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A Reescrita e os Caminhos da Construção do Sujeito - Centro de ...

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A insistência no uso <strong>da</strong> pronominalização como expediente para eliminar arepetição po<strong>de</strong> criar problemas maiores para a legibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um texto comoeste em que há tant<strong>os</strong> candi<strong>da</strong>t<strong>os</strong> a "ele": o impera<strong>do</strong>r, o mor<strong>do</strong>mo, o rouxinolmecânico, o rouxinol animal.A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reescrita parece restringir-se a<strong>os</strong> conteúd<strong>os</strong> gramaticaisescolarizad<strong>os</strong>, limitan<strong>do</strong>-se a<strong>os</strong> aspect<strong>os</strong> mais periféric<strong>os</strong> <strong>da</strong> escrita. Mas,observan<strong>do</strong> o primeiro parágrafo <strong>do</strong> texto, verem<strong>os</strong> que Felipe está tentan<strong>do</strong>manobrar outr<strong>os</strong> recurs<strong>os</strong> <strong>da</strong> língua para não só assegurar a continui<strong>da</strong><strong>de</strong>referencial, como também articular as idéias:"Em um palácio <strong>da</strong> China havia um impera<strong>do</strong>r e o impera<strong>do</strong>r tinha um enormejardim, e nesse jardim havia um Rouxinol que o canto <strong>de</strong>le era maravilh<strong>os</strong>o."Não é o uso ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong> pronome relativo e o p<strong>os</strong>sível emprego <strong>de</strong> "cujo"que me chama a atenção. É perceber que o "que" eliminaria to<strong>da</strong>s as repetições<strong>do</strong> parágrafo."Em um palácio <strong>da</strong> China havia um impera<strong>do</strong>r que tinha um enorme jardim, emque havia um Rouxinol, o qual** tinha um canto maravilh<strong>os</strong>o."(*) on<strong>de</strong>(**) para não dizer que... esperava o cujoEliminar as repetições com elipses, com pronominalizações é manter Felipe nolugar <strong>do</strong> que já sabe e não <strong>do</strong> que está tentan<strong>do</strong> manejar. Aliás, mais abaixo eledá m<strong>os</strong>tras <strong>de</strong> conseguir fazer bom uso <strong>da</strong>s relativas...: "...até que encontrou umasenhora que lhe perguntou" e em "...o inpera<strong>do</strong>r ganhou um Roxinol mecânicoque cantava igual ao Roxinol animal.".Trabalhar a reescrita é trabalhar estruturas próprias <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> escrita. Se oprofessor não as reconhece no mo<strong>de</strong>lo e se não consegue interpretar <strong>os</strong>esforç<strong>os</strong> <strong>da</strong>s crianças no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> se apropriarem <strong>de</strong>las, então por que pedirque reescrevam?"Mas pronome relativo é conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> 3 a série?" Se pensarm<strong>os</strong> na maneira comoem geral se tratam <strong>os</strong> conteúd<strong>os</strong> gramaticais na escola: <strong>de</strong>finição, listas..., aresp<strong>os</strong>ta é não. Isso não é conteú<strong>do</strong> para série nenhuma. Achar que saber a listad<strong>os</strong> relativ<strong>os</strong> habilita alguém a empregá-l<strong>os</strong> com proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> é ingenui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>que nem <strong>os</strong> professores <strong>de</strong> Português pa<strong>de</strong>cem mais. Divers<strong>os</strong> trabalh<strong>os</strong> sobre arepresentação <strong>do</strong> ensino <strong>de</strong> gramática atestam que quase nenhum professoracredita na funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino que segue reproduzin<strong>do</strong>.98

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