11.07.2015 Views

Compostos fenólicos em vinhos e seus efeitos antioxidantes na ...

Compostos fenólicos em vinhos e seus efeitos antioxidantes na ...

Compostos fenólicos em vinhos e seus efeitos antioxidantes na ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Vaccari et al.molécula, e também pela <strong>na</strong>tureza e número de ácidos,os quais esterificam <strong>seus</strong> açúcares (FLANZY, 2000).Essas substâncias possu<strong>em</strong> uma estruturaquímica parecida, compreendendo dois ciclosbenzênicos hidroxilados e reunidos por uma cadeiade três átomos de carbono (posição 3), exceto nocaso das desoxiantocianidi<strong>na</strong>s, quando o açúcar estáligado <strong>na</strong> posição 5. Poucas das antociani<strong>na</strong>sconhecidas são glicosiladas <strong>na</strong> posição 7. Os açúcaresligados às posições 5 e 7 são s<strong>em</strong>pre glucose. Osmonosídeos encontrados são: 3- galactosídeo, 3-xilosídeo e 3-ramnosídeo. (FLANZY, 2000).Em muitos pigmentos, os resíduos de açúcarligados ao carbono <strong>na</strong> posição 3 da antocianidi<strong>na</strong> sãoacilados e estes ácidos estão ligados <strong>na</strong> hidroxila daposição 3 e menos frequent<strong>em</strong>ente da posição 6 doaçúcar. Os ácidos encontrados com maior frequênciasão os ácidos p-cumárico, caféico, ferúlico e siríngico.Algumas vezes são encontrados os ácidosphidroxibenzóico, malônico e acético (BOBBIO eBOBBIO, 1995).Segundo Mazza e Miniati (1993), asantociani<strong>na</strong>s do gênero Vitis são o cianidol (cianidi<strong>na</strong>),o peonidol (peonidi<strong>na</strong>), o petunidol (petunidi<strong>na</strong>), odelfinidol (delfinidi<strong>na</strong>) e o malvidinol (malvidi<strong>na</strong>) (Figura2a). A quantidade e a composição das antociani<strong>na</strong>s<strong>na</strong> uva variam signifacativamente <strong>em</strong> função daespécie, da cultivar, do manejo aplicado ao vinhedoe do “terroir”. Dentre elas, Vitis labrusca, V. ripariae V. rupestris, distingu<strong>em</strong>-se da Vitis rotundifoliapela presença de antociani<strong>na</strong>s aciladas (MAZZA eMINIATI, 1993).A malvidi<strong>na</strong> (como 3-glicosideo) é a principalantociani<strong>na</strong> encontrada nos <strong>vinhos</strong> tintos de Vitisvinifera. Foi indicada por apresentar inibição aocrescimento de bactérias patogênicas (BOURZEIX,1989).1.2.2 - Taninos (flavanóis-3)Os principais flavanóis-3 monômeros da uvasão a (+) catequi<strong>na</strong> e seu isômero (-) epicatequi<strong>na</strong>,podendo ser encontrado este último sob forma éstergálico (3-galato de epicatequi<strong>na</strong>) e as prodelfinidi<strong>na</strong>s,constituídas de galocatequi<strong>na</strong> e de epigalocatequi<strong>na</strong>(FLANZY, 2000).Pelo menos dois tipos de estruturas sãoencontradas <strong>em</strong> taninos: estruturas condensadas nãohidrolisáveis, formadas por produtos que contémnúcleos flavonóidicos e estruturas hidrolisáveis(BOBBIO e BOBBIO, 1995). A estrutura químicabásica dos taninos condensados é relacio<strong>na</strong>da àestrutura da catequi<strong>na</strong> (Figura 2b). A estrutura químicada catequi<strong>na</strong> e a dos flavonóides relacionou a estruturados taninos com a dos 3, 4, 5 e 7-hidroxiflavonóides(BOBBIO e BOBBIO, 1995).O termo taninos, pelo que se desig<strong>na</strong>mgeralmente os oligômeros e polímeros de flavonóidest<strong>em</strong> referência a sua capacidade de interagir com asproteí<strong>na</strong>s e outros polímeros como os polissacarídios.Por outro lado, estas moléculas possu<strong>em</strong> apropriedade de liberar as antocianidi<strong>na</strong>s <strong>em</strong> meio ácidoe com o aumento da t<strong>em</strong>peratura, por ruptura dasuniões internonoméricas, sendo denomi<strong>na</strong>das deproantocianidi<strong>na</strong>s (FLANZY, 2000).1.2.3 - Os flavonóis e as flavo<strong>na</strong>sOs Flavonóis estão presentes <strong>na</strong> película dauva, sob forma de glicosídios ou glucurônidos <strong>na</strong>posição 3 (RIBÉREAU-GAYON, 1998). Os quatroprincipais flavonóis da uva sob forma de aglico<strong>na</strong> são:ka<strong>em</strong>pferol, querceti<strong>na</strong>, isoramneti<strong>na</strong> e miriceti<strong>na</strong>(Figura 2c).A distinção entre flavo<strong>na</strong>s e flavonóis é muitopeque<strong>na</strong>, uma vez que os flavonóis são flavo<strong>na</strong>s, <strong>na</strong>squais a posição 3 está hidroxilada. Para os flavonóistambém parece haver um modelo a ser seguido, porémnão tão estritamente quanto no caso das antociani<strong>na</strong>s.Na maior parte das vezes, existe um açúcar <strong>na</strong> posição3, e se existe uma segunda molécula de açúcar, estaocupa a posição 7. No entanto, são conhecidos 7 e4-monoglucosídios. Os açúcares mais comuns sãoglucose, ramnose e rutinose. Os Flavonóis tambémpod<strong>em</strong> estar acuados, e os ácidos, dos quais podeser alifáticos ou aromáticos, comportam-se como <strong>na</strong>santociani<strong>na</strong>s, estando ligados aos açúcares existentes(BOBBIO e BOBBIO, 1992).74Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.8, n.1, 2009


