ABORDAGEM ETNOBOTÂNICA NA COMUNIDADE DE ...

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Núm. 31: 169-197Marzo 2011os quintais, com destaque para as frutíferas,sendo as mais freqüentes Mangifera indicaL. (manga), Anacardium occidentale L.(caju), Psidium guajava L. (goiaba), Citrusaurantium L. (laranja) e Citrus limonumOsbeck (limão) entre outras. Dados semelhantesforam registrados nas comunidadesde Varginha, Barreirinho e Morro Grande noMato Grosso por Amorozo (2000).A categoria de uso ornamental representou25% do total das espécies usadas pela população.As famílias Rutaceae, Myrtaceae,Cactaceae e Poaceae foram as mais freqüentesnessa categoria. Mais da metade dasespécies utilizadas como ornamentais sãotambém consideradas alimentícias, como éo caso da Mangifera indica L., Myrciariacaulifl ora (Mart.) O. Berg., Anacardiumoccidentale L., Citrus aurantium L. e Citruslimonum Osbeck, destacando-se comoimportantes elementos estruturais nessaunidade de paisagem.Espécies como Ruta graveolens L. (arruda),Dieffenbachia picta Schott. (comigo-ninguém-pode),Sansevieria trifasciata Hort.(espada-de-São Jorge) e Petiveria alliaceaL. (guiné) foram referidas como de “proteção”baseado no uso em crenças e ritosespirituais, representando as espécies usadasnos “cerimoniais religiosos”.A categoria medicinal representa 45% dasespécies usadas pela população e as famíliasmais freqüentes foram Asteraceae, Lamiaceae,Liliaceae, Solanaceae e Verbenaceae.As espécies medicinais mais freqüentesforam Coleus barbatus (boldo), Baccharistrimera (Less.) DC (carqueja), Artemisiaabsinthium L. (atermije), Chenopodium ambrosioidesL. (mastruz), Mentha pulegiumL. (poejo), Phyllanthus orbiculatus Rich.(quebra-pedra), Symphytum offi cinale L.(confrei), Matricaria recutita L (camomila),Cymbopogum citratus L. (capim-cidreira),entre outros. Resultados semelhantes foramencontrados por Guarim Neto & Carniello(2008), Pasa et al. (2004, 2005, 2006), Pasa(2007); Borba et al. (2006) e Berg (1980).Algumas destas espécies, na sua maioriaherbáceas, possivelmente foram introduzidaspor imigrantes, devido à sua facilidadede transporte de uma região para outra.Das plantas usadas como medicinais 37espécies foram indicadas para tratamentode 29 doenças, como: inflamação do útero,inflamação do ovário, febre, dor de cabeça,abortivo, diurético, úlcera, gastrite, tontura,derrame, pressão alta, vômito, diarréia,tosse, gripe, hemorróida, vermes, azia, varizese fraturas (tabela 3). A parte da plantausada como remédio que obteve o maiorpercentual foi a folha (69%), seguida daflor (5.5%), raiz (5.5%), sumo, casca docaule, fruto, semente e bulbo (2.8% cadauma). Entre as formas de preparo, a maisexpressiva é o chá (81%), outras formastambém foram relatadas como infusão,compressas, banhos, macerado, emplastroe ao natural.O uso das plantas como remédio destacao sistema digestório com 25% para o tratamentode indigestão, prisão de ventre,diarréia, dores estomacais e fígado, seguidopelas doenças ocasionadas por infecção eparasitas com 17%, aparelhos circulatório egeniturinário (16%) cada, sistema tegumentar(8%) e sistema nervoso e aparelho respiratório(5.5%) cada. Doenças do sistemaosteomuscular e tecido conjuntivo, afecçõesdo sangue e órgão hematopoiéticos, transtornosmentais e comportamentais representam2.5% cada. Esses resultados são compara-182

