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A Reescrita e os Caminhos da Construção do Sujeito - Centro de ...

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CHOMSKY e seus segui<strong>do</strong>res tratam <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar a presença <strong>de</strong> estruturaslingüísticas inatas no processo <strong>de</strong> aquisição <strong>da</strong>s gramáticas <strong>da</strong>s línguasnaturais.Os crític<strong>os</strong> <strong>do</strong> pensamento <strong>de</strong> CHOMSKY apontam, entretanto, que a língua, porcomportar uma ambigüi<strong>da</strong><strong>de</strong> e uma polissemia imprevisíveis, não po<strong>de</strong> serreduzi<strong>da</strong> a um sistema formal. A perspectiva construtivista piagetiana, porexemplo, sustenta que é p<strong>os</strong>sível falar através <strong>da</strong> abstração <strong>de</strong> experiências coma própria linguagem. Saberes presentes em um <strong>da</strong><strong>do</strong> momento reaparecemreestruturad<strong>os</strong> num processo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças qualitativas, ganhan<strong>do</strong> "um estatutomais lingüístico e gramatical".Um aspecto bastante polêmico em relação à teoria piagetiana é o po<strong>de</strong>r <strong>do</strong>indivíduo enquanto "sujeito <strong>de</strong> sua própria aprendizagem". Além <strong>de</strong> term<strong>os</strong> <strong>de</strong>admitir predisp<strong>os</strong>ições inatas já bastante específicas e diferencia<strong>da</strong>s(GARDNER), não é p<strong>os</strong>sível <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a natureza histórica e cultural<strong>do</strong> conhecimento humano. "Não há um sujeito onisciente que controle o própri<strong>os</strong>aber", pois as características culturais <strong>do</strong> objeto limitam a auto-organização d<strong>os</strong>ujeito, oference<strong>do</strong>-lhe pistas já trilha<strong>da</strong>s pela própria comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Asubjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é assim re<strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como o espaço <strong>do</strong> jogo e <strong>da</strong> curi<strong>os</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong>: "não éo centro <strong>do</strong> conhecimento, mas o seu motor". Apren<strong>de</strong>-se a falar, jogan<strong>do</strong> com aprópria linguagem e p<strong>os</strong>teriormente gramaticalizan<strong>do</strong> <strong>os</strong> recurs<strong>os</strong> já explorad<strong>os</strong>.Ain<strong>da</strong> que não se p<strong>os</strong>sa assimilar o processo <strong>de</strong> alfabetização à aquisição <strong>da</strong>linguagem oral, compreen<strong>de</strong>r melhor o último oferece element<strong>os</strong> paracompreen<strong>de</strong>r melhor o primeiro. As teorias <strong>da</strong> alfabetização também sesustentam nas psicologias cognitivas e nas teorias funcionalistas <strong>da</strong> linguagem.Defen<strong>de</strong>m que para que a criança p<strong>os</strong>sa vir a ser um usuário <strong>da</strong> escrita énecessário colocá-la em situações <strong>de</strong> aprendizagem que lhe permitam construirnão só o sistema notacional, como também <strong>os</strong> us<strong>os</strong> e as formas <strong>da</strong> linguagemassim constituí<strong>da</strong>.Tal processo, porém, não é solitário, já que é p<strong>os</strong>sível reconhecer na escritainicial <strong>da</strong> criança a presença <strong>do</strong> "outro". O processo dialógico, ao mesmo tempoque p<strong>os</strong>sibilita à criança ampliar seus recurs<strong>os</strong>, coloca restrições à suaprodução; é isto que permite à criança organizar as estruturas sintáticas <strong>da</strong>língua escrita e se apropriar <strong>da</strong>s restrições d<strong>os</strong> divers<strong>os</strong> gêner<strong>os</strong>.Observem<strong>os</strong> a carta que Natália (cinco an<strong>os</strong> e meio), moran<strong>do</strong> n<strong>os</strong> Estad<strong>os</strong>Unid<strong>os</strong>, escreve a seus colegas, então inician<strong>do</strong> o pré:78

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