Vaccari et al.R=R’=H Pelargonidi<strong>na</strong> (vermelha)R=OH R’=H Cianidi<strong>na</strong> (vermelha)R=OCH 3 R’=H Peonidi<strong>na</strong> (púrpura)R=R’=OH Delfinidi<strong>na</strong> (violeta)R=OCH 3 R’=OH Petunidi<strong>na</strong> (violeta)R=R’=HR=OH R’=HR=R’=OHAfzelequi<strong>na</strong>Catequi<strong>na</strong>Galocatequi<strong>na</strong>R=R’=HR=OH R’=HR=OCH 3 R’=HR=R’=OHKa<strong>em</strong>pferolQuerceti<strong>na</strong>Isoramneti<strong>na</strong>Miriceti<strong>na</strong>(a) (b) (c)Figura 2 - Estrutura e nomes dos principais compostos antocianidicos (a), flavanóis-3 (taninos) (b) e osprincipais flavonóis encontrados nos cultivares de Vitis vinifera L. e <strong>vinhos</strong>.2 - Efeitos antioxidante dos compostos <strong>fenólicos</strong>Um fato interessante já v<strong>em</strong> sendo observadohá muitos anos <strong>na</strong> região do Mediterrâneoprincipalmente <strong>na</strong> França, onde as pessoas tend<strong>em</strong> autilizar alimentos muito ricos <strong>em</strong> gorduras saturadas,tais como queijos, fígado de ganso, presuntos e outrosalimentos gordurosos, além de fumar<strong>em</strong> bastante eser<strong>em</strong> sedentários. Mesmo com estes tipos de hábitos,as pessoas que viv<strong>em</strong> nesta região possu<strong>em</strong> baixaincidência de doenças cardíacas. Esta discrepânciaficou conhecida como “Paradoxo Francês”, e já háalgum t<strong>em</strong>po v<strong>em</strong> sendo relacio<strong>na</strong>do ao uso do vinhotinto (SANTOS, 1992).Muitas pesquisas têm sido realizadasavaliando os <strong>efeitos</strong> <strong>antioxidantes</strong> dos compostos<strong>fenólicos</strong> presentes no vinho (SHAHIDI e NACZK,1995). Os benefícios à saúde relacio<strong>na</strong>dos aoconsumo moderado de vinho inclu<strong>em</strong> diferentesmecanismos, nos quais estão envolvidos, tanto oetanol, quanto os diversos tipos de compostos<strong>fenólicos</strong> que constitu<strong>em</strong> o vinho (BRAND-MILLERet al., 2007; OPIE e LECOUR, 2007).O vinho é composto por aproximadamente200 diferentes polifenóis. Os <strong>vinhos</strong> tintos têm cercade 10 vezes mais polifenóis (1000-4000 mg L -1 ) queos <strong>vinhos</strong> brancos (200-300 mg L -1 ). Os polifenóisexistentes nos <strong>vinhos</strong> brancos são <strong>em</strong> menor número,porém as propriedades biológicas dos polifenóisdepend<strong>em</strong> também da sua biodisponibilidade, e estádetermi<strong>na</strong>da através da concentração no plasma e <strong>na</strong>uri<strong>na</strong> após a ingestão destes compostos (SCALBERTe WILLIAMSON, 2000).Mais recent<strong>em</strong>ente foi descoberta <strong>na</strong> uva umasubstância denomi<strong>na</strong>da resveratrol, que atua comofitoalexi<strong>na</strong> e pertence ao grupo dos estilbenos, têmorig<strong>em</strong> quase que exclusivamente (95%) <strong>na</strong>s cascase s<strong>em</strong>entes das uvas. Estudos têm revelado que oresveratrol permanece poucas horas no organismohumano. Considera-se, ainda, a possibilidade deexistir competição e/ou sinergismo entre eles e somasea isso o efeito vaso-relaxante das antociani<strong>na</strong>s(CARBONNEAU, 2007).Estudos investigaram principalmente o fatodo resveratrol ser agonista da sirtuí<strong>na</strong> (SIRT) umaenzima da família histo<strong>na</strong> diacetilase, que estariarelacio<strong>na</strong>do aos <strong>efeitos</strong> protetores do resveratrol sobreo coração e o cérebro (proteção contra doençasneurodegenerativas como mal de Alzheimer) (OPIEe LECOUR, 2007).Os flavonóides, como procianidi<strong>na</strong>,proantocianidi<strong>na</strong>, querceti<strong>na</strong> e catequi<strong>na</strong>, sãopolifenóis que, assim como o resveratrol, são capazesde inibir a oxidação da lipoproteí<strong>na</strong> de baixa densidade(LDL-colesterol), que está intimamentecorrelacio<strong>na</strong>da com as complicações daaterosclerose, como a doença arterial coronária(DAC), o acidente vascular cerebral e/ou doençavascular periférica e alguns tipos de câncer(MAMEDE e PASTORE, 2004; OPIE e LECOUR,2007).Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.8, n.1, 2009 75


