Núm. 31: 169-197Marzo 2011species Copaifera langsdorffi i Desf., Aspidospermapolyneuron Muell. Arg., Hymenaeastignocarpa Mart., Diptychandraaurantiaca Tul., Cariniana rubra Gardnerex Miers and the families Mimosaceae, Bignoniaceae,Caesalpiniaceae, Fabaceae andSapindaceae. The results showed that peopleare knowledgeable about plant diversity inthe landscape units of the countryside.Key words: ethnobotany, plants, Conceição-Açu.RESUMOO presente trabalho tem como objetivo realizaro levantamento etnobotânico de plantasclassificadas em diferentes categorias de usona comunidade de Conceição-Açu, no municípiode Cuiabá, MT e estimar o valor de usodas espécies botânicas em matas de galeria.Entrevistas estruturadas e semi estruturadase o uso do questionário foram aplicadosem residentes adultos de ambos os sexos.Identificou-se as unidades de paisagem:quintais, roças, hortas e matas de galeria,e identificadas 180 espécies. A maioria dasespécies foi coletada durante a entrevistae depositadas no Herbário da UFMT. Nosquintais das residências identificou-se 86espécies, pertencentes a 43 famílias, amaioria cultivada e utilizada como alimento(48%) e como remédio (45%). Nas roças osprincipais cultivos são: Manihot esculentaCrantz. (100%), Carica papaya L. (76%),Musa paradisiaca L. (71%), Saccharumoffi cinarum L. (57%). Na mata de galeriadestacou-se a categoria medicinal (65%),com as espécies: Copaifera langsdorffiiDesf., Aspidosperma polyneuron Muell.Arg., Hymenaea stignocarpa Mart., Diptychandraaurantiaca Tul., Cariniana rubraGardner ex Miers e as famílias botânicasMimosaceae, Bignoniaceae, Caesalpiniaceae,Fabaceae e Sapindaceae. Os resultadosmostram que a população ao referir ascategorias de uso das plantas expressam oconhecimento sobre a diversidade vegetalnas unidades de paisagem rural.Palavras-chave: etnobotânica, plantas,Conceição-Açu.INTRODUÇÃOO cerrado brasileiro apresenta uma biodiversidadeque oferece distintas possibilidadespara um aproveitamento sustentável, comoenfatizam Guarim Neto et al. (2000). Logo,os recursos vegetais assumem uma importânciadecisiva nesse processo, pois, atravésdos séculos, a sua utilização por gruposhumanos tem fornecido elementos primordiaispara a manutenção da vida humana emesmo de todos os outros organismos quehabitam essas áreas.O conhecimento específico sobre o uso deplantas é o resultado de uma série de influênciasculturais, como a dos colonizadoreseuropeus, dos indígenas e dos africanos.Os descobrimentos e a conquista de novasterras por parte dos colonizadores tiveramdiversas conseqüências. Uma delas, talveza mais notável, tenha sido o fato de quemuitas plantas hoje empregadas na medicinapopular, foram introduzidas no inícioda colonização do Brasil. Não só plantasmedicinais estiveram envolvidas nessemovimento de plantas entre os continentes,mas também muitas hortaliças (Almeida &Albuquerque, 2002).A etnobotânica tem como o objetivo a buscade conhecimento e resgate do saber botânicotradicional, particularmente relacionado170
Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica na comunidade de Conceição-açu. Mato Grosso, Brasilao uso dos recursos da flora. Os estudosetnobotânicos indicam que a estrutura decomunidades vegetais e paisagens é sempreafetada pelas pessoas, tanto sob aspectosnegativos, como beneficiando e promovendoos recursos manejados. Os seres humanosagem como agente seletivo para plantas,alterando ciclos de vida, padrões de mortalidade,reprodução e sobrevivência de suaspopulações, bem como modificando e tirandovantagens das defesas químicas para seubenefício (Ferraz et al., 2006). Nesse contexto,a investigação etnobotânica pode desempenharfunções de grande importância,como reunir informações acerca de todos ospossíveis usos das plantas, contribuindo parao desenvolvimento de novas formas de exploraçãodos ecossistemas que se oponhamàs formas destrutivas vigentes.Para Galeano (2000), somente nas últimasdécadas o desenvolvimento e aplicaçõesde métodos quantitativos na etnobotânicareceberam maior atenção. Phillips & Gentry(1993a) buscaram abordagens quantitativase estatísticas para os dados de levantamentosetnobotânicos, de forma a proporcionar ouso de testes de hipóteses e de técnicas deestimativas de parâmetros, ao mesmo tempoque defenderam a adoção do valor de usocomo uma variável quantitativa capaz derefletir a importância de cada espécie. Aindapara Galeano (2000), é importante quea avaliação do valor de uso seja feita porcategorias de uso para que assim reflita omanejo aplicado pela comunidade à florestae possibilite identificar as espécies objeto decoletas destrutivas.A abordagem sobre a utilização, a manutençãoe a conservação de tais recursos édiscutida na literatura, e, sobre esse aspecto,entre outros, autores como Martin (1995),Alexiades (1996), Amorozo (2000), Albuquerque& Andrade (2002) têm oferecidouma contribuição valiosa, enfocando ocontexto etnobotânico nos mais diversosespaços geográficos do país, bem como a relaçãoque se estabelece entre as populaçõeshumanas, o ambiente e seus recursos.Em Mato Grosso desvelar o universo do etnoconhecimentoem uma população humanaé sem sombra de dúvidas uma tarefa gratificantee resgatar, através da etnobotânica,os conhecimentos acumulados através degerações revelam uma pluralidade cultural,biológica, social que, no caso específico dosestudos de recursos vegetais, volta-se para apotencialidade da flora (Macedo et al., 2004,Pasa et al., 2004, 2005 e Pasa 2007, 2008;Guarim Neto & Carniello, 2008, Moraiset al., 2009), especificamente das plantascom diversificadas formas de uso, que sedistribuem para compor as etnocategorias(as êmicas), oriundas do saber local (Geertz,2000) instalado, decodificadas por meio dacientificidade (as éticas).Este estudo tem como objetivo catalogar,sistematizar e analisar, de forma integrada,o conhecimento etnobotânico que os moradoresrurais da comunidade de Conceição-Açu possuem a respeito da flora local, bemcomo a utilização desses recursos vegetaise a dinâmica que move a interação homemplanta.MATERIAL E MÉTODOSÁrea de estudoA comunidade rural de Conceição-Açu estásituada na Baixada Cuiabana, no Municípiode Cuiabá, MT. A área localiza-se a 45 kmao sul de Cuiabá, na alta bacia do rio Aricá171
- Page 4 and 5: Núm. 31: 169-197Marzo 2011Açu, af
- Page 7 and 8: NspiPasa, M.C.: Abordagem etnobotâ
- Page 9 and 10: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 11 and 12: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 13 and 14: Tabela 2. Conclusión.Pasa, M.C.: A
- Page 15 and 16: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 17 and 18: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 19 and 20: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 21 and 22: Tabela 4. Continuación.Pasa, M.C.:
- Page 23 and 24: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 25 and 26: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 27 and 28: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica
- Page 29: Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica