Núm. 31: 169-197Marzo 2011cultural. Alimentícia (26%) com destaquepara Arecaceae e Rubiaceae (3 espéciescada); Medicinal: (66%) destacando-seMimosaceae (8 espécies), Bignoniaceae(7 espécies), Caesalpiniaceae (6 espécies),Fabaceae e Sapindaceae (4 espécies cada),Apocynaceae, Araceae, Asteraceae, Dilleniaceae,Euphorbiaceae e Rubiaceae (3espécies cada) e Clusiaceae, Moraceae,Polypodiaceae e Vochysiaceae (2 espéciescada) e Ornamental: Polypodiaceae. Nasdemais categorias destacam-se: Mimosaceae(4 espécies), Clusiaceae, Rutaceae eVochysiaceae (2 espécies cada).A maior parte das plantas usadas comoremédio na comunidade local destina-seao tratamento de problemas referentes asdoenças do sangue e órgãos hematopoiéticoscomo hipertensão arterial, dor de cabeça,tontura, furunculos, anemia entre outros. Emsegundo lugar, para as afecções do sistemadigestório (15%), seguido das doenças infecciosase parasitárias (13%), doenças doaparelho genito-urinário e digestivo (10%)cada, doenças da pele (5%) e doenças dosistema nervoso, sistema osteomuscular,tecido conjuntivo e neoplasias (3%) cada.(tabela 5).A maioria das plantas recebeu, em média,três usos terapêuticos, destacando-se Carinianarubra Gardner. ex. Miers (gastrite,hemorróida, inflamação da garganta, inflamaçãodos ovários); Copaifera langsdorffii Desf. (antinflamatório, depurativodo sangue, cicatrizante); Stryphnodendronadstringens (Mart.) Coville (úlcera, inflamação,ferida).A parte da planta que obteve o maior percentualde uso foi a folha (48.3%), seguidoda casca do caule (23%) e da raiz (6.8%).Entre as formas de preparo utilizadas pelapopulação local a mais expressiva é o chá,com 63%, outras formas também foramrelatadas como xarope, infusão, emplastro,compressas, banhos e garrafada.A população local ao usar as plantas comoremédio citou com maior frequencia as doençascomo gripe, febre, resfriados, gastrite,úlcera, problemas do fígado e estômago, feridas,tonturas, inflamação do útero e ovário.Assim a utilização das espécies medicinaisencontradas nas matas de galeria ocorre, preferencialmente,em função da proximidadecom o local de coleta. O extrativismo prevalececomo forma de obtenção da maioriadas espécies, principalmente as folhas paraervas e arbustos, seguido da casca do caulepara árvores. As sementes, frutos e raízes sãoutilizados em menores proporções. Nessesentido, diante da realidade em que vive acomunidade local, o que prevalece é o empírico,de modo que a maioria das plantasusadas como medicinais pertence à floramato-grossense e o investimento em estudosfarmacológicos proporcionaria resultadosexpressivos, contribuindo para o uso dasespécies referidas com maior precisão. Corroborandocom a idéia Schwenk et al., 1999;Macedo et al., 2004; Bortolotto et al., 2004;Bertsch et al., 2005; Pasa (2007) e Moraiset al., 2009, apreendem os mesmos fatos efeitos em comunidades matogrossenses.CONCLUSÃONos quintais e roças as plantas foram classificadascomo cultivadas, pois sofreramalgum tipo de manejo pelo homem e apreferência de usos é equivalente, alimentorepresenta 48% e medicinal 45%. Nas matasde galeria e adjacências as plantas coletadassão úteis e não tiveram qualquer tipo de192
Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica na comunidade de Conceição-açu. Mato Grosso, BrasilTabela 5. Espécies das matas de galeria usadas como remédio pela comunidade de Conceição-Açu, Cuiabá, Mato Grosso.Categorias Espécies UsosDoenças do sistema nervoso maracujá-do-mato, dorme-dorme ansiedade, calmante, sistema nervosoDoenças do aparelho digestivo jequitibá, mangava-brava, marmelada bola, gastrite, úlcera, dor de estômagoolho-de-pomba, jurubeba, gervão, pau-terraDoenças do aparelhorespiratórioDoenças do aparelhocirculatórioDoenças do aparelhogeniturinárioassa-peixe, cabaça coité, mescla, hortelã dobrejo, ingá, embaúba, sucupirasalsa paredão, urucum, guanandi, copaíba,coroa-de-frade, negramina, taioba, tripa degalinha, sucupira pretalixeira, carobinha branca, tamarindo,embaúba, douradinha, rabo-de-caxinguelêGripe, febre, tosse, bronquite, sinusite,constipação nasalpressão alta, varize, prurido, hemorróida,malina, ácido úrico, depurativo dosanguedoença venérea, pedra nos rins, bexiga,cistite, rins, inflamação no canal da urinaAfecções sistema tegumentar chico-magro, cipó-caboclo tarumarana alergia, irrritação da pele, feridasDoenças do olho e anexos Bacuri dor no olhoDoenças infecciosas eparasitáriasjaborandi da mata, douradinha, lixinha, salsaparedão, cabaçá coité, tiborna, sucupira preta,maria pobrelimpa intestino, tuberculose, dor debarriga, depurativo, verme, prurido analDoenças do sistemapau d’anta, pau-terra-macho, aroeira dor nas cadeiras, arca caídaosteomuscular e conjuntivoNeoplasias ipê-roxo, ipê-amarelo início de câncerDoenças do sangue e órgãoshematopoiéticosfruta-do-conde, taioba, língua-de-vaca,carobinha branca, paratudo, sangra d’água,guanandi, jatobá, jequitibá, copaíba, sucupirapretaanemia, depurativo do sangue, fraqueza,reumatismo193
- Page 2 and 3: Núm. 31: 169-197Marzo 2011species
- Page 4 and 5: Núm. 31: 169-197Marzo 2011Açu, af
- Page 7 and 8: NspiPasa, M.C.: Abordagem etnobotâ
- Page 9 and 10: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 11 and 12: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 13 and 14: Tabela 2. Conclusión.Pasa, M.C.: A
- Page 15 and 16: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 17 and 18: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 19 and 20: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 21 and 22: Tabela 4. Continuación.Pasa, M.C.:
- Page 23: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 27 and 28: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 29: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica