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Avaliação reológica de soluções aquosas de quitosana ... - SOVERGS

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<strong>Avaliação</strong> <strong>reológica</strong> <strong>de</strong> <strong>soluções</strong> <strong>aquosas</strong> <strong>de</strong> <strong>quitosana</strong> contendo diferentesconcentrações <strong>de</strong> ácido cítricoRheological evaluation of aqueous solutions of chitosan containing differentconcentrations of citric acidJosé Antônio Queiroz Lafetá Junior 1 *, Jane Sélia dos Reis Coimbra 2 , Eduardo Basílio<strong>de</strong> Oliveira 2 , Márcio Arê<strong>de</strong>s Martins 2 , Magno José <strong>de</strong> Oliveira 1 , Elson SantiagoAlvarenga 31 Estudante <strong>de</strong> graduação – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa, MG, Brasil.2 Professor Adjunto – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa, MG, Brasil.3 Professor Associado – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa, MG, Brasil.Palavras-chave: <strong>quitosana</strong>, ácido cítrico, reologia.1. INTRODUÇÃOA quitina é o biopolímero natural mais abundante <strong>de</strong>pois da celulose. Está presentegran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> nas carapaças <strong>de</strong> caranguejo e <strong>de</strong> camarão, o que a torna umcoproduto da indústria pesqueira com potencial valor tecnológico e comercial. Suasca<strong>de</strong>ias são constituídas <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> N-Acetil-D-glicosamina unidas por ligaçõescovalentes (14). A <strong>quitosana</strong> é o polissacarí<strong>de</strong>o obtido pela <strong>de</strong>sacetilzação parcialda quitina, sendo assim constituída principalmente <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> D-glicosamina, mascontendo ainda uma pequena fração <strong>de</strong> N-Acetil-D-glicosamina [1, 2]. Por serbio<strong>de</strong>gradável e atóxica, a <strong>quitosana</strong> encontra hoje diversas aplicações, incluindo aelaboração <strong>de</strong> excipientes para produtos cosméticos e farmacêuticos [1] e a fabricação<strong>de</strong> filmes antimicrobianos bio<strong>de</strong>gradáveis para uso em produtos alimentícios [2].Apesar <strong>de</strong> ser mais solúvel que a quitina, a solubilida<strong>de</strong> da <strong>quitosana</strong> em meios neutroe básico permanece baixa, o que limita a sua aplicabilida<strong>de</strong> biotecnológica. Em meiosácidos, sua solubilida<strong>de</strong> é mais elevada, em razão da repulsão eletrostática entre asca<strong>de</strong>ias poliméricas, ocasionada pelos grupos –NH 3 + . Assim, a adição <strong>de</strong> ácidos po<strong>de</strong>ser uma forma <strong>de</strong> melhorar sua solubilida<strong>de</strong>.O estudo da solubilida<strong>de</strong> dos biopolímeros e das características do escoamento <strong>de</strong><strong>soluções</strong> poliméricas tem gran<strong>de</strong> importância prática, uma vez que vários biopolímerossão empregados em diversos produtos industriais, alimentícios ou farmacêuticos; emmuitos casos, justamente como moduladores <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong>, agentes gelificantes oufilmogênicos [3]. Assim, o objetivo <strong>de</strong>sse trabalho foi avaliar o comportamentoreológico da <strong>quitosana</strong> em <strong>soluções</strong> <strong>aquosas</strong> contendo ácido cítrico 1,0 % m/m, emfunção da <strong>de</strong> <strong>quitosana</strong> (1,0, 1,5, 2,0, 3,0 e 3,5 % m/m).2. MATERIAIS E MÉTODOSA <strong>quitosana</strong> foi adquirida <strong>de</strong> Sigma (USA). Os experimentos foram realizadosempregando água <strong>de</strong>ionizada ( Milli-Q <strong>de</strong>vice, Millipore Inc., USA). As suspensõesforam preparadas usando ácido cítrico <strong>de</strong> grau analítico (Vetec, Brasil). Os sistemasestudados foram preparados pesando-se (0,300, 0,450, 0,600, 0,900 ou 1,050) g <strong>de</strong><strong>quitosana</strong> e 0,300 g <strong>de</strong> ácido cítrico, completando-se o volume com água <strong>de</strong>ionizadaaté atingir 30 g. Os sistemas foram agitados utilizando-se um agitador magnéticoFisaton, mo<strong>de</strong>lo 752, Brasil) durante duas horas. Logo após a homogeneização, asamostras foram centrifugadas em centrifuga Beckmam, mo<strong>de</strong>lo J2 – MC (CalifórniaUSA), aplicando-se 20000 g durante 20 minutos. Os dados reológicos da <strong>quitosana</strong>em <strong>soluções</strong> <strong>de</strong> ácido cítrico foram obtidos na temperatura <strong>de</strong> 25 °C, utilizando-se umreômetro <strong>de</strong> cilíndricos concêntricos REOTHEST (Mendigen GmbH, mo<strong>de</strong>lo RN 4.1),acoplado a um banho termostático <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> água (LAUDA Ecoline, mo<strong>de</strong>lo RE304). As taxas <strong>de</strong> cisalhamento aplicadas variaram <strong>de</strong> 0 até 350 s -1 em um intervalo <strong>de</strong>tempo 180 s.


