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Visualizar - Ministério do Meio Ambiente

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a diversidade de microrganismos emecossistemas não poluí<strong>do</strong>s. A bactériaVibrio cholerae não-O1, pertencenteà Família Vibrionaceae e à divisão dasGammaproteobacteria, oferece umexemplo de bactéria nativa <strong>do</strong> ecossistemamarinho, que ocorre pre<strong>do</strong>minantementena coluna de água, também detectada emassociação a diversos substratos marinhos,inclusive em organismos planctônicos(principalmente microcrustáceos) ebentônicos (como moluscos bivalves).Neste tópico apresentamos a bactéria Vibriocholerae O1 toxigênico como exemplo debactéria potencialmente invasora.Vibrio cholerae O1 toxigênico éo agente causa<strong>do</strong>r da cólera, <strong>do</strong>ençadevasta<strong>do</strong>ra em humanos. Após o perío<strong>do</strong>de incubação de 6 a 10 horas ou até 2 a3 dias, produz diarréia, acompanhada de<strong>do</strong>r de cabeça, cãibras musculares, <strong>do</strong>resab<strong>do</strong>minais, vômitos e desidratação. Casoo <strong>do</strong>ente não seja trata<strong>do</strong> com urgência, amorte pode ocorrer em um prazo de 14 a48 horas.Histórico da Introdução: A cóleratem si<strong>do</strong> endêmica na Índia por váriosséculos, mas sua disseminação para outrospaíses em 1817 marcou o início da primeirapandemia. Desde então, foram registradasmais seis pandemias. Durante a terceirapandemia (1852-1859) a cólera chegouao Brasil e a primeira localidade atingidafoi a província de Grão Pará (Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Pará), que recebeu o navio Defensor vin<strong>do</strong>de Portugal, com 12,8% da sua tripulaçãomorta em conseqüência da diarréia severa.Em poucos dias a <strong>do</strong>ença atingiu várias vilase em <strong>do</strong>is meses chegou ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio deJaneiro. Entretanto, desapareceu nos anosseguintes até a sétima pandemia. A mesmainiciou-se em 1961, com um foco epidêmicoem Sulawesi, ex-Célebes (In<strong>do</strong>nésia) e seespalhou por países da Ásia, Oriente Médio,África e regiões da Europa, com eventuaisacha<strong>do</strong>s nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s desde a décadade 1970. Essa pandemia atingiu o continentesul-americano pelo litoral <strong>do</strong> Peru, emjaneiro de 1991, se estenden<strong>do</strong>, logo emseguida para o Brasil, atingin<strong>do</strong> finalmente14 países da América <strong>do</strong> Sul. A introduçãoda cólera em nosso país aconteceu pelafloresta amazônica, no Alto Solimões. Apartir dali, alastrou-se progressivamentepela região Norte, seguin<strong>do</strong> o curso <strong>do</strong>srios Solimões e Amazonas e seus afluentes,principal via de deslocamento de pessoasna região, e no ano seguinte para as regiõesNordeste e Sudeste por meio <strong>do</strong>s principaiseixos ro<strong>do</strong>viários. Em março de 1999 houveuma nova introdução de Vibrio choleraeO1 toxigênico na Baía de Paranaguá-PRproduzin<strong>do</strong> 467 casos de cólera e 3 mortes(Passos, 1999). Os últimos casos de cólerano Brasil foram relata<strong>do</strong>s em 2005.Características morfológicas: OVibrio cholerae é um bacilo gram-negativocom flagelo polar, aeróbio ou anaeróbiofacultativo. Dos 200 sorogrupos descritossomente <strong>do</strong>is sorogrupos, O1 e O139,são agentes etiológicos da cólera. OVibrio cholerae O1 biotipo El Tor, isola<strong>do</strong>por Gotschlich, em 1906, de peregrinosprovenientes da Meca, examina<strong>do</strong>s naestação de quarentena de El Tor, no Egito,é o responsável pela atual pandemia dacólera. Durante as epidemias o homem éo reservatório de V. cholerae O1 ou O139toxigênico, que é conheci<strong>do</strong> com o nomepopular de vibrião colérico.Habitat: Vibrio cholerae não-O1/não-O139 é autóctone <strong>do</strong> ambienteaquático em forma livre ou associada aorganismos planctônicos. Devi<strong>do</strong> à suaatividade quitinolítica no ambiente aquático,pode ser encontrada em associação como zooplâncton e fitoplâncton, sen<strong>do</strong> maisfreqüente nos meses de verão. Sorogruposnão-O1 de Vibrio cholerae já foramidentifica<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Estu<strong>do</strong>s<strong>Ambiente</strong> Marinho 93

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