKI, 1997).A Estratégia Saúde da Família (ESF), que integra a Atenção Básica por meiode suas equipes, considera o indivíduo inserido em um contexto familiar ecomunitário. Leva em conta também que o ambiente social, o entorno territorial e oscírculos sociais estabelecidos a partir do indivíduo, são determinantes no estado desaúde (BRASIL, 2000). Nessa perspectiva, esta proposta tem como norteadorespara a prática do profissional de saúde o estabelecimento de vínculos, a criação delaços de compromisso e a corresponsabilidade com a população atendida.

14O modelo de atenção proposto na ESF implica em estruturar uma prática deatendimento diferente da clínica tradicional, pensar a saúde e a doença nãoexclusivamente no indivíduo, mas a partir deste enquanto ser inserido em umcontexto social (MARTINS; FONTES, 2008). Essa abordagem encadeia a ligaçãoentre os diversos atores que compõem as redes de apoio social, uma vez queestabelece contatos com as famílias, vizinhos e lideranças comunitárias.Desta forma, podem incentivar a interação entre as várias iniciativas deapoio e incorporar as práticas de apoio social às ações de saúde (OLIVEIRA;BASTOS, 2000). Para tanto, faz-se necessária uma interconexão entre os diversosintegrantes da equipe de saúde com os participantes da rede social do usuário.Envolver as redes sociais nas ações de saúde, e no caso das pessoas portadorasde hipertensão arterial no processo de enfrentamento da doença, adesão aotratamento e prevenção das complicações, possibilita o atendimento de formaintegral a essa população (RIBEIRO, 2005).Dentro dessa abordagem, assim como a população se organiza criandoestratégias de apoio social que beneficiam a saúde física e mental, os profissionaisde saúde também podem fomentar o apoio social ao incentivar a consolidação deredes sociais já existentes ou favorecer o desenvolvimento de novas redes (SLUZKI,1997).O interesse pela temática surgiu a partir de minha prática como enfermeirade uma Unidade da Estratégia Saúde da Família de um município rural da regiãoSul do Brasil, na qual atuei por cinco anos. Durante esta experiência, vivencieidificuldades no atendimento ao portador de hipertensão arterial, pois a maioriaresidia em regiões distantes do serviço de saúde, fato que comprometia ocomparecimento ao serviço e desta forma o acompanhamento pelos profissionais desaúde.Tais dificuldades afastavam os hipertensos do programa HIPERDIA no quese refere às consultas de rotina, reuniões do grupo e monitoramento da pressãoarterial. Diante desta situação, tentava-se minimizar as dificuldades com a realizaçãode visitas mensais nas comunidades com entrega de medicação anti-hipertensiva,verificação da pressão e orientações. Todavia, era necessário que estes doentescrônicos buscassem suporte das pessoas de convívio próximo para auxiliar notratamento e nos cuidados gerais com a enfermidade, pois sabe-se que a

14O modelo de atenção proposto na ESF implica em estruturar uma prática deatendimento diferente da clínica tradicional, pensar a saúde e a <strong>do</strong>ença nãoexclusivamente no indivíduo, mas a partir deste enquanto ser inseri<strong>do</strong> em umcontexto social (MARTINS; FONTES, 2008). Essa abordagem encadeia a ligaçãoentre os diversos atores que compõem as redes de apoio social, uma vez queestabelece contatos com as famílias, vizinhos e lideranças comunitárias.Desta forma, podem incentivar a interação entre as várias iniciativas deapoio e incorporar as práticas de apoio social às ações de saúde (OLIVEIRA;BASTOS, 2000). Para tanto, faz-se necessária uma interconexão entre os diversosintegrantes da equipe de saúde com os participantes da rede social <strong>do</strong> usuário.Envolver as redes sociais nas ações de saúde, e no caso das pessoas porta<strong>do</strong>rasde hipertensão arterial no processo de enfrentamento da <strong>do</strong>ença, adesão aotratamento e prevenção das complicações, possibilita o atendimento de formaintegral a essa população (RIBEIRO, 2005).Dentro dessa abordagem, assim como a população se organiza crian<strong>do</strong>estratégias de apoio social que beneficiam a saúde física e mental, os profissionaisde saúde também podem fomentar o apoio social ao incentivar a consolidação deredes sociais já existentes ou favorecer o desenvolvimento de novas redes (SLUZKI,1997).O interesse pela temática surgiu a partir de minha prática como enfermeirade uma Unidade da Estratégia Saúde da Família de um município rural da regiãoSul <strong>do</strong> Brasil, na qual atuei por cinco anos. Durante esta experiência, vivencieidificuldades no atendimento ao porta<strong>do</strong>r de hipertensão arterial, pois a maioriaresidia em regiões distantes <strong>do</strong> serviço de saúde, fato que comprometia ocomparecimento ao serviço e desta forma o acompanhamento pelos profissionais desaúde.Tais dificuldades afastavam os hipertensos <strong>do</strong> programa HIPERDIA no quese refere às consultas de rotina, reuniões <strong>do</strong> grupo e monitoramento da pressãoarterial. Diante desta situação, tentava-se minimizar as dificuldades com a realizaçãode visitas mensais nas comunidades com entrega de medicação anti-hipertensiva,verificação da pressão e orientações. Todavia, era necessário que estes <strong>do</strong>entescrônicos buscassem suporte das pessoas de convívio próximo para auxiliar notratamento e nos cuida<strong>do</strong>s gerais com a enfermidade, pois sabe-se que a

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