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O caso Mussalém. Fonte: Douglas Tavolaro. A casa do delírio ...

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sereno. Sente-se mais angustia<strong>do</strong> ao relatar as agruras da paranóia <strong>do</strong> que aocontar como matou a mãe e a irmã.O crime abalou Campinas e infernizou o restante da família. A políciamontou um esquema especial de segurança para o enterro, que reuniu mais deduzentas pessoas. No cemitério Flamboyant, o velório foi fecha<strong>do</strong> durante amadrugada pela PM.Duas horas depois <strong>do</strong> assassinato, <strong>Mussalém</strong> estava longe. Fugiu paraSantos, para a praia de Itararé, em seu Escort verde, ano 1988. Antes de pegar aestrada, passou em seu apartamento e apanhou roupas, cartão <strong>do</strong> banco e asoutras armas. Deixou as chaves com o porteiro e desapareceu. Chegou ao litoralno final da tarde de <strong>do</strong>mingo e ficou num hotel. Após <strong>do</strong>is dias, transferiu-se parauma pensão. A polícia seguiu os seus rastros até encontrá-lo na quarta-feira, napraia <strong>do</strong> Gonzaga. Localiza<strong>do</strong> pelos registros <strong>do</strong>s saques bancários nos caixaseletrônicos de Santos, <strong>Mussalém</strong> foi preso por três solda<strong>do</strong>s da PM, enquantofolheava um livro de sociologia em livraria na esquina das avenidas Ana Costa ePresidente Wilson. Não ofereceu resistência e negou a autoria <strong>do</strong>s crimes. Nadelegacia, não demonstrou abalo pela morte da mãe e da irmã. Disse apenas:- Estou mal porque não comi nada e não sei se vou comer aqui.Depois se calou. Foi condena<strong>do</strong> pelo juiz José Henrique Rodrigues Torres,da Vara de Júri de Campinas, a cumprir pena na Casa de Custódia de Taubaté. Oprimeiro diagnóstico revelou que apresentava uma perturbação mental intercaladapor momentos de lucidez. Diz o prontuário:Diagnosticamos paranóia. No entanto, como há <strong>do</strong>entes e não apenas<strong>do</strong>enças, e como cada <strong>do</strong>ente faz a sua <strong>do</strong>ença, consideran<strong>do</strong>-se a história devida <strong>do</strong> paciente, suas características pessoais, seu alto grau de manipulação, arepercussão emocional que seus atos causam, não somente no ambiente familiarcomo em toda a comunidade circunstante, ele é considera<strong>do</strong> de altapericulosidade. (p. 139-155)* * *8

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