Vaccari et al.2.1 - Vinho e o coração, acidente vascularcerebral e a pressão arterialPesquisa realizada por Corder (2001) revelouo efeito do vinho <strong>na</strong> prevenção de doençascardiovasculares isquêmicas, especialmente o infartodo miocárdio. Verificou-se que o vinho tinto reduz oteor de endoteli<strong>na</strong>-1, um peptídeo (substância formadapor aminoácidos) produzido <strong>na</strong>s células das artériasque t<strong>em</strong> potente ação vaso-constritora (faz a artériacontrair) levando à oclusão das artérias portadorasde aterosclerose (placas de gorduras) e causando oinfarto. A benéfica diminuição dos níveis de endoteli<strong>na</strong>-1 é provocada pelos polifenóis do vinho, substânciasprovenientes das cascas das uvas e, portanto, exist<strong>em</strong><strong>em</strong> grande quantidade ape<strong>na</strong>s nos <strong>vinhos</strong> tintos, poissó neles as cascas são utilizadas integralmente. Alémdisso, os polifenóis também inib<strong>em</strong> a formação deóxidos de colesterol, produtos da oxidação delipoproteí<strong>na</strong> de baixa densidade (LDL–colesterol), umdos principais fatores desencadeantes da aterogênesee contra doenças cardiovasculares, como a doençacardíaca coro<strong>na</strong>ria<strong>na</strong> que ocorre <strong>na</strong>s paredesvasculares possivelmente pela ação do ânionperoxinitrito. Os compostos <strong>fenólicos</strong> dos <strong>vinhos</strong> sãocapazes de estabilizar<strong>em</strong> radicais livres, tanto osgerados <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a aquoso por radiólise (hidroxila,azida, ânion superóxido, peroxila e alcoxil t-butila)(BORS, 1990), como <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a lipofílico(peroxidação lipídica). O radical ânion superóxidogerado pelo sist<strong>em</strong>a enzimático hipoxanti<strong>na</strong>/xanti<strong>na</strong>oxidase também foi i<strong>na</strong>tivado por compostos <strong>fenólicos</strong>do vinho tinto (SAINT-CRICQ DE GAULEJAC,GLORIES e VIVAS, 1999). O radical hidroxila e oânion superóxido estão envolvidos <strong>em</strong> uma série dereações que provocam danos celulares, como aperoxidação lipídica (HALLIWELL, 2000).Corder (2001) realizou uma pesquisa <strong>em</strong>células de boi e testou o efeito de 28 <strong>vinhos</strong> diferentes(23 tintos, quatro brancos e um rosé) e um suco deuva tinta. Os <strong>vinhos</strong> brancos e o rosé não tiveramefeito sobre os níveis de endoteli<strong>na</strong>-1 das células. Os<strong>vinhos</strong> tintos provocaram a maior redução no nívelde endoteli<strong>na</strong>-1. O suco de uva reduziu menos o teorde endoteli<strong>na</strong>-1 do que os <strong>vinhos</strong> tintos, sugerindoque o processo de vinificação pode modificar algumapropriedade dos polifenóis das uvas, tor<strong>na</strong>ndo-os maisativos. O tipo de uva utilizada no vinho também pareceser importante, sendo quatro dos seis <strong>vinhos</strong> testados,os mais efetivos foram os de uva Cabernet Sauvignon.Carluccio et al. (2003) comprovaram pormeio de cultura de células endoteliais de aorta bovi<strong>na</strong>que a presença de resveratrol inibiu a expressão d<strong>em</strong>oléculas de adesão (VCAM- 1) quando <strong>em</strong> dosesnutricio<strong>na</strong>lmente relevantes, d<strong>em</strong>onstrando efeitoantiinflamatório e possivelmente a atividadeantiaterogênica de alguns compostos <strong>fenólicos</strong> dovinho.Marcas diferentes de <strong>vinhos</strong> tintos, rosados,brancos e sucos de uva foram submetidas a três testesa<strong>na</strong>líticos in vitro: quantificação de <strong>fenólicos</strong> totais,inibição da oxidação lipídica e avaliação do poderredutor. O teor de <strong>fenólicos</strong> totais, inibição de oxidaçãolipídica e poder redutor variaram de 297 a 2478 mgL -1 , 25,75 a 59,66% e 0,087 a 0,751 (densidade ótica= 700 nm), respectivamente. Os <strong>vinhos</strong> tintosapresentaram os maiores teores de <strong>fenólicos</strong> e osmelhores resultados <strong>na</strong> avaliação da atividadeantioxidante; os rosados apresentaram valoresintermediários e os brancos foram inferiores(ISHIMOTO, 2003).Castelli et al. (1977) estudaram o efeito doconsumo de álcool sobre as lipoproteí<strong>na</strong>s etriglicérides plasmáticos <strong>em</strong> cinco populações, <strong>na</strong>squais o vinho era a principal