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Editorialpro - Unimar

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Características clínicas e abordagens diagnóstica e terapêuticaA realização de cultura de bile, que se obtém pormeio de aspiração hepática assistida ultrassonograficamenteou por colecistocentese, tem recomendação,sendo os microrganismos mais comumente encontradosEscherichia coli, Enterococcos spp., Clostridiumspp., Staphylococcus spp., Streptococcus alfa-hemolíticosspp., Bacilus spp., Actinomyces spp. e Enterobacterspp. (RICHTER, 2000; CENTER, 2001). Damesma forma, a avaliação citológica de esfregaço debile ou tecido hepático para detectar bactérias, dificilmentevistas na histopatologia e em culturas caso hajaantibioticoterapia prévia (JOHNSON, 2004).Considera-se diagnóstico definitivo o examehistopatológico por meio de biópsia hepática, sendo oexame guiado por ultrassom, um método rápido, baratoe mais seguro na obtenção de material. Entretanto,a biópsia cirúrgica é a melhor opção, pois permite aexploração da cavidade abdominal e coleta de amostrade outros órgãos, como pâncreas e intestino. Contudo,trata-se de uma técnica contraindicada em gatos debilitados,indicando-se citologia por aspiração por agulhafina por ser um método menos invasivo para obtençãode amostra, porém não permite análise da arquiteturahepática, essencial no diagnóstico (DAY, 1995).Os achados histológicos da forma supurativaconsistem em ductos biliares dilatados com exsudatosupurativo, infiltrado neutrofílico em tríades portais,especialmente ao redor dos ductos biliares e grausvariáveis de fibrose periductal (BUNCH, 2001).Na forma crônica, observa-se resposta inflamatóriamista, com predomínio de linfócitos, neutrófilos eplasmócitos em tratos portais e ao redor dos ductosbiliares, hiperplasia biliar, fibrose em ponte e formaçãopseudolobular, caracterizando cronicidade e podendoprogredir para cirrose biliar (JOHNSON, 2004).A terapia a ser utilizada nos casos de colangiohepatitevaria conforme o estágio da doença.Aos gatos em que os achados clínicos ou de biópsiahepática não diferenciam a forma supurativa da nãosupurativa, a antibioticoterapia deve ser de primeiraescolha, seguida de corticosteróides, se não houvermelhora (BUNCH, 2001).O tratamento da forma supurativa baseia-senos resultados de cultura e antibiograma de materialhepático. Caso não seja possível sua realização, oua cultura se mostre negativa, recomenda-se iniciar aterapia com amoxacilina com clavulanato, que podeser combinado com metronidazol em dose reduzida,por sua ação contra microrganismos anaeróbios, boapenetração em bile e fígado e por seu efeito antiinflamatórioe antiendotóxico. Recomenda-se a adiçãode aminoglicosídeo (amicacina) ou fluorquinolona(enrofloxacina), quando há suspeita de envolvimentosistêmico (BUNCH, 2001; RICHTER, 2002).Aos gatos com colangiohepatite não supurativaou que não respondem à terapia antimicrobiana porduas ou três semanas, são acrescidos corticosteróidesempiricamente por suas propriedades antiinflamatóriae imunossupressora, podendo melhorar o apetite, sendobem tolerados pela maioria dos gatos e com efeitoscolaterais mínimos. Recomenda-se prednisolonainicialmente na dose imunossupressora, diminuídagradativamente em longo prazo (MARKS, 2003).Apesar da indicação dos corticosteróides parao tratamento da colangiohepatite não supurativa, seuuso em caso de cirrose pode produzir efeitos colateraisindesejáveis, por eles aumentarem a absorçãode sódio, predispondo ou piorando ascites, além deserem catabólicos, podendo promover encefalopatiahepática (DAY, 1995). Nesse caso, deve-se administrarlactulose associada a neomicina, para controlar a hiperamonemia(FERREIRA; MELLO, 2003; DANIEL;SOUZA, 2008).O ácido ursodesoxicólico possui ação antiinflamatória,imunomoduladora, colerética e fluidificadoradas secreções biliares. Pode ser administrado emcombinação com imunossupresores, antiinflamatóriose antibióticos, quando descartada obstrução biliarextra-hepática. Também se recomenda o uso diáriode S-Adenosilmetionina no tratamento da colangiohepatite(RICHTER, 2002).Em gatos resistentes a imunossupressores oucom cirrose biliar, recomenda-se o uso de metrotexato,um quimioterápico utilizado em baixas doses combinadoao tratamento convencional. A esses pacientestambém se deve administrar ferro por via oral diariamente(RICHTER, 2000; CENTER, 2001).Igualmente faz-se importante a terapia suportepara o equilíbrio dos líquidos e eletrólitos. A hipocalemiaé bastante comum nas hepatopatias e é resultantede vômito, diarreia, baixa ingestão alimentar ou pelouso excessivo de diuréticos para o tratamento daascite, sendo necessária suplementação de potássioem muitos casos (MARKS, 2003; BRUNETTO etal., 2007). Na presença de vômito, utilizam-se antieméticoscomo metroclopramida, já para vômitospersistentes, recomenda-se hidrocloridrato de ondansetrona.Na ocorrência de hematêmese ou lesãogástrica, bloqueadores de H 2podem ser adicionadosao tratamento como ranitidina ou famotidina e osucralfato como protetor gástrico local (FERREIRA;MELLO, 2003).Em caso de anorexia prolongada, inicia-sesuporte nutricional por meio de alimentação enteralpor sonda nasoesofágica, sonda de esofagostomia ousonda de gastrostomia, com dietas de alta densidadeenergética para atender às necessidades calóricas ediminuir o volume de alimento a ser fornecido. Énecessária suplementação de proteínas a animais comlesão hepática inflamatória;; no entanto, na presençade encefalopatia hepática, recomenda-se restriçãoprotéica (DAY,1995; RICHTER, 2002; BRUNETTOet al., 2007).Se a absorção intestinal das vitaminas lipossolúveisestiver diminuída, indica-se a suplementaçãode vitamina. E, visando à proteção contra radicais33UNIMAR CIÊNCIAS 20 (1-2), 2011

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