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Editorialpro - Unimar

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Hemangiossarcoma subcutânea em Pastor AlemãoApós o laudo histopatológico, optou-se por nãorealizar tratamento quimioterápico devido à poucaidade do animal, e pela localização da neoplasiapermitir sua exérese completa e com margem de segurança.O paciente foi submetido a exames físico,radiográfico e ultrassonográfico a cada três meses,para controle de metástase em outros órgãos e/ourecidiva da neoplasia, mantendo-se em ótimo estadoaté o momento do presente relato.DISCUSSÃOO hemangiossarcoma, também conhecido comohemangioendotelioma maligno ou angiossarcoma,é uma neoplasia mesenquimal maligna de origemendotelial vascular, que pode ter origem em qualquertecido com vasos sanguíneos (FERRAZ et al., 2008).De acordo com Chun (1999), o hemangiossarcomaacomete preferencialmente baço, fígado e átrio direito,sendo as formas ósseas e subcutâneas mais raras, comodescritas no presente relato. O hemangiossarcomacutâneo equivale a 14% de todos os casos de hemangiossarcomae a menos de 0,2% de todas as neoplasiasmalignas (CHUN, 1999).A pele pode ser acometida como sítio primárioou metastático do hemangiossarcoma. A localizaçãopode estar apenas na derme ou se estender aos tecidossubcutâneos e musculatura. As apresentações mais comunsocorrem na região ventral (70%) e no prepúcio,porém neste paciente os nódulos encontravam-se nosubcutâneo de região perineal bilateral (CULBERT-SON, 1982).Segundo Culbertson (1982), 40% dos animaiscom neoplasias de pele desenvolvem neoplasiasadicionais ao longo dos anos e Hargis et al, (1992)referem que 16% dos cães com hemangiossarcomasubcutâneo possuem hemangiossarcoma primárioem outros órgãos. O paciente do presente relatoestá sendo acompanhado trimestralmente através deexames clínico, radiográfico e ultrassonográfico e nãoapresenta recidiva e/ou outra manifestação neoplasiaaté o momento, diferindo das citações dos autorespesquisados.A etiologia do hemangiossarcoma é desconhecida,porém relata-se a associação com a exposiçãosolar e predisposição genética. Há maior ocorrênciade casos em raças de grande porte, sendo o PastorAlemão significativamente a mais acometida, nocaso descrito (SCHULTHEISS, 2004). Porém, ohemangiossarcoma subcutâneo tende a ocorrer principalmenteem cães com pele menos pigmentada oupelo mais rarefeito, conforme Whippets, Beagles, PitBulls, Boxers, Dálmatas, entre outros (MARCASSOet al., 2010). A predisposição sexual ainda não estáelucidada (FERRAZ et al., 2008).A idade média de sua ocorrência é de 8 a 13 anosde idade (PINTO et al, 2007), com poucos relatos deanimais de um ano de idade ou um pouco mais jovensdesenvolvendo hemangiossarcoma (MACEWEN,1996). O animal relatado possuía apenas quatro meses,mas não foi encontrado nenhum outro paciente tãojovem em toda literatura consultada.O hemangiossarcoma pode ter coloraçãoacinzentada a vermelho escuro, aparência nodular,consistência macia, ausência de cápsula ou ulceraçãoe estar na derme ou infiltrado em tecido adjacente,corroborando com o caso descrito (CHUN, 1999;WARREN; SUMMERS, 2007). É comum serem encontradasáreas hemorrágicas e de necrose, o que nãofoi encontrado no paciente (FERRAZ et al., 2008).A forma invasiva desta neoplasia pode resultarem metástase através da via hematógena ou implantaçãotransabdominal, principalmente no fígado,omento, mesentério e pulmões. A maioria dos animais(80%) apresenta metástase no momento do diagnóstico(PINTO et al., 2007; MARCASSO et al., 2010).O caso descrito não apresentava mestástase no momentodo diagnóstico, diferindo da literatura.Os sinais clínicos do hemangiossarcoma sãoinespecíficos e variam de acordo com a localizaçãoda neoplasia (FERRAZ et al., 2008).O diagnóstico definitivo é obtido a partir doexame histopatológico. Faz-se necessária, portanto,biópsia ou excisão da neoplasia primária ou metastática.O principal achado serão células endoteliaispleomórficas, o que pode ser observado neste paciente.Punção aspirativa por agulha fina (CAAF) ou secreçãode tecidos podem se mostrar de difícil realização, e omaterial pode apresentar grande presença de célulassanguíneas. No animal relatado, foi encontrada grandequantidade de hemácias, concordando com a literaturaconsultada (TYLER et al., 2009) e fornecendo o diagnósticoinconclusivo. Se a avaliação histopatológicanão se mostrar suficiente, deve-se recorrer ao exameimunohistoquímico (FERRAZ et al., 2008).O tratamento de eleição baseia-se em cirurgiapara excisão completa da neoplasia, podendo serassociado à quimioterapia com doxorrubicina. Emcasos de neoplasias confinadas apenas à derme, podeserealizar apenas a excisão cirúrgica ocorrendo umprognóstico bom, mas em neoplasias subcutâneas comenvolvimento de musculatura, onde muitas vezes nãoé possível realizar completa excisão, há a necessidadede associação com quimioterapia (BULAKOWSKI etal., 2008; WILEY et al., 2010).O prognóstico é de reservado a ruim nas demaislocalizações e em casos de envolvimento damusculatura. No caso descrito, o animal possuíaapenas comprometimento subcutâneo, havendo entãoa possibilidade de remoção completa dos nóduloscom margem de segurança, comum prognóstico bomsem o uso de quimioterapia, que difere daquilo queestá descrito na literatura consultada. Porém, faz-senecessário o acompanhamento sequencial do pacientepor período mais prolongado (SCHULTHEISS, 2004;MARCASSO et al., 2010).13UNIMAR CIÊNCIAS 20 (1-2), 2011

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