fonte diária de álcool. Oconsumo moderado de álcool eleva os níveissanguíneos de lipoproteí<strong>na</strong>s de alta densidade (HDLcolesterol),diminui os níveis das lipoproteí<strong>na</strong>s de baixadensidade (LDL-colesterol), além de aumentar aelasticidade dos vasos e diminuir a formação decoágulos.Um trabalho realizado por Breier e Lisch(1984) avaliou um paciente portador dehipercolesterol<strong>em</strong>ia familiar, s<strong>em</strong> si<strong>na</strong>is deaterosclerose precoce. O paciente apresentava altaconcentração plasmática da lipoproteí<strong>na</strong> HDL-2,atribuída ao efeito da ingestão de aproximadamente400 mL de vinho diariamente. Foram feitas dosagensde HDL-2, controlando-se a ingestão de vinho. Umaprimeira dosag<strong>em</strong> foi feita com o paciente aindaingerindo vinho e revelou HDL-2 alta. A seguir, após21 dias s<strong>em</strong> ingestão de vinho, foi feita uma segundadosag<strong>em</strong> que revelou 75% de redução da HDL-2.Fi<strong>na</strong>lmente, seguiu-se um período de 21 dias deingestão usual de vinho, ao fi<strong>na</strong>l do qual uma terceira76Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.8, n.1, 2009


Vaccari et al.exerce os <strong>seus</strong> <strong>efeitos</strong> no organismo pela ação de outraenzima, a hialuronidase. Os polifenóis do vinho ag<strong>em</strong>inibindo tanto a histidi<strong>na</strong> descarboxilase como ahialuronidase (WEISSE, 1995) e i<strong>na</strong>tiva aHelicobacter pylori. A ingestão controlada de álcoolt<strong>em</strong> ação bactericida e pode reduzir a proliferaçãodesses microrganismos (TUTEL’IAN, 2003).2.6 - Vinho e as infecçõesO vinho e o suco de uva, mesmo <strong>em</strong> diluiçõesmuito altas, como 1:1000, i<strong>na</strong>tivam uma série grandede vírus, entre eles o herpes vírus simples tipo I(causador do herpes labial), Poliovirus I (causadorda poliomielite), Echovirus, Coxsachie B5, além daação bactericida do vinho sobre os microrganismosGram + e Gram – como, Stafilococus, Shighella,Streptococus, Salmonella, Pneumococus,Colibacilos e Proteus sp (KINSELLA et al.,1993).Os grandes responsáveis por isto são as procianidi<strong>na</strong>s,como os taninos polimerizados, polifenol abundanteno vinho e presentes <strong>em</strong> maior quantidade nos <strong>vinhos</strong>envelhecidos. Elas se ligam aos vírus, impedindo-osde entrar<strong>em</strong> <strong>na</strong>s células, onde causariam a infecção(MASQUELIER, 1992).Um estudo feito durante os anos de 1998 e1999 <strong>na</strong> Espanha com 4.272 professores de cincoUniversidades, evidenciou que qu<strong>em</strong> tomava mais de14 taças de vinho por s<strong>em</strong>a<strong>na</strong> tinha 40% menosresfriado do que os abstêmios e os que bebiam cervejaou destilados. Os pesquisadores observaram tambémque este efeito era mais significativo para os quetomavam vinho tinto (TAKKOUCHE et al., 2002).2.7 - Vinho e a saúde da mulherAs mulheres que beb<strong>em</strong> vinho commoderação e regularmente têm atenuadas asmanifestações do climatério e da menopausa. Esseefeito se deve ao resveratrol, que existe <strong>em</strong>abundância principalmente nos <strong>vinhos</strong> tintos, e t<strong>em</strong>uma s<strong>em</strong>elhança estrutural e funcio<strong>na</strong>l com o hormôniof<strong>em</strong>inino, sendo por isso reconhecido como umfitoestrógeno (CALABRESE, 1999).O consumo de bebidas alcoólicas aumenta ainfertilidade f<strong>em</strong>ini<strong>na</strong> <strong>na</strong> proporção da ingestão. Issoé rigorosamente verdadeiro para outras bebidas, masnão para o vinho, porque esse aumenta a fertilidade(TOLSTRUP et al., 2003).Ganry et al. (2000) realizaram um estudo com7.598 de mulheres com mais de 75 anos, <strong>em</strong> 5 centrosdiferentes da França, entre 1992 e 1994. Os autoresobservaram que as mulheres que tomavam de 1 a 3taças de vinho por dia (sobretudo o tinto) junto comas refeições ganhavam massa óssea e tinham umaproteção ao desenvolvimento de osteoporose. Esseefeito protetor do osso se deve a três dos componentesdo vinho: álcool, querceti<strong>na</strong> e o resveratrol.A querceti<strong>na</strong> é um polifenol da uvaencontrado <strong>em</strong> quantidade apreciável nos <strong>vinhos</strong>tintos. Ela t<strong>em</strong> um efeito direto sobre o ossoaumentando a ação dos osteoblastos (célulasformadoras de osso) e inibindo os osteoclastos (célulasque destro<strong>em</strong> osso). Esse é um benefício encontradoape<strong>na</strong>s nos <strong>vinhos</strong> tintos (ARABBIet al., 2004).Webb et