Pasa, M.C.: Abordagem etnobotânica na comunidade de Conceição-açu. Mato Grosso, BrasilTabela 3. Plantas cultivadas nos quintais usadas como remédio para as doenças referidas pelos informantes.Conceição-Açu, Cuiabá, Mato Grosso.Categorias Planta UsosDoenças do sistema nervoso capim-cidreira, maracujá ansiedadeDoenças do aparelho digestivo boldo, caferana, losna, carqueja, limão,hortelã, jurubeba, camomila macelaDoenças do aparelho respiratório eucalipto, assa-peixe gripe, resfriadoindigestão, azia, náusea, dor deestômago, mal estar, fígadoDoenças do aparelho circulatório colônia, limão, erva-de- bicho, confrei pressão alta, sangue grosso,hemorróida, limpar o sangueDoenças do aparelhogenitourináriotomate, algodão, quebra-pedra, romã,vassourinha, carobinha-do-campodiurético, inflamação dos ovários,útero, bexiga, urina, menstruação,menopausaDoenças da pele o do tecido arruda, guiné, taioba coceiras, alergia, manchassubcutâneoDoenças infecciosas e parasitárias abóbora, hortelã, mastruz, jervão, vermes, infecção intestinalcamomila, cajá-mangaDoenças do sistema osteomuscular tucum energéticoe tecido conjuntivoTranstornos mentais eerva- cidreira calmantecomportamentaisDoenças do sangue e órgãos hematopoiéticossalsaparrilha limpa o sangue183

Núm. 31: 169-197Marzo 2011os quintais, com destaque para as frutíferas,sendo as mais freqüentes Mangifera indicaL. (manga), Anacardium occidentale L.(caju), Psidium guajava L. (goiaba), Citrusaurantium L. (laranja) e Citrus limonumOsbeck (limão) entre outras. Dados semelhantesforam registrados nas comunidadesde Varginha, Barreirinho e Morro Grande noMato Grosso por Amorozo (2000).A categoria de uso ornamental representou25% do total das espécies usadas pela população.As famílias Rutaceae, Myrtaceae,Cactaceae e Poaceae foram as mais freqüentesnessa categoria. Mais da metade dasespécies utilizadas como ornamentais sãotambém consideradas alimentícias, como éo caso da Mangifera indica L., Myrciariacaulifl ora (Mart.) O. Berg., Anacardiumoccidentale L., Citrus aurantium L. e Citruslimonum Osbeck, destacando-se comoimportantes elementos estruturais nessaunidade de paisagem.Espécies como Ruta graveolens L. (arruda),Dieffenbachia picta Schott. (comigo-ninguém-pode),Sansevieria trifasciata Hort.(espada-de-São Jorge) e Petiveria alliaceaL. (guiné) foram referidas como de “proteção”baseado no uso em crenças e ritosespirituais, representando as espécies usadasnos “cerimoniais religiosos”.A categoria medicinal representa 45% dasespécies usadas pela população e as famíliasmais freqüentes foram Asteraceae, Lamiaceae,Liliaceae, Solanaceae e Verbenaceae.As espécies medicinais mais freqüentesforam Coleus barbatus (boldo), Baccharistrimera (Less.) DC (carqueja), Artemisiaabsinthium L. (atermije), Chenopodium ambrosioidesL. (mastruz), Mentha pulegiumL. (poejo), Phyllanthus orbiculatus Rich.(quebra-pedra), Symphytum offi cinale L.(confrei), Matricaria recutita L (camomila),Cymbopogum citratus L. (capim-cidreira),entre outros. Resultados semelhantes foramencontrados por Guarim Neto & Carniello(2008), Pasa et al. (2004, 2005, 2006), Pasa(2007); Borba et al. (2006) e Berg (1980).Algumas destas espécies, na sua maioriaherbáceas, possivelmente foram introduzidaspor imigrantes, devido à sua facilidadede transporte de uma região para outra.Das plantas usadas como medicinais 37espécies foram indicadas para tratamentode 29 doenças, como: inflamação do útero,inflamação do ovário, febre, dor de cabeça,abortivo, diurético, úlcera, gastrite, tontura,derrame, pressão alta, vômito, diarréia,tosse, gripe, hemorróida, vermes, azia, varizese fraturas (tabela 3). A parte da plantausada como remédio que obteve o maiorpercentual foi a folha (69%), seguida daflor (5.5%), raiz (5.5%), sumo, casca docaule, fruto, semente e bulbo (2.8% cadauma). Entre as formas de preparo, a maisexpressiva é o chá (81%), outras formastambém foram relatadas como infusão,compressas, banhos, macerado, emplastroe ao natural.O uso das plantas como remédio destacao sistema digestório com 25% para o tratamentode indigestão, prisão de ventre,diarréia, dores estomacais e fígado, seguidopelas doenças ocasionadas por infecção eparasitas com 17%, aparelhos circulatório egeniturinário (16%) cada, sistema tegumentar(8%) e sistema nervoso e aparelho respiratório(5.5%) cada. Doenças do sistemaosteomuscular e tecido conjuntivo, afecçõesdo sangue e órgão hematopoiéticos, transtornosmentais e comportamentais representam2.5% cada. Esses resultados são compara-182

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