3. RESULTADOS E DISCUSSÃOO gráfico apresentado na Figura 1, abaixo, mostra as variações da tensão <strong>de</strong>cisalhamento (em mPa) em função da taxa <strong>de</strong> cisalhamento imposta (em s -1 ), obtidaspara os sistemas contendo diferentes concentrações <strong>de</strong> <strong>quitosana</strong>.Tensão <strong>de</strong> cisalhamento /mPa500040003000200010000Quit 1,0 %Quit 1,5 %Quit 2,0 %Quit 3,0 %Quit 3,5%Linear (Quit 1,0 %)Linear (Quit 1,5 %)Linear (Quit 2,0 %)Linear (Quit 3,0 %)0 100 200 300 400Linear (Quit 3,5%)Taxa <strong>de</strong> cisalhamento / s -1Figura 1 – Reograma obtido para os sistemas contendo diferentes concentrações <strong>de</strong><strong>quitosana</strong> dissolvida em <strong>soluções</strong> <strong>de</strong> ácido cítrico 1% m/m.Para todas as concentrações <strong>de</strong> <strong>quitosana</strong> estudadas, a tensão <strong>de</strong> cisalhamentovariou linearmente com o aumento da taxa <strong>de</strong> cisalhamento, no intervalo <strong>de</strong> 0 a 350 s -1 , com R 2 variando entre 0,95 e 0,99, indicando que estas <strong>soluções</strong> apresentam umcomportamento Newtoniano. Os valores <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>cresceram com o aumentoda concentração do biopolímeros, o que po<strong>de</strong> parecer paradoxal à primeira vista.Entretanto, uma hipótese plausível para explicar este resultado po<strong>de</strong> ser levantadaconsi<strong>de</strong>rando-se a estrutura molecular da <strong>quitosana</strong>: por um lado, as ca<strong>de</strong>iaspoliméricas possuem grupamentos –NH 2 , que em meio ácido se tornam –NH 3 + , elasten<strong>de</strong>m a se repelir eletricamente. Por outro lado, em meios mais concentrados, estasca<strong>de</strong>ias são forçadas a se aproximar. Assim, o balanço entre a repulsão elétrica e aaproximação induzida pela maior concentração resulta em ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>sdobradas, quese <strong>de</strong>slizam mais facilmente umas sobre as outras. Isso se manifestamacroscopicamente como uma diminuição nos valores <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong>.4. CONCLUSÃOFoi estudado o comportamento reológico <strong>de</strong> <strong>soluções</strong> <strong>de</strong> quitosano com diferentesconcentrações variando entre 1,0 % e 3,5 % na presença <strong>de</strong> ácido cítrico 1,0 %. Osresultados mostraram que tais <strong>soluções</strong> apresentam um comportamento Newtoniano a25 ºC, no intervalo <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> cisalhamento compreendido entre 0 e 350 s -1 . Aviscosida<strong>de</strong> diminuiu com o aumento da concentração <strong>de</strong> <strong>quitosana</strong>.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASENESCU, D.; OLTEANU, C. E. Functionalized Chitosan And Its Use InPharmaceutical, Biomedical, And Biotechnological Research, Chemical EngineeringCommunications, n.195:10, p.1269-1291, 2008.AIDER, M. Chitosan application for active bio-based films production and potential inthe food industry: Review. LWT - Food Science and Technology,n. 43, p.837–842,2008.SAHA, D.; BHATTACHARYA, S. Hydrocolloids as thickening and gelling agents infood: a critical review.J Food Sci Technol, n.47(6), p.587–597, 2010.Autor a ser contactado: Jane Sélia dos Reis Coimbra , Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa - Departamento<strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Alimentos – Viçosa – e-mail: jcoimbra@ufb.br

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