al. (2004) realizaram um estudo com1.482 mulheres australia<strong>na</strong>s e observaram que aingestão regular e moderada de vinho reduziu <strong>em</strong> 50%a chance de desenvolver<strong>em</strong> de câncer de ovário.Um estudo realizado por Mink et al. (2007)acompanhou, durante 16 anos, os dados de consumoalimentar de 34.489 mulheres <strong>na</strong> pós-menopausa, quenão apresentavam probl<strong>em</strong>as cardiovasculares, eobservou que o consumo de vinho tinto, assim comode outros alimentos fontes de flavonóides, estavaassociado ao risco reduzido para morte por doençascardiovasculares e doença cardíaca coro<strong>na</strong>ria<strong>na</strong>.2.8 - Vinho, a visão e a peleAlém de favorecer a circulação sanguínea ospolifenóis do vinho são potentes varredores de radicaislivres, previnindo a doença chamada degeneraçãomacular, principal causa de cegueira entre as pessoascom mais de 65 anos. As pessoas que têm o hábitode beber vinho moderadamente têm 20% menos decegueira por idade (OBISESAN et al., 1998).Os polifenóis do vinho bloqueiam a ação dacolage<strong>na</strong>se e da elastase, deixando a pele mais elásticae consistente, além de melhorar<strong>em</strong> a suamicrocirculação e sua hidratação. Esses <strong>efeitos</strong>ocorr<strong>em</strong> por via tópica (direto <strong>na</strong> pele) e sãopotencializados (aumentam <strong>em</strong> muitas vezes) setambém se ingerir polifenóis. O resveratrol elimi<strong>na</strong>alguns fungos como o Tricophyton sp,Epidermophyton floccosum e Microscoporumgypseum, causadores de micoses cutâneas (CHAN,Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.8, n.1, 2009 79


Vaccari et al.2002).2.9 - Vinho e os reumatismosO resveratrol t<strong>em</strong> um efeito s<strong>em</strong>elhante esuperior a alguns antiinflamatórios não hormo<strong>na</strong>isamplamente usados <strong>na</strong> medici<strong>na</strong> cont<strong>em</strong>porânea,como por ex<strong>em</strong>plo, a fenilbutazo<strong>na</strong> e a indometaci<strong>na</strong>.Ele age bloqueando as ciclooxige<strong>na</strong>ses, que sãoconhecidas pela sigla de COX. Estas enzimas estãoimplicadas <strong>na</strong>s reações bioquímicas que culmi<strong>na</strong>mcom a inflamação. Ele bloqueia tanto a COX1 comoa COX2 (DE GROOT e RAUEN, 1998).Um estudo realizado por Choi et al. (2004)avaliou especificamente a ingestão de diferentesbebidas alcoólicas e os níveis de ácido úrico. Elesestudaram 14809 pacientes, sendo 6.932 homens e7.877 mulheres, todos com mais de 20 anos de idade,entre os anos de 1988 e 1994. A conclusão quechegaram é que a ingestão de cerveja e destiladosaumenta fort<strong>em</strong>ente os níveis de ácido úrico no sanguee o vinho não.2.10 - Vinho e o pulmãoLekakis et al. (1998) indicam que a ingestãode vinho tinto diminui os danos arteriais causados pelotabagismo. Uma pesquisa com 16 voluntários quefumaram um cigarro antes de fazer um teste para mediro des<strong>em</strong>penho de suas artérias. Eles foram testadosnovamente após beber<strong>em</strong> dois cálices de vinho tintoe fumar<strong>em</strong> um cigarro, e novamente depois debeber<strong>em</strong> dois copos de vinho não alcoólico e fumar<strong>em</strong>um cigarro. Entretanto, os <strong>efeitos</strong> negativos não foramconstatados quando os voluntários beberam vinho tintoalcoólico ou não alcoólico enquanto fumavam,indicando que um ingrediente presente no vinho tinto,que não é o álcool, seria o responsável pelo efeitoprotetor.Os pacientes portadores de Doença Pulmo<strong>na</strong>rObstrutiva Crônica (DPOC) se beber<strong>em</strong> vinhomoderadamente terão atenuadas as suasmanifestações clínicas. Isso porque o resveratrol,abundante nos <strong>vinhos</strong>, diminui as ocitoci<strong>na</strong>sinflamatórias dos macrófagos alveolares (CULPITTet al., 2003).Pesquisadores observaram que as pessoasque têm o hábito regular de beber vinhomoderadamente têm uma melhor função pulmo<strong>na</strong>r(SCHUNEMANN et al., 2002) e os fumantes têmatenuado os malefícios do cigarro (HAKIM et al.,2003).CONCLUSÕESEsta revisão evidenciou que existe uma fortecorrelação entre o teor de <strong>fenólicos</strong> totais e atividadeantioxidante, sugerindo que o perfil de compostos<strong>fenólicos</strong> influencia <strong>na</strong> atividade antioxidante, tanto <strong>em</strong>termos quantitativos como qualitativos. A capacidadeantioxidante dos compostos <strong>fenólicos</strong> está diretamenteligada à sua estrutura química, a qual pode estabilizaros radicais livres, inibindo a oxidação do LDLcolesterol(lipoproteí<strong>na</strong>s de baixa densidade) einibindo o desenvolvimento de aterosclerose, um dosprincipais fatores de risco para doençascardiovasculares (DCV).Além da ação antioxidante, mecanismos antiplaquetários,anti-inflamatórios e vasodilatadorestambém foram atribuídos aos compostos <strong>fenólicos</strong> dovinho. Os <strong>vinhos</strong> tintos oferec<strong>em</strong> maiores benefíciosdo que os rosados e brancos <strong>em</strong> função do teor maiselevado de compostos <strong>fenólicos</strong>. Outro ingredientepresente no vinho, o etanol, reforça a proteçãocardiovascular. Segundo estudos, o etanol eleva osníveis sanguíneos de lipoproteí<strong>na</strong>s de alta densidade(HDL-colesterol). Entretanto, por ser uma bebidaalcoólica, é importante ressaltar que o vinho deve serconsumido com moderação, sendo que o consumoexcessivo passa a ser fator de risco para as DCV eoutras doenças.Apesar de não existir consenso sobre adefinição de “consumo moderado” de álcool, podeseconsiderar a recomendação da OMS (OrganizaçãoMundial de Saúde), de até 30g de álcool/dia.Portanto, é muito oportuno manter uma dietaequilibrada. De acordo com diversos especialistas, oconsumo de uma ou duas taças de vinho tinto por dia(300 mL), levando <strong>em</strong> conta uma boa absorção dosprincípios ativos, é adequado para proteção doorganismo por meio de diversos mecanismosfisiológicos.80Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.8, n.1, 2009


Vaccari et al.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASARABBI, P.R.; GENOVESE, M.I.; LAJOLO, F.M.Flavonoids in vegetable commonly consumed in Braziland estimated ingestion by the Brazilian population.Jour<strong>na</strong>l of Agricultural and Food Ch<strong>em</strong>istry,Washington, v.52, p.1124-1131, 2004.BHATHENA, S.J.; VELASQUEZ, M.T. Beneficialrole of dietary phytoestrogens in obesity and diabetes.American Jour<strong>na</strong>l of Clinical Nutrition, New York,v.76, p.1191-201, 2001.BOBBIO, F.O.; BOBBIO, P.A. Introdução aquímica dos alimentos, 2.ed. São Paulo: Varela,1995. 232p.BONAGA, G.; PALLOTTA, U.; SYRGHI, K.Influenza delle sostanze polifenoliche sulla qualitá deivini bianchi. Parte prima. Vini d’Italia, Brescia, v.4,p.13-30, 1990.BONNEFOY, M.; DRAI, J.; KOSTKA, T.Antioxidants to slow aging, facts and perspectives.Presse Medical, v.27, p.1174-84, 2002.BORS, W. Flavonoids as antioxidants: determi<strong>na</strong>tionof radical scavenging efficiencies. MethodsEnzymology, New York, v.186, p.343-355, 1990.BOURZEIX, M.R. Vin, nutrition et santé. Lescatéchines et proanthocyanidols du raisin et du vin.Progrés Agricole et Viticole, Montpellier, v.106,p.487-491, 1989.BRAND-MILLER, J.C. et al. Effect of alcoholicbeverages on postprandial glyc<strong>em</strong>ia and insulin<strong>em</strong>iain lean, young, healthy adults. American Jour<strong>na</strong>l ofClinical Nutrition, New York, v.85, p.1545-1551,2007.BREIER, C.; LISCH, H.J. Distinct increase of plasmaconcentrations of high-density lipolytic activity byconstant moderat alcohol intake. Schweizerisch<strong>em</strong>edizinische Wochenschri, v.114, p.1930-1932,1984.CALABRESE G. No<strong>na</strong>lcoholic compounds of wine:the phytoestrogen resveratrol and moderate red wineconsumption during menopause. DrugsExperimental Clinical Research, v.25 p.111-114,1999.CARBONNEAU, M.A. Les effets sur lasanté despolyphenols du vin et du raisin sont-ils rechercherseul<strong>em</strong>ent dans leur capacité anti-oxydante ou biendans leur capacité à moduler des effets céllulaires? In:GESCO INTERNATIONAL SYMPOSIUM, 15.,2007, Porec, Croácia. Comptes ren-dus... Porec:OIV: Institute of Agriculture and Tourisme: Ministeryof Agriculture, Forestry and Water Ma<strong>na</strong>g<strong>em</strong>ent,2007. v.1, p.111-125.CARLUCCIO, M. A. et al. Olive oil and red wineantioxidant polyphenols inhibit endothelial activation:antiatherogenic properties of mediterranean dietphytoch<strong>em</strong>icals. Arteriosclerosis, Thrombosis, andVascular Biology, Baltimore, v.23, p.622-629,2003.CASTELLI, W.P. et al. Alcohol and blood lipids. Thecooperative lipoprotein phenotyping study. Lancet,v.2, p.153-155, 1977.CHAN, M.M. Antimicrobial effect of resveratrol ondermatophytes and bacterial pathogens of the skin.Bioch<strong>em</strong>istry Pharmacology, v. 63, p.99-104,2002.CHOI, H.K.; CURHAN, G.; BEER. Liquor, and wineconsumption and serum uric acid level: the ThirdNatio<strong>na</strong>l Health and Nutrition Exami<strong>na</strong>tion Survey.Arthritis Rheumatology, v.15, p.1023-1029, 2004.CLIFFORD, A.J. Delayed tumor onset in transgenicmice fed an amino acid-based diet suppl<strong>em</strong>ented withred wine solids. American Jour<strong>na</strong>l of ClinicalNutrition, New York, v. 64, p.748-756, 1996.CORDER, R. et al. Health: Endothelin-1 synthesisreduced by red wine. Nature, v. 414, p.863-8642001.COULTATE, T.P. Alimentos: química y suscomponentes. Zaragoza: Acribia, 1984. 200p.CULPITT, S.V. et al. Inhibition by red wine extract,resveratrol, of cytokine release by alveolarmacrophages in COPD. Thorax, London, v.58,p.942-946, 2003.DE GROOT, H.; RAUEN, U. Tissue injury byreactive oxygen species and the protective effects offlavonoids. Fundamamental ClinicalPharmacology, Paris, v.12, p.249-55, 1998.FLANZY, C. Enologia. Fund<strong>em</strong>entos científicos ytecnológicos. Madri: Mundi-Prensa, 2000. 784p.FRANCIS, F.J. Anthocyanins and betalains:composition and applications. Cereal Foods World,Chicago, v.45, p.208-213, 2000.FRIEDMAN, G.D.; KLATSKY, A.L. Is alcohol goodfor your health? New England Jour<strong>na</strong>l Medicine,Waltham, v.329, p.1882-1883, 1993.Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.8, n.1, 2009 81


Vaccari et al.GANRY, O.; BAUDOIN, C. FARDELLONE, P.Effect of alcohol intake on bone mineral density inelderly women: The EPIDOS Study. Epid<strong>em</strong>iologiede l’Osteoporose. American Jour<strong>na</strong>lEpid<strong>em</strong>iology, Baltimore, v.15, p.773-780, 2000.GIN H. Short-term effect of red wine on insulinrequir<strong>em</strong>ent and glucose tolerance in diabetic patients.Diabetes Care, Alexandria, v.15, p.546-548, 1992.GUSMAN, J.; MALONNE, H.; ATASSI, G. Arepraisal of the potential ch<strong>em</strong>opreventive andch<strong>em</strong>otherapeutic properties of resveratrol.Carcinogenesis, Oxford, v. 22, p.1111-1117, 2001.HALLIWELL, B. Lipid peroxidation, antioxidants andcardiovascular disease: how should we moveforward? Cardiology Research, v.47, p.410-418,2000.HAKIM, I.A. et al. Effect of increased tea tonsumptionon oxidative DNA damage among smokers: Arandomized controlled study. Jour<strong>na</strong>l of Nutrition,Philadelphia, v.133, p.3303-3309, 2003.IANSSEN, C. et al. Análise do conteúdo detransresveratrol, fenóis totais e antociani<strong>na</strong>s <strong>em</strong> <strong>vinhos</strong>tintos e sucos de uva produzidos <strong>em</strong> Santa Catari<strong>na</strong> eno Rio Grande do Sul. In: XVII CONGRESSOBRASILEIRO DE FRUTICULTURA. Belém, 2002.A<strong>na</strong>is. Belém: SBF2002. Cd Rom.KINSELLA, J.E. et al. Possible mechanisms for theprotective role of antioxidants in wine and plant foods.Food Technology, Chicago, v.47, p. 85-89, 1993.JACKSON, M.G. et al. Red wine quality: Correlationsbetween colour, aroma and flavour and pigment andother parameters of young beaujolais. Jour<strong>na</strong>l of theScience of Food and Agriculture, Chichester, v.29,p.715-727, 1978.LEE, C. Y.; JAWORSKI, A. Major phenoliccompounds in ripening white grapes. AmericanJour<strong>na</strong>l of Enology and Viticulture, Davis, v. 40,p.43-46, 1989.LEKAKIS, J. et al. Short-term estrogen administrationimproves abnormal endothelial function in women withsyst<strong>em</strong>ic sclerosis and Ray<strong>na</strong>ud’s phenomenon.American Heart Jour<strong>na</strong>l, Saint Louis, v.136,p.905–912, 1998.LETENNEUR, L. Risk of d<strong>em</strong>entia and alcohol andwine consumption: a review of recent results. BiologyResearch, Santiago do Chile, v.37, p.189-93, 2004MAMEDE, M.E.O.; PASTORE, G.M. <strong>Compostos</strong>Fenólicos do Vinho: Estrutura e Ação Antioxidante.Boletim CEPPA, Curitiba, v.22, p.233-252, 2004.MASQUELIER, J. La vigne, plante medicí<strong>na</strong>le –Naissance d’une thérapeutique, Paris, Bull. de I’OIV,1992. p.65, 733-734, 175-196.MAZZA, G.; MINIATI, E. Antocyanins in fruits,vegetables and grains. London: CRC Press, 223p.1993.MINK, P.J. et al. Flavonoid intake and cardiovasculardisease mortality: a prospective study inpostmenopausal women. American Jour<strong>na</strong>l ofClinical Nutrition, New York, v.85, p.895-909,2007.MIYAGI, Y.; MIWA, K.; INOUE, H. Inhibition ofhuman lowdensity lipoprotein oxidation by flavonoidsin red wine and grape juice. American Jour<strong>na</strong>lCardiology, v. 80, p.1627-31, 1997.MOURA, R.S. Vinho e Hipertensão. In SouzaFILHO, J.M. Vinho e saúde: vinho como alimento<strong>na</strong>tural. Bento Gonçalves: UCS, 2005. p34.MUKAMAL, K.J. et al. Prospective study of alcoholconsumption and risk of d<strong>em</strong>entia in older adults.JAMA, v.289, p.1405-13, 2003.NAKANISHI, N.; SUZUKI, K.; TATARA, K.Alcohol consumption and risk for development ofimpaired fasting glucose or type 2 diabetes in middleagedJapanese men. Diabetes Care, Alexandria, v.26, p.48-54, 2003.OBISESAN, T.O. et al. Moderate wine consumptionis associated with decreased odds of developing agerelatedmacular degeneration in NHANES-1. Jour<strong>na</strong>lof the American Geriatrics Society, New York,v.46, p.1-7, 1998.OPIE, L.H.; LECOUR, S. The red wine hypothesis:from concepts to protective sig<strong>na</strong>lling molecules.European Heart Jour<strong>na</strong>l, London, v.28, p.1683-1693, 2007.ORGOGOZO, J.M. et al. Wine consumption andd<strong>em</strong>entia in the elderly: a prospective community studyin the Bordeaux area. Revue Neurologique, Paris,v. 153, p.185-92, 1997.LUZ, P.L. et al. The effect of red wine on experimentalatherosclerosis: lipid-independent protection.Experimental and Molecular Pathology, v.65,p.150-159, 1999.RENAUD, S.C. et al. Moderate wine drinkers havelower hypertension-related mortality: a prospective82Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.8, n.1, 2009


Vaccari et al.cohort study in French men. American Jour<strong>na</strong>l ofClinical Nutrition, New York, v.80, p.621-625,2004.RIBÉREAU-GAYON, P. et al. Tratié dóenologie2. Chimie du vin: stabilisiation et trait<strong>em</strong>ents.Paris: Dumond, 1998. v.2, 519p.ROSIER, J.P.; CARNEIRO, M.; MIOTTO, R.Teores de resveratrol <strong>em</strong> <strong>vinhos</strong> sul americanos. In:CONGRESSO BRASILEIRO DE VITICULTURAE ENOLOGIA, 10., 2003, Bento Gonçalves. A<strong>na</strong>isEletrônicos...Bento Gonçalves, 2003. Disponível <strong>em</strong>:http:// www.cnpuv.<strong>em</strong>brapa.br/publica/a<strong>na</strong>is/cbve10/cbve10-resumos2pdfSAINT-CRICQ DE GAULEJAC, N.; GLORIES,Y.; VIVAS, N. Free radical scavenging effect ofanthocyanins in red wines. Food ResearchInter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l, v.32, p. 327-333, 1999.SANTOS S.P. O paradoxo francês. Revista doVinho, Bento Gonçalves, v.33, p.14, 1992.SCALBERT, A.; WILLIAMSON, G. Dietary intakeand bioavailability of polyphenols. Jour<strong>na</strong>l ofNutrition, Philadelphia, v.130, p.2073-2085, 2000.SCHUNEMANN, H.J. et al. Evidence for a positiveassociation between pulmo<strong>na</strong>ry function and wineintake in a population-based study. Sleep Breathing,v.6, p.161-173, 2002.SHAHIDI, F.; NACZK, M. Food Phenolics:sources, ch<strong>em</strong>istry, effects and applications.Lancaster: Technomic, 1995, 331 p.SHOONEN, M. News release, Fred HutchinsonCancer Research Center. Disponível: http://www.acores.com/a/vinho_tinto.html. Acesso <strong>em</strong> 10/05/2008.SUN, A.Y.; SIMONYI, A.; SUN, G.Y. The “FrenchParadox” and beyond: neuroprotective effects ofpolyphenols. Free Radical Biol ogy Medical, NewYork, v.15, p.314-318, 2002.TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. Trad.Eliane R. Santarém et al. 3 ed. Porto Alegre: Artmed,2004.TAKKOUCHE, BAHI, et al. American Jour<strong>na</strong>l ofEpid<strong>em</strong>iology, Baltimore, v.155, p.853-858, 2002.TOLSTRUP, J.S. et al. Alcohol use as predictor forinfertility in a representative population of Danishwomen. Acta Obstetric Gynecology Scand., v.82,p.744-749, 2003TUTEL’IAN. V.A. et al. Clinical use of flavonoidenriched biologically active food suppl<strong>em</strong>ents inpatients with chronic atrophic gastritis in combi<strong>na</strong>tionwith chroniccholecystitis or bile ducts dyskinesia. Vopr.Pitan., v.72, p.30-3, 2003.WEBB, P.M. et al. Alcohol, wine, and risk of epithelialovarian cancer. Câncer Epid<strong>em</strong>iology BiomarkersPreview, Philadelphia, v.13, p.592-599, 2004.WEISSE, M.E. Wine as a digestive aid: comparativeantimicrobial effects of bismuth salicylate and red andwhite wine, British Medical Jour<strong>na</strong>l, London,v.311, p.1657-1660, 1995.YASUKO, E.I. Atividade antioxidante in vitro <strong>em</strong><strong>vinhos</strong> e sucos de uva, 2003. Dissertação d<strong>em</strong>estrado Faculdade de Saúde Publica daUniversidade de São Paulo, 2003.YOSHIKAWA, M. et al. Salacia reticulata and itspolyphenolic constituents with lipase inhibitory andlipolytic activities have mild antiobesity effects in rats.Jour<strong>na</strong>l of Nutrition, Philadelphia, v.132, p.1819-1824, 2002.ZUCCALA, G. et al. Dose-related impact of alcoholconsumption on cognitive function in advanced age:Results of a multicenter survey. Alcoholism: Clinicaland Experimental Research, New York, v.25,p.1743–1748, 2001.Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.8, n.1, 2009 83

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!